Oração de Fé

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Texto

Salmo 13 (RA)
Ao mestre de canto. Salmo de Davi
1 Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto?
2 Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?
3 Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte;
4 para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar.
5 No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação.
6 Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.

Introdução

O livro dos salmos é considerado o hinário de Israel. Muitos desses cânticos se originam numa oração, numa petição a Deus por algo: seja bênçãos pessoais, livramentos, a derrota dos inimigos, prosperidade, saúde, etc..
Esses oração, obviamente inspiradas pelo Espírito Santo, era usadas como cânticos durante as celebrações no templo.
Agora veja que interessante! Já pensou em sua oração se tornando um cântico e sendo entoada na igreja? Era exatamente assim.
Outro ponto a se observar é que, majoritariamente, os salmistas, por mais que estejam angustiados, aflitos, temerosos, ele sempre finalizam seus salmos, ou seja, suas orações, tendo a certeza de que Deus está olhando, cuidando, agindo em favor dos seus.
Outro ponto interessante que devemos observar e aprender com os salmistas, é que na presença de Deus nós sempre unimos a santa reverência com a sinceridade de um coração desejos, amedrontado, incrédulo, desconfiado e até mesmo revoltado com a situação em que se encontra, despejando então sobre Deus toda essa ansiedade e esses temores.
Os salmos são adorações de pessoas reais, não de pessoas ideais, e essa é a nossa realidade. Nós vivemos com o mundo ideal em nossa mente e em nossos anseios, mas vivemos com o mundo real à nossa frente de nossos olhos e não podemos confundi-los. É por isso que em muitos salmos, parece que o salmista está revoltado com Deus, mas na realidade ele só está sendo sincero. Veja esse salmo de hoje.
Nesta primeira parte o salmista repete por 4 vezes a expressão: “Até quando”. Tal repetição aqui se dá pelo fato do salmista estar realmente desesperado em relação ao situação que estava vivendo.
O Salmo é divido em 3 partes.
Primeira parte (1-2). O salmista se derrama na presença do Senhor.
Segunda parte (3-4). O salmista foca sua oração no pedido de livramento frente aos inimigos.
Terceira parte (5-6). O salmista, mesmo em frente a tudo isso, presta adoração ao Senhor.

