Elementos para a solução de conflitos

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Em Cristo Jesus, relacionamentos são restaurados e o mundo é transformado para a glória de Deus.

Notes
Transcript

Introdução

Captação

É comum ouvirmos de cristãos frases como: “Não gosto de teologia porque ela não é prática”. “Não deveriamos estudar tanta doutrina. O importante é conhecermos coisas que tenham aplicação em nossa vida.”7
O que há em frases como esta é a premissa de que a doutrina está dessacioada da vida da igreja. É como se a teologia fosse o resultado de um trabalho abstrato, feito por pessoas que estava ocupadas em algum lugar isolado especulando acerca de Deus e da Bíblia.
Porém, não é isso que a própria palavra de Deus nos diz. Quando olhamos para a Bíblia, percebemos que não há conflito entre Teologia e prática. A doutrina está ligada a vida, assim como o marido está ligado a esposa. Não se trata de dois termos excludentes: doutrina e prática são complementares.
Essa complementaridade entre a teologia e a prática se dá porque a primeira é feita dentro da segunda. As doutrinas não foram criadas de forma especulativa e abstrata por pessoas que não vivem a realidade da comunidade cristã. Pelo contrário: as doutrinas surgiram como resultado das necessidades que foram surgindo ao longo da história da igreja.
Um exemplo de como a teologia e a vida são complementares é esta carta , a espístola de Paulo a Filemom. Nela percebemos como uma correta compreensão do evangelho pode nos ajudar a mediar conflitos em nosso meio. Assim, nesta noite gostaria de convida-los a pensar neste comigo e a meditarmos sobre como a glória de Cristo nos ajuda a termos relacionamentos restaurados e uma igreja transformada para a glória dEle. Antes de tudo, porém, precisamos compreender algumas informações do contexto desta carta.

Contexto

O autor desta epístola é o apóstolo Paulo. Ele a escreveu por volta dos anos 61 a 63 d.C., provavelmente em Roma, onde esta preso. Note a declaração em Filemom 1 Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus. Esta carta junto com a de Colossenses, Filipenses e Efésios formam as chamadas "Epístolas da prisão". São assim chamadas por terem sido escritas por Paulo quando ele estava preso.
O propósito principal dessa carta é fazer com que Filemon perdoasse Onésimo. Filemon morava na cidade de Colossos e, provavelmente, era uma pessoa muito importante para a igreja, pois ela se reunia em sua casa (v. 1). Filemon tinha um escravo chamado Onésimo. Este havia fugido de Filemon. Embora não seja claro, o contexto dá a entender que Onésimo teria roubado Filemom. Estando Onésimo em Roma, teve contato com Paulo. Paulo acabou por evangelizar Onésimo, e este acabou se convertendo. De alguém inútil, Onésimo passou a ser útil, tendo sido um auxiliar no ministério de Paulo. Ocorre que Paulo não considerou correto manter Onésimo junto com ele. Assim, ele enviou Onésimo juntamente com Tíquico e uma epístola, na qual ele solicita que Filemon perdoe Onésimo e não mais o considere um escravo, mas sim um irmão em Cristo. Se fosse necessário, Paulo se compromete a pagar qualquer dano feito por Onésimo a Filemon.
Tendo feito estas considerações, percebemos que Paulo se coloca como um mediador entre Filemom e Onésimo para que o conflito possa ser solucionado. A questão que deve nos orientar é a seguinte: quais elementos do evangelho podem nos ajudar a mediar um conflito. Assim gostaria de fazer esta exposição com base no seguinte tema:

TEMA: Elementos para mediação de conflitos a luz do evangelho.

Vejamos, então, alguns desses elementos:

1. A obra de Cristo

O primeiro elemento que o evangelho nos fornece para a mediação de Conflitos é a própria obra de Cristo. Ora, se vamos ser mediadores, precisamos olhar para aquele que é o único mediador entre Deus e o homem: Jesus Cristo (1Tm 2.5)
Para entendermos como a obra de Cristo está relacionada ao assunto da carta de Filemom é necessário usar como apoio a carta de Paulo aos colossenses. Mas por que usar Colossenses? Porque Filemom e toda a igreja de Colossos teve acesso a esta carta junto com a epístola pessoal de Paulo a Filemom.
Pense um pouco no cenário daquela época. Paulo escreveu quatro cartas quando estava preso: Efésios, Filipenses, Colossenses e esta de Filemom. Ele mandou Tíquico e Onésimo em viagem com estas cartas. Ele pediu que Tíquico e Onésimo entregassem estas cartas as respectivas igrejas. Quando chegaram a Colossos certamente leram a carta de Paulo endereçada a esta igreja. E qual o assunto o principal da carta de Paulo aos Colossenses: A SUPREMACIA DE CRISTO. Paulo demonstra nesta carta como Cristo por sua pessoa e obra é superior a tudo o que existe. Ele é o Soberano, o Rei dos Reis, o senhor dos Senhores. Conforme Colossenses 1.15-20

15Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;16pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.17Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.18Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia,19porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude20e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus

E qual é a consequência disso tudo? Se isso sobre Cristo é verdade, o que isso afeta a nossa vida? Bom, isso tem consequência sobre vários aspectos, mas um que está relacionado ao conteúdo da carta de Filemom é Colossenses 3.12-13

12Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.13Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;

Reparem que há um “pois” uma conjunção explicativa. É claro que estou apenas resumindo um assunto imenso e profundo desta carta para o entendimento de Filemom, mas o fato é: Se Cristo é o nosso Rei e nos perdoou doando a sua vida por nós em amor, então nós também devemos perdoar uns aos outros em amor.
Agora imagine Filemom ouvindo esta carta na companhia de toda a igreja. E agora relacione esta carta com a carta pessoal enviada por Paulo a Ele. Faria todo o sentido. Não que Filemom não conhecesse a obra de Cristo. Pelo contrário: ele era um cristão piedoso que reunia a igreja em sua casa. Mas a carta de Paulo aos Colossenses teve, dentre outros objetivos, preparar o terreno para que o coração de Filemom fosse mais receptivo ao pedido de Paulo.
Portanto, a obra de Cristo é importante para a mediação de conflitos. Quando consideramos o que Ele é e o que ele fez por nós, todo o caminho em direção a conciliação é mais suave.

2. A comunhão em Cristo

v. 4-7
O que é a comunhão com Cristo
Ela resultado da obra de Cristo em nossas vidas
Somos um com ele porque Ele deixou tudo por nós. Ele deu a sua vida. Agora, em resposta a isso, devemos dar tudo por Ele e pelos santos.
v. 20
Da mesma forma como Filemom já reanimava o coração dos santos como uma resposta da comunhão em Cristo em sua vida, Paulo pede que ele reanime o seu coração ao conceder perdão a Onésimo

3. A transformação operada pelo evangelho

v. 10-12

4. Espirito de sensibilidade

v. 1 - Paulo o prisioneiro. Desde o ínicio paulo deixa de lado o título de apóstolo e se declara apenas um prisioneiro. Esta forma indica o espírito de sensibilidade pelo qual ele conduzirá toda a carta. Isso já era uma preparação para o pedido que haveria de vir.
v. 13-14
v. 22 - a hospedagem de Paulo tem como propósito ver a reconciliação entre Filemom e Onésimo

5. A providência de Deus

v. 15

6. Amor abnegado

v. 18-19

7. Gratidão e Honra

v. 8-9; v. 19b

8. Obediência ao evangelho

v. 21 - não apenas a obediência do pedido de Paulo mas do evangelho
Mateus 18.23–35 RAStr
Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.
Lucas 7.36–50 RAStr
Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa.E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento;e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento.Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre.Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta.Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés.Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.

Conclusão

Recapitulação

Aplicação

Os cristãos são chamados não apenas para resolver conflitos que os envolvem, mas também para mediar conflitos entre irmãos.
O evangelho não está desvencilhado da prática. A teologia não está dessacioada da doutrina. A doutrina e a vida não são excludentes são complementares.
Você já foi ofendido? Você já foi humilhado? Você já sofreu perdas financeiras, emocionais, físicas por causa do que outras pessoas fizeram com você? Como você se sentiu? Mais importante: como você se sente hoje? Este é o momento o qual Deus nos chama para liberar perdão por meio daquele que deu tudo para que nós fôssemos perdoados.
Agora, você já viu dois irmãos passarem por uma situação na qual não houve reconciliação? Já viu alguém ser ofendido e sofrer perdas por causa de outra pessoa e essa outra pessoa se arrependeu mas não sabe como chegar na parte ofendida? Este é o momento em que Deus fala com você para que você possa ser um instrumento nas mãos dEle para levar o ministério da reconciliação. Que Deus te use poderosamente para restaurar relacionamentos e para gerar vida em nome de Jesus!
Em Cristo Jesus, relacionamentos são restaurados e o mundo é transformado para a glória de Deus.
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