PERDÃO ILIMITADO! Lucas 7.36-50

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Não há pecador na terra, por pior que seja, que não possa ser alvo do perdão ilimitado de Deus, em Cristo Jesus.

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Grande ideia: Não há pecador na terra, por pior que seja, que não possa ser alvo do perdão ilimitado de Deus, em Cristo Jesus.
Estrutura: Há o ensino de que os pecadores são o alvo preferencial do perdão de Deus (vv. 36-39), e a ilustração de Jesus de que o amor do perdoador é diretamente proporcional à culpa do pecador (vv. 40-50).
IMPORTANTE: não confundir esse episódio na casa de Simão, o fariseu, com o ocorrido na casa de outro Simão, o leproso (Marcos 14.3-9).
CONECTANDO com a porção anterior:
Lucas 7.30 (NAA)
30mas os fariseus e os intérpretes da Lei rejeitaram, quanto a si mesmos, o plano de Deus, não tendo sido batizados por ele.
Lucas 7.34 (NAA)
34Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e vocês dizem: “Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!”
No evangelho de Lucas, “Jesus completa a história da aliança entre Deus e Israel e anuncia as boas novas do reino de Deus tanto para os pobres como para os ricos”.
01. Ensino: os pecadores são alvos do perdão divino. (vv. 36-39)
(a) Jesus recebendo convite de um fariseu para jantar com ele: algo inusitado, bem diferente do jantar de Levi, com os publicanos.
Lucas 5.29–30 (NAA)
29Então Levi lhe ofereceu um grande banquete em sua casa; e era grande o número de publicanos e outras pessoas que estavam com eles à mesa.
30Os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: — Por que vocês comem e bebem com os publicanos e pecadores?
(b) Aparece agora uma “mulher da cidade, pecadora”, com um presente extravagante: “vaso de alabastro com unguento”. Nada mais contraditório do que esse encontro: na casa de um “fariseu”, uma “pecadora”.
Kenneth Bailey:
Ibn al-Tayyib, famoso erudito iraquiano do século XI, escrevendo um comentário árabe sobre texto, observa:
A frase “aos seus pés” e a frase “estando por detrás” completam-se, porque Ele estava reclinado com as pernas esticadas e isto, além do fato de que ela “estando por detrás”, a coloca numa posição aos Seus pés.
Ela está de pé atrás dele porque tem vergonha de encará-Lo, pois conhece os seus pecados, e por causa do respeito que demonstra por Sua pessoa.
(c) A ação dessa “pecadora” é ainda mais arrebatadora: ela rega os pés de Jesus com suas lágrimas, enxuga-os com seus cabelos, beija-os afetuosamente e unge-os com o perfume caríssimo.
Lucas, Volumes 1 e 2 A. Na Casa de Simão o Fariseu Jesus é Ungido por uma Mulher Arrependida

O jarro de alabastro era um frasco de gesso branco fino (ou talvez de cor muito clara e delicada). Tinha um gargalo longo. Para derramar seu conteúdo, esse gargalo tinha de ser quebrado. É evidente que ela sentiu a necessidade de trazer uma oferenda de ação de graças a quem fora o instrumento na transformação de sua vida.

Lucas, Volumes 1 e 2 A. Na Casa de Simão o Fariseu Jesus é Ungido por uma Mulher Arrependida

Ela tinha vindo com o intuito de ungir Jesus com perfume; note: com perfume, caro e fragrante (cf. Mt 26.7, 12; Mc 14.3–5; Jo 11.2–5), não simplesmente com azeite de oliva comum (veja o v. 46).

(e) O fariseu mantendo seu estilo crítico e impessoal, alfineta a Jesus, tudo para questionar o seu chamado de ser “profeta”.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 4396 προφητης prophetes

alguém que, movido pelo Espírito de Deus e, por isso, seu instrumento ou porta-voz, solenemente declara aos homens o que recebeu por inspiração, especialmente aquilo que concerne a eventos futuros, e em particular tudo o que se relaciona com a causa e reino de Deus e a salvação humana

