O começo do grande ministério galileu
Notes
Transcript
O COMEÇO DO GRANDE MINISTÉRIO GALILEU
O COMEÇO DO GRANDE MINISTÉRIO GALILEU
ARREPEIDEI-VOS
ARREPEIDEI-VOS
MARCOS 1:14-15
INTRODUÇÃO
Vamos retomar nossos sermões com o tema principal Plano da Salvação. já passamos pela CRIAÇÃO, QUEDA e vamos iniciar a REDENÇÃO.
Cosmovisão, segundo James W. Sire em seu livro “Dando nome ao elefante”, como um conceito, é:
“…um compromisso, uma orientação fundamental do coração, que pode ser expresso em uma história ou em um conjunto de pressuposições (suposições que podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou totalmente falsas) que sustentamos (consciente ou subconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a constituição básica da realidade, e que fornece o fundamento no qual vivemos, nos movemos e existimos”
Cosmovisão da Criação
A forma como você enxerga a Deus afeta a forma como você enxerga o mundo.
Na criação vemos o Deus onipotente, onipresente, onisciente, auto-suficiente, amoroso, verdadeiro e justo criando todas as coisas.
Cosmovisão da Queda
A forma como você enxerga o homem afeta a forma como você enxerga o mundo.
Após a queda no Éden, toda a humanidade foi afetada pelo pecado. Isso significa que o homem, como um todo, sofreu as consequências da queda e, a partir de Adão, tem uma inclinação natural para o mal. A sua natureza agora é totalmente caída.
Cosmovisão da Redenção
A forma como você enxerga o evangelho afeta a forma como você age no mundo.
Não cremos em salvação por obras pois sabemos que, por causa da queda, o homem é incapaz de se achegar a Deus por suas próprias forças.
Cosmovisão da Consumação
O local onde depositamos a nossa esperança afeta a forma como enxergamos o mundo.
A cosmovisão cristã nos fala da esperança da volta de Cristo e da restauração definitiva do seu Reino.
CORPO DO SERMÃO
Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
V14 - euangelion tem aqui um conteúdo diferente de 1:1, onde é um termo técnico para a pregação missionária cristã. Aqui pode ser traduzido por “boa notícia”. É claro que os dois usos de euangelion estão relacionados, mas é útil diferenciá-los.
“Evangelho” no NT e no seu mundo
Como dois pilares seguram as duas pontas de uma ponte, temos no começo e no fim a palavra “evangelho, boa notícia”, segurando a pregação em todas as suas partes. Jesus era essencialmente mensageiro de boas novas (cf. 1:1).
Antes de tomar posição, aproximemo-nos do uso político do termo
Um exemplo eloquente do seu uso é uma inscrição da cidade de Priene, na Ásia Menor, do ano 9 a.C. Ela celebra o nascimento do imperador Augusto
“Este dia trouxe ao mundo um novo rosto. Ele estaria perdido, se com seu nascimento não brilhasse a salvação para todas as pessoas. Para o bem do mundo, este homem foi agraciado com tantos talentos, que foi enviado como salvador a nós e às gerações futuras. Toda inimizade chegou ao fim, ele tornará tudo glorioso. As esperanças dos pais se realizaram. É impossível que jamais venha alguém maior. O dia do seu nascimento presenteou o mundo com os evangelhos que se vinculam ao seu nome. Com seu nascimento começa uma nova contagem do tempo.”
O anúncio do nascimento de Augusto não foi o único “evangelho”. Muitos outros detalhes da vida e obra dos imperadores eram contados como “evangelhos”: declaração de maioridade, ascensão ao trono, proclamações de governo, decretos (até sentenças de morte!) e feitos na guerra. Não saía nada da corte que não fosse anunciado com otimismo descarado como “evangelho”.
Já que o imperador era considerado mais que humano, a corporificação do divino na terra, tudo o que fizesse ou deixasse de fazer deveria provocar exclamações de júbilo na humanidade desanimada e sofredora.