Primeira parte

Salmo 13.1–2 RA
1 Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? 2 Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?
O salmista não começa com “excelentíssimo Deus”, ou “excelso e magnânimo Jeová”. Ele está apreensivo, ele está angustiado, ele está sofrendo de verdade com os acontecimentos e ele é direto: “Até quando, Senhor, te esquecerás de mim? Será para sempre?”. Depois ele segue: “Até quando esconderás de mim o teu rosto?
Aplicação: Os homens são maus e os mais ingratos. Geralmente as pessoas vivem suas vidas e quando tudo vai bem elas tendem a atribuir tão benesse ao seu esforço, ao seu trabalho, à sua perspicácia, etc.. Porém, quando as coisas vão mal, essas mesmas pessoas não dizem que tal acontecimento se dá por que foram desobedientes, negligentes, desatentos, imprudentes, etc.. Não! Eles culpam Deus e se perguntam: “Porque Deus está fazendo isso comigo?”, “Porque Deus me abandonou?”, quando na verdade, o que está acontecendo é a colheita daquilo que foi plantado.
Mas que bênção é servir ao Deus do céu e tê-lo como nosso Pai. Porque mesmo que estejamos colhendo frutos de nossa própria rebeldia e descaso em relação à Palavra dele, existe nele perdão e refrigério para nossas almas. Existe nele conforto, consolo e nele, e somente nele a graça é superabundante.
É por isso que o salmista pode se dirigir a Deus dessa forma, angustiante e quase desesperada. É por haver em Deus graça infinita que, independente do nosso tropeço e nosso pecado, nós podemos nos dirigir a Ele e clamar: “Até quando, Senhor?”.
Por isso, nessa noite, irmãos e irmãs, se você está angustiado, sofrendo, desesperançoso, sentindo que o céu está fechado acima de sua cabeça, tenha certeza que sua voz chega até Ele quando vc clama: “Até quando, Senhor?.
E às vezes, passamos por situações tão difíceis, onde não conseguimos enxergar a saída, a luz no fim do túnel, e a situação se agiganta tanto que chegamos a imaginar que Deus não está nem aí para nossas aflições, nossa natureza pecaminosa se aflora ainda mais nesses momentos e jogam contra nós tentando dizer que Deus não ouve nosso clamor, mas é aí que a fé deve entrar em ação. Tenha fé!
“Até quando esconderás de mim o teu rosto?”: Esta parte é interessante. Aqui o salmista dá a ideia de que há algo como uma brincadeira de esconde esconde. Onde ele procura Deus e Deus está escondido, parece que está em tal lugar, mas quando ele chega lá, ele não está, parece que foi para outro lado, mas quando ele chega lá também não está.
Daí ele segue no verso dois: Sl 13.2 “2 Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?”
Acho interessante a forma como a NVI traduziu esse versículo: “Até quando terei inquietações e tristeza no coração dia após dias?”.
Sabe quando no meio da noite você perde o sono? Você fica inquieto, vira para um lado e para o outro a noite toda mas o sono não vem? A situação está tão difícil que você não consegue parar de pensar no problema nem por um segundo? Pois é, é isso que o salmista está relatando estar acontecendo com ele. Ele não tem sossego à noite! Ele está constantemente inquieto. Ele não consegue parar de pensar no problema, e sabe a consequência disso? Tristeza! tristeza dia após dia. O brilhos dos olhos se foi, o sorriso no rosto se foi, por isso ele se dirige a Deus: “Até quando, Senhor!”.
E nesse meio tempo os inimigos estão felizes, alegres, se exaltando na tristeza de Davi. Eu não vou dizer aqui que nos seus momentos de aflição seus inimigos estão regozijando, porque isso é uma total distorção do texto bíblico.
Quando os salmistas se dirigem a Deus clamando contra os seus inimigos, eles não estão falando sobre um mal vizinho, não estão falando sobre um colega fofoqueiro, não estão falando sobre o cara que está de cara virada pra você no trabalho, nem tampouco das pessoas que você imagina que são seus inimigos porque, segundo sua cabeça, são pessoas que tem inveja de você. O contexto aqui é outro!
O contexto aqui diz respeito à inimigos reais que de pronto matarão Davi se o Senhor não intervir. São inimigos da nação de Israel que poderão destruir todo o povo de Deus.
Entender esse contexto nos ajuda a entender a magnitude do problema do salmista.
Aplicação: Imagino que por mais que você sofra ou passe por momentos ruins, não tem ninguém querendo acabar com sua vida, pelo menos não diretamente! Ainda assim se tiver, esse salmo nos ensina que é lícito lançar sobre o Senhor todos os motivos de nossas inquietações. Então, sim. ainda que você não esteja correndo risco de vida, você pode, a exemplo do salmista se dirigir a Deus e derramar sobre ele todos os problemas que você tem passado. Não existe problema grande demais que Deus não tenha poder para solucionar, e da mesma forma, não existe problema pequeno demais ao qual Deus não se importe em resolvê-lo.

