MINHAS AMBIÇÕES PARA 2022

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MINHAS AMBIÇÕES PARA 2022

O que você mais deseja para o próximo ano? Quais são as suas ambições? Quais os pensamentos que ocupam a tua mente quando acordas e quando vais dormir?
É muito comum ouvirmos pessoas fazendo planos de investimentos financeiros, aquisições de patrimônios móveis e imóveis, viagens nacionais e internacionais, dietas e atividades físicas. Nenhuma dessas coisas são erradas, na verdade é bom que se pense em tudo isso, mas devemos cuidar muito bem do nosso coração para não nos esquecermos do mais importante que é colocar o reino de Deus e a Sua justiça em primeiro lugar.
Gostaria de olhar com os irmãos para Mateus 6.19-34, um texto muito precioso que nos encoraja a termos nossa motivação não na "segurança material", mas na direção de Deus e naquilo que é espiritual. Leiamos o texto.
Mateus 6.19–34 RAStr
19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. 22 São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;23 se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! 24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. 25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?26 Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?28 E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?32 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
Se em Mateus 6.1-18 Jesus descreve a vida particular no lugar secreto, aqui ele fala da vida pública do cristão no mundo (dinheiro, propriedade, alimento, bebida, roupa e ambição). Parece claro que Jesus não faz separação da vida espiritual da vida "secular". Quem somos em secreto com Deus virá à tona no nosso dia-a-dia.
O Senhor exorta ao cristão a ser diferente do hipócrita religioso (Mt 6.1-18), mas também do materialista irreligioso (Mt 6.19-34). Devemos ser diferentes dos fariseus e dos gentios que não conhecem à Deus (v.32). Constantemente são colocadas diante de nós duas alternativas para escolhermos: onde juntaremos os nossos tesouros (na terra e no ceú, Mt 6.19-21), com que lente verei o mundo (luz e trevas, Mt 6.22-23), a quem escolherei servir (Deus ou as riquezas, Mt 6.24) e com o que vou me preocupar (com o meu corpo ou com o reino de Deus, Mt 6.25-34). Teremos sempre que escolher uma das alternativas.
Como podemos fazer escolhas corretas? O Senhor Jesus nos aponta o caminho da sabedoria. Ele coloca o falso e o verdadeiro em oposição ao outro para que possamos distinguir o que é melhor.
Diante do caráter do nosso Rei, não podemos mais continuar fazendo escolhas erradas que coloca o amor próprio acima de Deus e dos que estão à nossa volta. Por lealdade a Jesus, precisamos viver de acordo com os seus caminhos.
O Senhor Jesus nesta passagem fala sobre os tesouros, sobre nossa cosmovisão, sobre adoração e preocupação. Comecemos olhando para o que Ele fala sobre tesouros.
Onde estão os meus tesouros (Mt 6.19-21)
Mateus 6.19–21 RAStr
19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
Qual é a durabilidade do que tenho ajuntado?
Deveria ser muito fácil fazer escolhas por tesouros duráveis, mas temos visto que não é. Muitas pessoas, inclusive aqueles que se dizem cristãos, buscam e acumulam para si tesouros sobre a terra, corruptíveis e volúveis (podem ser roubados). Os tesouros no céu são incorruptíveis e estão reservados para os que o acumularam. O próprio Deus é o garantidor da recompensa.
No período de Jesus "as traças entravam facilmente nas roupas das pessoas, os ratos comiam os cereais armazenados, pestes atacavam o que estivesse debaixo da terra, e os ladrões entravam nos lares e levavam o que fosse possível. Não havia a menor segurança. E, para nós, gente moderna, que procuramos protegaer os nossos tesouros com inseticidas, venenos contra ratos, ratoeiras, tintas à prova de ferrugem e arames contra ladrões, mesmo assim eles se desintegram na inflação ou na desvalorização ou nos colapsos econômicos. Mesmo que uma parte permaneça através desta vida, nada podemos levar conosco para a outra. Jó estava certo: "nú saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei" (Jó 1.21) (Stott, p.161).
