O amor de Deus x O fim da humanide - Salmo 36
Introdução
1. Antropologia do ímpio - Sl 36.1-4
2 Ele se acha tão importante,
que não percebe nem rejeita o seu pecado.
Descreve um pecado sério, condenado por Deus. A crescente tendência à idolatria em Israel testifica o fato de que o coração do povo “é enganoso” (ḥlq) e, portanto, Deus vai destruir o trabalho de suas mãos (Os 10.2).
3 As palavras da sua boca
são maldosas e traiçoeiras;
abandonou o bom senso e não quer fazer o bem
4 Até na sua cama planeja maldade;
nada há de bom no caminho a que se entregou,
e ele nunca rejeita o mal.
sugere que ’āwen significa um “poder que atua com força destrutiva, sobretudo quando se pensa que vem de um coração mau e que o conduz a maquinar um plano para provocar desastre
os crentes genuínos devem aprender deste fato a agir de uma maneira diferente quando sozinhos em meditações, e a fazer de sua própria vida um alvo de exame, a fim de que excluam de suas mentes todo e qualquer pensamento negativo. O salmista em seguida faz referência à obstinação deles, declarando que se põem numa vereda tortuosa e perversa; o que equivale dizer, propositada e espontaneamente teimam em fazer o mal. Finalmente, ele acrescenta a razão pela qual agem assim: não abominam o mal.
2. A maravilha do amor divino - Sl 36.5-9
5 O teu amor, Senhor, chega até os céus;
a tua fidelidade até as nuvens.
6 A tua justiça é firme como as altas montanhas;
as tuas decisões insondáveis como o grande mar.
Tu, SENHOR, preservas
tanto os homens quanto os animais.
7 Como é precioso o teu amor, ó Deus!
Os homens encontram
refúgio à sombra das tuas asas.
Com isso Deus nos ensina Deus que somos preservados em segurança sob seu protetor cuidado, assim como as aves aconchega seus filhotes debaixo de suas asas; e assim ele nos convida para junto de si, bondosa e afetuosamente.
8 Eles se banqueteiam na fartura da tua casa;
tu lhes dás de beber do teu rio de delícias.
Deve-se, contudo, observar que, no estilo da linguagem que o profeta aqui emprega, o uso de bênçãos terrenas é conectado com a graciosa experiência de fé, no exercício da qual só podemos desfrutá-las correta e licitamente para nosso bem-estar pessoal
Só os fiéis, como já disse, é que se fartam da benevolência divina a eles direcionada, porquanto ela é para eles um penhor do paternal e divino amor. Os termos comer e beber denotam uma completa e perfeita plenitude, e o termo rio denota uma transbordante abundância.
9 Pois em ti está a fonte da vida;
graças à tua luz, vemos a luz.
o conhecimento da qual é tão proveitoso que não há palavras que a expressem adequadamente. Visto que os ímpios profanam até mesmo as melhores dádivas de Deus, fazendo mal uso deles, a menos que observemos a distinção que tenho feito, nos seria melhor perecermos de fome centenas de vezes do que nos sentirmos entediados e saturados da benevolência de Deus. Os ímpios não reconhecem que é em Deus que eles vivem, se movem e recebem sua existência, mas antes imaginam que são sustentados por seu próprio poder; e, conseqüentemente, Davi, ao contrário, aqui afirma à luz da experiência dos santos, e como se fosse em seu próprio nome, que o manancial de vida está em Deus.
Além disso, encontra-se a afirmação narrada de que a ḥesed de Deus será cantada para sempre, que é uma maneira oblíqua de sugerir que seu próprio amor não terá fim. Essa diversidade de expressão cresce num refrão que ressoa exuberantemente por meio de uma ampla cadeia de textos: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia (ḥesed) dura para sempre”
3. O fim do homem - Sl 36.10-12
10 Estende o teu amor aos que te conhecem,
a tua justiça aos que são retos de coração.
as qualificações pelas quais ele descreve os crentes genuínos; primeiro ele diz que conhecem a Deus; segundo, que são de coração íntegro. Deste fato aprendemos que a verdadeira piedade emana do conhecimento de Deus; e, além disso, que a luz da fé deve necessariamente dispor-nos à integridade de coração. Ao mesmo tempo, devemos sempre ter mente que só conhecemos a Deus corretamente quando lhe prestamos a honra à qual ele tem todo direito; isto é, quando depositamos total confiança nele.
11 Não permitas que o arrogante me pisoteie,
nem que a mão do ímpio me faça recuar.
12 Lá estão os malfeitores caídos,
lançados ao chão, incapazes de levantar-se!