Nova habitação - Cl 1.13-14

Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.

Introdução

Cada lugar tem uma cultura.

Percebe que em diferentes países existem costumes distintos?

De idiomas a leis de transito;

Da geografia a alimentações;

De hábitos ao clima;

De pontos turísticos a política.

Cada nação tem suas características, e muitas não são repetidas em outros lugares.

Nossa identidade está atrelada ao lugar em que vivemos.

Por exemplo, quando eu me apresento a alguém eu preciso falar meu nome, talvez minha idade, quem sabe meus pais, minha esposa…

Temos várias formas de nos apresentar às outras pessoas. E uma delas, sem dúvida, é o lugar onde vivemos, e talvez de onde nascemos também.

Os lugares contam muito sobre quem nós somos.

O principal creio que seja o jeito de falar. Como o Brasil é um país bem grande, temos vários tipos de sotaques, e isso muitas vezes nos define, e está completamente ligado à região que nascemos.

Também a alimentação. Chimarrão, pequi, pão de queijo, cuscus, acarajé, tortelete… Nossa alimentação é grandemente orientada pelo lugar em que vivemos.

Diferentes lugares oferecem a nós diferentes estilos de vida.

O fato é que nós somos influenciados (e quem sabe, definidos) pelos lugares.

E Paulo nos fala um pouco sobre isso.

Ele diz sobre uma mudança que fizemos.

Estávamos em um lugar e fomos levados a outro. Viviamos em um reino e fomos transportado a outro reino.

O antigo reino onde vivamos não era dos melhores, muito pelo contrário. Mas graças a Jesus, fomos resgatados.

Vamos ver o que esses dois reinos tem a ver conosco.

Domínio das Trevas

Pois ele nos resgatou do domínio das trevas. 1.13a

Existe um império de trevas. Existe um ser malígno que governa esse império, com suas próprias leis, seus próprios hábitos, seus próprios costumes.

Seu próprio linguajar, sua própria alimentação, seus próprios consumos.

Primeira coisa que precisamos reconhecer e que existia um antigo reino antes do Reino do Senhor, e nós habitávamos nele.

a. Esse império nos oprimia

Esse era um reino que era hostil. Lá nós éramos escravos. As trevas nos engoliam.

O governante desse reino é o pior que existe.

Haviam maus pensamentos, maus sentimentos, desejos maus…

A expectativa é que nós fossemos destruídos lá. Engolidos pelo pecado e pela maldade.

Apesar de aparente alegria, no fundo nós sabíamos que precisávamos de algo mais para ser feliz.

E talvez por saber, tentávamos encontrar alegria em tudo a nossa volta, em hábitos questionáveis, em vícios, compulsões.

Fizemos várias coisas que não nos orgulhamos.

b. Nós fazíamos parte do sistema

O problema é que além dessa opressão desse Imperio, nós fizemos parte desse sistema. Fizemos parte ao ceder às tentações de que esses hábitos questionáveis seriam a solução.

Nesse império das trevas havia uma cultura própria, e nós achávamos que essa cultura era bacana. Nós venderam um estilo de vida frenético e nós compramos essa ideia, e passamos a viver nossa vida sempre em busca da próxima grande prazer.

Obviamente que lá nós ainda tinhamos boas intenções. Talvez não passamos a perna em ninguém, ou até compramos uma refeição para o morador de rua. Como eu poderia ser parte de um domínio de trevas?

Mas aos habitantes desse reino não era suficiente fazer coisas boas, porque ainda eram servos de outro rei.

Aliás, nada seria suficiente para sair desse império. Humanamente falando seria impossível!

No entanto, como Jesus mesmo diz a respeito da impossibilidade do homem de se salvar: “é impossível ao homem, para Deus nada é impossível.”

Por isso o texto não diz que habitamos no domínio das trevas, mas que habitávamos lá, mas Deus nos resgatou.

É Deus quem nos tira de debaixo do domínio das trevas. É ele que nos liberta da escravidão do pecado.

Satanás não governa mais sobre nossas vidas.

Nós temos um novo Rei!

Glória a Deus!

Jesus, o Rei dos Reis, ele sim é nosso Senhor

Reino do seu Filho amado

Nos transportou para o Reino do seu Filho amado. 1.13b

Somos agora convidados a habitar no Reino de Jesus.

a. Novo Reino

Numa nova cultura, novo estilo, novas estações, novo ritmo, novo Rei!

O Rei desse novo reino é amoroso, longânimo, compassivo, justo, verdadeiro e fiel. Não é mais como o antigo rei.

Enquanto no domínio das trevas o governante se alegrava em nosso sofrimento ou em nossas falsas alegrias, no Reino de Jesus somos convidados a encontrar esperança de dias melhores e de uma alegria que não tem fim, mesmo nos momentos difíceis.

