O BANQUETE DE BABETTE

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O BANQUETE DE BABETTE
Texto – Mateus 22:1-14
INTRODUÇÃO
Ilustração – O banquete de Babette.
A parábola das bodas ou do banquete de casamento fala acerca de um convite feito por um rei para a festa de casamento de seu filho. O significado está relacionado ao convite que Deus fez ao povo de Israel, sendo estendido à todas as nações do mundo, para comunhão eterna com Ele, através de Seu Filho Jesus.
De fato muitos servos tem sido enviados, convidando a todos para se voltarem para Deus e estarem em comunhão plena e contínua com Ele. O ato de aceitar o convite para a festa é reconhecer ao Senhor Jesus como o único Deus verdadeiro em fé e total submissão.
II – CONTEXTO DA PARÁBOLA DAS BODAS
Jesus contou a parábola das bodas provavelmente na terça-feira anterior a sua crucificação, depois de alguns chefes de sacerdotes e líderes religiosos terem questionado a Sua autoridade. Jesus tinha acabado de entrar em Jerusalém aclamado e louvado pelo povo, com "Hosanas" e bendições. Era o domingo anterior à sua morte. Montado sobre um jumentinho, Jesus estava revelando publicamente que era o Cristo, há muito tempo profetizado.
Aqueles líderes, cheios de inveja e rejeição, já tinham decidido matar Jesus e agora só precisavam pegá-lo em alguma cilada. Questioná-lo sobre autoridade era uma boa maneira de fazer com que pudesse blasfemar diante do povo. Mas Jesus já sabia das suas intenções e fez com que eles ficassem confusos e sem resposta perante Ele (Mateus 21:24-27).
Na sequência, Jesus começou a ensinar aos mestres e ao povo contando 3 parábolas: a Parábola dos Dois Filhos (Mateus 21:28-33), a Parábola dos Lavradores Maus (Mateus 21:33-45) e a Parábola das Bodas (Mateus 22:1-14). Através dessas histórias, Jesus chamou-lhes a atenção para o perigo daqueles que O rejeitam como Messias, não fazendo a vontade de Deus, pois perderão o lugar no Reino de Deus. Outros são convidados (Mateus 21:43) e entrarão, mas devem tomar cuidado para não caírem na mesma condenação.
III – EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA
Jesus usou parábolas várias vezes para falar acerca do Reino de Deus. A parábola das bodas diz respeito a um convite para uma festa de casamento. A comparação da festa de um rei para homenagear ao filho, do convite e rejeição dos convidados, e dos novos convidados honrando o convite do rei são representações diretas do que Jesus estava ensinando aos Seus ouvintes.
Na história, a ilustração demonstra que se tratava de um convite importante. Para qualquer pessoa, ser convidado pelo rei para uma festa tão especial, dedicada ao príncipe, deveria ser uma grande honra! Além disso, era o casamento do futuro rei! Estar presente deveria ser um privilégio, motivo de alegria e grande expectativa para todos do reino, com a continuidade da realeza. Afinal era o filho do rei que estava para se casar. Os convidados que foram escolhidos, possivelmente, eram líderes, pessoas nobres, religiosos, cidadãos importantes, com negócios, mas, mesmo assim rejeitaram o convite.
Esta parábola faz uma comparação: o Reino de Deus é como rei, que celebra as bodas do seu filho. Ela demonstra a rebeldia do povo de Israel, em relação ao Senhor. A referência dos emissários enviados para chamar os convidados à festa, apontam aos inúmeros profetas e seus discípulos de Cristo. Nosso Senhor enviou os doze, e depois os setenta, proclamando que era chegado o reino de Deus, e convidando os homens a arrependerem-se e crerem no evangelho. O convite foi ouvido, porém, os convidados não compareceram para à festa. A razão para tal rejeição é que para alguns convidados, os bens materiais, os negócios eram mais importantes do que a festa do rei.