Jesus não proibe a propriedade privada, nem o ato de economizar pensando em dias piores, nem de fazer seguro de vida. Todas essas coisas são elogiadas nas Escrituras (Pv 6.6; 1Tm 5.8). Ele não condena o desfrute das coisas boas que o bom Deus nos concedeu para o nosso aprazimento (1Tm 4.3,4; 6.17)
O que Jesus proíbe é o acúmulo egoísta de bens ("… para vós outros).
O que os meus tesouros revelam sobre o meu coração?
O acúmulo egoísta revela um coração desejoso por uma vida extravagante e luxuosa que é incapaz de perceber as necessidade das pessoas menos favorecidas neste mundo. Revela a ilusão de que a vida de uma pessoa consiste na abundância de bens que ela possui e como o materialismo pode acorrentar nossos corações à terra.
O nosso coração sempre seguirá o nosso tesouro, quer seja para a terra, quer seja para o céu. Jesus nos adverte contra a armadilha da ganância.
Se acumular tesouro para si na terra é repreendido por Jesus, ajuntar tesouro no céu deve ser buscado. O contraste dá a impressão de que juntamos tesouros no céu quando nos voltamos para Deus e para o próximo. Quando crescemos no nosso conhecimento de Cristo, mantemos uma vida constante de oração e de testemunho para que outros possam herdar a vida eterna e utilizamos nosso dinheiro nas causas cristãs, fazemos o "único investimento financeiro cujos dividendos são eternos" (Stott, p.162).
Qual a minha cosmovisão (Mt 6.22,23)
Mateus 6.22–23 RAStr
22 São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;23 se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
Como estão os meus olhos?
O contraste agora é entre alguém que vê e alguém que é cego e, consequentemente, entre as trevas e a luz em que eles respectivamente vivem. "bons" significa saudável e "maus" significa, num sentido físico, doente (cegueira), mas num sentido ético, mau, iníquo, ruim.
Os olhos sadios servem como uma espécie de janela dexando a luz entrar no corpo. Quase tudo o que o nosso corpo faz depende da nossa capacidade de ver. Precisamos da visão para correr, pular, dirigir e tantas outras coisas. Os cegos conseguem fazer muitas coisas, mas o princípio continua: "quem vê anda na luz, enquanto que o cego permanece nas trevas" (Stott, p.162). A diferença entre um e outro está na saúde deste pequeno órgão, o olho. Na cegueira total, as trevas são completas.
Jesus está falando por metáfora. O olho aqui serve como sinonimo do coração. "Colocar o coração" e "fixar os olhos" em alguma coisa são sinônimos. Veja o que diz o Sl 119.10:
Salmo 119.10 RAStr
10 De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos.
agora vez o que diz em Sl 119.18:
Salmo 119.18 RAStr
18 Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei.
No sermão do monte, o Senhor passa da importância de se ter um coração no lugar certo (Mt 6.21) para a importância de se ter os olhos bons (sadio).
Da mesma forma que os nossos olhos afetam o nosso corpo, a ambição do nosso coração (onde fixamos nossos olhos e coração) afeta toda a nossa vida. "Exatamente como o olho que vê dá a luz ao corpo, uma ambição nobre e sincera de servir a Deus e aos homens aumenta o significado da vida e lança luz sobre tudo o que fazemos" (Stott, p.163)
Como a cegueira leva às trevas, o egoísmo e a ambição ignóbil faz-nos mergulhar em trevas morais e agirmos brutos irracionais, intolerantes e soberbos. Se tivermos uma boa visão espiritual, então nossa vida será cheia de propósito e de incentivo.
Uma visão turvada pelos falsos deuses e pelo materialismo nos leva a perdemos nosso senso de valores e a tropeçarmos na caminhada. Oro pra que Deus cure os nossos olhos. "Jesus acrescenta novos motivos para acumularmos tesouros no céu. O primeiro é a sua grande durabilidade; o segundo resulta dos benefícios atuais, aqui na terra, de uma visão assim" (Stott, p.163)
Quem é o meu senhor?
Não posso servir a dois senhores
Devo escolher a quem vou aborrecer e a quem vou amar
Deus exige total lealdade e devoção a Ele
Além da escolha entre dois tesouros (onde vamos ajuntá-los) e entre as duas visões (boa e ruim), existe uma escolha ainda mais básica: a quem vamos servir, a Deus ou a Mamom). A quem você e eu servimos?
