Conselhos de um ímpio morto

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Andar com Cristo não é fácil, mas vale a pena.

Notes
Transcript
Tema: Vida Cristã
Título: Conselhos de um ímpio morto
Propósito Geral: Consolador
Propósito específico: Prosseguir na vida cristã, ainda que hajam dificuldades
Introdução:
Os antagonistas são necessários para a construção de uma boa história. Quem não se lembra do Professor Moriarty contra Sherlock Holmes? Ou ainda Darth Vader contra Luke Skywalker? A lista é infindável: A Feiticeira Branca em As Crônicas de Nárnia; A Rainha de Copas em Alice no País das Maravilhas; O inspetor Javé contra Jean Valjean; Capitão Gancho contra Peter Pan...
Porém, as mencionadas não passam de ficção. Quando consideramos a realidade existem antagonistas? Tudo dependerá, obviamente, de quem conta a história. Na perspectiva do aluno, o professor que lhe dá uma nota baixa é o culpado. Porém, o professor só enxerga um aluno rebelde.
Nos relatos bíblicos surgem, volta e meia, algum antagonista. As Sagradas Escrituras relatam parte da história desde uma cosmovisão do Grande Conflito. Observa-se a batalha no céu, a queda do homem, as duas linhagens que se definem como justos e ímpios, além das constantes tentativas de Satanás eliminar a primeira… É nessa narrativa que temos desenhado de maneira negativa a Caim, Jezabel, Acabe, Geazi, Saúl, Senaqueribe, Nabucodonossor, Anás e Caifás.
Deixe-me ser claro, o atestado pela Bíblia é de uma proporção bem mais ampla que a simples biografia de alguém. Estamos nos referindo a uma batalha que excede nosso conhecimento, está em jogo a salvação de uma raça, o caráter de Deus, o juízo de seres caídos. Essa história é narrada por Deus com sotaque humano, portanto é bem chamada de a verdade, não uma verdade.
Ainda assim, os vilões, por assim dizer, são de uma natureza mais complexa que os fictícios. Possuem razões e emoções tão características de gente. Ora acertam, ora erram; choram, praguejam e se arrependem. A Bíblia não os menciona simplesmente para que os coloquemos em caixinhas do mal, mas para deles fazermos exemplos e lições.
Exploraremos nos momentos seguintes a história desajeitada de um homem medroso e tolo, posto como exemplo do que não se fazer afim de facilitar a vida justa. Está, ainda assim, nas páginas sagradas que relatam somente um instante de sua vida.
Proposição: Andar com Cristo não é fácil, mas vale a pena
Pergunta de transição: Como facilitar o andar com Cristo?
Palavra reguladora: Facilitadores

Reconheça diferentes momentos

Lição:
Belsazar é descrito como filho de Nabucodonossor. Não se deve, porém, interpretar tal parentesco ao pé da letra, trata-se de uma expressão. É comum na liguagem bíblica descentes serem qualificados como filhos. O pai de Belsazar era Nabonido, um rei que vivia constantemente distante da capital e, portanto, o filho assumia sua posição como corregente.
O texto declara que Belsazar deu um grande banquete. A atitude pressupõe algum motivo para festejar. Porém, o versículo 30, conclui com a morte do rei naquela mesma noite. É nítido que a cidade enfretava algum tipo de ameaça, fosse um cerco ou a proximidade de um exército inimigo.
Historicamente, Ciro, o grande, conquistou Babilônia, vencendo batalhas fora da cidade e, de acordo com o relato grego, desviando o curso do rio Eufrates, foi capaz de adentrar por debaixo das muralhas. Depois, conquistou a cidade facilmente.
Talvez Belsazar pusesse sua confiança nas fortificações que o protegiam; talvez repousasse em seus deuses, já que seu próprio nome significa: “Bel protege o rei”.
Texto prova: Daniel 5.1, 30. Eclesiastes 3.1-5. Isaías 45.1-7.
Ilustração: Citação de “Cilindro de Ciro”, 1879
Sem nenhuma batalha, ele [Marduque] fez entrar na cidade de Babilónia, poupando à Babilónia qualquer calamidade. Entregou as suas mãos Nabonido, o rei que não lhe rendia adoração. Todos os habitantes de Babilónia, bem como do país da Suméria e Acad com príncipes e governadores inclinaram-se para ele [Ciro] e beijaram os pés, jubilosos por ser ele a realeza, e de faces radiantes.
Aplicação:
Ao olhar para a figura de um rei arrogante e leviano, pergunto-me se não o imitamos. Num momento em que se esperaria ação contundente, somos letárgicos. Ao inverter o quadro, num instante que requer cautela, somos imprudentes. Quando se espera pregação alarmante, somos medrosos. É tempo de oração? Então mudos espirituais.
É quando se esquece das etapas que as pulamos. Há um tempo para dedicar-se ao estudos e há outro tempo para viajar a turismo. Há um tempo para namorar e há outro tempo para relações sexuais. Há um tempo para aproveitar o casamento e há outro tempo para ter filhos.
Reconheça os momentos em que vive, então viva de acordo com os momentos.
Não viva como Belsazar, fingindo algo que não é, confiando naquilo que nada pode fazer.

