Não façam o que eles fazem
Vim para servir • Sermon • Submitted
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· 23 viewsUma denúncia contundente e o ensino de Jesus sobre as barreiras da religião
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Palavras Iniciais
Palavras Iniciais
Seguimos investigando o modo como Jesus entendia sua condição de servo, o impacto disso na igreja em seu início e que mudanças precisamos realizar para que nossa maneira de viver igreja esteja hoje comprometida com Jesus e com o testemunho dos primeiros discípulos.
Nós já vimos Jesus conversando com seus discípulos e explicando que o pedido feito por Tiago e João para ficarem um a sua direita e outro a sua esquerda (Mc 10.35-45), revelando o desejo que tinham de uma condição especial de autoridade sobre os outros, não se parece com o Reino de Deus, mas com reino dos homens. Ele explicou que no Reino de Deus pessoas importantes desejam servir, e não serem servidas.
Depois refletimos sobre o momento em que Jesus interrompeu uma refeição, tirou sua roupa de festa, vestiu uma roupa de trabalho, e começou a lavar os pés de seus discípulos (Jo 13.1-17), que ficaram chocados. Jesus os serviu porque os amava, e os amou até o fim, como disse João. Um amor perseverante que se transforma sem serviço mesmo quando se está diante de um traidor. Então o Senhor concluiu tudo aqui dizendo: vão e façam como lhes fiz.
Hoje vamos ver Jesus expondo as entranhas da religiosidade venenosas que sufoca as possibilidades do serviço. Essa religiosidade, segundo Jesus, tomou conta daqueles que deveriam usar o conhecimento que têm sobre Deus para aproximar as pessoas a Ele. O texto está em Mateus 13.1-12
1 Então, Jesus disse à multidão e aos seus discípulos:
2 “Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés.
3 Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam.
4 Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los.
5 “Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. Eles fazem seus filactérios bem largos e as franjas de suas vestes bem longas;
6 gostam do lugar de honra nos banquetes e dos assentos mais importantes nas sinagogas,
7 de serem saudados nas praças e de serem chamados ‘rabis’.
8 “Mas vocês não devem ser chamados ‘rabis’; um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos.
9 A ninguém na terra chamem ‘pai’, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus.
10 Tampouco vocês devem ser chamados ‘chefes’, porquanto vocês têm um só Chefe, o Cristo.
11 O maior entre vocês deverá ser servo.
12 Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.
Conhecimento
Conhecimento
Jesus falou publicamente sobre uma questão importante nesse pequeno episódio narrado por Mateus. Ele reconheceu a relevância daqueles que estudam as Escrituras (23.2,3) e buscam entender o seu significado, afirmando que os mestres da lei deveriam ser ouvidos quando ensinam a Palavra de Deus.
Por outro lado, quando o assunto é a nossa vida de fé, Jesus afirma que a autoridade de alguém sobre nós está limitada ao ensino consistente e coerente da Palavra de Deus (23.3). Em outras palavras, quem de fato tem autoridade sobre nós são as Escrituras, não o cargo religioso que a pessoa ocupa. Jesus afirmou que devemos tratar com precaução, confiar desconfiando, aqueles que falam sobre as maravilhas da Palavra de Deus, mas estão comprometidos com Ele em suas vidas cotidianas.
Não os sigam! Não sejam discípulos deles! Vocês podem até aprender alguma coisa boas com o que eles falam, mas não há nada o que aprender com a maneira como eles vivem.
Segundo Jesus, esses mestres abusam da autoridade que lhes foi concedida (23.4). Eles usam o poder e o conhecimento que receberam em benefício de si mesmo e não para servir as pessoas. Eles são incapazes de socorrer alguém em necessidade, mas são espertos e sabem subjugar e controlar as pessoas. Jesus disse que desejar a posição deles não é algo que se deva fazer.
Há um aprendizado importante aqui. Nosso interesse pelas Escrituras deve ser prático. Nosso objetivo não pode ser apenas colecionar pedaços de conhecimento e depois despejar sobre os outros um monte de exigências que nem tentamos cumprir. Devemos resistir ao desejo de nos tornamos mestres da Palavra apenas por causa do reconhecimento dos outros. O chamado de Deus é para servir e ajudar as pessoas a viverem uma vida de confiança em Deus.
