A tristeza que vem de Deus

Em Cristo foi apagado  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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E se o início de sua vida fosse um tecido da cor mais branca que você já viu, depois de alguns anos, como estaria? Nesta série vamos estudar como podemos ter uma vida limpa de novo.

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Esta série trata sobre o perdão é a cura para a condição humana, mas antes de falar da cura, precisamos conhecer um pouco a doença pela perspectiva do médico e vimos que Strong (2003:139) definiu o pecado como “a falta de conformidade com a lei moral de Deus quer em ato, disposição ou estado.” Essa é uma definição com base bíblica, porque estudamos que pecado é ação, intenção, omissão e finalmente um estado. Este foi o primeiro capítulo da série.
No segundo capítulo, vimos o plano de Deus para tratar o pecado. Jesus foi além do necessário, para nos dar a cura para a pena do pecado, como diz Paulo em Fp 2:8:
Filipenses 2.8 RA
a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
O que fazer para ser perdoado foi o que estudamos no terceiro capítulo da série, quando lemos a história da mulher no poço e vimos a proposta que Jesus fez a ela: Se ao menos soubesse o presente maravilhoso que Deus tem para você, e quem está lhe pedindo água, você lhe pediria, e ele lhe daria a água da vida! Jo 4:10.
Hoje o tema é “a tristeza que vem de Deus” e quero começar lhe propondo uma pergunta: pode o evangelho nos entristecer?
2Coríntios 7.8–13 RA
Porquanto, ainda que vos tenha contristado com a carta, não me arrependo; embora já me tenha arrependido (vejo que aquela carta vos contristou por breve tempo), agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte. Porque quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que defesa, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vindita! Em tudo destes prova de estardes inocentes neste assunto. Portanto, embora vos tenha escrito, não foi por causa do que fez o mal, nem por causa do que sofreu o agravo, mas para que a vossa solicitude a nosso favor fosse manifesta entre vós, diante de Deus. Foi por isso que nos sentimos confortados. E, acima desta nossa consolação, muito mais nos alegramos pelo contentamento de Tito, cujo espírito foi recreado por todos vós.

Os problemas de Corinto

Paulo visitou a cidade no ano 51, por ocasião de sua segunda viagem missionária. Ficou ali vários meses, deixando uma igreja.
Corinto era considerada a “Paris da antiguidade.” Tinha como deusa principal Afrodite, Deusa do amor, e seu culto acontecia dirigido por 1000 mulheres que se revezavam como prostitutas cultuais.
A primeira carta de Paulo aos corintos oi escrita em sua terceira viagem missionária, no ano 57, na cidade de Éfeso. Ele tratou sobre (1) a unidade e espiritualidade da igreja, que estavam em risco por causa das facções e pelo fato de alguns não conseguirem se libertar da antiga vida e manterem até casos de incesto; (2) questões sociais internas como levar as demandas para os tribunais seculares e problemas familiares que repercutiam fora da igreja; (3) situações mal definidas quanto a doutrinas como ressureição e dons espirituais.
Paulo então manda Tito levar a carta e conversar com a igreja de Corinto. Foram várias semanas até receber a resposta e o apóstolo estava tão ansioso que teve de viajar sem encontrar com Tito.
Quando este chegou, trouxe alívio a Paulo com o reencontro e a resposta dos seus filhos na fé, omo está escrito em 2Co 7:5-7 (versão A Mensagem) “Quando chegamos à província da Macedônia, não tivemos sossego. Os conflitos na igreja e os temores no coração nos deixaram ansiosos. Não conseguíamos relaxar, porque não sabíamos o desfecho da situação. Então, Deus, que levanta os abatidos, nos deu novo ânimo com a chegada de Tito. Ficamos felizes apenas por vê-lo, mas o alívio veio com o que ele nos disse sobre vocês, sobre quanto se preocuparam e lamentaram por minha causa. Minha preocupação transformou-se em tranquilidade!”
“Não fazia parte da natureza de Paulo ferir os seus amigos, e nem ele se alegrava em causar tristeza a uma igreja; quanto menos a uma igreja que ele amava tanto como a de Corinto. Ele fora chamado para ser ministro da reconciliação” (ALLEN, 1988, pág. 73).

