CARTA À IGREJA DE LAODÍCEIA

CARTA À IGREJA DE LAODICEIA

INTRODUÇÃO

Por volta de 250 a.C., o rei sírio Antíoco II estendeu sua influência para o oeste, conquistou a cidade e lhe deu o nome de Laodiceia em honra a sua esposa Laódice.

Os Romanos construíram um sistema de estradas do leste para o oeste e do Norte para o sul. Laodiceia ficava no cruzamento dessas estradas, cresceu e se tornou um dos centros comerciais mais importantes e adquiriu riquezas e influência.

Sua indústria de lã prosperou com a produção e a exportação de lã negra, a produção de roupas comuns e caras e a invenção de um colírio eficiente. A cidade possuía uma escola de medicina especializada no tratamento de olhos e ouvidos e havia desenvolvido uma pomada para tratar olhos inflamados. Esse colírio tornou a escola conhecida no mundo inteiro.

A carta à igreja de Laodiceia nada revela sobre uma presença judaica, o que pode significar que essa igreja, como a de Sardes, pregava um evangelho que não representava nenhuma ameaça para os judeus. Os cristãos de Laodiceia também não sofriam nenhum tipo de perseguição por parte população gentia, e tampouco havia profetas falsos, nem nicolaítas, nenhum Balaão ou Jezabel na igreja.

A igreja se adaptou a outras religiões, gozava de riquezas materiais, se contentava com sua vida fácil e não avançava a causa de Cristo. Consequentemente, Jesus não tem nenhuma palavra de elogio para essa igreja.

A água que abastecia Laodiceia vinha de uma distância de 100 quilômetros da cidade de Hierápolis e era transportada por um aqueduto. Suas fontes eram termas e sua água era rica em carbonato de cálcio; quando a água chegava a Laodiceia, ela estava morna. Embora essas termas tivessem valor medicinal e os balneários atraíssem as pessoas, Jesus compara as águas tépidas com a vida espiritual morna dos crentes em Laodiceia.

A CIDADE DE LAODICÉIA DESTACAVA-SE POR QUATRO CARACTERÍSTICAS:

1) Centro bancário e financeiro

2) Centro de indústria de tecidos

3) Centro médico de importância

4) Centro das águas térmicas

1) Centro bancário e financeiro - Era uma das cidades mais ricas do mundo. Lugar de muitos milionários. Em 61 d.C, foi devastada por um terremoto e reconstruída sem aceitar ajuda do imperador. Os habitantes eram jactanciosos de sua riqueza. A cidade era tão rica que não sentia necessidade de Deus.

2) Centro de indústria de tecidos - Em Laodicéia produzia-se uma lã especial famosa no mundo inteiro. A cidade estava orgulhosa da roupa que produzia.

3) Centro médico de importância - Ali havia uma escola de medicina famosíssima. Fabricava-se ali dois ungüentos quase milagrosos para os ouvidos e os olhos. 0 pó frígio para fabricar o colírio era o remédio mais importante produzido na cidade.

4) Centro das águas térmicas - A região era formada por três cidades: Colossos, Hierápolis e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em Hierápolis havia fonte de água quente, que em seu curso sobre o planalto tornava-se morna, e nesta condição fluía dos rochedos fronteiros a Laodicéia. Tanto as águas quentes de Hierápolis, como as águas frias de Colossos eram terapêuticas, mas as águas mornas de Laodicéia eram intragáveis.

O DIAGNÓSTICO QUE CRISTO FAZ DA IGREJA (vs 15-16)

O Cristo que está no meio dos candeeiros e anda no meio dos candeeiros, sonda a igreja de Laodicéia e também a nossa igreja.

“Conheço as suas obras; você não é nem frio e nem quente. Eu gostaria que você fosse frio ou quente.”

Jesus conhecia as obras de Laodiceia, e Ele repreendeu essa igreja. Ela não estava mais ativa e viva: os poucos fiéis em Laodiceia eram como sua água – nem frios nem quentes.

1. Jesus identificou a falta de fervor espiritual da igreja - v. 15

Na vida cristã há três temperaturas espirituais: 1) Um coração ardente (Luc 24:32); 2) Um coração frio (Mt 24:12), e 3) Um coração morno (Ap 3:16). (Hernandes Dias Lopes)

Jesus e Satanás conhecem a maré espiritual baixa da igreja. Nada se informa sobre tentação, perseguição, negação, apostasia ou abalos nessa igreja.

O problema da igreja de Laodicéia não era teológico nem moral. Não havia falsos mestres, nem heresias. Não havia pecado de imoralidade nem engano. Não há na carta menção de hereges, malfeitores ou perseguidores. O que faltava à igreja era fervor espiritual.

A vida espiritual da igreja era morna, indefinível, apática, indiferente e nauseante. A igreja era acomodada. O problema da igreja não era heresia, mas apatia (desânimo).

Os cristãos de Laodiceia não tinham nenhum interesse em serem testemunhas de Jesus Cristo, em viverem uma vida de serviço para o Senhor, ou em pregarem e ensinarem seu evangelho para o avanço da sua igreja e do Reino de Deus

Jonathan Édwards disse que precisamos ter luz na mente e fogo no coração. A verdade de Deus é lógica em fogo.

(Rm 12.11) “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor;” (estar entusiasmado, ser qunte)

2. Jesus identificou que um crente morno é pior do que um incrédulo frio - v. 15

É melhor ser frio do que morno. E mais honroso ser um ateu declarado do que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica.

A queixa de Jesus contra os fariseus era contra a hipocrisia deles. Alguém que nunca fez profissão de fé e tem a consciência de sua completa falta de vida moral é muito mais fácil de ser ajudado que algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida espiritual.

Cristo não tem nenhum interesse num cristianismo morno, porque não tem nenhum valor. Ele prefere trabalhar com pessoas que estão cheias de energia para cumprir suas ordens.

Jesus identificou que a autoconfiança da igreja era absolutamente falsa - v. 17

A tragédia do auto-engano (v. 17) - Laodicéia se considerava rica e era pobre. Sardes se considerava viva e estava morta. Esmirna se considerava pobre, mas era rica. Filadélfia tinha pouca força, mas Jesus colocara diante dela uma porta aberta. O fariseu deu graças por não ser como os demais homens. Muitos no dia do juízo vão estar enganados (Mt 7:21-23). A igreja era morna devido à ilusão que alimentava a respeito de si mesma.

A tragédia da auto-satisfação (v. 17) - A igreja disse: "Não preciso de coisa alguma". A igreja de Laodicéia era morna em seu amor a Cristo, mas amava o dinheiro. O amor ao dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa auto-satisfação. A igreja não tinha consciência de sua condição. A lenda de Narciso.

Laodiceia estava orgulhosa do seu ouro, roupas e colírio. Mas era pobre, nua e cega.