Amor, alegria e paz

O sabor da vida  •  Sermon  •  Submitted
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Nesta série estamos estudando o fruto do Espírito, por isso na semana passada estudamos sobre quem é Ele, aquele que é descrito por Cristo em João 16 como o Ajudador; Aquele que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo e nos guia a toda a verdade. Podemos até não entender quem Ele é e como age, mas isso não nos tira o privilégio de ser convencidos e guiados pelo Ajudador.
A carta aos Gálatas é conhecida como a declaração de independência cristã, mas também mostra nossa completa depenência de Deus (CHAMPLIN, 1995, pág. 429). Quando lemos Gl 5:16-26 encontramos a exposição de Paulo sobre “a vida como uma vida no Espírito” (GUTHRIE, 1984, pág. 173).

O conflito em andamento

Na segunda guerra mundial, quando a Alemanha invadiu a Polônia, o conflitou durou pouco tempo por causa da diferença bélica. Os alemães com carros blindados e os poloneses com apenas uma brigada blidada e doze brigadas de cavalaria. “Cavalos contra tanques!”*
Na vida espiritual estamos em um conflito também e a proporcionalidade das forças depende das escolhas que fazemos.
Gálatas 5.16–17 RA
Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.
Um dia mais, outro menos, mas é nosso cotidiano. Esse é o contexto em que Paulo fala sobre o fruto do Espírito e vamos voltar a esse texto em outro momento dessa série, mas em uma breve reflexão, podemos tirar uma primeira lição:

Diariamente, por uma questão de natureza, tendemos a um comportamento autodestrutivo!

O fruto do Espírito

Gálatas 5.22–23 RA
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
“Fruto”? sim, é no singular mesmo!
A presença divina na vida produz uma mudança completa. Não em um instante, mas a mudança tem de estar acontecendo.
Pensando no fruto em seu número singular e em seus resultados plurais, imagino não uma maça - naturalmente indivisível - ou um cacho de uvas - embora ninguém se contente com uma uva! - também indivisível de maneira natural. Eu penso então em uma tangerina. Quando descascada, há uma maneira natural de prová-la, gomo por gomo. Agora imagine que cada um desses gomos tivesse um sabor e uma sensação diferentes. Pois é assim que imagino o fruto do Espírito.
Quando pensamos em “obras da carne” e “fruto do Espírito” também concordo que “são necessárias todas as virtudes cristãs para que uma pessoa seja um verdadeiro seguidor de Cristo; porém, basta somente uma das “obras da carne”, para tornar alguém um seguidor do maligno” (NICHOL, 2013, pág. 1087). Por isso falamos sobre o Ajudador no primeiro capítulo da série.

O fruto do Espírito é Deus agindo em você!

Não é um traço de caráter ou personalidade ou uma qualidade apenas.
Como dividir o estudo desse fruto? Dentre as possibilidades, escolhi a proposta de Hendriksen (2009, pág. 167-168), como ele explica:
“Talvez possamos dividir esses nove preciosos frutos em três grupos, perfazendo três frutos em cada grupo. Se isso for correto – de forma alguma se tem certeza! –, o primeiro grupo estaria se referindo às qualidades espirituais mais básicas: amor, alegria, paz. O segundo grupo indicaria aquelas virtudes que se manifestam nas relações sociais. Pressupomos que considera os crentes em seus diversos contatos entre si e com aqueles que não pertencem à comunidade cristã: longanimidade, benignidade, bondade. No último grupo, se bem que aqui há bastante espaço para divergência de opinião, o primeiro fruto poderia referir-se à relação dos crentes com Deus e sua vontade revelada na Bíblia: fidelidade ou lealdade. O segundo, presume-se, com seu contato com os homens: mansidão. O último, à relação que cada crente tem para consigo mesmo, ou seja, com os próprios desejos e paixões: domínio próprio.”

Amor, o primeiro “pedaço” do fruto

A Bíblia define Deus como sendo amor, não tendo amor (1Jo 4:8). Isso nos dá uma forte impressão do que é essa manifestação do Espírito em nós.

O Espírito nos leva a realidade de ter na vida aquilo que define Deus!

Dia desses ouvi algo interessante: “devo amar a todas as pessoas, mas não sou obrigado a gostar de todas.” Vi sentido nisso porque entendo que preciso fazer o mel

Alegria, a segunda “parte” do fruto

Tem uma história na Bíblia que ilustra o que é alegria, é a de Zaque em Lc 19:1-10. Está escrito que quando Zaqueu soube que Jesus estava ali e foi vê-lo, por não conseguir subiu em uma árvore. Ao chegar ali, Jesus o viu e disse para ele descer porque ficaria na casa dele. No verso 6 está escrito que “então ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria” (Nova Versão Internacional)

Sentir-se aceito por Deus traz alegria!

Paz, a terceira “fatia” do fruto do Espírito

No conceito popular, paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações e agitação. Derivada do latim Pacem que é a absentia belli, pode referir-se à ausência de violência ou guerra.
O conceito bíblico vai além da ausência de hostilidade. A Bíblia trata essência e forma como uma coisa só. O ser é integral.
“Paz” aparece 231 vezes no Antigo Testamento e quer dizer: completude, sanidade, vigor, prosperidade, bem-estar, harmonia entre as partes. Vai além da ideia moderna de ausência de conflito.
A paz que Deus oferece e que é o Fruto do Espírito é aquela que Jesus mencionou em Jo 14:27.
João 14.27 RA
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
E Paulo esclareceu em Ef 2:14 “porque ele é a nossa paz...”

Paz é a presença divina!

Como experimentar amor, alegria e paz? Não procure por esses elementos, busque o Espírito, é ele quem dá sabor a vida!
Você ama o quanto Deus quer que você ame? Experimenta a alegria verdadeira? Já sentiu uma paz, mesmo em meio ao conflito cotidiano? Se ainda não, agora é a oportunidade de conversar com Ele e deixar-se ser dominado pelo Espírito. Se já sentiu, não pense que já viveu todas as experiências que Ele tem para você, afinal maçãs verdes e vermelhas têm sabores diferentes, embora sejam a mesma fruta.
Minha oração é para que o Ajudador dê um sabor celestial a sua vida, com amor, alegria e paz.
Soli Deo gloria
*Winston Churchill, The Second World War: The Gathering Storm (Boston: The Houghton Mifflin Company, 1948) pág. 443; William Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich (Nova York: Simon and Schuster, 1960) pág. 625-626.
Referências: Russell Norman CHAMPLIN. O Novo Testamento interpretado: versículo por versículo. Vol. 4. São Paulo: Candeia, 1995; Donald GUTHRIE. Gálatas: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1984; Francis D. NICHOL (ed.). Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia. Vol. 6. Tatuí, SP: Casa Publidacora Brasileira, 2013. William HENDRIKSEN. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
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