A verdadeira fonte da autoridade - Mc. 11.27-33

Exposição do Evangelho de marcos  •  Sermon  •  Submitted
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Jesus tem sua auoridade questiona, mas prova que a autoriade que Ele tem é legítima, porque procede de Deus.

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Introdução

Segundo Leeman, o grande problema hoje na teologia, é a falta de compreensão e especificidade quanto ao aspecto institucional não só da igreja, mas de um modo geral.
E quando pensamos em instituição (família, igreja, estado, etc) a pergunta que necessariamente faremos é:
“Quem está no comando?” ou “Quem tem autoridade”
Marcos, à partir desse ponto, irá nos narrar uma série de conflitos entre Jesus e os líderes religiosos, em que o cerno deses conflitos tem a ver com o assunto da autoridade.
Nessa narrativa de Marcos apresenta uma elite de líderes, que formava o Sinédrio (STF de Israel), que supostamente tinham autoridade sobre sobre o povo de Deus, e, esses líderes questionam a autoridade de Jesus.
O enredo dessa narrativa gira em torno da autoridade questionada; a autoridade reivindicada e, por último, a autoridade legitimada.

I. A autoridade questionada (27-28)

A. Vamos estabelcer uma linha do tempo
Jesus tinha entrado no templo no domingo à tardinha, depois de sua entrada triunfal (v. 11), e de novo na segunda-feira (v. 15), quando o purificou. E agora, na manhã de terçafeira, Jesus, tendo chegado em Jerusalém, novamente entra no templo. Ele é cercado por um grupo de pessoas, e as está ensinando. Enquanto o seu ensino e sua caminhada estavam acontecendo, seus oponentes se aproximavam - esses homens estavam tomados pela raiva.
B. Quem eram esses que estavam tomados de raiva?
1. Três grupos são mencionados aqui:
1.1. Os principais sacerdotes: constituíam um grupo que consistia do sumo sacerdote atual, daqueles que anteriormente ocuparam esse ofício dentre os quais o sumo sacerdote era geralmente escolhido. - eram os responsáveis pelo templo.
1.2. Os escribas: eram os homens que estudavam, interpretavam e ensinavam a lei - a maioria deles era fariseu.
1.3. Os anciãos: No antigo Israel, o ancião era o cabeça de uma tribo ou de uma divisão tribal (toda cidade ou vila tinha um ancião).Com o estabelecimento do Sinédrio, os membros mais preeminentes dentre os anciãos locais se tornavam membros dessa instituição.
2. Três componentes do Sinédrio:
2.1. Eles também tinham autoridade para supervisionar os assuntos religiosos, políticos e financeiros do povo judeu.
2.2. Esses partidos discordavam entre si sobre muitas coisas, exceto sobre Jesus: 2.3. Os 71 membros do Sinédrio o queriam Jesus morto.
C. Vejamos a pergunta que eles fazem a Jesus (v. 28)
1. A questão é clara: “Com que autoridade fazes essas coisas?
Eles queriam saber com que autoridade Jesus estava fazendo essas coisas, isto é, quem tinha lhe dado esse direito.
Eles estavam dizendo: “Mostre-nos as suas credenciais”.
2. Eles tentaram desacreditar Jesus
2.1. Se Jesus admitisse que não tinha credenciais, podia-se esperar que o povo perdesse o respeito por ele.
2.2. Se Jesus se autoconsiderasse autorizado a fazer as coisas que estava fazendo, ele estaria tomando para si mesmo direitos que pertenceriam somente a Deus - nesse caso, Jesus poderia ser acusado de blasfêmia.
3. A questão central do Sinédrio não é simplesmente o que Jesus fez, mas seu direito de fazê-lo.
3.1. Quem lhe deu autoridade para fazer o que fez.
A falsa autoridade no templo é motivo para a pena capital.
3.2. A pergunta do Sinédrio trata da autoridade externa de Jesus.
Porque esses líderes mesmos não tinham autoridade inerente para fazer o que quisessem.
4. Quem lhe deu essa autoridade para fazer “essas coisas”?
4.1. Que “coisas” são essas? Eles estão apontando para o dia anterior em que Jesus virou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
4.2. “Estas coisas” - também podem se referir aos ensinamentos reais de Jesus nos últimos três anos.
Porque na teologia rabínica, um professor ensina apenas o que lhe foi transmitido por seu professor.
Em outras palavras, um rabino não podia ensinar o que queria.
A literatura rabínica diz assim: “Uma pessoa deve sempre transmitir uma tradição nas mesmas palavras em que a recebeu de seu professor”.
5. Obviamente, Jesus não seguia essa tradição rabínica:
5.1. No NT existem duas palavras gregas traduzidas como “autoridade” :
Dunamis refere-se ao poder.
Exousia lida com direitos e privilégios.
Exousia é a palavra usada no versículo 28.
6. Jesus não necessita de permissão para fazer alguma coisa. Por quê?
Porque Jesus não é apenas um rei, Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.
6.1. A autoridade de Jesus é infinita:
Jesus tem autoridade para perdoar pecados (Mc. 2.10)
Jesus tem autoridade sobre os poderes do inferno (Mc. 1.27)
Jesus tem autoridade sobre a vida e a morte (Jo. 10:18; Ap. 1.18)
O Sinédrio não percebe que Jesus recebeu Exousia do Seu Pai (Mt. 28:18)