Pelo avesso
Pelo avesso
Em seguida, Jesus disseca a motivação daqueles que se apresentavam como fiéis intérpretes da lei de Moisés e que se diziam aptos para ensinar os outros, mas viviam de um jeito muito diferente das coisas que eles mesmos ensinavam. Aqueles homens deveriam servir às pessoas com seu conhecimento, mas a vida deles era o avesso serviço. Não bastasse a falta de coerência entre o que eles falavam e viviam, era notório que eles:
Faziam tudo para serem percebidos (23.5)
Gostavam do luxo e da aparência (23.5)
Amavam o reconhecimento (23.6)
Tinham prazer na deferência (23.7)
Eles viviam sintonizados com o reino dos homens: eram AUTOCENTRADOS, VAIDOSOS, FUTEIS E DEPENDENTES dos elogios dos outros. Eles preferiam ser chamados de mestres e serem servidos com tal. Eles eram o avesso do que é o serviço no Reino de Deus. Esse perfil que Jesus traçou atravessou os séculos e é facilmente encontrado em nossos dias. Não queira ser como eles e não se tornem discípulos deles, alertou Jesus.
Chamado a servir
Chamado a servir
Logo depois, ainda falando sobre aqueles líderes religiosos, Jesus usou três palavras que evocam autoridade e poder para fazer um chamado ao serviço: eles não se deixem chamar MESTRES, não chamem ninguém de PAI e não se deixem chamar CHEFES (23,8-10). Ele está dizendo que não devemos almejar a condição de autoridade, como faziam os mestres da lei de seu tempo, em proveito próprio, e que não devemos reforçar a autoridade daqueles que usam dele para serem servidos pelos outros.
Somos desafiados a nos posicionar diante daqueles que usam seus títulos e posições para dominar, mas, sobretudo, trata-se de uma convocação para não subirmos no mesmo pedestal em que eles estão. Isso nos ajudará a evitar a dependência do reconhecimento, do elogio e da deferência dos outros e é essencial para uma vida de serviço. Precisamos lembrar sempre que nosso valor como pessoa é medido pelo amor com que fomos amados por Deus, já demonstrado na cruz de Cristo.
Que ensinamento importante Jesus nos deixou aqui! Temos um só mestre, apenas um é aquele que nos guia: o Espírito Santo de Deus. Um só foi aqueles que nos concebeu e nos gerou, o Pai Eterno que está nos céus. Um só é aquele que é Senhor e chefe sobre nossas vidas: Jesus Cristo, o filho de Deus.
A lógica invertida
A lógica invertida
Para terminar o seu ensino, Jesus nos apresentou a lógica invertida do Reino de Deus, quando comparamos com o jeito como as coisas acontece no mundo dos homens (23.11,12).
No reino dos homens o maior domina sobre os demais e é servido por eles; no Reino de Deus o maior é aquele que usa tudo que tem e é para servir. Seguir a Jesus é optar pela lógica invertida do Reino de Deus e fazer o que estiver ao seu alcance para servir as pessoas, ajudá-las em suas necessidades, consolá-las em suas dores, animá-las em suas tristezas e permanecer ao lado delas em seus silêncios. Viver assim pode parecer uma loucura, mas foi assim que Jesus viveu e é assim que somos chamados a viver pelo Senhor.
No reino dos homens as pessoas apontam para si mesmas, acendem holofotes sobre aquilo que fazem, tudo para serem reconhecidas, exaltadas por suas ações. Mas no Reino de Deus aqueles que servem trabalham longe das luzes, sem reconhecimento, sem glória, sem tapinha nas costas, ao custo do desgaste de si mesmos, como disse o apóstolo Paulo. Jesus afirma que eles receberão todo reconhecimento daquele que realmente importa: o Deus e pai de Jesus Cristo, Criador de tudo que há.
Palavras finais
Palavras finais
Quem segue a Jesus não pode ao mesmo tempo ser discípulo dos mestres da lei, vivendo a lógica do mundo dos homens. Aqueles que seguem a Jesus vivem a lógica do Reino de Deus, e se deixa gastar em serviço às pessoas.
Aqueles que seguem a Jesus aguardam ouvir em breve a doce voz daquele por gastaram suas vidas em serviço, dizendo “Muito bem, servo bom e fiel! (…) Venha e participe das alegrias do seu Senhor!”.
Que ele nos ajude na caminhada.