02.Ilustração: o perdoador ama em proporção à culpa do pecador. (vv. 40-50)
(a) A parábola do credor e dos dois devedores: como ambos não tinham condições de sanar a dívida, houve o “perdão ilimitado”. Discute-se aqui a proporcionalidade do perdão: de acordo com a gravidade da culpa.
(b) Jesus aproveita para ligar o assunto da história com a “mulher pecadora”, em sua fala direcionada a Simão: “um peca sem lei, o outro peca dentro da lei”.
Kenneth Bailey:
Ibn al-Tayyib faz algumas considerações bastante interessantes acerca desse ponto.
E os dois devedores referem-se a dois tipos de pecadores. Um é um grande pecador como a mulher, e o outro é um pequeno pecador como o fariseu. Com a frase “um pequeno pecador” Ele dá a entender o pecado propriamente dito, ou refere-se ao conceito que ele (Simão) tem da sua própria perfeição. Este conceito lhe rouba a virtude e a percepção de que aquele a quem mais é perdoado, ama mais. De fato, Ele lhe contou (a Simão) esta parábola com o objetivo de reprovar o fariseu pelos sentimentos que ele abrigara no peito contra qualquer contato com pecadores, e demonstrar-lhe que o amor daquela mulher por Ele é maior do que o amor dele, por causa do transbordamento da Sua graça para com ela.
E as Suas palavras: “Aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” significam que aquele que tem muitos pecados experimenta um profundo arrependimento, seguido por um sincero amor a Deus. Mas aquele que tem poucos pecados se orgulha da sua retidão, e pensa que tem pequena necessidade de perdão, e por isso tem muito pouco amor a Deus.
(c) Na série de comparações Jesus expõe toda a sua riqueza de detalhes: “Simão, violou os costumes comuns de hospitalidade”.
A MENSAGEM:
“Tem razão”, disse Jesus. Então, voltou-se para a mulher, mas, ainda falando a Simão, perguntou: “Vê essa mulher? Eu vim à sua casa, e você não me trouxe água para os pés; ela, porém, derramou lágrimas nos meus pés e os enxugou com os cabelos. Você nem me cumprimentou direito, mas, desde a hora em que cheguei aqui, ela não se cansa de beijar meus pés. Você não me recebeu como é nosso costume, derramando azeite em minha cabeça, mas ela perfumou meus pés. Não foi assim mesmo? A razão de tudo é que ela foi perdoada de muitos pecados, por isso estão tão agradecida. Quem recebe pouco perdão mostra pequena gratidão”.

O perdão dos pecados, dado por Jesus, anuncia um amor novo e abundante (Lc 7.47) que preenche e direciona toda vida e ação.

Paul Tripp:
Todos nós fomos criados para vivermos conscientes de Deus e, em razão desta consciência, vivermos uma vida que agrade a Deus. O temor do Senhor deve ser a motivação principal para tudo o que fizermos. Mas algo nos acontece quando somos levados a um relacionamento mais intimo com Deus e temos a bênção de penetrar seus recônditos. A familiaridade pode nos fazer perder nosso temor a Deus. O que antes nos impactava, já não nos impacta mais. O que antes produzia adoração em nossos corações, já não produz nada. O que antes nos fazia agir com esperança e coragem, já não o faz. O que antes nos fazia dizer não ao pecado e sim à justiça, já não produz em nós o mesmo efeito. Temo que muitos de nós tenhamos perdido nosso temor de Deus e que já não mais o conheçamos.
(e) Agora temos a conclusão da fala de Jesus, em dois atos: “os seus pecados estão perdoados”, e “a sua fé salvou você; vá em paz”.
Lucas, Volumes 1 e 2 C. Por Meio da Parábola dos Dois Devedores, Jesus Faz Sua Autodefesa. Ele Tranquiliza a Mulher

Jesus acrescenta: “Portanto lhe digo, seus pecados, ainda que muitos, lhe são perdoados” etc. Para imprimir toda a ênfase do original, a tradução teria de ser ampliada mais ou menos assim: “Portanto eu lhe digo: Perdoados são os seus pecados, por mais numerosos que tenham sido. Foram perdoados, como se faz evidente à luz do fato de que ela, ciente de ter sido perdoada, demonstrou que me ama tão intensamente. É a pessoa a quem pouco se perdoou a que menos ama”. O que Jesus ensina é que o transbordamento de amor resulta do fato de estar alguém ciente de ter sido perdoado.

ἁμαρτία, -ας, ἡ, estado errado da alma ou mente, princípio ou atitude pecaminosa, agregado de pecados cometidos por uma pessoa, pecado como um princípio e um poder, ofensa, violação da lei divina; em Heb. 10:6, sacrifício pelo pecado, § 529

εἰρήνη, -ης, ἡ, paz, envolvendo ordem, segurança, concórdia, felicidade, isenção de ódios e estragos de guerra; “o estado tranqüilo da alma que tem certeza de sua salvação por Cristo, e assim nada temendo da parte de Deus, vive contente com sua sorte neste mundo, seja qual for” — Thayer

