PALAVRA E PODER: a força do nosso chamado! I Coríntios 2.1-9

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Nosso ministério é fortalecido por Deus, desde que preguemos a Jesus Cristo, e este crucificado.

Notes
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ESTRUTURA

1Coríntios contém claros indicativos dos assuntos tratados por seu autor. Nos capítulos 1 a 6, Paulo lida com problemas comunicados a ele pelas pessoas da casa de Cloé (1.11), isto é, divisões (caps. 1–4) e desordens (caps. 5–6).

Começando no capítulo 7, Paulo responde perguntas que pessoas na igreja lhe haviam enviado. Tais respostas são introduzidas pela expressão grega περὶ δέ peri de. O capítulo 15 é aparentemente isolado. Uma vez que contém correção doutrinária e novas informações acerca da segunda vinda de Cristo, ele aparentemente reflete outra área problemática em Corinto, possivelmente relatada oralmente por Estéfanas, Fortunato e Acaico, que teriam sido os portadores da carta dos coríntios a Paulo (16.17).

Mensagem do livro: A verdadeira maturidade espiritual na vida de uma igreja desenvolve relacionamentos de amor sob o poder libertador e a graça unificadora de Cristo. (Carlos Osvaldo)
Grande ideia: Nosso ministério é fortalecido por Deus, desde que preguemos a Jesus Cristo, e este crucificado.

O ministério de Paulo em Corinto era a prova de que a essência do evangelho não é encontrada na sabedoria humana (2.1–16).

• A base de seu ministério não era a eloquência, mas o poder do Espírito de Deus (2.1–5).

• O conteúdo de seu ministério não era a sabedoria humana, mas uma sabedoria sobrenatural ensinada pelo Espírito para os agentes da revelação (2.6–16).

C. H. Spurgeon (1861):
Eu proponho que o assunto do ministério nesta casa, enquanto este púlpito existir e esta casa for frequentada por adoradores, seja a pessoa de Jesus Cristo... Se me pedissem que dissesse qual é o meu credo, acho que teria de responder: é Jesus Cristo... O corpo de teologia ao qual eu me prenderei e me apegarei para sempre, se Deus me ajudar, é.... Cristo Jesus, que é a totalidade e a essência do evangelho; que é, em si mesmo, toda a teologia, a encarnação de cada verdade preciosa, a encarnação pessoal e totalmente gloriosa do caminho, da verdade e da vida.
1. Tudo pelo poder de Deus! (vv. 1-5)

poder — posse de controlar a influência; frequentemente compreendida como manifestando influência sobre a realidade de uma forma sobrenatural.

(a) Paulo havia passado por uma experiência marcante em Atenas. (Atos 17)
Atos 17:16
16 - E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.
Atos 17:32-34
32 - E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez.
33 - E assim Paulo saiu do meio deles.
34 - Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros.
(b) Paulo rememora aqui sua ida a Corinto (por ocasião de sua segunda viagem missionária).
Atos 18:1
1 - E DEPOIS disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto.
Atos 18:8
8 - E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados.
Atos 18:9-11
9 - E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales;
10 - Porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.
11 - E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.
(c) Que expressão: “anunciando-vos o mistério (μαρτυριον, testemunho) de Deus”.
(d) O foco do apostolo Paulo é algo que encanta: “resolvi (“decidi”, κρινω ,“julgar de maneira judicial solene”) nada saber entre vós”.
ARC:
1Co 2:2 Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.
A MENSAGEM:
2. Decidi apresentar primeiro Jesus e quem ele é, de maneira pura e simples. Depois, falei de Jesus e do que ele fez- o Jesus crucificado.
(e) Martinho Lutero tinha esse foco em mente:
“Eu prego como se Cristo tivesse sido crucificado ontem, ressuscitado dos mortos hoje e estivesse voltando ao mundo amanhã”.
“Os pregadores não têm qualquer outro ofício, senão o de pregar o Filho, Cristo. Que eles cuidem de pregá-lo assim ou fiquem em silêncio”.
(f) Há um testemunho aqui de que Paulo havia estado em Corinto, com percepção bem clara de sua humanidade: “fraqueza, temor e em grande tremor”.

doença ⇔ fraqueza — comprometimento da função fisiológica normal, afetando a parte ou a totalidade de um organismo; especialmente compreendido de acordo com a fraqueza resultante causada por uma doença.

reverência ⇔ temor — um sentimento de profundo respeito por alguém ou algo, frequentemente uma divindade, concebido como temor.

tremer (ato) — o ato de apertar ou vibrando rapidamente em pequenos movimentos.

