O serviço na perspectiva de Pedro

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Palavras Iniciais

Hoje vamos avançar na série de pregações Vim para servir e olhar para o serviço do mesmo ponto de vista do apóstolo Pedro. Esse é o nosso primeiro passo para compreender como o ensino de Jesus sobre servir, e sobretudo seu exemplo servindo, impactaram a vida dos primeiro discípulos.
Para tentar olhar na mesma perspectiva de Pedro, primeiro gostaria de relembrar dois episódios em que o apóstolo foi confrontado pelo próprio Jesus a respeito do significado de servir. Depois vamos ouvir as próprias palavras de Pedro sobre o assunto, registradas na sua primeira carta.

Nunca lavarás os meus pés

John 13:6–8 NVI
6 Chegou-se a Simão Pedro, que lhe disse: “Senhor, vais lavar os meus pés?” 7 Respondeu Jesus: “Você não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde, porém, entenderá”. 8 Disse Pedro: “Não; nunca lavarás os meus pés!”. Jesus respondeu: “Se eu não os lavar, você não terá parte comigo”.
Pedro resistiu quando Jesus fez menção de lavar os pés empoeirados do pescador. Para ele aquele serviço não era digno do seu Senhor. Ele não podia suportar que Jesus fizesse aquela tarefa, normalmente realizada pelos servos menos qualificados. Mas Jesus insistiu e disse que a condição dele como servo não era negociável.
Há pelo menos dois ensinos que podemos extrair desse diálogo, ensinos que certamente moldaram a vida de Pedro.

Todo serviço é digno

O primeiro é que todo serviço é digno. O filho de Deus não se incomodou em lavar os pés de seus amigos. Aquele a quem foi dado todo poder nos céus e na terra ajoelhou-se, de bacia na mão, e aliviou o desconforto dos pés empoeirados de seus discípulos. Aquilo marcou para sempre a vida de Pedro.

O serviço é ordinário

O segundo é que o serviço não é extraordinário. Ele encontra avenidas largas para acontecer nas coisas pequenas do dia a dia das pessoas. Não era um ocasião especial aquela em que Jesus lavou os pés de seus discípulos. Aquela era uma tarefa que precisava ser feita com frequência. Mesmo chocado, Pedro viu Jesus servir sem o glamour de um momento especial.

Tu sabes que eu te amo

John 21:15–17 NVI
15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?” Disse ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse Jesus: “Cuide dos meus cordeiros”. 16 Novamente Jesus disse: “Simão, filho de João, você me ama?” Ele respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse Jesus: “Pastoreie as minhas ovelhas”. 17 Pela terceira vez, ele lhe disse: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez “Você me ama?” e lhe disse: “Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Cuide das minhas ovelhas.
Pedro traiu o Senhor. Quando Jesus foi preso, por três vezes ele negou conhecer Jesus e ser seu discípulo. Ele ficou tão decepcionado consigo mesmo que voltou a pescar, como que desistindo de continuar a seguir Jesus. Já passou por isso?

Amar precede o servir

Depois de ressuscitar, Jesus teve um encontro com Pedro que foi registrado por João em seu evangelho. João conta que Jesus procurou Pedro no meio de uma pescaria que não ia muito bem e deu uma dica de onde os peixes estavam. Pedro pescou muitos peixes naquele dia. Depois da pescaria, em volta de uma fogueira, Jesus fez uma só pergunta: Pedro, você me ama?
A mesma pergunta três vezes: você me ama? E a cada resposta positiva de Pedro, Jesus dava ao pescador a mesma tarefa: cuide dos meus cordeirinhos, pastoreie as minhas ovelhas, cuide das minhas ovelhas.
Ao chamar Pedro para servir, Jesus deixou claro que amar precede o servir. Primeiro vem o amor, depois o serviço. Além de não refletir o ensino de Jesus, servir sem amar se torna um peso insuportável. Pedro foi profundamente impactado por esse ensino do Senhor.
............
A conclusão a que chegamos, portanto, é que ao menos três ensinos de Jesus sobre o servir moldaram a forma de Pedro pensar e viver a vida: todo serviço é digno, o serviço é ordinário e amar vem primeiro que servir.