Você serve a Cristo, o próprio Criador vivo ou a qualquer objeto de sua própria criação?
Alguns entendem que Jesus foi muito radical em nos confrontar a tomarmos uma decisão tão rígida. Essas pessoas acreditam que é possível servirem a dois senhores. Diversos arranjos são feitos para parecer possível o que Jesus disse ser impossível. No domingo estão na igreja, na EBD e no culto, não faltam um único domingo sequer, mas durante os outros dias da semana se consagram totalmente ao outro deus, Mamom. Servem a Deus com os lábios e a Mamom com o coração. Servem a Deus na aparência e a Mamom na realidade. Com uma parte servem a Deus e com a outra à Mamom.
Alguém pode até trabalhar para dois empregadores, mas nenhum escravo pode ser propriedade de dois senhores, pois ter um só dono e prestar serviço de tempo integral são da essência da escravidão.
Stott diz que "qualquer pessoa que divide a sua atenção entre Deus e a Mamom já a concedeu a Mamom, uma vez que Deus só pode ser servido com devoção total e exclusiva". Deus diz: "Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem" (Is 42.8; 48.11). Tentar dividir a nossa lealdade é optar pela idolatria.
É inconcebível que venhamos a fazer uma escolha errada neste sentido, "pois agora é uma questão não apenas de durabilidade e benefício comparativos, mas sim de valor comparativo: o valor intrínseco de um e a instrínseca falta de valor do outro" (Stott, p.165).
Onde está a minha ambição? (Mt 6.25-34)
Mateus 6.25–34 RAStr
25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?26 Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?28 E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?32 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
Não podemos tirar a passagem do seu contexto. Jesus começa o discurso falando: "por isso vos digo". Antes de nos convocar a agir, Ele nos chama a pensar. Apenas depois que tivermos assimilado em nossas mentes e durabilidade comparativa dos dois tesouros (o corruptível e incorruptível) e o valor comparativo dos dois senhores (Deus e mamom), estaremos prontos para fazermos nossa escolha. Depois de fazermos nossa escolha - o tesouro celestial, a luz e Deus - estaremos preparados para ouvir as palavras que seguem em Mt 6.25,33: "por isso vos digo como deveis vos comportar: não andeis ansiosos pela vossa vida… nem pelo vosso corpo… buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça (vs. 25,33)".
Se escolhermos a Deus, a luz e os tesouros celestiais, isso afetará nossa forma de viver. Não precisamos ficar ansiosos sobre os tesouros, as trevas e o ídolo mamom, já que o rejeitamos, vamos dedicar toda nossa mente e energia naquele a quem escolhemos. E, ao invés de nos perdermos em nossas próprias preocupações, buscaremos em primeiro lugar aquilo que interessa a Deus.
Jesus insiste com os seus discípulos a não se preocuparem com a própria segurança (alimento, bebida e vestimentas) pois essa é a obsessão dos "gentios", que não conhecem a Deus; mas que se preocupem antes com o reino de Deus e com a justiça divina, bem como a sua propagação e o seu triunfo no mundo.
No seu discurso o Senhor deixa muito claro que todos os seres humanos "buscam" alguma coisa. Todas tem um "alvo na vida". Todos precisamos de algo pela qual viver, algo que dê sentido à nossa vida. Todos temos ambições, boas ou ruins. Podemos sim ter "ambições para Deus".
A ambição de uma pessoa é o que a impele: revela a mola principal das suas ações, suas mais secretas motivações. Quando Jesus diz que devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, Ele está dizendo que devemos ambicionar por isso. Como ele fez com os demais exemplos deixados anteriormente, agora, ele reduz o assunto a apenas duas alternativas possíveis de alvos na vida e confronta uma com a outra, insistindo com os discípulos que não se preocupem com a própria vida, característica marcada pelos gentios que não conhecem a Deus, mas se ocupem, antes, com o reino de Deus e com a justiça divina.
Quais são então as alternativas apresentadas pelo Senhor?
Ambição falsa ou secular: nossa própria segurança material
A primeira parte do discurso é bem negativa. Jesus diz para os seus discípulos não andarem ansiosos por comida, bebida e vestimenta. Temos visto que essa é a principal preocupação do homem que não conhece a Deus. Estão constantemente preocupados com o bem-estar do corpo e como alimentá-lo, vesti-lo, aquecê-lo, refrescá-lo, relaxá-lo, entretê-lo, enfeitá-lo e estimulá-lo.
