A IGREJA QUE TEM O NOME DE JESUS! Atos 3.1-10

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O nome de Jesus opera milagres que marcam a vida das pessoas.

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Grande Ideia: O nome de Jesus opera milagres que marcam a vida das pessoas.
Estrutura: A igreja que ora, é a que prevalece. (vv. 1,2), a igreja que é pobre de ouro é rica de Cristo. (vv. 3-6) e a igreja que se importa, marca vidas. (vv. 7-10)
Werner de Boor destaca o fato de que pela primeira vez o nome de Jesus aparece no livro em sua acepção peculiar. Na sequência tudo girará em torno desse nome (3.6,16; 4.7,10,12,17,18,30; 3.28,40).
01. A igreja que ora, é a que prevalece. (vv. 1,2)
(a) Dois homens distintos, mas com uma paixão: a comunhão com o Senhor.
Pedro e João se completavam, em suas diferenças de temperamento e estilos pessoais, ambos tinham um compromisso regular com o Senhor: era a “hora nona”.
(b) Não se tratava apenas de um ritual, um resquício da fé judaica, era busca por intimidade com o Senhor.
(c) Eles tinham hora marcada com o Senhor, bem diferente de alguns hoje que dão hora marcada para o Senhor.
(d) Um paralelo é estabelecido (ao longo do texto veremos outros): pois agora aparece um “coxo de nascença”, um homem limitado desde a mais tenra infância.
Já aquele coxo também tinha um compromisso regular, mas era com a mendicância, seu estado era de dependência extrema de outras pessoas para conseguir aquele que é um direito inalienável do ser humano: “ir e vir”.
(e) Um encontro imprevisível entre dois apóstolos e um homem com carências explícitas.
Ambos iam ao templo para pedir: Pedro e João a Deus, e o coxo aos homens. Os apóstolos pretendiam chegar à porta dos céus, o coxo tinha como seu limite a porta principal do templo.
Os apóstolos subiam (com as próprias pernas), o homem coxo era colocado todos os dias à porta do templo. Uma porta que tinha o nome de “Formosa”, mas que abrigava um homem que vivia uma situação de vida nada formosa.
(f) Outro paralelo:
O paralelo é possível de ser feito com a igreja que vai ao templo, e os perdidos que estão do lado de fora do templo. Espera-se algum tipo de generosidade daqueles que possuem algo senso de espiritualidade.
http://ipc2005.blogspot.com.br/2012/03/espiritualidade-generosidade.html
A verdadeira espiritualidade é aquela que nos remete para fora. Ela busca destruir todos os possíveis ídolos existentes em nossos corações, inclusive o ídolo do dinheiro. Ela rompe as barreiras do egoísmo, da falta de amor, da falta de visão, da falta de generosidade, da falta de liberalidade etc., e caminha na direção do outro, das necessidades do outro, com um olhar de alteridade e solidariedade.
(g) O local é simbólico: diante da porta “Formosa” um quadro nada formoso, pois se tratava de um homem que dependia da solidariedade dos religiosos para sobreviver.
“Dê-me cem pregadores que não temam nada além do pecado e que não desejem nada além de Deus. Não me importo quais posições ocupem; com os tais os portões do inferno serão sacudidos e o reino do céu será implantado na terra. Deus age respondendo orações.” -- John Wesley
Bounds, Edward M. O poder através da oração (Escola da Oração) (p. 57). Editora Oxigênio. Edição do Kindle.
Um ministério sem oração é uma ameaça para a verdade de Deus e para a igreja de Deus. É como o caixão mais caro e as flores mais bonitas, mas continua sendo um funeral. Um cristão que não ora nunca aprende a verdade de Deus; um ministério sem oração nunca estará apto para ensinar as verdades de Deus. Anos de glória tem sido perdidos pela igreja que não ora. A vinda de nosso Senhor tem sido adiada indefinidamente pela igreja que não ora. O inferno tem crescido e enchido suas cavernas escuras com a presença de cultos mortos e uma igreja que não ora.
Bounds, Edward M. O poder através da oração (Escola da Oração) (pp. 59-60). Editora Oxigênio. Edição do Kindle.