AMADA IGREJA É NESSE CONTEXTO DE MARCOS 1.1 QUE O EVANGELHO DE JESUS CRISTO ADENTRA NO MUNDO
O “evangelho de Jesus Cristo” (1:1) tinha de polemizar com os “evangelhos” romanos. Para os crentes, o único evangelho absoluto varria como pó a produção em série de evangelhos, que se desacreditava com sua constante repetição.
OLHEMOS GÁLATAS 1:7
Gálatas 1.7 (RA)
“O qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo”.
Mas para a definição do conteúdo do “evangelho” cristão o vocábulo não deve ser isolado do AT.
A expectativa pelo reinado de Deus entre os judeus e em Jesus. Jesus podia falar do “reinado de Deus” (ou “reino de Deus”)
O pedido é compreensível. Israel sabia que Deus reina, mas o governo estrangeiro dos romanos estava em contraste insuportável com este fato. Disto resultou a expectativa por um reinado de Deus que no momento não existia. Por isso Israel clamava sem cessar por uma solução para esta dissonância, em futuro próximo.
OLHEM MATEUS 6:9-10 “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;”
Com o Pai Nosso só uma diferença chama à atenção: os judeus clamavam pela vinda do reino só no fim da sua oração, como poslúdio, enquanto Jesus inicia com ele. Ele quer que cada petição seja entendida à luz deste primeiro pedido.
O que para os judeus era a última coisa, para ele é a primeira e, em certo sentido, a única. O reinado de Deus aglutinava como um âmago magnético tudo o que ele pedia em oração, ensinava, desejava, fazia e sofria.
PARA JESUS
Suas parábolas, seu chamado à conversão ao discipulado, suas exigências éticas, seus atos de poder, operações de sinais como sua morte e ressurreição, respiram dentro do horizonte do reino vindouro. “Reinado de Deus” em Jesus é praticamente a palavra de salvação,
V14
Notemos a natureza da pregação de Cristo. Lemos que o Senhor Jesus surgiu proclamando: “Arrependei-vos e crede no evangelho”. Esse é o mesmo antigo sermão que todas as fiéis testemunhas de Deus têm pregado continuamente, desde os primórdios do mundo. Desde Noé até o presente, a essência da mensagem de todos eles sempre tem sido a mesma: “arrependei-vos e crede”.
Declarou o apóstolo Paulo aos anciãos da igreja em Éfeso, quando os deixou pela última vez, que a substância do ensino que lhes ministrara fora “o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus [Cristo]” (At 20.21).
MEUS AMADOS IRMÃOS PAULO CONTAVA COM O MELHOR DE TODOS OS PRECEDENTES EM TAL PREGAÇÃO
O próprio Cabeça da Igreja lhe fornecera o modelo. O arrependimento e a fé haviam sido as pedras fundamentais do ministério de Cristo. O arrependimento e a fé devem ser os principais assuntos do ensino ministrado por todo fiel ministro do evangelho.
Quando levamos em conta as necessidades da natureza humana, não precisamos admirar-nos disso.
Todos nós, por natureza, somos nascidos em pecado e filhos da ira.
Todos precisamos arrepender-nos, converter-nos e nascer de novo, se quisermos ver o reino de Deus.
Por natureza, todos somos culpados e estamos condenados aos olhos do Senhor;
Todos precisamos recorrer à esperança que nos foi proposta, por meio do evangelho, crendo nele, se quisermos ser salvos.
AGORA VEM A DIFERENÇA EM NOSSA VIDAS, APÓS RECEBERMOS O EVANGELHO DA SALVAÇÃO:
Todos nós, uma vez arrependidos, precisamos despertar diariamente para um arrependimento ainda mais profundo. Embora já sejamos crentes, todos nós precisamos de contínua exortação para crescer na fé.
Indaguemos a nós mesmos o que sabemos a respeito desse arrependimento e dessa fé.
Já sentimos e abandonamos nossos pecados?
Já descansamos em Cristo e nele confiamos?
Podemos chegar ao céu sem muita cultura, riqueza, saúde ou grandeza neste mundo?
Uma nova seção de Marcos começa aqui. Entre o
Batismo de Cristo e a sua
Tentação, de um lado (1.9–13), e
Sua chegada na Galileia, narrada aqui no versículo 14,
A preparação para, e a inauguração da obra que o Pai deu ao Filho para fazer estão terminadas
O início foi realizado.
