PERSEVERANÇA DOS SANTOS- PARTE I
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R. C. Sproul:
Um nome melhor seria “perseverança de Deus para com os santos”, mas ambas as idéias estão realmente juntas. Deus persevera conosco, protegendo-nos de deixar a fé, que certamente aconteceria se ele não estivesse conosco. Mas, porque ele persevera, nós também perseveramos. Na realidade, perseverança é a prova definitiva de eleição.
O eleito está eternamente seguro em Cristo, que preserva para Si mesmo, capacitando-lhe a perseverar nEle até o fim. Aqueles que professam ser cristãos, e se apostatam da fé (1Timóteo 4:1), são como João disse: “eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos” (1João 2:19).
A doutrina da preservação não se baseia em nossa capacidade para perseverança, mesmo sendo regenerados. Pelo contrário, descansa na promessa de Deus de nos preservar. Paulo escreve aos Filipenses: "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;" (Filipenses 1.6).
É pela graça, e tão-somente pela graça, que o cristão persevera. Deus termina o que começa.Ele assegura que seus propósitos na eleição não serão frustrados. O texto áureo de Romanos 8 fornece um testemunho adicional desta esperança: "E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou." (Romanos 8.30).Paulo prossegue e declara que nada "nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8.39).
Do que consideramos no capítulo anterior, concluímos que o povo de Deus PERSEVERARÁ até ao fim e não se perderá. Romanos 8:30
No entanto, queremos dizer mais do que isso quando falamos na doutrina da perseverança dos santos. Queremos dizer que os santos têm de perseverar e perseverarão na FÉ E NA OBEDIÊNCIA QUE PROCEDE DA FÉ.
A eleição é INCONDICIONAL, mas a GLORIFICAÇÃO não o é. Nas Escrituras, há muitas advertências de que aqueles que não se APEGAM A CRISTO podem se perder no final.
As oitos teses seguintes são meu resumo desta doutrina crucial.
6.1. NOSSA FÉ TEM DE PERMANECER ATÉ O FIM, SE DEVEMOS SER SALVOS.
6.1.1. Isto significa que o EVANGELHO é o instrumentos de Deus na preservação da fé, bem como o instrumento que gera a fé. Há um COMBATE DA FÉ a ser realizado. Os eleitos realizarão esse combate. E, por meio da graça soberana de Deus, eles VENCERÃO esse combate. 1Coríntios 15:1-2
6.1.2. Não agimos com um tipo de indiferença arrogante para com o chamado à perseverança apenas porque uma pessoa professou a fé em Cristo, como se pudéssemos, baseados em perspectiva, ter certeza de que agora ela está além do alcance do Maligno. Este SE RETIVERES mostra que há um falso começo na vida cristã. Jesus contou a parábola dos solos para advertir contra esses tipos de falso começo. Mateus 13:20-22
6.1.3. Em outras palavras, em 1 Coríntios 15:2 podemos ver que existe um CRER EM VÃO – que significa um falso crer, um vir a Cristo por razões que não incluem AMOR POR SUA GLÓRIA E ÓDIO AO PECADO.
6.1.4. Paulo diz: a evidência da genuinidade de nossa fé é o fato de que retemos a Palavra – de que PERSEVERAMOS. Conforme Colossenses 1:21-23
6.1.5. Ele confirma isso em 2Timóteo 2:11-12 , seguindo o ensino de Jesus em Marcos 13:13 e Apocalipse 2:7 e 10.
6.1.6. No entanto, um esclarecimento é necessário. Perseverar na fé não significa que santos não passam por tempos de dúvidas, trevas espirituais e falta de confiança nas promessas e bondade de Deus. Marcos 9:24
6.1.7. O que queremos dizer quando afirmamos que a fé tem de perseverar até o fim é que nunca chegaremos a um ponto de RENUNCIAR a Cristo com tal dureza de coração que nunca retornaremos, mas, em vez disso, somente provaremos que fomos hipócritas na fé que professamos. Hebreus 12:15-17
6.1.8. Esaú se tornou espiritualmente tão endurecido e insensível em seu amor por este mundo que, quando tentou se arrepender, não pôde. Tudo que ele pôde fazer foi chorar pelas consequências de sua tolice e não pela verdadeira feiura de seu pecado ou pela desonra que lançou sobre Deus, em preferir uma simples refeição ao direito de primogenitura.
6.1.9. Por outro lado, o NT se esforça para assegurar-nos para que não desesperemos, pensando que o desvio e a inconstância do pecado é um caminho sem volta. É possível arrepender-se e retornar. Esse processo está incluído na PERSEVERANÇA DOS SANTOS. Tiago 5:20 e I João 5:16-17
6.1.10. O alvo de João, nestas palavras, era dar esperança aos que fossem tentados a DESESPERAR-SEe aos que os AMAVAM E ORAVAM por eles. 1João 1:8-9
6.1.11. Portanto, quando falamos da necessidade de perseverança, não queremos dizer PERFEIÇÃO. Pertencer a Cristo é uma realidade sobrenatural, PRODUZIDA por Deus e PRESERVADA por ele. Jeremias 32:40
6.1.12. Os santos não são marcados mais profundamente pelo que fazem e sim pelo que são. Eles são nascidos de novo. São uma nova criação. Não entram e saem desta novidade. ELA É OBRA DE Deus. É também irrevogável.
6.2. A OBEDIÊNCIA, QUE EVIDENCIA A RENOVAÇÃO INTERIOR REALIZADA POR DEUS, É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃO FINAL.
6.2.1. Isto não significa que Deus exige perfeição. Conforme Filipenses 3:12 nos esclarece, não há EXIGÊNCIA de que aqueles que são justificados em Cristo Jesus pela fé sejam IMPECAVELMENTE PERFEITOS. Todavia o NT exige que sejamos MORALMENTE diferentes e andemos em novidade de vida. Hebreus 12:14; Romanos 8:13; 1João 2:3-6 e João 8:31
6.2.2. A Primeira Epístola de João foi escrita para nos ajudar a manter nosso EQUILÍBRIO BÍBLICO nesse assunto. A perseverança dos santos não é a garantia da perfeição e sim de que Deus nos manterá combatendo O COMBATE DA FÉ, para que odiemos nosso pecado e nunca façamos paz duradoura com ele.
FATO É QUE:
Os escolhidos — os verdadeiramente salvos — perseverarão até o fim. Outra grande e esperançosa verdade! Filipenses 1:6 nos diz: “Estou convencido precisamente disto: que aquele que começou a boa obra em vós a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus”. Isto não se refere ao chamado “salvar sempre salvo”, que uma vez que somos escolhidos por Deus, podemos viver como quisermos. Pelo contrário, diz-nos que, na soberania de Deus, aqueles que Ele escolheu para a salvação sustentarão aquela confissão de conversão até à sua morte, perseverando na vida de santidade. Estas verdades estão presentes uma e outra vez na Bíblia (cf. Rm 8.35-39; 2Pe 1.10; Jo 10.28,29; 1Jo 3.9; 1Pe 1.5,9).