Aula EBD 27/02/2022 - De Deus e da santíssima Trindade

Confissão de Fé de Westminster  •  Sermon  •  Submitted
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De Deus e da santíssima Trindade

Já aprendemos nas aulas anteriores que Deus se revela aos homens de diversas formas e que, por causa disso, é possível conhecê-lo. Mas se isso é possível, as perguntas que se seguem são: Quem Deus é? Como Deus é?
É exatamente disso que trata o segundo capítulo da CFW.
PARÁGRAFO 1
Quantos Deuses existem?
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e suas perfeições.

A primeira resposta que a CFW nos dá é com respeito à quantidade de Deuses existem. A CFW afirma que existe apenas um Deus vivo e verdadeiro. Essa é uma informação importante não apenas para reafirmar a supremacia do Deus verdadeiro sobre os deuses criados pelos homens, mas também para nos lembrar diariamente que nada na nossa vida pode ocupar o lugar de Deus.
Idolatria não é apenas o ato de se render a outro Deus. Mas também de colocar qualquer outra coisa no lugar que deveria ser de Deus em nossas vidas.
Nós fazemos muito isso. Idolatramos família, trabalho, estudos, dinheiro, amigos. Tudo pode ser idolatria na nossa vida.
“O coração humano é uma fábrica de ídolos.”
João Calvino
Exemplo do filme “advogado do diabo”. Ele vence uma de suas idolatrias, que é nunca perder um caso, mas se orgulha pelo que fez.
Contudo, apesar de limitado em número, nosso Deus é ilimitado em suas perfeições, a ponto de nada poder sondar o seu coração e os seus desígnios.
Como Deus é?
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões,

Um dos grandes motivos de termos dificuldades de entender como Deus é está no fato de sua diferença principal conosco. Enquanto nós somos carne, a Bíblia diz que Deus é Espírito. Ele é invísivel, não tem corpo, membros ou paixões.
Esse é o principal motivo para Deus ter proíbido a confecção de ídolos à sua imagem, afinal, ele não está preso a uma forma ou a um corpo.
É por isso que temos que tomar cuidado, por exemplo, com músicas que humanizam demais a figura de Deus. Devemos nos prender às figuras que a Bíblia nos autoriza (Olhos, mãos, ouvidos).
“Ensina-me a sentir teu coração, Senhor quero ouvir teu respirar, tirar teu fôlego com minha fé...” - André Valadão.
Nós precisamos respeitar aquilo que Deus é em essência, e ele é Espírito. Por mais que seja difícil compreender, devemos nos manter submissos à revelação que ele faz de si mesmo.
Contudo, esse não é o fator distintivo do ser de Deus. Os anjos e os demônios, por exemplo, também são espíritos que não têm corpo.
Atributos comunicáveis: são aquelas qualidades de Deus que, de maneira imperfeita, também podem ser vistas nos seres humanos.
Atributos incomunicáveis: são aquelas qualidades de Deus que, em nenhuma medida, estão presentes no ser humano.
O que diferencia Deus de suas criaturas?
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

é imutável, imenso, eterno, incompreensível, onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto

A CFW usa uma série de atributos incomunícaveis de Deus para demonstrar a distinção que existe entre o criador e as criaturas.
Enquanto as criaturas são mutáveis, Deus é imutável; enquanto as criaturas são pequenas, Deus é imenso (tamanho, grandeza); enquanto as criaturas podem ser exauridas em conhecimento, Deus é incompreensível; enquanto as criaturas são limitadas em poder, conhecimento e espaço, Deus é onipotente, onisciente e onipresente; enquanto as criaturas são presas à sua natureza, Deus é completamente livre; enquanto as criaturas são relativas, Deus é absoluto.
Exemplo do nome Eu Sou.
Como Deus expressa seu caráter ao mundo que Ele fez?
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

fazendo tudo para sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso

A CFW é clara ao afirmar que Deus faz tudo segundo o conselho da sua própria vontade e para a sua própria glória. Portanto, se Deus faz tudo para a sua própria glória, tudo que ele fez deve refletir a sua pessoa, para que ele seja visto através da criação e seja glorificado.
Por isso, ele expressa seu caráter ao mundo através dos seus atributos comunicáveis que, de forma limitada, estão presentes nos seres humanos.
O homem pode amar, mas Deus ama perfeitamente; o homem pode ser gracioso, mas Deus é perfeitamente gracioso; o homem pode ter misericórdia, mas Deus tem misericórdia eternar; o homem pode ser longânimo, mas Deus possui longanimidade inigualável; o homem pode ser bondoso, ma Deus é a própria bondade.
Tudo isso se resume ao amor de Deus.
Deus é apenas amor?
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

e verdadeiro galardoador dos que o buscam, e, contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia todo pecado; de modo algum terá por inocente o culpado.