Tendo sido apresentado a Israel pelo arauto, isto é, João Batista,
Jesus, pelo batismo que ele mesmo requisitou, reafirmou sua decisão de levar sobre si os pecados do mundo.
Além disso, ele provou ser digno, pois triunfou sobre Satanás durante a tentação no deserto.
Ele fez isso como representante de seu povo, o último Adão, triunfando onde o primeiro Adão falhou.
Portanto, nada pode impedi-lo agora de levar em frente a missão que lhe foi dada e voluntariamente assumida por ele.
V 14b JESUS PREGANDO O EVANGELHO DE DEUS
Então Jesus veio para a Galileia pregando o evangelho, isto é, proclamando as boas-novas da salvação como dom gratuito de Deus ao homem, uma salvação que, do começo ao fim, é obra de Deus
Foi ele quem providenciou o caminho da salvação, sem o qual todos os homens estariam perdidos eternamente. Esta boa-nova é, portanto, em verdade, o “evangelho de Deus”.
O que poderia ilustrar isto mais claramente do que esta série de passagens:
JOÃO 3:16 - ROMANOS 8:3-32 - 2CORÍNTIOS 5:20-21 - GÁLATAS 4:4-5 - EFÉSIOS 2:8-10 E TITO 3:4-7
V15 … e dizendo: O tempo está cumprido
CF. GÁLATAS 4.4 E EFÉSIOS 1:10
A época apropriada ou a oportunidade de ouro para o cumprimento das promessas redentivas de Deus e, com isso, da promulgação do evangelho havia chegado
Era chegada a hora do cumprimento de Isaías 9.1–2
Por isso Jesus continua: e o reino de Deus está próximo.
Notem que aqui lemos “reino de Deus” onde Mateus geralmente usa “reino dos céus”. Basicamente o significado é o mesmo. O que Jesus está dizendo, então, é que o reino de Deus no coração e na vida dos homens começaria a se afirmar muito mais poderosamente do que antes. Grandes bênçãos estavam preparadas para aqueles que, pela graça soberana, confessariam e deixariam seus pecados e começariam a viver para a glória de Deus.
No seu sentido mais abrangente, os termos reino dos céus, reino de Deus ou simplesmente o reino (quando o contexto deixa claro que o significado é o “reino dos céus ou de Deus”), indica o reinado, governo ou soberania de Deus, reconhecidos no coração e em ação na vida de seu povo, efetuando sua completa salvação, sua constituição como igreja e, finalmente, o universo redimido.
Notem especialmente os quatro conceitos:
A. O reinado, governo ou soberania reconhecida de Deus. Este pode ser o significado em Lucas 17.21: “O reino de Deus está dentro de vocês” e é o significado de Mateus 6.10: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade…”
B. A completa salvação, todas as bênçãos materiais e espirituais – isto é, bênçãos para a alma e o corpo – que resultam quando Deus é Rei em nosso coração, sendo reconhecido e obedecido como tal. Este é o significado, segundo o contexto, de Marcos 10.25: “É mais fácil… que para um homem rico entrar no reino de Deus… disseram: ‘então quem pode ser salvo?’ ”.
C. A igreja: a comunidade daqueles em cujo coração Deus é reconhecido como Rei. O reino de Deus e a igreja, quando usados neste sentido, são quase equivalentes. Este é o sentido em Mateus 16.18–19, “… e sobre esta rocha edificarei a minha igreja… e darei a você as chaves do reino dos céus”.
D. O universo redimido: os novos céus e a nova terra com toda a sua glória; algo ainda no futuro: a realização final do poder salvador de Deus. Assim em Mateus 25.34, “… herdar o reino preparado para vocês…”.
Esses quatro significados não são separados e desconexos. Todos procedem da ideia central do reinado de Deus, sua supremacia na esfera de seu poder salvador
Jesus continua: sejam convertidos e creiam no evangelho
CompareM “sejam convertidos, pois o reino de Deus está próximo”, faladas por João Batista (Mt 3.2; veja também Marcos 1.4), com “o reino de Deus está próximo; sejam convertidos…”, faladas por Jesus.