Gênesis 27.1-40

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O autor bíblico demonstra, factualmente, a continuidade da bênção divina sobre o eleito de Deus, o qual a recebe pelo curso traçado e executado pela divina providência em favorecê-lo, confirmando as palavras anteriormente proferidas que refletiam a fidelidade do SENHOR ao seu plano redentivo.

Notes
Transcript
“Este é o livro das gerações ...” (Gênesis 5.1).
Gênesis 27.1-40
Pr. Paulo Ulisses
Introdução
Avançando a narrativa da saga isaica, o autor se prepara para a transição de protagonistas que o enredo redentivo proporciona. A ênfase principal do texto retoma o conflito entre Esaú e Jacó e suas respectivas posições diante de Deus em relação à bênção salvadora, e é a publicação dessa mesma bênção que estrutura a presente seção do texto de Moisés.
Após o relato introdutório que anuncia a não participação de Esaú da bênção divina por meio da narrativa que registra seus casamentos com as filhas de hete (cf. Gn 26.34-35), o autor trata de explicitar a transição desse favor divino diretamente de Isaque para com aquele que será encarregado por Deus de continuar a linhagem de Abraão, e consequentemente, será usado pelo Criador na progressão de seus planos redentivos: Jacó.
Assim, o princípio sintetizado pelo redator no texto é o de que, aquele sobre quem repousar a bênção divina será usado como o meio através do qual o SENHOR prosseguirá seus planos de salvação, sendo favorecido (assim como Isaque e Abraão) ao longo de sua trajetória pela divina providência. Dessa forma, a tese central do texto de Gênesis 27.1-40 é a publicação da bênção redentiva como marco progressivo do projeto redentor.
Elucidação
Ao longo de todo o capítulo 26 o autor ressaltou como a bênção que o SENHOR derramou sobre Abraão fora ministrada sobre Isaque de maneira incondicional, devido às promessas do Criador àquele, e a sua fidelidade ao pacto redentivo estabelecido e publicado anteriormente. Essa transição, como já abordado, demarca o fluxo de continuidade da ação salvífica de Deus na história, através da qual restaurará sua criação (e assim, seu povo) à plena comunhão consigo.
Agora, no capítulo 27, a mesma expectativa é criada com o objetivo de consolidar a ponte bendita que liga Jacó a Isaque, em lugar de seu irmão Esaú, o primogênito. Tal cenário já havia sido criado, quando em Gênesis 25.19-34 o enredo tratou de adiantar a informação de que a graça salvadora e eletiva repousaria sobre Jacó (Gn 25.23) e, providencialmente, a venda do direito de primogenitura explicita essa realidade. Com este cenário montado, resta apenas que os próprios fatos declarem nitidamente esse princípio.
A narrativa é iniciada com uma estranha interação entre Isaque e Esaú, quando, a despeito do que havia sido declarado anteriormente (cf. Gn 25.23), o patriarca declara sua intenção de abençoar seu primeiro filho: Esaú. Um tensão é então criada, quando o próprio relato se encarrega de transmitir uma rivalidade entre preferências paternas: Rebeca, ao escutar que Isaque tencionava abençoar Esaú, trama um modo de que Jacó tome a bênção de seu irmão.
Já havia sido exposto que o casal possuía preferências diferentes quanto aos filhos: "Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava Jacó" (Gn 25.28). O contexto do pedido de Isaque nos versículos 3 e 4, remete esta referência, pois a solicitação do patriarca enfatiza que pelo menos uma última vez ele saboreie a caça de seu filho mais velho, para que então possa abençoá-lo. Essa referência é trazida de volta, possivelmente para situar o episódio dentro dessa tensão familiar em que o pai quererá favorecer um, e a mãe, o outro. Entretanto, a demais de haver um aparente conflito familiar, o ponto a ser focado pelo autor não parece ser este, e sim, o desenrolar providencial traçado por Deus a fim de que suas determinações para ambos os irmãos, se concretizem.