Hernandes Dias Lopes:
Paulo não está falando aqui de uma fraqueza e debilidade física. O que Paulo está dizendo é que o evangelho é algo tão sublime e maravilhoso que quando ele foi a Corinto, foi na total dependência de Deus. Ele não foi com ufanismo ou com autoconfiança; ele não foi com soberba ou vangloria, mas foi com muita humildade, por entender a grandeza e a majestade da mensagem que ele estava pregando.
II Coríntios 12:9-10
9 - E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
10 - Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.
(g) Calvino comenta que Paulo “vendo-se cercado por muitos perigos, ele era dominado por perene expectativa e constante ansiedade”.
(h) A palavra “demonstração” é do contexto jurídico: “apresentar provas convincentes”.

demonstração — o ato de apresentar uma visão ou perspectiva para estabelecer a validade de alguma coisa.

(i) Tudo isso para que não houvesse base de seu esforço de pregação nos termos da “sabedoria humana”, mas sim no “poder de Deus”.
William Macdonald:
Paulo sabia do grande perigo de seus ouvintes se interessarem por ele e por sua personalidade, e não pelo Senhor vivo. Consciente de sua incapacidade de abençoar ou salvar, tomou o firme propósito de conduzir as pessoas à fé e somente em Deus, e não em sabedoria humana.
2. Tudo pela sabedoria de Deus! (vv. 6-9)

sabedoria finita (capacidade) — a capacidade de adquirir e discernir a verdade sobre assuntos naturais e sobrenaturais, sem a assistência ou a revelação de Deus; Talvez denotando sabedoria de carácter manipulativo.

