Não era para ser assim
Em Cristo foi apagado • Sermon • Submitted • Presented
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· 21 viewsE se o início de sua vida fosse um tecido da cor mais branca que você já viu, depois de alguns anos, como estaria? Nesta série vamos estudar como podemos ter uma vida limpa de novo.
Notes
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No capítulo anterior desta série vimos que o pecado é uma condição da natureza humana (Sl 51:5) que se expressa em nossas ações (1Jo 3:4) , omissões (Tg 4:17) e intenções (Mt 5:27-28). Vimos também que Deus veio, em Cristo, ao fundo do poço (2Co 5:21). No capítulo de hoje vamos estudar sobre a providência de Deus para lidar com a condição humana.
Como Deus tratou com o problema do pecado?
Como Deus tratou com o problema do pecado?
Os primeiros Zigurates foram construídos cerca de 3 mil anos a.C. A palavra vem do acadiano e significa “construção de prédio alto”. O mais famoso foi o dedicado a Marduk, também identificado como a torre de Babel. O mais bem preservado é o da cidade de Ur, de onde veio Abraão. Essa construção foi concluída por volta do séc. XX a.C. e foi escavada em 1920-30 por Leonard Wooley. O prédio tem 60 metros de largura por 45 de profundidade e a ideia é que tinha cerca de 30 metros de altura, o que equivale a um prédio de 10 andares.
“Era uma grande construção, normalmente em forma de pirâmide escalonada, com longas escadas, que levavam ao topo onde havia algum tipo de templo religioso. Infelizmente nenhum desses templos sobreviveu, temos apenas relatos de sua existência e vestígios das bases de alguns deles” (FÜHR, 2018).
Esses templos eram como links entre o céu e a terra e se o adorador quisesse encontrar com deus, precisava subir as escadas para o ato de adoração.
A proposta do Deus de Israel não era que o ser humano subisse até ele, ou pelo menos não com sua iniciativa. Ele iria descer até nós!
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel
(que quer dizer: Deus conosco).
Deus manda construir um templo
Deus manda construir um templo
Deus mandou construir um templo para sua adoração, conf. Ex 25:8.
E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles.
Muitas são as diferenças entre o santuário do deserto e os zigurates da Mesopotâmia, mas pensando em três:
O povo está perto, o acesso é fácil e o plano é horizontal porque Deus veio aqui sabendo que nenhuma iniciativa humana nos levaria a Ele.
O povo está perto, o acesso é fácil e o plano é horizontal porque Deus veio aqui sabendo que nenhuma iniciativa humana nos levaria a Ele.
No livro do Êxodo nós encontramos os detalhes para a construção material do santuário, mas em toda a Bílbia podemos ver que ele funcionava como uma didática de Deus para ensinar a salvação. M. L. Andreasen escreveu um livro com os detalhes rituais e simbólicos do santuário (O Ritual do Santuário. Casa Publicadora Brasileira, 1983).
Quando o animal era levado ao sacrifício, era um símbolo do Salvador que se entregaria pelo pecador. Cada um dos animais ao longo de milhares de anos, não poderia apagar o pecado, apenas era uma sombra da verdadeira figura que é Cristo. os móveis e todo o ritual tinham uma forte ligação com o ministério de Jesus e sua relação conosco.
Sacrifício feito no altar
No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
A água na bacia
Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.
O pão sobre a mesa
Eu sou o pão da vida.
O candelabro
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
O altar de incenso
Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.
O propiciatório
e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.
O sacerdócio
Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.
Uma leitura atenta do ritual do santuário nos dá uma clara ideia de como Jesus morreria, pois a maneira como os animais eram tratados também eram um símbolo do que aconteceria com Messias. Quando pensamos na cruz, não
Ideal e real
Ideal e real
Você já deve ter ouvido a frase: “uma coisa é o ideal, outra é o real.”
No ritual do santuário, temos o ideal de Deus para a redenção humana, mas na cruz temos a resposta humana para a proposta divina.
No ritual do santuário, temos o ideal de Deus para a redenção humana, mas na cruz temos a resposta humana para a proposta divina.
O animal que seria sacrificado não era espancado, torturado, humilhado… como Cristo foi na cruz. Crio que é por isso que Paulo diz ue o amor do Salvador é constrangedor (2Co 5:14) e também enfatiza o método da morte em Fp 2:8.
a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Deus em sua presciência já sabia o que aconteceria, porque em vários lugares está escrito como o Salvador seria tratado (Is 53:1-10). Paulo ficava constrangido em saber que Jesus não se negou, mesmo tendo plena consciência de que a realidade seria fora do ideal divino (Mc 8:31; Jo 3:14).
Havia no ritual do Santuário um momento chamado dia da expiação (Lv 16). Um dia em que um animal era morto como símbolo geral de perdão e esse era o único momento em que o sumo sacerdote ministrava no lugar chamado de santo dos santos, onde estava a arca da aliança. Este era um dia de perdão, onde todos os pecados eram apagados. A palavra “expiação” tem o significado de “cobrir” e o sentido é o de “encobrir a iniquidade” (MANGUM, 2014).
Assim Deus deixou registrado como o Messias deveria ser tratado: voluntariamente ele se entregaria, como fez, mas sem a necessidade de tortura e humilhação. A morte de Cristo não seria um dia de vergonha e confusão, mas de alegria louvor, pela expiação do pecado.
Tortura, humilhação e dor não apagam pecados, a morte sim.
Tortura, humilhação e dor não apagam pecados, a morte sim.
Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!
Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador. Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue; porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo, dizendo:
Este é o sangue da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros.
Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado. Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.
O Senhor deixou claro tanto como deveria ser quanto que sabia que a maldade humana faria diferente, incluindo requintes de crueldade no sacrifício do Cordeiro de Deus. Se o plano fosse seguido, em algum momento Jesus teria sido conduzido ao sumo sacerdote, no dia da expiação e, com gritos de aleluia e glória a Deus, ele seria morto e ressuscitaria, como aconteceu, mas sem a dor da regeição, a angústia da tortura e a vergonha da humilhação.
No Getsêmani Cristo não disse: “não vim aqui para isso, vou voltar quando eles compreenderem direito o plano da redenção.” Mas foi no Getsêmani que ele orou e pediu a Deus forças e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Ele fez mais do que o necessário para que, na cruz, nossos pecados fossem apagados.
Referências: Moacir FÜHR. Zigurates: o que eram e qual era sua finalidade? Apaixonados por História. Disponível em: <https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/62/zigurates-o-que-eram-e-qual-era-a-sua-finalidade>. Acesso em: 28/02/22; Adriani Milli Rodrigues, “Atonement”. D. MANGUM, et al. Orgs. Lexham Theological Wordbook. Bellingham, WA: Lexham Press, 2014.
Soli Deo gloria