02. A igreja que é pobre de ouro é rica de Cristo. (vv. 3-6)
(a) Os homens de Deus são sempre vistos: não se pode manter-se invisível aos desafios que estão à volta da nossa igreja.
Tudo parecia que iria acontecer como o que acontecia todos os dias: pedido de esmola e atendimento (ou não) desse pedido por parte dos que iam ao templo. Mas, algo aconteceu de diferente: ninguém nunca lhe havia dito “olha para nós”.
(b) Outros poderiam ter virado os olhos, mas Pedro e João “fitando os olhos nele”, disse: “olha para nós”.
ατενιζω atenizo de um composto de 1 (como partícula de união) e teino (estender);; v 1) fixar os olhos em, olhar fixamente sobre 2) examinar algo 3) metáf. tomar alguém como exemplo.
(c) Um paralelo:
O paralelo é claro também nesse ponto: os apóstolos aqui representam uma igreja que não tem medo de dizer ao mundo: “olha para nós”. Para tanto, a igreja não pode portar-se de modo pequeno ou incoerente em relação ao que crê e vive. Cabe à igreja prestar um testemunho à sua comunidade que seja autêntico.
(d) O coxo esperava receber algo dos homens, e acabaram recebendo algo que estava nos homens.
A palavra liberada foi de uma ousadia espiritual impressionante: a consciência do que não tinham (prata ou ouro) e a convicção do que tinham (autoridade para no nome de Jesus declarar aquela cura).
(e) Gosto de pensar que temos de reconhecer o que não temos, antes de darmos o que temos.
(f) O que eles tinham era o “Nome” que podia tudo!
O nome no pensamento bíblico representava a essência da natureza da pessoa. Era muito mais do que uma nomenclatura, era a inteireza da força da pessoa.
João 1:11-12
11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 - Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
João 14:13-14
13 - E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
14 - Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
João 19.19 (NAA)
19Pilatos escreveu também um título e o colocou no alto da cruz. E o que estava escrito era: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
João 20:31
31 - Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Atos, Volumes 1 e 2 b. Milagre (3.6–10)

Pedro invoca o nome de Jesus a fim de mostrar-lhe que o poder curador de Jesus, conhecido de todo o povo de Israel, emana do apóstolo para o aleijado. Desse modo, não é Pedro; e, sim, Jesus aquele que outorga restauração.

A história registra que Tomas de Aquino, cujas obras tiveram notável influência na teologia e na filosofia, ao visitar o Papa Inocêncio, que, após mostrar-lhe toda a esplendorosa riqueza do Vaticano, declarou, fazendo alusão às palavras de Pedro ao coxo de Atos 3:
“ Vês, Tomás? A igreja não precisa mais dizer como nos primeiros dias: ‘Não tenho prata nem ouro...’”.
“É verdade” confirmou Tomás “Mas também não pode mais dizer ao coxo: ‘Levanta-te e anda’”.
“Rico sou e de nada tenho falta” é a doce ilusão que se encontra a igreja laodiceana de Apocalipse 3. Ter riquezas não significa ter tudo. Não ter o poder do Espírito Santo significa não ter nada, ainda que se tenha riquezas pensando ter tudo de que se precisa para proclamar o Evangelho.
03. A igreja que se importa, marca vidas. (vv. 7-10)
John Stott:
Nós não podemos proclamar o evangelho do amor de Deus com a mínima integridade se não o exibirmos em nosso amor para com os outros. Talvez nada seja tão prejudicial à causa de Cristo quanto uma igreja que é dividida por ciúmes, rivalidade, calúnia e malícia ou que vive preocupada com seus próprios interesses egoístas. Essas igrejas precisam com urgência ser radicalmente renovadas no amor. Apenas se amarmos uns aos outros é que o mundo crerá que Jesus é o Cristo e que nós somos seus discípulos.
(a) Houve não apenas a palavra empenhada, mas uma ação forte e terna: “tomando-o pela mão direita, o levantou”.
πιαζω piazo provavelmente outra forma de 971;; v 1) manter seguro 2) pegar, capturar 2a) de peixes 3) apreender 3a) de um homem, a fim de aprisioná- ló.
Agora temos o resultado dessa palavra empenhada com autoridade, tudo isso somada a uma postura de proximidade.
(b) Temos o desafio de associar autoridade com proximidade.