Jesus não nega as necessidade do corpo. Ele ensinou a orarmos pelo pão de cada dia. Ele fez o corpo e o corpo deve glorificar a Deus. O que ele está dizendo é que não é correto ficar absorto pelo conforto material. Além de não ser produtivo por outro, não é necessário, porque "vosso Pai celeste sabe que necessitais". Será que o bem-estar físico é um objetivo válido para devotarmos as nossas vidas? Não tem a vida humana mais significado do que isto? Lembre-se, são os gentios que procuram "todas essas coisas". Pois que procurem! Nós, entretanto, os discípulos de Jesus, devemos buscar por um bem maior para as nossas vidas.
Jesus não proibe, com isso, o pensamento. Ele estimula a olharmos para as aves, as flores e a "considerar" como Deus cuida delas.
Jesus não proibe a previdência. A Bíblia aprova a atitude da formiga. Os pássaros fazem ninho para acolher os filhotes e alimentá-los. O cristão pode e deve fazer planos e dar passos sensatos para a sua realização. Jesus não proibe a previdência, mas a preocupação ansiosa.
Por que a procupação ansiosa é ruim? Ela é ruim porque:
A preocupação é incompatível com a fé cristã (Mt 6.25-30)
Jesus chama os que ficam ansiosos que "homens de pequena fé". Deus nos criou e sustenta a nossa vida. Nossa vida é obviamente mais importante do que o alimento e a bebida que nos notrem. O corpo é mais importante do que a roupa que o cobre e aquece. Se ele cuida do maior, não cuidará do menor?
Não adianta ficarmos preocupados. Não conseguimos aumentar a nossa estatura e nem acrescentar um período de tempo ao curso de nossa vida. Na verdade, ao invés de alongar a vida, a preocupação pode encurtá-la.
Deus cuida do mundo sub-humano, das aves e das flores. Ele nos manda olhar e considerar a forma como Deus cuida deles. A ordem de Jesus é para olharmos fixamente para olharmos bem.
Se Deus alimenta os pássaros e veste as flores como nem mesmo Salomão se vestiu, não podemos confiar que ele nos alimentará e vestirá?
Martinho Lutero disse: "vejam, ele está fazendo das aves nossos professores e mestres. É uma grande e permanente vergonha para nós o fato de, no Evangelho, um frágil pardal se tornar teólogo e pregador para o mais sábio dentre os homens… Portanto, sempre que você ouvir a voz de um rouxinol, está ouvindo um excelente pregador… é como se ele estivesse dizendo: "Eu prefiro estar na cozinha do Senhor. Ele fez o céu e a terra, e ele mesmo é o cozinheiro e o anfitrião. Todos os dias ele alimenta e nutre inúmeros passarinhos em sua mão.
Spurgeon disse: Maravilhosos lírios, como vocês reprovam o nosso tolo nervosismo.
Problemas relacionados com a fé cristã
Três liberdades que a fé não toma à luz da promessa de Deus, ou de três imunidades que a sua promessa não nos dá.
Os crentes não estão isentos de ganhar a sua própria vida. Temos que trabalhar, quem não trabalha, não coma. Deus alimenta os pássaros, mas a forma como Ele o faz não é estendendo-lhes uma mão divina cheia de comida, mas providenciando na natureza os recursos para que eles se alimentem. Deus supre as nossas necessidades, mas temos que trabalhar.
Os crentes não estão isentos da responsabilidade para com os outros. Não podemos negligenciar que muitos passam necessidade e que a principal causa da fome não é a falta de provisão divina, mas a uma injusta distribuição por parte dos homens. Jesus disse que quando alimentamos e vestimos alguém com necessidade estamos fazendo o bem e estamos fazendo a Ele mesmo. Deus não nos isenta de sermos Seus agentes para isso.