II. A autoridade reivindicada (29-30)

A. Jesus faz uma contra-pergunta (v. 29)
1. Esse estilo de argumentação era um método muito comum entre os rabinos.
Jesus usa este método porque Ele não queria entrar em um debate sobre sua autoridade.
2. Jesus não está se esquivando da pergunta deles –
O que Jesus está tentando fazer – é apontar esses homens na direção certa.
Caso contrário, eles irão cair num precipício.
B. A contra-pergunta de Jesus (v.30)
“O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei-me."
Em outras palavras, Jesus pergunta: “O ministério de João foi apoiado por Deus ou não?”
1. O que o batismo de João tem a ver com a autoridade de Jesus?
Vamos descobrirr voltando-nos para mais Escrituras (leiamos Mt.11.7-10)
2. Sim, de fato, o ministério de João era de Deus:
2.1. Foi previsto 500 anos antes de João nascer.
2.2. Não só isso, mas João foi cheio do Espírito Santo antes de nascer.
2.3. O Evangelho de Lucas diz algo interessante sobre João (ver Lc. 7.28-30)
3. O Sinédrio rejeita tanto João quanto Jesus
Vemos isso no batismo de João.
É também no Batismo de João que vemos a autoridade de Deus Pai – comissionando Jesus para o ministério.
Marcos nos informa isso em 1.9-11:
“Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléiae por João foi batizado no rio Jordão.” “Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele.” “Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.”
4. Jesus procura corrigir o erro do Sinédrio - trazr-lhes a luz da Palavra
Mesmo em um ambiente hostil, Jesus procura ajudar esses grupos ...
Se eles realmente queriam saber de onde Jesus recebeu autoridade para fazer “estas coisas”, eles deviam voltar ao batismo de João - à Palavra de Deus.
Foi uma pergunta brilhante de Jesus.
Uma decisão positiva sobre João – é uma decisão positiva sobre Jesus – e vice-versa.