Mauro Israel:
“Relacionamentos significativos criam vínculos saudáveis. E criar vínculos é fundamental na dinâmica da mutualidade do Corpo de Cristo. Quando uma pessoa está em dificuldades, os vínculos que ela formou com outras pessoas é que vão gerar a aproximação e o cuidado em seu favor. Um povo de relacionamentos fortes é um povo forte na batalha contar o inimigo”.
(c) Houve uma mudança explicita na situação daquele homem: antes ele era conduzido, agora entra no templo “andando, saltando e louvando a Deus”.
(d) Além disso:
E o interessante é que agora, não mais dois, mas três entram no templo. E o ex-coxo mexe com a liturgia da celebração, pois ele entra “andando, saltando e louvando a Deus”.
(e) Seu testemunho alcança notoriedade: ele era o mesmo homem, mas na verdade sua sorte tinha sido mudada.
(f) Verdade é que:
Quando os pecadores regenerados que antes estavam à porta do nosso templo, entrarem “andando, saltando e louvando a Deus”, nossa comunidade igualmente também estará cheia de “pasmo e assombro”.
Isaías 35.5–6 (NAA)
5Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos;
6os coxos saltarão como as corças, e a língua dos mudos cantará. Pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo.
Atos, Volumes 1 e 2 b. Milagre (3.6–10)

Assim como Jesus realizava milagres no meio deles, agora seus apóstolos o fazem no seu nome. Em suma, o que Jesus iniciou durante o seu ministério terreno tem agora prosseguimento por meio de seus seguidores imediatos. Com admiração e espanto, o povo se abre às boas-novas de Jesus Cristo que Pedro está proclamando.

Lucas 4.18–19 (NAA)
18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19e proclamar o ano aceitável do Senhor.”
Lucas 7.22–23 (NAA)
22Então Jesus lhes respondeu: — Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho.
23E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.
04. Outras aplicações:
(a) A igreja do Senhor Jesus encontra poder no nome de Jesus, não nos nomes dos membros que a compõem. Há poder no nome de Jesus!
Atos dos Apóstolos 4.12 (NAA)
12E não há salvação em nenhum outro, porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.
(b) Não podemos nos deixar seduzir pelo poder dos homens. A igreja precisa persistir em seu chamado de ser “semente de mostarda”.
Mateus 13.31–32 (NAA)
31Jesus lhes propôs outra parábola, dizendo: — O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem pegou e plantou no seu campo.
32Esse grão é, na verdade, a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, é maior do que as hortaliças, e chega a ser uma árvore, de modo que as aves do céu vêm se aninhar nos seus ramos.
John Sttot:
Chuck Colson, conhecedor do poder político antes de sua conversão, diz: “A sedução do poder pode separar o mais decidido dos cristãos da verdadeira natureza da liderança cristã, que é servir aos outros. É difícil colocar-se num pedestal e lavar os pés de quem está embaixo”. E acrescenta: “Nada distingue mais os reinos do homem do reino de Deus do que seus pontos de vista diametralmente opostos sobre o exercício do poder. Um procura controlar as pessoas, o outro busca servir às pessoas; um promove o ego, o outro subjuga o ego; um procura prestigio e posição, o outro eleva o humilde e desprezado”.
C. S. Lewis:
“Eu me aborrecia muito com os hinos, que considerava poesias de quinta categoria com música de sexta categoria. Mas, com o passar do tempo, percebi o grande mérito disso... reconheci que os hinos (eram músicas de sexta categoria) estavam sendo cantados com zelosa devoção por um velhinho de botinas, no banco ao lado, então você percebe que não é digno de limpar aquelas botinas. Isso nos tira de nosso orgulho solitário”.
Ilustr.:
Ebenezer Soares Ferreira, HISTÓRIA DOS BATISTAS FLUMINENSES, JUERP, 1989
A"ZONA NEUTRA"
Era assim que os batistas fluminenses chamavam a região sul do estado, onde, até o ano de 1939, não havia qualquer igreja batista organizada. Mas agora, o clarim soara! Era a conclamação para o despertamento do povo batista fluminense que podia, então, contemplar, naquela região, magnífica oportunidade de evangelização. Ali estava um grande desafio, um grande potencial: a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, o que traria também grande desenvolvimento para toda a zona sul fluminense.