Segunda parte

Salmo 13.3–4 RA
3 Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte; 4 para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar.
O salmista está enfrentando um problema que pode levá-lo a morte! E aqui ele deixa esfriar a postura incisiva da primeira parte: “Até quando, Senhor”, e se deixa levar por uma postura de súplica.
A imagem que temos aqui é de alguém prostrado com o rosto no chão, lágrimas escorrendo pelos olhos entendendo que por si só não é exatamente nada, e que depende inteiramente de Deus.
Esse deve ser o curso de nossa oração! Nos levar a entregar a Deus toda a situação, mesmo que pareça que Deus não nos ouve, que ele está se escondendo de nós. Mas também nos prostramos diante dele dizendo: “Senhor, olha pra mim com seu olhar de misericórdia. Responde-me, SENHOR, meu Deus!”.
Aplicação: Irmãos, como nossa vida cristã esfriou a partir do momento em que não somos vistos mais com nossos joelhos dobrados diante de nosso Deus! Como nossa adoração a Deus se transformou numa coisa sem graça e sem vida a partir do momento que nossos joelhos não se dobram mais perante o criador. E quando cito isso, não estou dizendo que a forma correta de orar é apenas de joelhos, eu falo aqui da nossa disposição em nos prostrarmos diante do Criador.
“Ilumina os meus olhos, para que eu não durma o sono da morte”;
O termo iluminar os olhos utilizado aqui é uma metáfora para se referir ao fôlego de vida.
Veja: Pv 29.13 “13 O pobre e o seu opressor se encontram, mas é o Senhor quem dá luz aos olhos de ambos.”
1Sm 14.27 “27 Jônatas, porém, não tinha ouvido quando seu pai conjurara o povo, e estendeu a ponta da vara que tinha na mão, e a molhou no favo de mel; e, levando a mão à boca, tornaram a brilhar os seus olhos.”
Davi está a beira da morte e pede a Deus que lhe dê vida. Sua situação é terminal, mas ele se dirige a Deus e suplica que Deus lhe dê vida. Seus inimigos estão regozijando e pensando que prevaleceram contra ele, mas ele suplica que Deus lhe dê vida.
Agora vamos recapitular.
O salmista de dirige a Deus e o questiona por 4 vezes: “Até quando, Senhor?”.
Até quando o Senhor se esquecerá de mim? Será para sempre?
Até quando o Senhor esconderá seu rosto de mim?
Até quando eu estarei inquieto e triste?
Até quando o meu inimigo se alegrará com a minha situação?
Ele passa então da revolta para súplica. “Olha para mim e reponde-me.
Não me deixe morrer.
Agora, apesar de tudo isso, veja como ele finaliza sua oração:

Terceira parte

Salmo 13.5–6 RA
5 No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. 6 Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.
Davi expressa sua total confiança de que a oração que ele acabou de fazer foi ouvida por Deus e ele crê piamente que o livramento que pediu lhe será concedido.
Perceba a progressão do salmista em sua oração, ele começa sugerindo que Deus não está lhe ouvindo, que Deus se esqueceu dele, e finaliza com a certeza de que Deus o ouviu e lhe atenderá.
Com isso só lhe resta fazer uma coisa: Cantar louvores a Deus, porquanto Deus lhe tem feito muito bem, sempre.
Aplicação: Eis a importância da oração irmãos. A oração nos aproxima de Deus, a oração nos alinha com a vontade divina, a oração nos conecta com o querer divino, a oração faz com que nossas revoltas, nossos desesperos, nossas dúvidas sejam todas acalmadas pelo Senhor. A oração nos mostra que mesmo que a situação que estamos vivendo pareça impossível, Deus do céu nos ouve e nos atende.
Aplicação final:
Seja sincero com Deus em suas orações. Se tem alguém que você pode ser sincero e direto é com Deus. Afinal, ele conhece você melhor do que você mesmo, mas ele gosta de nossa iniciativa em nos direcionarmos a ele e falar com ele.
Não se preocupe com palavras bonitas. Ore da sua maneira, contudo seja sincero.
Confie na graça de Deus. Nunca deixe o problema anuviar seus olhos e te impedir de contemplar o Criador.
Adore a Deus sempre. Adorar não é só cantar, adorar é antes de tudo viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. Só assim você conseguirá louvá-lo mesmo em meio as dores e aos sofrimentos.
Oremos!
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