Rebeca, ao cumprir todos os requisitos determinados por Isaque para que Esaú cumprisse em relação ao rito preparatório para que a bênção fosse emitida, apresenta Jacó disfarçado, e este, após aceitar a trama, assume a identidade do irmão, colocando-se perante Isaque. Mesmo desconfiado - mediante algumas características sugerirem que não é Esaú - Isaque pronuncia a bênção que reservara ao primogênito.
O ato de abençoar (v.27), tal como pretendido no texto por parte de Isaque, possui conotações muito específicas, levando em consideração o costume do antigo Oriente Próximo, e principalmente em relação ao significado de bênção dentro do contexto patriarcal desde Abraão.
Ao ter chamado Esaú especialmente, Isaque pretende proferir sobre seu filho a bênção restrita ao filho primogênito, garantindo-lhe a possessão da herança. Em nota, a Bíblia de Genebra salienta:
Para Esaú, primogenitura e bênção eram duas coisas distintas, uma vez que esperava receber a bênção mesmo depois de ter admitido haver perdido o direito à primogenitura. Para Deus, entretanto, as duas coisas eram inseparáveis. Ambas estavam relacionadas com os direitos à propriedade, ao poder divino, à prosperidade e domínio. Juntas tornavam o herdeiro o principal detentor da herança da família (Bíblia de Estudo de Genebra, 2009, p. 54).
A significância dessa bênção em seu caráter peculiar exibe intenções adversas àquelas informações sacramentadas por Deus. A determinação divina de que Jacó receba a bênção patriarcal é uma inversão no fluxo ordinário segundo a ótica humana, porém, não é a primeira vez que uma troca na ordem de recebimento da bênção do SENHOR acontece ao longo das sagas patriarcais. Ao retornarmos mais uma vez a Gênesis 21, encontramos o episódio em que, por ocasião do desmame de Isaque, Ismael lhe tenta usurpar o lugar de herdeiro, zombando de seu irmão: "[...] O filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque" (Gn 21.9). Nesse momento, Sara emite juízo contra Ismael e Agar, juízo esse que é referendado por Deus, ao confirmar aquilo que já havia sido dito a respeito de Isaque:
Gênesis 21.10–12 RA
disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho. Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho. Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência.
À luz disso, apesar de Ismael ser o primogênito de Abraão (ainda que fora do casamento), a seleção do portador da bênção divina não se dá por meio do lugar que ocupa diante de seus pais, mas de Deus ter quisto manifestar sua glória através de um em detrimento de outro. O contexto redentivo que demarca o critério para recebimento da bênção do SENHOR com relação aos filhos de Isaque, demonstra a mesma estrutura teológica que salienta a graça eletiva de Deus em favor de Jacó, ao invés de Esaú.
Entretanto, há uma profunda divergência na postura do patriarca Isaque em relação ao que o Criador já havia determinado. Seu desejo de abençoar Esaú parece ir na contramão da vontade divina, principalmente quando analisamos o teor da bênção proferida por ele sobre Jacó (quando disfarçado de Esaú):
Gênesis 27.27–29 RA
Ele se chegou e o beijou. Então, o pai aspirou o cheiro da roupa dele, e o abençoou, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou; Deus te dê do orvalho do céu, e da exuberância da terra, e fartura de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações te reverenciem; sê senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se encurvem a ti; maldito seja o que te amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar.
O primeiro trecho da bênção tematiza a terra prometida como parte da bênção divina. O símbolo do favor redentivo de Deus para com Abraão e Isaque é remetido agora ao portador da bênção, sobre quem Deus fará prosseguir seus planos. Entretanto, é a segunda parte da declaração de Isaque que deixa claro a tentativa de fazer de Esaú o favorecido pela bênção divina, pois ecoa inversamente o que fora dito por ocasião do nascimento deste, conforme o oráculo direcionado a Rebeca:
Gênesis 25.23 RA
Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço .
A referência feita a nações e povos, segundo Gênesis 25, é uma clara personificação do que representarão Esaú e Jacó: a partir de ambos, toda uma linhagem se desenvolverá. Entretanto, a relação pré-estabelecida é de servidão do mais forte (i.e. mais velho = Esaú) ao mais fraco (i.e. mais jovem = Jacó). Ao inverter esses papéis, proferindo (ou pelo menos achando que assim estava fazendo) bênção sobre o mais velho, enaltecendo-o sobre o mais moço, Isaque estava de fato se colocando contra aquilo que havia sido determinado pelo SENHOR.
Além disso, o patriarca repete o pronunciamento divino feito a respeito de Abraão, tal como registrado em Gênesis 12.3a: "Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem...", desejando fazer de Esaú o herdeiro das bênção abraâmicas.
Aqui, a divina providência intervém, para fazer com que Jacó receba aquilo que fora dito a seu respeito, como sendo o portador do favor divino que lhe garante participação na redenção. Claramente as ações de Rebeca também são escusas ou desonestas, segundo já comentado, mas este fato só comprova a soberania de Deus em guiar a história para cumprimento de seus objetivos, numa que, se nos reportarmos a Gênesis 25.27-34, Jacó também se vale de malícia e astúcia para obter de seu irmão o direito de primogenitura, fato que também é usado pelo autor para retratar o mesmo princípio: através dos atos dos personagens, a história da redenção está seguindo seu curso, tal como sacramentado pelo Criador.
Logo após abençoar Jacó (o qual pensava ser Esaú), o filho primogênito de Isaque se apresenta e então a farsa é descoberta, criando uma tensão que será usada pelo autor como palco para todo o desenrolar da história divina através de Jacó.
Ao descobrir o ocorrido, Esaú pressiona seu pai a proferir outra bênção, porém Isaque reservara seus votos diante do Altíssimo para quem ouviu àquelas primeiras palavras proclamadas, as quais declaram toda a fé do patriarca no Deus que favorecera a seu pai e a si. Embora ele tenha tencionado proferi-las a quem não deveria, elas refletiam sua confiança no SENHOR e em sua obra redentiva. Diante da singularidade de tais expressões, como poderia repeti-las a outro? Só restava a Isaque render-se aos desígnios do Soberano, que havia estipulado desenvolver a redenção de acordo com o providencial percurso antagônico entre linhagens, em que a prole do Criador encabeçaria a história subjugando seus adversários. Assim Isaque recita suas palavras a respeito de Esaú:
Gênesis 27.39–40 RA
Então, lhe respondeu Isaque, seu pai: Longe dos lugares férteis da terra será a tua habitação, e sem orvalho que cai do alto. Viverás da tua espada e servirás a teu irmão; quando, porém, te libertares, sacudirás o seu jugo da tua cerviz.
Segundo analisado, a única falha na ação de Isaque é direcionar a bênção do SENHOR a Esaú no lugar de Jacó, o que claramente era um equívoco à luz de Gn 25.23. Entretanto, o teor das palavras estavam exatamente de acordo com a obra salvadora desenvolvida por Deus desde a queda do homem. Em razão disso, resta a Isaque a coerência de proferir sobre Esaú o entendimento que marca a trajetória dos inimigos do SENHOR e de seu povo: 1) habitarão longe dos lugares férteis (v.39), o que representa desfavor da parte de Deus, 2) protagonizará uma rivalidade com seu irmão (i.e. uma rixa entre as linhagens de ambos = Edom contra Israel; os ímpios contra a igreja) que se estenderá por toda a história (v.40a), e 3) até que por fim - entendendo este princípio à luz de uma leitura canônica do enredo em questão - trava a última batalha contra os eleitos do Criador, rebelando-se contra estes (cf. "sacudirás o seu jugo"), mas sendo por fim, derrotado.
Segundo o texto do Novo Testamento, "Isaque abençoou a Jacó e a Esaú, acerca de coisas que ainda estavam para vir" (Hb 11.20), o que de fato se concretizou na própria história da linhagem dos irmãos.