Recorde

Lição:
Belsazar é retratado como arrogante, inconsequente, libertino e medroso. Por três vezes o capítulo ressalta que, ao ver a mão sobrenatural, “seu semblante mudou e seus pensamentos o turbaram”. A descrição detalhada do versículo 6 chega a ser cômica:
“... as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro”.
A atitude de Belsazar de tomar os utensílios de ouro e prata do templo de Jerusalém parece ignorar sua origem e história. Tal dado passaria em branco no relato, não fosse a repetida menção de Daniel. Ao longo da trama, o corregente demonstra ignorância com respeito a história de Nabucodonossor e o Deus de Israel. A história do monarca certamente não é comum: trata-se de um rei governando a maior nação de seu tempo, isso é, uma potência, que de um momento para o outro se converte em semelhança a um animal. Em seu processo de humilhação, reconheceu a soberania do Deus de Israel, apesar de tantas divindades. Ignorar esse contexto é uma escolha e Belsazar pagou caro por ela.
Texto prova: Daniel 5.2-3. 1Samuel 17.34-36.
Ilustração:
O atleta expõe suas medalhas e troféus não simplesmente para ostentar, mas como constante lembrete de suas vitórias e aspirações. As fotografias ornamentam as estantes para que nunca esqueçamos a família. Os muitos livros ainda não lidos são lembretes de que ainda nos falta muito por aprender; Mapa Mundi.
Aplicação:
Dizem que se registra a história para que se aprenda com os acertos e erros passados. Como trato de demonstrar ao longo dessa mensagem, mesmo os que se caracterizam como maus exemplos têm algo a ensinar. Ignorar a história, portanto, é andar as cegas por um caminho sinuoso.
Tão ruim quanto é ignorar a própria história. Já dizia o ditado: “Os sábios aprendem com os erros dos outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca”. Cultive a atitude de recordar. Os mais idosos são tidos por sábios e talvez parte do segredo esteja em rememorar o já vivido.
Faça para si símbolos do vivido e os deixe visíveis. A história de sua conversão não lhe deve fugir da mente, pois estar “sempre pronto para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” é também testemunhar sua própria história.

Cerque-se de pessoas boas

Lição:
Parcialmente é registrada a biografia dos jovens Misael, Ananias, Azarias e Daniel. No governo de Nabucodonossor, todos os foram postos em posições elevadas (Daniel 2.48-49). Ainda assim, não estavam entre os grandes de Belsazar e, quando chamados os encantadores, caldeus e feiticeiros, pouco se lembrou de Daniel até que todos houvessem falhado.
No verso dois, registra-se “para que neles bebessem o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas”. Ao fim do versículo, os termos usados são שֵׁגַל e לְחֵנָה, “mulheres e concubinas dele”. A leitura correta é a de que tanto as mulheres quanto as concubinas são de Belsazar.
Texto prova: Daniel 5.3; Provérbios 13.20;
Ilustração:
Meu colega de quarto quando estava comigo era uma pessoa, quando estava com outros era completamente diferente. Lembro-me de um dia que cheguei e estavam todos fazendo exercício.
Aplicação:
Todos somos influenciados por aqueles que nos cercam. Ter um chefe apressado e ansioso significará refletir isso no próprios funcionários. Uma esposa distante de Deus significará um esposo mais suscetível a negligenciar o espiritual. Não se trata de coerção, mas sugestão. Expor-se a um estímulo alheio.
É vital cercar-se de pessoas que lhe inspirem e afastar-se daquelas que o reprime. Note que me refiro a afastar-se, já que nem sempre é necessário o cortar laços. Sendo mais especifico: em situações de natureza missiológica é necessário o conviver. Nesses casos, no entanto, se faz necessária uma influência maior do que a recebida.
Há momentos, por outro lado, que o ideal é encerrarmos qualquer tipo de relação: um relacionamento abusivo; uma pessoa tóxica; um ligação rompida pela completa falta de confiança; uma amizade ilusória. Perpetuar o que faz mal é autoflagelação, autodestruição.

Decida-se

Lição:
Desenrola-se, em paralelo ao relato da queda de Babilônia, um conflito.
Queira você ou não há um grande conflito acontecendo. Uma batalha cósmica se desenvolve todos os dias. Por trás das atitudes de Belsazar é possível ver a luta:
As várias menções aos vasos de ouro e prata do templo de Jerusalém e, em outros momentos, chamado de Casa de Deus. Isso é uma representação do Deus de Israel.
No versículo 4, então, se menciona louvores aos deuses de ouro, prata, bronze, ferro, madeira e pedra. Essa é uma maneira de generalizar o panteão de deuses babilônicos.
A mistura de Deus com os deuses é um sacrilégio, uma ofensa. É por conta disso que Deus se manifesta miraculosamente. Não fosse o conflito, Belsazar teria caído desavisado, mas seu trabalhar nas linhas satânicas o pôs no campo de batalha cósmico.
Texto prova: Daniel 5.4; Josué 24.15.
Ilustração:
Dia em que pedi minha noiva em namoro.
A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo da alma, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus. - Educação, 57
Aplicação:
A decisão não absoluta implica em não adorar a Deus de maneira que lhe é devida. Não permita meio termo em seu relacionamento com Deus. É justamente a mornidão, nem quente, nem frio, que caracteriza Laodicéia.
Certa vez conheci um ditado: sou Raimundo, um pé na igreja, um pé no mundo. Viver de tal modo é transitar entre as linhas de Satanás e os flancos divinos. É ser inimigo de ambos os lados. É sofrer a ira divina e a escravidão satânica. É morrer sem ter lutado.
Posicionar-se é, em alguns momentos, inevitável. Ainda que alguém nutra a ideia de neutralidade, no fim, a ausência de decisão significará a sentença divina.
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