Os batistas do estado ouviram o soar do clarim e decidiram fincar as estacas e estender as cortinas do evangelho ali, como apregoava o profeta Isaías. Na assembléia convencional, realizada em Campos, em 1937, foi nomeado um missionário para cuidar da evangelização no sul do estado. O escolhido para ocupar esse cargo foi o Pastor Elias Portes Filho. Nesse ínterim, morreu-lhe a esposa querida, irmã Laura Portes. O Pastor Portes ficava viúvo, com quatro filhos — três meninas e um menino. E agora, o que fazer?
O missionário A.B.Christie se propôs a ajudá-lo. Os filhos foram colocados no internato do Colégio Batista Fluminense, em Campos. Deste modo, com a cooperação financeira do missionário Christie e o auxílio do Colégio Batista, estariam os filhos recebendo a assistência necessária.
Quem Era Elias Portes Filho?
Elias Portes Filho foi ordenado ao Ministério da Palavra no dia 10 de agosto de 1920. Quando foi nomeado missionário para o sul do Estado do Rio, já era bem conhecida a sua experiência pastoral, uma vez que havia exercido o pastorado das seguintes igrejas: Miracema, São Gonçalo, Barra do Piraí, Maricá, Águas Claras, Liberdade, Itaperuna, Bom Jesus. Era obreiro capacitado, idôneo e com longa experiência como evangelista.
Foi da Igreja de Bom Jesus que ele saiu para ser missionário na "Zona Neutra". Nessa igreja, ele passara dez anos, realizando ali profícuo ministério. Após 19 anos de exercício pastoral, sai do norte para o sul do estado, região bem diferente daquela em que, até então, atuara. Ao chegar ao novo campo, o missionário Elias Portes Filho, como ficou sendo chamado, escreveu:
"Saímos do norte para o sul do Estado do Rio. Foi atendendo a um imperativo da causa de Deus. Desde há muito que se vem pensando na necessidade de se completar a evangelização do Estado do Rio de Janeiro. E a Junta Estadual resolveu transformar em realidade este pensamento. Por isso nos designou. E já estamos a postos. Queremos agir sem perda de tempo. Todavia, o resultado desse trabalho, não sabemos quando vai aparecer. Se cedo ou tarde. Sabemos, porém, que o sucesso depende de nosso esforço com a bênção de Deus. Temos que viver. Temos que proclamar. Temos que evangelizar, a grandes e a pequenos. Sou batista, e, como tal, creio na doutrina da eleição. Daí, nenhuma ilusão nutrimos: o evangelho é para todos, mas nem todos são para o evangelho. A tarefa é difícil, não resta dúvida. Mas não é minha, apenas, senão de todos os batistas do estado, de quem espero a cooperação franca e leal. O que queremos é a simpatia de todos. É a contribuição monetária para que a junta possa sustentar o trabalho, até ao tempo de sua frutescência. E nessa concepção, entraremos no trabalho."
O impertérrito missionário se entregou de corpo e alma ao afã de evangelizar toda a extensa região. O trabalho vai se desenvolvendo paulatinamente. Os primeiros pontos de pregação são organizados. Desenvolvem-se estes e tornam-se em congregações. Ao lado da evangelização, o missionário procedia ao doutrinamento. Era doutrinador-ortodoxo. Cria que só com uma base bem sólida o trabalho podia permanecer. Dois anos de trabalho intenso e c organizada a primeira igreja da região, na cidade de Resende, no dia 27 de julho de 1941, contando, então, 18 membros. O concilio, ou conselho, como se chamava na época, se compôs dos seguintes pastores: José Joaquim da Silveira, Cantanilo H.Pinto, A.B.Christie, J.J. Cowsert, T.B.Stover, Elias Portes Filho e Augusto F.Costa.
O Pastor Elias Portes Pilho foi o pastor convidado e dirigiu o rebanho até 07 de julho de 1944, quando entregou o pastorado ao Pastor Benedito Peçanha, que veio a se tornar um grande obreiro nessa região.