Entre os anos de 848 a 841 a.C. sob o reinado do ímpio Jeorão (SCHULTZ, 1995, p.183) , que levara Judá ao paganismo e idolatria, o SENHOR, tendo declarado por meio de Elias que haveria de julgá-lo (2Cr 21.11-15), faz cumprir as palavras ditas em Gn 27.40, quando Edom levanta-se em motim contra Judá e, segundo o texto de 2Reis 8.20,22: "Nos dias de Jeorão, se revoltaram os edomitas contra o poder de Judá. [...] Assim se rebelou Edom para livrar-se do poder de Judá".
Anos mais tarde, os próprios edomitas levantaram-se contra Judá, segundo o registro do profeta Obadias (Ob 10-14), conspirando com a Babilônia no cerco contra Jerusalém entre 605 à 586 a.C (SCHULTZ, 1995, p.386), cerco esse que levou à destruição da cidade através de violência e morte. Tal registro é referenciado também na oração feita pelo salmista no salmo 137, onde clama a Deus por vingança: "Contra os filhos de Edom, lembra-te, SENHOR, do dia de Jerusalém, pois diziam: "Arrasai, arrasai-a, até aos fundamentos"" (Sl 137.7).
Todas essas informações corroboram o dado bíblico informado à luz de Gênesis 27, de que a história da redenção esta fundamentada na rivalidade dos ímpios (representados por Esaú) contra os servos do SENHOR (personificados em Jacó), porém, a boa mão do Criador não sairá de sobre aqueles que elegeu soberanamente para desfrutarem da sua salvação.
Ainda o escritor Aos Hebreus lendo a narrativa de Gênesis 27, observa e enfatiza a rejeição de Esaú, confirmando sua não participação da bênção divina:
Hebreus 12.14–17 RA
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados; nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado.
Transição
O texto de Gênesis 27.1-40, deixa claro a intenção autoral de observar a divina eleição como base para o repouso da bênção divina sobre seu eleito. Assim como já introduzido pelas narrativas anteriores, Israel deveria reconhecer através desse relato, o princípio da bênção divina mediante a graça do SENHOR em favorecê-lo, graças exclusivamente à fidelidade do SENHOR aos seus planos redentivos, através dos quais contempla seu povo.
Outro tema evidente ao longo da saga isaica é a divina providência, que faz com que o curso da história, invariavelmente, atinja aqueles objetivos determinados pelo Criador, o que em muitos casos pode incluir até mesmo ações maliciosas de ímpios, ou até de seus próprios filhos; ações com as quais Deus não se corrompe, mas governa, para que sua glória se torne evidente concomitante o bem-estar do seu povo.
Ligado a esses pontos, alguns outros princípios devem ser analisados e aplicados a nós, frente ao texto de Gênesis 27.1-40.
Aplicações
Levando em consideração um leitura mais focal - com base nas cenas e desdobramentos da narrativa -, podemos analisar que:
1. Nossa incredulidade e rebeldia pode resultar em consequências terríveis.
A narrativa inicia-se com a apresentação da situação de Isaque e sua cegueira, que por muitos intérpretes é uma referência à sua teimosia de querer abençoar Esaú em detrimento de Jacó, o que em relação à narrativa, é um ato de rebeldia contra o oráculo divino que já determinara que o segundo filho seria o portador da bênção do SENHOR.
As preferências pessoais de Isaque o levaram a voltar-se contra os propósitos declarados para o transcurso dos planos redentivos, que não incluíam Esaú. Essa ação tola, desencadeou uma série de eventos através dos quais um conflito ainda maior se originou: o ódio de Esaú contra seu irmão, Jacó.
Enquanto crentes, precisamos entender que nossas decisões, ações, projetos etc, precisam estar em harmonia e submissão à vontade divina. Obviamente, não recebemos da parte do SENHOR nenhum oráculo profético nos indicando o que ocorrerá no futuro, exceto, aqueles oráculos registrados em sua Santa Revelação, que não nos mostram detalhes sobre o que ocorrerá mais adiante em nossas vidas, mas nos dão todo os princípios necessários para guiarmos nossa história dentro da vontade de Deus, e é nossa obrigação enquanto participantes de Aliança, agirmos dessa forma.