Os crentes não estão isentos das dificuldades. Estar livres de preocupações e estar livre de dificuldades não é a mesma coisa. Cristo nos manda deixar de lado a ansiedade, mas não promete que seremos imunes aos infortúnios. Deus cuida das flores e dos pardais, mas as flores são arrancadas e queimas e os pardais caem e morrem. Os pardais caem, mas nunca sem que Deus primeiramente decrete. As pessoas também passam. "A libertação de um cristão da ansiedade não se deve a alguma garantia de ausência de cuidados, mas por ser a preocupação uma insensatez, e especialmente pela confiança que temos de que Deus é nosso Pai, que até mesmo a permissão para o sofrimento está dentro da órbita do seu cuidado"(Jó 2.10) (Stott, p.175).
A preocupação é incompatível com o bom senso (v.34)
No v.34 Jesus menciona o hoje e o amanhã. Toda a preocupação é sobre o amanhã, quer seja relacionada com a roupa ou o alimento ou qualquer outra coisa; mas toda a preocupação é experimentada hoje. Sempre que ficamos ansiosos, ficamos preocupados no momento presente sobre alguma coisa que vai acontecer no futuro, mas talvez nenhum desses temores se concretizem. Logo, a preocupação é uma perda de tempo, de pensamentos e energia nervosa. Precisamos aprender a confiar em Deus e viver um dia de cada vez.
RESUMINDO: "Preocupar-se com as coisas materiais, de modo que elas monopolizem a nossa atenção, absorvam a nossa energia e nos atormentem com ansiedade é incompatível com a fé cristã e com o bom senso.
Jesus nos convoca para uma ambição mais alta.
Ambição verdadeira ou cristã: o reino e a justiça de Deus
A ambição dos pagãos está relacionada nas necessidades materiais, mas a do cristão não, tanto porque o Pai celeste sabe que precisamos de todas elas, como porque essas coisas não constituem objetivo apropriado ou digno da busca do cristão. Ele procura coisas de valores espirituais, não o seu próprio bem, mas o de Deus; não alimento e roupa, mas o reino e a justiça de Deus.
Buscar primeiro o reino de Deus
Essa é a busca de todo nascido de novo. O reino já presente espiritualmente nos filhos de Deus deve ampliar consideravelmente. Buscar primeiro esse reino é desejar como coisa de primordial importância o governo de Deus sobre todas as áreas da nossa vida (lar, casamento e família, moralidade pessoal, vida profissional e ética comercial, saldo bancário, imposto de renda, estilo de vida, cidadania). Buscar o reino é desejar ver esse reinado de Deus na vida dos que ainda não o conhecem. Quem busca o reino de Deus abraçará a resonsabilidade evangelística e se comprometerá com o testemunho missionário mundial da Igreja.
Buscar primeiro a justiça de Deus
O reino de Deus é justo, os cristãos devem ter fome e sede de justiça, devem estar preparados para serem perseguidos por causa da justiça e devem evidenciar uma justiça maior do que a dos escribas e fariseus. Agora ele nos ordena a buscarmos a justiça de Deus. A igreja precisa propagar o caráter justo de Deus e ser seu instrumento de justiça ao mundo. Deus prefere a justiça à injustica, a liberdade à opressão, o amor ao ódio, a paz à guerra. Se é assim, precisamos evangelizar, pois o reino só se propaga quando o evangelho de Cristo é pregado, ouvido, crido e obedecido e a justiça de Deus só poderá ser vista na sociedade se primeiramente se fizer presente no coração dos crentes.
Conclusão: Qual é então a nossa ambição? Ambiciono para mim mesmo ou para Deus? Onde está meu tesouro? Minha visão está sadia e consigo ser direcionado pela luz? A quem tenho servido?
Quando percebemos que Deus é Rei, então desejamos vê-lo coroado de glória e honra, no lugar a que tem direito, que é o lugar supremo. Então tornamo-nos ambiciosos na propagação do seu reino e da sua justiça por toda parte. Quando isso acontece, até mesmo as ambições secundárias serão subservientes à nossa ambição primária e não competirão com ela. Neste caso, as ambições secundárias se tornam sadias, pois cristãos que desenvolvem seus talenteos, alargam as suas oportunidades, estendem a sua influência e recebem promoções em seus trabalhos (NÃO PARA FOMENTAR O SEU EGO OU EDIFICAR O SEU IMPÉRIO), glorificam a Deus e abençoam pessoas.
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