Bem-aventurados os limpos de coração
O limpo de coração verá a Deus e desfrutará, já no presente, de verdadeira alegria.
Bem-aventurados os limpos de coração
Um homem pode estar sinceramente certo, como também pode estar sinceramente errado. Sem dúvida que os profetas de Baal eram realmente sinceros quando desde a manhã até ao meio-dia saltavam sobre o altar, retalhando-se com facas e clamando sem cessar: “Ouve-nos, ó Baal!” (1Rs 18.26–28). Porém, eram sinceros na direção errada. Assim também, numa passagem que é citada com frequência na explicação da sexta beatitude (Gn 20.6), o próprio Jeová testifica que Abimeleque, na integridade de seu coração, defraudara Abraão, levando Sara. Não obstante, o Senhor não aprovou o que o rei fizera e o ameaçou de morte caso não devolvesse Sara ao seu legítimo marido (v. 7). De forma semelhante, os “puros de coração” do Sl 73.1 são aqueles que com toda sinceridade são guiados “pelo conselho de Deus” (v. 24). A fé não fingida de 1Tm 1.5 adere à “sã doutrina” (v. 10). E as pessoas a quem Pedro faz referência (1Pe 1.22) são aquelas que purificam suas almas “na obediência à verdade”.
Portanto, é evidente que a bênção da sexta beatitude não é pronunciada indiscriminadamente sobre todos quantos são sinceros, mas, antes, sobre aqueles que, em sua adoração ao Deus verdadeiro, em consonância com a verdade revelada em sua Palavra, se empenham sem hipocrisia para agradá-lo e glorificá-lo.