À luz desse princípio...
1.1 Quanto aos maridos:
Isaque, como cabeça de seu lar, falhou miseravelmente em guiar sua casa na obediência ao Criador, quando ele mesmo confunde sua família com uma decisão equivocada à luz da Palavra que o próprio SENHOR lhe havia direcionado. Há um ditado popular que diz "quando a cabeça não pensa, o corpo padece". Como chefes de suas casas, saibam que seus lares serão tão espiritualmente saudáveis quanto é seu cabeça, e agir dolosamente contra a Palavra de Deus acarretará danos, não somente para você, mas também para todos os integrantes de seu lar.
1.2 Quanto as esposas:
A irresponsabilidade de seu marido não desculpa sua tolice. Rebeca agiu maliciosamente, movida pela mesma intenção de Isaque: favorecer um filho preferido. Apesar de o "pecado-pivô" da narrativa ter sido o pecado do chefe do lar, a matriarca não é inocente, e deu vazão a ação desencadeada pelo marido.
Como auxiliadora idônea, diante de algum pecado de seu marido, é seu dever chamá-lo a atenção, com sabedoria e respeito, exortando-o ou dissuadindo. Diante de Deus, a justificativa de que seu esposo errou primeiro, não funcionará como argumento, e você terá de prestar contas de seus atos, tendo negligenciado seu papel de auxiliadora.
Somado a esses princípios, partindo de uma perspectiva mais holística do texto, constatamos que:
2. Apesar de nossos pecados, tudo ocorre para o bem daqueles que foram eleitos pelo Criador, incluindo nossos os pecados.
Tanto quanto Gênesis 25.27-33, Gênesis 27.1-40 demonstram que mesmo ações pecaminosas são usadas pelo SENHOR para que seus objetivos sejam atingidos. Isso não quer dizer que Deus seja corrupto ou mau, mas que ele é soberano sobre absolutamente todas as coisas. Sugerir que o Criador não gere também ações corruptas, até mesmo de seus próprio filhos, como dito, seria supor que há uma parte do mundo que não está debaixo de seu cetro.
Desde a falha de Isaque, passando pela malícia de Rebeca e Jacó, até a fúria de Esaú (como veremos em mais detalhes a posteriormente), foram ações direcionadas por Deus para que a obra da salvação declarada por ocasião do nascimento dos dois irmãos, fosse agora publicada, para que a glória da redenção fosse inteiramente do Deus Triuno, que rege a história de acordo com seus propósitos.
Da mesma forma, nossas falhas e pecados são usados por Deus no processo de aperfeiçoamento que o Espírito Santo está operando em nós, inclusive, usando-os para reforçar aqueles ensinamentos e princípios contidos em sua Palavra, como complementa a Confissão de Fé de Westminster, falando sobre a providência divina:
[…] Deus muitas vezes deixa, por algum tempo, seus filhos entregues a muitas tentações e à corrupção do próprio coração, para castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazê-los conhecer o poder oculto da corrupção e do dolo do próprio coração, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais íntima e constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra as futuras ocasiões de pecar, bem como para vários outros fins justos e santos (Confissão de Fé, 2014, p.36).
Nem mesmo o pecado pode manchar o glorioso quadro da glória de Deus na nossa salvação, que através de nós está sendo pintado.
Conclusão
Isaque recitou sobre Jacó, a bênção que reservara para Esaú. Mas Deus, cujos pensamentos são mais elevados que os do patriarca, fez recair sobre seu eleito a bênção que não merecia, a fim de demonstrar para toda a igreja de Deus, originada espiritualmente através de Jacó, Isaque e Abraão, que a graça eletiva não será jamais tirada de sobre aqueles que foram escolhidos para herdá-la, através de Cristo Jesus, nosso SENHOR.
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