(a) O que seria a “sabedoria desta era”?
João Calvino:
Pela expressão, “príncipes desde mundo”, Paulo tinha em mente aqueles que são eminentes no mundo por causa de algum dote.
(b) O evangelho é de uma sabedoria que é reservada aos “que já são maduros”.
Warren Wiersbe:
O evangelho possui uma “sabedoria de Deus” que desafia o intelecto mais astuto. Todavia, tal sabedoria não é para as massas nem para cristãos imaturos. É reservada a cristãos maduros que estão crescendo em seu entendimento da Palavra de Deus.
I Coríntios 3:1-4
1 - E EU, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo.
2 - Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis,
3 - Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?
4 - Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?
(c) A palavra “mistério” aqui no verso 07 é outra:
μυστηριον musterion
de um derivado de muo (fechar a boca); TDNT - 4:802,615; n n
1) algo escondido, secreto, mistério.
1a) geralmente mistérios, segredos religiosos, confiado somente ao instruído e não a meros mortais.
1b) algo escondido ou secreto, não óbvio ao entendimento.
(d) Estamos falando de uma realidade “preordenada”.
προοριζω proorizo
de 4253 e 3724; TDNT - 5:456,728; v
1) predeterminar, decidir de antemão.
2) no NT do decreto de Deus desde a eternidade.
3) preordenar, designar de antemão.
F. F. Bruce:
Paulo salienta que o Evangelho não é uma ideia tardia. É uma coisa planejada na mente de Deus desde a eternidade (literalmente, desde "antes das eras"). O verbo que emprega é "proorizo", que significa "preordenar". Salienta o plano de Deus e a soberania de Deus.
(e) A citação de Isaías serve para coroar o argumento paulino: se de fato os poderosos da terra fossem salvos, não teriam “crucificado o Senhor da glória”.
Isaías 64:4
4 - Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.
F. F. Bruce:
O pensamento de Paulo é que não há método de apreensão franqueado ao homem (olhos, ouvidos ou entendimento) que lhe possa dar qualquer ideia das coisas maravilhosas que Deus tem para aqueles que o amam.
(f) Algo relevante:
John Piper:
Portanto, pregar a Cristo crucificado, como Paulo sugeriu em 1Coríntios 2.2 e Gálatas 6.14, não é transformar todo sermão em uma mensagem que culmina com a repetição da expiação. Em vez disso, deve-se tratar séria e cuidadosamente cada palavra e cada cláusula bem como toda conexão lógica no texto, a fim de mostrar como Cristo – crucificado, ressuscitado e presente pelo Espírito – fortalece e molda o novo modo de vida descrito no texto.
3. Outras aplicações:
(a) O pregador precisa saber combinar estilo com conteúdo, em sua mensagem.
Jeremias 1:5-7
5 - Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.
6 - Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino.
7 - Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás.
Nessa direção temos de nos remeter ao argumento lançado pelo avivalista Leonard Ravenhil na citação em seu livro, de uma fala de Archibald Brown: “O evangelho é um fato, portanto, vamos expô-lo com simplicidade. O evangelho é alegre; portanto, vamos falar dele com alegria. Ele nos foi confiado; portanto, vamos expô-lo com fidelidade. É a manifestação de uma momento infinito; portanto, vamos expô-lo fervorosamente. Fala de um infinito amor; portanto, vamos expô-lo com sentimento. É de difícil compreensão para muitos; portanto, vamos expô-lo com ilustrações. O evangelho é a revelação de uma Pessoa; portanto, vamos pregar a Cristo”.
(b) Jamais abra mão do poder do Espírito Santo! Por conta disso há tantos púlpitos gelados em nosso meio.
I Tessalonicenses 1:5
5 - Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós.
Colossenses 1:28
28 - A quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo;
Wesley L. Duewell chama a atenção para esse princípio, ao dizer que “o poder do Espírito é o elemento essencial para fazer a obra de Deus, porém, se não for renovado continuamente, pode esgotar-se. Não podemos ministrar hoje no poder de ontem. Não podemos cumprir todo o propósito de Deus com base nas memórias de bênçãos e capacitações passadas. Deus não quer que vivamos no passado, e, sim, na apropriação atual, momento por momento, do seu poder.”
(c) Temos a incumbência de compartilharmos da sabedoria de Deus ao nosso povo. Não ouse pregar debaixo da sua própria sabedoria. Isso é desprezível!
I Coríntios 2:12-13
12 - Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.
13 - As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.
C. H. Spurgeon:
Um sermão sem Cristo é uma coisa horrível, extremamente desagradável. É um poço sem água, uma nuvem sem chuva, uma árvore duas vezes morta, arrancada pelas raízes. É uma coisa abominável dar aos homens pedras em lugar de pão e escorpiões em lugar de ovos, mas fazem isso aqueles que não pregam a Jesus. Um sermão sem Cristo! É como falar de pão sem farinha de trigo nele. Como isso pode saciar a alma? Homens morrem e perecem porque Cristo não está na pregação.
(d) Por fim, reflitamos sobre o nosso conceito de vocação: ele é para todos, e alcança a igreja de Jesus em sua plenitude.
Ronaldo Lidório, “Vocacionados”.
Todos os redimidos são, portanto, chamados por Deus e para Deus. A origem do chamado não é o homem ou a igreja, mas sim Deus. E a finalidade do chamado não é puramente servir aos homens ou à igreja, mas a Deus. Pedro deixa claro o chamado da Igreja quando afirma que “vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). Estamos em Cristo porque Ele nos chamou.