David Brown
A expressão “em paz” é literalmente “em paz” [eis eireeneen] – ‘no gozo garantido e permanente da paz de um estado perdoado’.
03. Outras aplicações:
(a) Jesus é o “amigo dos pecadores”. Ele sempre esteve em companhia dos que a sociedade rejeitava. Na casa de um fariseu, uma mulher pecadora roubou a cena.
Lucas 4.18–19 (NAA)
18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19e proclamar o ano aceitável do Senhor.”
Lucas 5.30–31 (NAA)
30Os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: — Por que vocês comem e bebem com os publicanos e pecadores?
31Jesus tomou a palavra e disse: — Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.
(b) A oferta de uma pecadora chama muito mais a atenção de Jesus do que o banquete de alguém que julgava-se santo. Jesus sempre se rende ao cheiro de quebrantamento.
1Timóteo 1.15 (NAA)
15Esta palavra é fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
Lucas 6.21 (NAA)
21— Bem-aventurados são vocês que agora têm fome, porque serão saciados. — Bem-aventurados são vocês que agora choram, porque vocês hão de rir.
(c) Não há limites para o perdão de Deus. Definitivamente, ele é incapaz de não perdoar. Saia dessa noite daqui, perdoado e perdoada, em nome de Jesus!
Mateus 9.2 (NAA)
2E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Jesus, vendo a fé que eles tinham, disse ao paralítico: — Coragem, filho; os seus pecados estão perdoados.
Romanos 5.1–2 (NAA)
1Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo,
2pelo qual obtivemos também acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
O segredo de nós mesmos nos tornarmos santos é conhecer e sentir que Cristo perdoou nossos pecados. A paz com Deus é a única raiz que produzirá o fruto da santidade. O perdão tem de anteceder a santificação. Nada faremos para Cristo enquanto não estivermos reconciliados com Deus. Esse é o primeiro passo da vida cristã. Devemos servir a Cristo porque já temos a vida eterna, e não para consegui-la. Nossas melhores obras, antes de sermos justificados, são pouco melhores do que pecados esplêndidos. Temos de viver pela fé no Filho de Deus; somente então, andaremos em seus caminhos. O coração que experimentou o amor perdoador de Cristo é aquele que ama a Cristo e se esforça para glorificá-lo.
Ryle, J. C.. Meditações no Evangelho de Lucas (Meditações nos Evangelhos) (p. 167). Editora Fiel. Edição do Kindle.
Teologia Concisa: Um Guia de Estudo das Doutrinas Cristãs Históricas Mestre: Jesus Cristo Proclamou o Reino e a Família de Deus

A ética da família de Deus. A nova vida, que vem aos pecadores como dádiva da livre graça de Deus, deve ser expressa num novo estilo de vida. Os que vivem pela graça devem praticar a gratidão; os que têm sido intensamente amados devem mostrar um grande amor pelos outros; os que vivem por ter sido perdoados devem perdoar; os que conhecem a Deus como seu amoroso Pai celestial devem aceitar suas providências sem amargor, honrando-o em todo o tempo pela crença em seu cuidado protetor. Numa palavra, os filhos de Deus devem ser como seu Pai e seu Salvador, o que significa que devem ser totalmente distintos do mundo (Mt 5.43–48; 6.12–15; 18.21–35; 20.26–28; 22.35–40).

Ilustr.
Brenan Manning:
Nos meus oito anos de idade, nasceu em mim, como forma de defesa contra o sofrimento, o impostor, ou o falso eu. O impostor que vive em mim sussurrava: “Brennan, jamais seja quem você de fato é, porque ninguém gosta de você como é. Invente um novo eu a que todos admirem e ninguém conheça”. Tornei-me assim um bom menino: cortês, educado, discreto e respeitoso. Estudei com afinco, tirei as melhores notas, granjeei uma bolsa de estudos para o ensino médio, e a cada momento fui perseguido pelo pavor do abandono e da sensação de não ter ninguém ao meu lado.
Minha mente e meu coração, divorciados um do outro, arrastaram-se profundamente por todo o meu ministério. Durante dezoito anos proclamei as boas novas do amor apaixonado e incondicional de Deus- completamente convicto na mente, mas sem senti-las no coração. Nunca me senti amado. Por fim, após um intenso retiro em que busquei sondar o meu interior, vim a perceber que era verdadeiramente amado. No instante em que aprendi essa verdade monumental, comecei a prantear e a soluçar. Depois de esvaziar o cálice da minha dor, algo notável aconteceu: ouvi ao longe som de música e dança. Eu era ali o filho pródigo voltando para casa, manco; não um espectador, mas um participante. O impostor desvaneceu, e entrei em contato com o meu verdadeiro eu, como o filho de Deus que havia retornado.
“Venha para mim agora”, diz Jesus. “Pare de projetar sobre mim o que sente a seu respeito. Neste momento sua vida é um caniço rachado que eu não quebrarei, um pavio fumegante que não apagarei. Você está num lugar seguro”. Você é amado.
Mateus 12.20 (NAA)
20Não esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que fumega, até que faça vencedor o juízo.
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