A coragem de Paulo

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Paulo é salvo de uma emboscada preparada pelos judeus para matá-lo.

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Introdução

Coragem. Essa é a palavra que define a vida do guerreiro escocês, William Wallace, interpretado por Mel Gibson no filme que conta a sua história, “Coração Valente”. Um guerreiro que, contra os abusos da coroa inglesa, que hostilizava os escoceses, moveu um grande exército para libertar sua amada Escócia. Mesmo depois de ter sido derrotado e executado, sua coragem ecoou pelos anos, seu grito de liberdade pode ser ouvido na história.
Coragem. Uma palavra que definiu a vida de tantos homens e mulheres de Deus que foram entregues ao martírio por manter-se firmes à verdade perante imperadores, reis e religiosos sanguinários, tais como os bispos Latimer e Ridley, que foram condenados à fogueira por permancerem fieis a verdade de Deus pela então rainha da Inglaterra, Maria, a Sanguinária. Suas palavras também ecoam na história, quando o bispo Latimer, sendo amarrado a estaca junto de seu companheiro, exclamou para ele: “Ânimo, irmão! Porta-te como um varão; nós hoje acenderemos na Inglaterra, um facho que, pela graça de Deus nunca se apagará!”
Coragem. Você se considera uma pessoa corajosa? O que você entende por coragem? O apóstolo Paulo é de fato um exemplo de grande coragem em meio a situações adversas, como nos relata essa narrativa de Atos. Mas de onde vem essa coragem de Paulo? Como ele a expressou? O que nos mostra essa narrativa sobre isso?

I. O propósito de Deus (v.11)

Deus havia estabelecido um propósito para Paulo desde que ele pisou em Jerusalém: ser testemunha do evangelho perante as autoridades judias e romanas;
Depois de ter passado pelo sinédrio, onde foi interrogado a respeito do seu zelo pela lei, seu ministério entre os gentios, ele foi livrado de um linchamento e um açoitamento, e depois testemunhar novamente ao sinédrio sobre sua crença na ressurreição de Cristo, foi encaminhado novamente à prisão romana;
Na prisão Paulo recebe a visita do próprio Senhor Jesus, que o encorajou a permanecer firme, pois seu propósito para Paulo era de que ele testemunhasse de Cristo ao imperador romano;
Coragem. Paulo precisava confiar em Cristo para cumprir esse propósito definido por Deus;

II. O ódio dos Judeus (vs. 12-15)

Ainda nutrindo um ódio profundo por Paulo, por causa de suas palavras e seu amor por Cristo, os judeus juraram matá-lo:
Ao jurarem não comer e beber até que matassem Paulo, os judeus fomentam um aparente zelo pela lei. Se não cumprissm, eles deveriam fazer uma oferta de expiação no templo;
Tais juramentos eram comuns e tratados como uma forma de vingança;
A fim de dar cumprimento ao juramento que fizeram, os judeus tramaram uma emboscada para matar Paulo:
Chamaram uma turba de 40 pessoas para se envolver no assassinato;
Pediram autorização aos sacerdotes, que com sua anuência, agiram de acordo com o Plano estabelecido;
Os sacerdotes deveriam pedir que o comandante da prisão trouxesse Paulo mais uma vez perante eles, com o pretexto de investigar o caso, mas uma vez que Paulo chegasse, seria surpreendido pelos assassinos;

III. A bondade do sobrinho de Paulo (vs. 16- 21)

O plano de tirar a vida de Paulo tinha tudo para dar certo. No entanto, Deus em sua providência, mais uma vez livrou Paulo das mãos dos judeus, agindo através de pessoas:
Um sobrinho de Paulo, tendo ouvido a respeito da trama, chegou à fortaleza onde Paulo estava preso, e contou tudo o que sabia a ele;
Não se sabe ao certo a identidade da irmã e do sobrinho de Paulo. Eles aparecem apenas neste relato. Suspeita-se que o sobrinho de Paulo era um cidadão romano, por isso teve acesso à fortaleza Antônia, onde seu tio estava detido;
Paulo pediu que um dos guardas levassem seu sobrinho até o comandante e contasse tudo o que ouvira. O comanante, tomando o rapaz pela mão, um aceno de receptividade e boas-vindas, ouviu tudo o que o rapaz disse e ordenou que não contasse a ninguém;
Assim, por meio de um rapaz Deus frustraria todo o plano de ódio dos judeus e sacerdotes e conduziria Paulo ao propósito que ele determinou;