Ouvindo Pedro

Agora que já vimos o quanto Pedro foi exposto ao ensino de Cristo, vamos observar até que ponto isso se tornou parte de sua vida e de seu próprio ensino. Duas passagem podem nos ajudar nisso.

1 Pedro 4.7-11

1 Peter 4:7–11 NVI
7 O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e estejam alertas; dediquem-se à oração. 8 Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados. 9 Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação. 10 Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. 11 Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém.
Esse texto foi escrito sob a urgência do fim de todas as coisas. A volta do Senhor Jesus para julgar e reinar pulsava na mente de Pedro. Essa urgência tem sido esquecida, mas precisa ser reavivada a cada geração. Caso contrário seremos como o servo relapso da história de Jesus, que já nãoesperava a volta de seu senhor e por isso vivia como se não fosse prestar contas de tudo que fazia.
Essa situação de alerta, afirma Pedro, deve nos conduzir a oração. Nesta última quarta tivemos um tempo precioso de intercessão uns pelos outros. Orar não se trata de alo que você possa optar por não fazer; é parte do próprio respirar espiritual de quem segue a Jesus.
No verso 8 Pedro fala que a urgência quanto à vinda de Cristo (e, acrescento eu, também a incerteza quanto à nossa partida para ele) devem nos levar a amar sinceramente e profundamente uns aos outros; mas ao mesmo tempo, deve nos levar a servir, ele completa no verso 10. Pedro está ecoando o ensino de Cristo: amor que serve, serviço por amor.
Sem dúvida nenhuma, a vida de Pedro e os caminhos da igreja no primeiro século foram profundamente marcados por esse ensino de Jesus.
Pedro explica no verso 10 que servir é repassar a graça de Deus, isto é, assim como fomos servidos pelo filho de Deus, que em seu amor gracioso por nós nos salvou, somos chamados a administrar essa graça com fidelidade, distribuindo seus efeito em nós em forma de serviço. Aliás, nas múltiplas formas que o serviço permite.
O apóstolo está dizendo também que ele descobriu que existem muitas maneiras diferentes de obedecer ao Senhor quando ele nos pede “vão e façam como lhes fiz”, como ele pediu depois de lavar os pés do discípulos.
Ainda no verso 10, Pedro explica que o serviço deve ser realizado conforme o dom que recebemos. Ele reconhece que as pessoas são presenteadas por Deus com capacidades diferentes e que o servir deve ser de acordo com essas capacidades. Que capacidades você recebeu do Senhor? Você já percebeu alguma? Alguém já lhe disse que você tem alguma?
Por fim, no verso 11, Pedro aquele que três vezes negou que conhecida o Senhor, e que três vezes disse ao Senhor que o amava, explica que servir algo que se faz com a força de Deus atuando em nós. O serviço que de fato glorifica a Deus acontece quando estamos movidos pelo poder de Deus em nós.

1 Pedro 5.1-4

1 Peter 5:1–4 NVI
1 Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: 2 pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. 3 Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. 4 Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória.
Pedro foi tão impactado pela vida e pelo ensino de Cristo que tudo o que ele fala parece ter ligação com o que Jesus ensina. É assim com você também?
Nesse trecho de sua carta ele fala com as pessoas que tinha responsabilidade de pastorear, isto é, de cuidar das pessoas na igreja. Nessa sua fala, Pedro não apenas ecoa os princípios presentes no ensino de Cristo, mas repete exatamente o pedido que o Senhor fez para ele, em volta da fogueira, depois da pescaria.
Naquele encontro Pedro foi convocado ao serviço, agora é ele, já experiente, quem convoca outros presbíteros a pastorearem o rebanho de Deus. Há muitas coisas linda que podemos aprender aqui, mas para nossa reflexão hoje à noite precisamos perceber que Pedro explicou como é esse serviço para o qual somos chamados, todos que somos discípulos de Cristo.
Como o serviço não deve ser
Não é por obrigação
Não é por ganância
Não é para dominar
Como o serviço deve ser
Por livre vontade
Sem esperar retorno
Para se parece com Jesus
Como é maravilhoso que o Espírito Santo tenha conduzido Pedro a registrar suas percepções e como ele foi generoso ao compartilhar seu aprendizado com as gerações futuras. Aliás ele diz que um dos seus objetivos ao escrever essas cartas é que as gerações futuras se lembrem do que ele ensinou, mesmo depois que ele se vá.
Então não perca tempo, puxe pela memória suas experiências de serviço e passe cada uma pela tríplice peneira de Pedro: é por OBRIGAÇÃO, é por GANÂNCIA, é para DOMINAR?
Pedro concluiu dizendo que o serviço daqueles que servem a Deus será recompensado pelo Senhor mesmo. Imagino que o apóstolo sabia por por ouvir de Jesus, e por experiência própria, que servir é coisa que se faz com os olhos fixos em Deus, esperando dele o reconhecimento que realmente importa.