Nesse novo reino a regra não é mais o orgulho e a arrogancia, mas a humildade e o amor.

Enquanto na antiga vida, satanás desejava por nossa ruína, agora servimos a um Deus que aguarda ansiosamente o dia em que enxugará toda lágrima de nossos olhos.

b. Nova vida

É natural que a mudança de reino, de rei, de cultura afete a vida como um todo.

Quando passamos muitos dias em uma cultura diferente da nossa, nós facilmente adquirimos alguns costumes dali.

Somos facilmente adaptáveis, ou influenciáveis. Nos inserimos muito bem em novas culturas.

Meio que substituímos culturas antigas por novas sem muita dificuldade.

Quando Daniel e seus amigos são exilados na Babilônia eles passam por uma tentativa de recivilização: Daniel 1.4-7

1. O idioma deles é trocado. V.4: Ele deveria ensinar-lhes a língua e a literatura dos babilônios.

2. A alimentação deles deveria ser outra. V.5: De sua própria mesa, rei designou-lhes uma porção diária de comida e de vinho.

3. Até mesmo a identidade deles seria outra. V.7: a Daniel deu o nome de Beltessazar; a Hananias, Sadraque; a Misael, Mesaque; e a Azarias, Abede-Nego.

Evidente que a Babilônia não tinham boas intenções com esses rapazes. Eles queriam matar os antigos costumes deles como povo de Deus. Como conhecemos a história, isso não foi suficiente. Eles continuaram firmes servindo ao Deus de Israel mesmo diante de Nabucodonosor.

Mas o fato é que na mudança de reinos, se espera que agora sejamos adaptados aos novos costumes.

Enquanto Daniel e seus amigos tinham a proposta de abandonar seus bons costumes para viver como um babilônico, nossa proposta aqui é exatamente o contrário.

Nós fomos resgatados de um reino onde o pecado era a lei, e nós não podíamos contrariar.

Mas agora fomos recebidos em um novo lugar, numa cultura celestial, com costumes orientados diretamente por Deus.

Aquilo que em nós era do antigo reino vai ficando para trás. Somos convidados a sair desse império do mal e tirar esse império do mal de dentro de nos também.

Recebemos um novo coração, fomos transformados pela renovação da nossa mente, frequentamos lugares edificantes e temos hábitos honrosos.

Nesse novo reino existe um novo idioma, novo vocabulário, novo linguajar. Nova alimentação, e claro, nova identidade.

Se antes éramos oprimidos e ao mesmo tempo parte de um sistema opressor, agora somos recriados a imagem e semelhança de um Cristo humilde e bom.

E isso afeta nossas vidas, meus irmãos. Se fomos transportados para o Reino de Cristo isso precisa ser evidenciado em nossas vidas! Na maneira como nós vivemos!

Se antes o pecado era a lei agora não é mais. Muito pelo contrário! A Graça de Jesus arrebatou nosso coração e agora nós podemos viver para a glória dEle!

As pessoas precisam olhar para nós e perceber que nosso reino é outro.

Nossos hábitos foram redimidos por Jesus. Nossos desejos foram lapidados. Nossas ambições não podem ser as mesmas.

Nós agora fazemos parte de algo muito maior que nós mesmos.

Redenção e Perdão

Em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados. 1.14

E é evidente que não fizemos isso sozinhos, como já dissemos. Isso só seria possível mediante a redenção e perdão em Jesus.

Ele nos fez tudo isso na cruz.

A passagem de um reino para o outro jamais poderia ser paga por nós. Não éramos capazes de adquirir, mas Cristo nos deu.

E apesar do que pode ter acontecido naquele antigo reino, diante do novo Rei tudo ficou para trás e somos convidados a viver em paz, com os outros, com Deus e conosco mesmo.

Em Cristo existe redenção. Nele existe perdão.

O que passou, passou. Nosso escrito de divida foi pregado na cruz em Jesus.

Temos liberdade para viver tranquilos nesse novo Reino, porque viemos a convite do próprio Rei.

Nossas falhas ficaram para trás, e agora podemos começar de novo, e ainda com a ajuda do Espírito de Deus.

Conclusão

Existe um novo Reino, meus irmãos. Com um novo Rei. E nova cultura. Novas habitações. Novo estilo.

Minha oração é que nós possamos desejar diariamente viver como parte desse reino.

Cristo nos libertou da escravidão do imperio das trevas, e por isso podemos viver felizes no Reino de Jesus.

Você quer ser parte disso?

Que nossa vida deixe claro a cultura desse reino.

Que as pessoas possam olhar para nós e perceber que temos uma linguagem diferente, estilos diferentes sem dizer de uma identidade transformada.

Jesus é nosso rei, e nós somos parte desse reino.

Você pode repetir isso comigo?

Jesus é nosso Rei!

E nós somos parte desse Reino!