IV. O oportunismo do comandante (vs. 22-30)

Como o comandante agiria diante dessa emboscada? Lucas nos relata que ele prontamente pediu que fosse delegada uma turba de 200 soldados romanos para proteger Paulo e escoltá-lo para que ele fosse julgado perante o governador Félix:
Alguns comentaristas acreditam que esse número foi exagerado, afinal haveria necessidade de tantos homens para defender um prisioneiro?
A palavra traduzida aqui por lanceiros pode se referir aos cavalos que os soldados usariam para escoltar Paulo até o governador;
Outra hipótese é que, no intento de impressionar o governador, que abominava qualquer insurgência dos judeus, que os via como revolucionários contra o império, ele tenha ordenado esse número exagerado de homens;
Valendo-se do fato, Lisias aproveitou a ocasião para se autopromover perante o governador, relatando que descobrira que Paulo era um cidadão romano, e como ele fora ágil em livrar Paulo de tudo, especialmente da emboscada preparada pelos judeus.
Seu oportunismo é mostrado ao usar os verbos todos na primeira pessoa do singular para relatar ao governador tudo o que aconteceu;
Sua atitude também é marcado pelo egoísmo, pois o governador queria livrar a sua própria cara, pois quase mandou açoitar um cidadão romano, algo terminantemente proibido pela lei romana;
Mesmo que o comandante tenha agido de forma oportunista e egoísta, Deus usou esse homem para livrar Paulo. Uns agem com boas intenções, como o sobrinho de Paulo; outros com intenções egoístas, a fim de tirar proveito da situação, no entanto todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8.28)

V. O formalismo do governador (vs. 31-35)

O comandante ordenou que Paulo fosse escoltado até a presença do gevernador Félix. Um homem conhecido por ser outrora um simples cidadão romano, que por indicação de parentes, galgou cargos até se tornar governador. Fora casado com três princesas, e era conhecido por ser violento e corrupto;
Não havia sistema de correio formais em Roma, a não ser por viajantes e soldados. Os soldados ordenados por Lisias precisariam agir com rapidez, a fim de escoltar Paulo até certo ponto do caminho e entregá-lo aos soldados do governador;
O governador perguntou a Paulo de onde ele viera, a fim de saber se esse caso era de sua jurisdição. Como era comum, ele não julgaria Paulo até que ouvisse formalmente as acusações pela boca de seus acusadores. Assim, ordenou que Paulo ficasse detido em sua própria residência, onde receberia proteção por ser um cidadão romano.
O formalismo do governador foi utilizado por Deus para dar a Paulo proteção e sua primeira oportunidade para testemunhar sobre Cristo às autoridades romanas.

Aplicações:

1. Soberania de Deus e responsabilidade humana. Deus ordena as atitudes dos homens para o bem de seus filhos.
2. Situações adversas são oportunidades para glorificar a Deus e testemunhar do seu evangelho.
3. Precisamos de coragem para viver de acordo com a verdade em um mundo hostil à Deus e sua Palavra, confiando em suas promessas.
Precisamos perseverar constantemente, prosseguir nossa caminhada nesse mundo com nossos olhos fixos em Deus. Como peregrinos nessa terra, Deus já nos revelou o nosso destino, o nosso propósito. Com afirma Albert Moholer, “a estrada da providência de Deus pode ser repleta de dificuldades, mas a percorremos na companhia de Deus”. A nós nos cabe continuar, seguir em frente. Como diz uma canção da cantora Ludimilla Ferber, nunca pare de lutar! Quando tudo parecer estranho, busquemos a face de Deus, “é nessa hora que a gente precisa lutar e jamais desistir… justamente agora é o momento de se humilhar e buscar a face de Deus”. Nossa coragem procede da dependência e obediência a Deus, à sua verdade em todo o tempo.

Conclusão

Como afirma John Stott, “Paulo se achou preso, indefeso e completamente vulnerável entre dois poderes, o religioso e o civil, o hostil e o amigável, Jerusalém e Roma. Não se pode deixar de admirar sua coragem, especialmente quando se colocou nos degraus da fortaleza, sem nenhum poder além da Palavra e do Espírito de Deus, encarando uma multidão furiosa que acabara de maltratá-lo severamente (…) A fonte de sua coragem era sua serena confiança na verdade.”
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