Contudo, não é apenas isso. A CFW deixa claro que o Senhor recompensa a todos pelo modo como viveram. Ele é galardoador daqueles que o temem, mas ele também é perfeitamente justo e terrível com aqueles que praticam pecado. Ele jamais terá por inocente aquele que é culpado.
Sendo assim, Deus também se revela através da sua ira, da sua justiça e da sua santidade.
Deus odeia o pecado e não o pode suportar. Como um Juiz não pode simplesmente deixar de condenar um criminoso perigoso.
Por isso Jesus teve que vir, caso contrário, jamais poderíamos estar junto a Deus, porque somos pecadores e Deus não suporta o pecado.
PARÁGRAFO 2
Enquanto o primeiro parágrafo do capítulo 2 trata dos atributos de Deus e as suas utilidades para a revelação, esse segundo parágrafo é um verdadeiro chamado à contemplação do Ser de Deus.
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança. Ele é todo-suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência; não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas.

De onde vem todos os padrões e absolutos observados na humanidade?
A primeira parte do parágrafo trata da autossuficiência de Deus em relação às suas criaturas. Nele está toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança. Isso quer dizer que ele é o padrão do universo. Ele é o absoluto final que rege todas as outras coisas.
Tudo que é bom, é bom porque está de acordo com a natureza de Deus e tudo que é mal, é mal porque é contrário à natureza e aos preceitos de Deus. Se existe algum padrão na humanidade, esse padrão está fundamentado na natureza de Deus.
Exemplo da discussão com o colega positivista (explicaro o que é positivismo jurídico). Tentativa de provar que o nazismo foi moralmente errado fora de classificações divinas.
Discussão com o mesmo colega sobre o amor que ele tem pela namorada. O que difere entre o bem e o mal que ele faz a ela. De onde vem o padrão?
Exemplo do pastor Jonas Madureira: se casar com a irmã?
Com que propósito Deus criou o homem?
Fazer essa pergunta para a classe. Deus estava lá no bem bom, na eternidade e falou, do nada, vou criar um mundo. Por quê?
Se Deus é a fonte de todos os absolutos, Ele também é autossuficiente. Isso quer dizer que ele não precisa das suas criaturas para NADA. Ele não depende delas.
Sempre que se faz essa pergunta as pessoas costumam responder: porque ele queria revelar seu amor, porque queria se relacionar, porque queria demonstrar a sua glória. Mas isso tudo Deus já fazia na eternidade, ele não depende de suas criaturas para fazer isso.
Ele criou por graça. E ele continua sendo gracioso ao demonstrar a sua glória nas criaturas, pelas criaturas, para as criaturas e sobre as criaturas.
Quem é a origem de todo o ser?
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

Ele é a única origem de todo ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser.

A CFW afirma que Deus é a origem de todo ser. Isso quer dizer que tudo surge a partir dele.
Por isso é possível dizer que toda a criação pode revelá-lo de alguma maneira. Nada que exista nesse mundo é novo em relação a Deus. Mesmo as coisas mais modernas.
Exemplo do Putin. Guerra e ira, o Senhor faz isso, mas faz isso com santidade absoluta, diferente do homem. Deus tem poder, só que perfeito, diferente do homem que usa isso para o mal.
Por causa disso, tudo é dele (posse), tudo é por ele (meio) e tudo é para ele (fim). Por isso ele tem domínio sobre tudo.
Assim como um diretor tem poder sobre o roteiro, Deus tem poder sobre tudo que existe. Ele faz o que quer e ninguém pode questioná-lo por isso (Romanos 9). C. S. Lewis gostava de fazer essa comparação
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

Todas as coisas estão patentes e manifestas diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente da criatura, de sorte que para ele nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo culto, todo serviço e toda obediência, que ele houve por bem requerer deles.