III. A autoridade legitimada (31-32)

A. Os oponentes de Jesus ficaram numa sinuca-de-bico
Marcos 11:31 “E eles discorriam entre si: Se dissermos: Do céu, dirá: Então, por que não acreditastes nele?”
1. O que elesfizeram nesse momento?
Será que eles entraram em seu pequeno amontoado sagrado e sussurraram?
O que Jesus estava fazendo enquanto eles estão discutindo entre si?
E quanto tempo durou essa reunião sagrada?
O texto não nos informa.
2. Porém, eles parlamentaram o tempo suficiente para apresentar uma resposta para Jesus:
Marcos 11:32 “Se, porém, dissermos: dos homens, é de temer o povo. Porque todos consideravam a João como profeta.”
Uma rápida pesquisa no AT revela que um profeta tem autoridade do céu/Deus.
Se João era um profeta de Deus, então Jesus era ainda mais.
O fato de João Batista ter sido assassinado, solidificou ainda mais o status profético de João aos olhos do povo judeu.
Assim, o povo judeu considerava João um verdadeiro profeta.
Se o Sinédrio dissesse que João estava batizando por sua própria autoridade, isso causaria um tumulto na multidão.
De fato, Lucas diz isso...
Lucas 20:6 - Mas se dissermos: 'De origem humana', todo o povo nos apedrejará, porque está convencido de que João foi um profeta”.
2.1. Assim sendo, esses líderes não ousariam dizer que o batismo de João era dos homens.
Eles seriam mortos se dessem essa resposta.
Os fariseus, saduceus e escribas sempre temiam o povo mais do que temiam a Deus.
2.2. Mas eles tem uma outra opção: poderiam dizer que o batismo de João é do céu.
Mas essa opção também não era muito boa para eles.
Por quê?
Se eles dissessem que o batismo de João era de Deus, Jesus perguntaria: “Por que você crestes nele?”
3. É o prórpio João que dá testemunho a respeito da autoriade de Jesus:
Foi João quem disse…
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1:29)
Realmente, o trato de Jesus com esses líderes religiosos é maravilhosos.
Porque depois de tudo que Jesus passou com eles, Jesus ainda os está convidando ao arrependimento.
Jesus ainda está revelando a verdade para eles.
4. Qual é a resposta final deles?
Marcos 11:33Então eles responderam a Jesus: “Não sabemos”.
E Jesus lhes disse: “Nem eu vos direi com que autoridade faço estas coisas”.
A pergunta que Jesus fez foi devastadora para o Sinédrio.
Imagine como deve ter sido humilhante para esses membros orgulhosos e presunçosos do Sinédrio dizerem: “Não sabemos”.
Não é que eles não soubessem; é que eles não estão dispostos a saber.
Neste vers. 30, existe uma pergunta de Jesus não expressa e definitiva:
“Vocês reconhecem e se submetem à minha autoridade?”
5. Jesus não esmagou os seus oponentes:
É surpreendente, o fato de Jesus não desmascaraá-los, dizendo: “Sim, vocês sabem. Vocês sabem que João era um profeta.”
Mas Jesus não o fez; Ele não os envergonhou mais.
Porque a resposta do Sinédrio por si só prova que eles forma politicamente correto, em outras palavras, foram covardes.
A multidão sabia disso.
6. Diante disso, o Sinédrio decidiu recuar, ou, conceder essa rodada a Jesus (Ok, vc venceu).
Por quê?
As pessoas religiosas amam mais a religião do que um relacionamento com Jesus.
Poderíamos dizer assim: as pessoas amam sua própria versão de Deus versus o Único e Verdadeiro Deus Vivo.
A religião é mais fácil, a princípio — manter as regras.
Especialmente as regras que são fáceis para você manter.
O Sinédrio se apega à ilusão de sua autoridade.
7. A atitude desse grupo provou que autoridade de Jesus é legítima
É legítima porque se origina em Deus.
A autoridade de Jesus é legítima porque é o poder de Deus exercido de modo legítimo.
Mas a despeito de tudo isso, os líderes religiosos se ecusaram a dobrar os joelhos dianta da autoriade legítima de Jesus.

CONCLUSÃO

Desde a Queda, isto é, o pecado deliberado de Adão e Eva, nos tornamos criaturas rebeldes. Como criaturas caídas, rebeldes pecadores, não reconhecemos Deus como nosso Criador. Pensamos que somos donos de nós memos e do nosso destino.
E a menos, que essa autoentronização, o endeusamento do ego - a idolatria, seja destruida - nenhum de nós se submeterá à autoridade de Jesus.
Só nos submeteremos à autoridade de Jesus se entendermos o fundamento e a origem da autoridade.
E Jesus deixou claro que o fundamento e a origem da Sua autoridade vem de Deus.
Por isso, a autoriade de Jesus é absoluta, porém, não é despótica, tirânica, não é opressora, nem tem tendências dominadoras.
Porque esse Jesus, que tem autoridade absoluta, é também o Servo Sofredor - ver Marcos 10.45 “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
A verdade é que todos nós temos um problema com autoridade.
A rebelião está em nosso DNA espiritual.
Todos nós tivemos problemas com rebelião desde Adão e Eva.
Caim mata Abel e estamos nos matando desde então.
Antes da Queda, havia uma cadeia de comando divina para a humanidade — e era gloriosa.
É glorioso porque podemos ver a cadeia de comando na Trindade.
Deus Filho se submete a Deus Pai, enquanto o Espírito Santo se submete a ambos.
E, no entanto, Deus Pai, Deus Filho e Espírito Santo são todos iguais – diferentes em papeis, mas iguais em essência.
Mas desde a Queda, essa estrutura de autoridade foi quebrada.
A criatura humana, antes da Queda, estava sob Deus, mas agora o homem está sob Satanás.
Mas, Jesus abriu um nov e vivo caminho.
Romanos 10:9 “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”
Romanos 10:10 “Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.”
Você crê com o coração, resultando em justiça, e você confessa com a boca, resultando em salvação.
“Você reconhece e se submete à minha autoridade?” - essa é a pergunta que Jesus faz a cada um de nós.
Qual é a tua reposta?
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