Palavras Finais

Hoje nos foi possível olhar o serviço pela perspectiva de Pedro e perceber o quanto a vida dele foi moldada pelo ensino de Cristo. Mas isso não deveria ser um novidade para nós, porque ele foi um discípulo de Jesus.
Da mesma forma, nós que somos também discípulos de Cristo precisamos deixar que seu ensino molde nossas vidas e se torne nosso jeito de ser, de falar e de viver a vida.
Pedro não era um sujeito certinho. Ele lutava com seus impulsos e pecados, mas ele foi capturado pelo amor Deus demonstrado por Jesus. Ele foi laçado com laços de amor quando o Senhor o procurou depois da pesca e o resgatou do escuro da sua alma.
Ele experimentou na pele aquilo que Jesus disse, que veio para servir e dar sua vida como preço de resgate por muitos. Pedro compreendeu que foi servido por Jesus de uma forma impressionante e maravilhosa, quando o Senhor se entregou na cruz. Foi por isso que ele abraçou uma vida de serviço.
Que o Senhor nos ajude a perceber, como Pedro, que a nossa vida com Cristo não pode ser diferente da vida dele, que veio para servir.
Celebração da Ceia
Hoje estamos reunidos também para celebrar a Ceia do Senhor. Juntamente com o batismo, a celebração da ceia é uma ordenança que Jesus deixou para sua igreja.
1 Corinthians 11:23–32 NVI
23 Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão 24 e, tendo dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”. 25 Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso sempre que o beberem em memória de mim”. 26 Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha. 27 Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. 28 Examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. 29 Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. 30 Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. 31 Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. 32 Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo.
Na história da igreja ela já foi celebrada juntamente com um jantar, como dias do apóstolo Paulo. Já foi restrita aos sacerdotes em parte ou completamente. Já foi usada com instrumento de disciplina e é motivo de discordâncias teológicas.
A Ceia do Senhor não é milagrosa e não cura doentes. Dela não se obtém nenhuma graça especial. Segundo as Escrituras ela é um memorial que nos lembra da morte de Cristo na cruz, em nosso lugar, e, ao mesmo tempo aponta para sua vinda, em glória, para reinar. Por isso ela só faz sentido para quem entregou sua vida a Cristo e considera Jesus seu Senhor e Salvador pessoal.
Aqui na Videira a ceia é servida para as pessoas que além de receber Jesus com seu senhor e salvador, já foram biblicamente batizadas e e estão em comunhão com esta igreja ou com outra igreja cristã que confesse a Jesus com Senhor e Salvador.
Sua condição de comunhão com a igreja é importante para participar da ceia, porque que sentido faz celebrar a morte de Cristo se você não anda em concordância com a igreja de Cristo. Por isso, o apóstolo Paulo recomenda um autoexame pessoal da nossa caminhada.
Se há pecados não confessados, você deve resolver isso. Se há relacionamentos rompidos com irmãos em Cristo, você de resolver isso. Se há mágoas e ressentimentos contra outros membros da igreja de Cristo, você deve resolver isso. Se há perdão não concedido, você deve resolver isso. Tudo que estiver ao seu alcance você deve fazer para que o sacrifício de Cristo não seja zombado por principados e potestades.
Ore ao Senhor agora, confesse, peça perdão, comprometa-se com Ele em perdoar e reparar. E aí participe da ceia. Quando tomamos a inciativa de comparecer com humildade diante do Senhor, expondo nossa consciência diante dele, diz o apóstolo, não receberemos juízo, mas graça.
1 Corinthians 11:23–26 NVI
23 Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão 24 e, tendo dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”. 25 Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso sempre que o beberem em memória de mim”. 26 Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha.
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