Após a organização da Igreja Batista de Resende, seguiu-se a organização das seguintes igrejas: Mangaratiba, no dia 12 de janeiro de 1941, com 18 membros. Volta Redonda, no dia 20 de setembro de 1942, com 27 membros, tendo o Pastor Elias Portes Filho pastoreado a mesma, por alguns meses, até empossar o Pastor Walvique Soares, no dia 07 de fevereiro de 1943. Piraí, que se organizou no dia 26 de novembro de 1944, com 13 membros. Barra Mansa, no dia 24 de abril de 1945, com 25 membros.
Depois de uma década de trabalhos missionários desenvolvidos pelo Pastor Elias Portes Filho, nessa região, ele escreveu e publicou no órgão oficial da convenção estadual um artigo sob o título "As Vitórias do Trabalho Missionário na Zona Sul". Um belo artigo sobre como Deus realizou sua obra ali:
"Vai fazer em maio próximo dez anos desde de que se iniciou o trabalho de evangelização da zona sul. Essa região a que nos propusemos evangelizar era, até então, distinta e singular para os batistas fluminenses. Distinta, porque achava-se separada como "zona neutra"; e singular, porque ficou sem o trabalho dos batistas até aquela data. "Foi na segunda quinzena de maio, do ano de 1939, que fizemos a nossa primeira viagem de inspeção evangelística. Nesse itinerário, chegamos à conclusão de uma coisa: nossa tarefa seria, realmente, um começo difícil de trabalho. " No entanto, passados esses nove anos, o que para nós, naquele tempo, era uma interrogação, um sonho, uma esperança, hoje é uma realidade concreta. Podemos afirmar, com satisfação: o trabalho de Deus, pelos batistas, está estabelecido também na região sul-- fluminense”.
"Recapitulemos, agora, as vitórias desse trabalho. Primeira vitória: proteção de Deus. Essa não nos faltou, em nenhum instante. Verificamos, desde logo, que o trabalho era promovido sob a providência divina. Isso, pela maneira como as portas se nos abriam, e como as autoridades regionais e municipais nos recebiam. Um deles chegou a me dizer: 'A polícia está às suas ordens'. Um outro disse aos seus subordinados: 'Façam tudo para que estes homens não sejam desfeitiados aqui'. Foi no tempo do governo ditatorial. Não havia liberdade política, mas a religiosa nos foi assegurada. Outro sinal da sanção divina ao nosso trabalho foi a oposição secreta, sistemática e persistente que Satanás nos fez”.
"Segunda vitória: o apoio do nosso povo — os batistas fluminenses. Esse apoio, quer moral, quer financeiro, também não nos faltou. Sem ele, nos seria muito difícil manter-nos nesse trabalho”.
"Terceira vitória: articulação de elementos nossos por batismos e cartas demissórias, em congregações e igrejas. Essa vitória nos foi dada nos nossos primeiros esforços evangelísticos. O primeiro ato de batismo foi em Mangaratiba. O segundo foi em Serra d'Água, estando presente o saudoso irmão Ângelo Manzolilo. O terceiro foi em Piraí. E o quarto foi em Resende. Assim por diante”.
"Quarta vitória: encaminhamento de obreiros. Não obstante ser essa região a menor e mais nova do campo fluminense, creio, em relação, ser a que conta o maior número de obreiros. Não se contando Barra c Valença, somos seis, se não me engano. Afora os obreiros anônimos que são os crentes convertidos, sem os quais pouco se poderia fazer na Seara”.
"Quinta vitória: consolidação do trabalho. Essa vitória está em meio. O nosso fito é ver que as igrejas que se vão organizando se firmem, alcançando o sustento próprio, pela prática do dízimo. E estão marchando para esse alvo”.
"Sexta vitória: aquisição e patrimônio. O trabalho, em vários lugares, iniciou-se sem casa e sem equipamento. Em Resende, por exemplo, reunimo-nos, por uns dois meses, debaixo da copa de uma mangueira. Hoje, porém, várias igrejas da zona sul já possuem seu patrimônio. Entre elas, a Primeira Igreja de Volta Redonda, Piraí, Resende, que já contam com órgão, mobília, etc. É verdade que outras, como Barra Mansa, Angra, Mangaratiba, permanecem ainda em casa alugada”.
"Graças a Deus por tudo quanto nos tem dado, no seu trabalho, no sul-fluminense."
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