A tristeza

1Coríntios 7.8 RA
E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo.

Pode o evangelho nos entristecer? Deus até espera isso...

…Mas nos termos de 1Co 7:9b “...pois vocês se entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa.”
Existe um sentimento de culpa que me leva ao arrependimento. Davi experimentou isso Sl 51:1-2
Salmo 51.1–2 RA
Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado.
Pedro também sentiu isso quando traiu Jesus e o Salvador teve de convencê-lo de que que continuava a amá-lo. Acho que Pedro viveu no limite desse sentimento de culpa e dessa tristeza ao ponto de Jesus ter de dizer a ele que mesmo tendo traído sua confiança, mediante arrependimento, o plano para a vida de Pedro continuava: ele seria um pastor no Reino de Deus.
Conversei certa vez com uma pessoa que estava sofrendo com o peso dos erros da vida. Tinha feito alguns abortos em sua juventude e agora, com mais de 80 anos, se culpava por isso. Ela fazia parte da comunidade da fé, da igreja, do corpo de Cristo, mas estava angustiada porque não se perdoava por seu erro. Deus podia perdoá-la, mas ela não se perdoava. Aquela pessoa não consegui se libertar de sua dor e a culpa pelo pecado se tornou a amargura de sua vida. Está é a tristeza que nos faz mal e mata, não a que nos resgata e cura.

Resultado

2Co 7:11 (versão A Mensagem) “Agora, digam-me: não são maravilhosos os caminhos que a tristeza toma para nos aproximar de Deus? Vocês estão mais vivos, mais cuidadosos, mais sensíveis, mais reverentes, mais humanos, mais apaixonados, mais responsáveis.”
Há duas formas de lidar com a tristeza: depressão ou transformação; autopiedade ou arrependimento. Não depende de auto sacrifício, mas aceitar o sacrifício que Ele fez. Não é autocondenação, porque em Rm 8:1 e 2 está escrito
Romanos 8.12 RA
Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne.
Em uma série como esta, no interior da Bahia, um homem chamado João Batista frequentava todas as noites. Em um dia que falei sobre o perdão e disse que embora nossos pecados nos tragam culpa e tristeza, o perdão estava disponível, ele chorando veio me abraçar. Foi até um pouco constrangedor, mas depois entendi o motivo. Quando fui visita-lo ele me disse: “pastor, matei um homem e me disseram que eu não tinha perdão. Desde então vivo com essa dor e tristeza, mas ontem como em nenhum outro dia, compreendi que em Cristo meu pecado foi apagado.”
Alguns demoram semanas para entender isso, outros demoram anos e alguns, a vida toda e não conseguem compreender. E você, que já recebeu o perdão de Deus quando se arrependeu, será que continua preso ao sentimento de culpa? Lembre-se: Em Cristo foi apagado!
REFERÊNCIAS: Clifton ALLEN (ed.). Comentário Bíblico Broadman: Novo Testamento. Vol. 11. Rio de Janeiro: JUERP, 1988; D. A. CARSON, Douglas J. MOO, Leon MORRIS. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997. 287-318; Vanderlei DORNELES, ed. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia. Tatuí-SP: CPB, 2014. 722-726, 903-906; Craig KEENER. Comentário Bíblico Atos: Novo Testamento.Belo Horizonte: Atos, 204; David H. STERN. Comentário Judaico do Novo Testamento. Belo Horizonte: Atos, 2007; Maurício ZÁGARI. Perdão Total: um livro para quem não se perdoa e para quem não quer perdoar. São Paulo, Mundo Cristão, 2014.
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