Assim, a Igreja de Cristo é toda chamada (vocacionada, convocada) para a salvação, santidade, comunhão e missão. Neste sentido, todos os redimidos em Cristo são vocacionados. Não existimos de forma aleatória e despropositada. Fomos salvos em Cristo para fazer diferença – sendo sal e luz – e cumprir o chamado do Pai. E, dentre todas as vocações, a maior é glorificar a Deus (Rm 16.25-27).
Se olharmos a Palavra de forma ampla, possivelmente as convocações mais enfáticas sejam três: amar a Deus, amar ao próximo e fazer discípulos. Este é o nosso propósito e a nossa missão.
Você nasceu em Cristo com o propósito de servi-lo sendo sal e luz onde estiver. Assim, a evangelização, plantio de igrejas, encorajamento dos crentes, serviço social e ensino da Palavra não são responsabilidade de um grupo seleto de pastores e missionários, mas de toda a Igreja. Se você é discípulo de Cristo, já está convocado a servi-lo com tudo o que você é e tudo o que você tem. Suas forças, competência, oportunidades, emprego, inteligência, relacionamentos, finanças e família.
Cada caminhada é única e a sua rede de relacionamentos é singular. Ninguém tem os mesmos amigos e passará pelos mesmos lugares que você. E é na trajetória da sua vida que Deus deseja que você o sirva. Não é preciso ser chamado ao pastorado ou enviado como missionário para que isto aconteça.
Não é preciso ter títulos ou posição de liderança em alguma igreja. O sinal de que Deus tem um propósito para a sua vida é tê-lo redimido em Cristo Jesus. Se você ama e segue a Cristo, portanto, você é vocacionado para os propósitos de Deus.
Ilustr.
A História da Missionária Sophie Muller.
Quem foi essa mulher de Deus, o que ela fez, onde serviu, a que povo ministrou; o que mais me impressionou nesse relato sobre Sofia Muller: SEU CONCEITO DE CHAMADA. Se garimpando por ai na rede encontrar sua biografia completa, fotos e mais detalhes prometo postar aqui no blog.
A CONVERSÃO
"Em 1945, Deus levanta uma mulher, solteira, baixinha, franzina, lá na América do Norte; ela estava passando por uma praça em Nova Iorque, um pregador de rua falava de Jesus, ela se converteu, derramou-se na presença do Senhor e recebeu um chamado para fazer diferença na Terra.
Por volta de 1949 Sofia Muller disse: “eu quero ser missionária”. Ela saiu da América do Norte em direção a Colômbia. Entrou no Rio Insana, um rio que começa na Colômbia, entra na selva amazônica brasileira e a percorre por mais de 1.000 km. Acabou atravessando, sem saber, a fronteira entre Colômbia e Brasil em uma pequena e insegura embarcação. O que parecia ser um erro de direção pelas águas perigosas dos rios Negro e Insana se tornou o caminho para um dos trabalhos missionários mais consistentes realizados na Amazônia. Sofia Muller por mais de 40 anos serviu no ministério ao Senhor Jesus na Amazônia Brasileira evangelizando duas tribos: Curipaco e Baniva.
Segundo o missionário Marcelo Pedro, da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), que trabalha onde Sofia trabalhou, ela dividia o seu tempo assim: de manhã, alfabetizava o povo; e à tarde ensinava a Palavra de Deus. À noite, descansava e tirava as dúvidas dos indígenas.
Chama a sua atenção o fato de as comunidades indígenas evangélicas serem muito organizadas e não sofrerem com o alcoolismo. Em 2007 a Funai afirmou que este é um dos pouquíssimos lugares na Amazônia onde os indígenas não enfrentam problemas com alcoolismo, conflitos e guerras.
O fotojornalista Pedro Martinelli, em seu livro Amazônia: O Povo das Águas, diz que os indígenas do Alto Rio Negro e do rio Insana “têm título de eleitor e altíssimo índice de alfabetização, em algumas aldeias chega a 95%”.
TESTEMUNHO
Encontrei-me com dois indígenas anciãos curipacos, crentes em Jesus, que tiveram o privilégio de remar a canoa para Sofia Muller há décadas atrás. Eles me falaram: “pastor, aquela mulher tinha o fogo do Espírito Santo, porque ela pregava de dia e à noite nos fazia viajar, era perigoso mas ela viajava a noite para não gastar tempo de dia, os índios dormindo e ela viajando, remávamos a canoa mas ela não dormia, usava o seu candeeiro, aquela lamparina, e durante a noite traduzia o Novo Testamento para a língua Curipaco”. Hoje eles têm o Novo Testamento completo na língua deles.
É interessante que ela plantou dezenas de igrejas, mais de 50, ao longo do Rio Insana e uma vez por ano um milagre acontece: uma conferência em que eles reúnem, pelo menos, um representante de cada aldeia evangélica ao longo deste rio, entre as tribos Curipaco e Baniva.
Tive o privilégio de participar de uma dessas conferências. Esses representantes saem das suas aldeias, dias de canoa, dias de caminhada na mata e, numa data pré-determinada, com uma boa bandeira, encontram-se numa grande clareira em algum lugar ou aldeia na mata, e ali dobram seus joelhos, fincam aquelas bandeiras no solo e oram a Deus, agradecendo porque um dia Ele chamou a sua filha Sofia Muller e ela respondeu sim. E começa aquela conferência missionária abençoadíssima que leva dias.
A CHAMADA
Antes de falecer em 1997 na Venezuela ela foi entrevistada por um jornalista evangélico; a primeira pergunta que ele lhe fez foi: “Como foi o seu chamado?”
Ao que ela respondeu: “Eu jamais tive um chamado, li uma ordem e a obedeci”. Para ela, o que há na Palavra de Deus, já era forte o suficiente para estar mais de 40 anos de sua vida na selva sozinha, falando de Jesus àqueles que ainda não tinham ouvido".,
“Eu jamais tive um chamado, li uma ordem e a obedeci”
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