Isso também implica dizer que nada está oculto dEle. O seu saber é infinito e independente de qualquer criatura. Ele sabe tudo o que vai acontecer e Ele também sabe como tudo aconteceria se algo fosse mudado. Ele conhece inclusive todas as possibilidades.
Por causa disso, anjos, homens e toda a criação estão obrigados a prestar-lhe culto, serviço e obediência. Afinal, é isso que ele requer dEles.
PARÁGRAFO 3
O que é a Trindade?
Símbolos de Fé: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo Capítulo II: De Deus e da Santíssima Trindade

Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade – Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. O Pai não é de ninguém – não é gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.

Nos últimos dois parágrafos nós aprendemos sobre as perfeições, os atributos e a independência de Deus em relação ao mundo, bem como sobre a nossa dependência dEle. Nesse parágrafo a CFW trata da característica mais distintiva do Deus cristão: a triúnidade.
O Velho Testamento inteiro afirma a singularidade de Deus e mesmo Paulo, no Novo Testamento, afirma essa singularidade (1Timóteo 2:5). Todavia, as páginas do Novo Testamento exalam a maravilhosa verdade de que, nessa singularidade, habitam três pessoas - o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Essas três pessoas são iguais em substância (são igualmente Deus), poder (todas têm igual poder sobre tudo que existe) e eternidade (nenhuma delas foi criada, antes todas são eternas e sempre coexistiram em harmonia).
1Coríntios 8:6 afirma a divindade do Pai. João 1:1 afirma a divindade do Filho. E Atos 5:3-4 afirma a divindade do Espírito Santo. Pode parecer dífícil entender a doutrina da Trindade, mas é preciso compreender que ela é a única possibilidade para a existência de um Deus na religião cristã.
Quando a Bíblia afirma que Deus é amor, ela quer dizer que Ele sempre amou. A Bíblia não diz que Deus se tornou amor depois que criou a humanidade. Pelo contrário, ele sempre foi amor e, portanto, sempre amou. Um Deus absolutamente singular, não poderia ser chamado assim, já que não teria a quem amar antes de criar tudo.
E caso Deus precisasse criar para amar, ele se tornaria dependente de sua criação e isso implicaria a queda de sua autossuficiência e, consequentemente, de sua soberania.
O que é o modalismo?
Heresia modalista
Defende que Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas distintas, mas apenas três modos que Deus usou para se revelar.
A heresia modalista não pode ser verdadeira porque em passagens como a do batismo de Jesus (Mateus 3:16-7). O Pai, o Filho e o Espírito Santo se manifestam ao mesmo tempo de forma distinta.
E isso nos leva a mais uma característica importante da Trindade. Apesar de serem um, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas com funções distintias dentro da história da redenção. Por exemplo, na nossa salvação, o Pai predestinou, o Filho executou e o Espírito Santo aplica em nós a salvação.
Quais são as relações entre as pessoas da Trindade?
A CFW prossegue afirmando que o Pai não é gerado, nem procedente de ninguém, que o Filho é eternamente gerado do Pai e que o Espírito é eternamente procedente do Pai e do Filho.
Explicar a diferença entre gerar e criar. Quando eu gero eu crio algo do mesmo tipo que eu: o ser humano gera um ser humano e o passáro gera um passáro. Quando eu crio, eu crio algo diferente de mim mesmo: o ser humano cria um rádio e um passário cria um ninho. O ser humano pode até criar algo parecido consigo mesmo, como uma estátua, mas essa estátua não é um ser humano.
É por isso que somente Cristo é originalmente filho de Deus, porque só ele foi gerado. O ser humano foi criado, por isso ele é como uma estátua que um ser humano cria, ele é uma imagem, uma semelhança. Somente em Cristo nós podemos então ser gerados e nos tornarmos, de fato, filhos de Deus.
Tentar explicar a Trindade com base no modo como percebemos o mundo em relação as dimensões espaciais.
Quando o cristão se ajoelha para orar, ele entra no mundo de Deus e assume, em si, a dinâmica da Trindade.
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