O Rei em sua misericórdia enviou uma segunda mensagem, esta foi levada à nação judaica depois da crucifixão de Cristo; mas a nação, que se orgulhava de ser o povo peculiar de Deus, rejeitou o evangelho a eles levado no poder do Espírito Santo. Muitos fizeram isso da maneira mais insolente. Outros ficaram tão exasperados com o oferecimento da salvação, e perdão por terem rejeitado o Senhor da glória, que se voltaram contra os mensageiros. Houve “uma grande perseguição”. Atos dos Apóstolos 8:1. Muitos homens e mulheres foram lançados na prisão, e alguns dos portadores da mensagem do Senhor, como Estêvão e Tiago, foram mortos. Assim o povo judeu selou sua rejeição da misericórdia de Deus.
Todavia, o rei ficou com muita raiva e enviou os seus exércitos para destruir e incendiar a cidade daqueles assassinos. Esse juízo pronunciado atingiu os judeus na destruição de Jerusalém e na dispersão do povo no ano 70.
Depois mandou chamar todas as pessoas que fossem encontradas nas ruas e esquinas, para participarem da festa. Os servos reuniram muitas pessoas, gente boa e gente ruim e foram para o palácio do rei. O terceiro convite para o banquete representa a pregação do evangelho aos gentios.
IV – A ROUPA DA FESTA
Esse era um grupo misto. Alguns deles não tinham maior respeito ao doador da ceia do que os que haviam rejeitado o convite. O primeiro grupo convidado não podia, como poderiam sacrificar os privilégios mundanos para comparecer ao banquete do rei. E entre os que aceitaram o convite havia muitos que pensavam somente em se beneficiar. Foram para partilhar das provisões do banquete, mas não tinham desejo de honrar ao rei.
Estudiosos dizem que era costume naqueles dias, o anfitrião fornecer uma veste adequada ao convidado que não a tivesse. Ir de qualquer forma, sem reconhecer a excelência da ocasião era inaceitável. Por isso, aquele homem com aparência inapropriada não foi escolhido para estar ali, apesar de ter aceitado inicialmente o convite. Um convidado na festa que não estava com trajes próprios para a festa de casamento. Achou que não precisava, que o rei não se importaria com esse detalhe, enfim, recusou a dadiva da roupa que custou um grande valor. Depois de ter sido identificado e questionado como entrara ali, este não disse nada, mas como dizer? Não tinha o que falar, e foi jogado para fora.
Em Gênesis 3:5-7, Adão e Eva ficaram envergonhados quando descobriram estar nus, depois de terem comido o fruto proibido. Esta “nudez” pode ser vista algo simbólico, pois, ao serem persuadidos pela serpente, eles pecaram contra uma ordem direta de Deus. Desejaram ultrapassar os limites e serem como o Criador, conhecendo o bem e do mal.
Mas no fim, só se deram conta que perderam o estado original que tinham, imaculados diante de Deus e deles próprios. Seus olhos agora tornaram-se maus, por causa do pecado e eles perceberam que estavam “nus”. Só o Senhor pode “vestir” o traje ideal no ser humano novamente!
O homem retirado da festa pode ser interpretado nesta perspectiva: não se pode chegar a unidade com o Senhor, à total submissão sem que estejamos desprovidos do nosso título, o nosso orgulho. É só assim que chegamos à rendição do nosso “eu” para deixar o Senhor ser Deus na nossa vida!
Esse momento em que o rei passa pela festa representa o juízo investigativo, onde todos serão examinados. Ellen White afirma: “Enquanto os homens ainda estão sobre a Terra, é que a obra do juízo investigativo se efetua nas cortes celestes. A vida de todos os Seus professos seguidores é passada em revista perante Deus; todos são examinados de conformidade com os relatórios nos livros do Céu, e o destino de cada um é fixado para sempre de acordo com seus atos. Pela veste nupcial da parábola é representado o caráter puro e imaculado, que os verdadeiros seguidores de Cristo possuirão.” Parábolas de Jesus, pág. 199
Então, Jesus, encerrou a parábola afirmando que muitos são chamados, mas poucos escolhidos. O convite é geral e abrange a muitos, inclusive uma grande lista dos que rejeitaram. Mas somente são escolhidos aqueles que, aceitando o convite, o fazem de forma a agradar o rei, honrando o filho. De fato, muitos foram convidados para o banquete do rei, mas deveriam estar presentes de forma adequada, honrando-o naquela ocasião especial.
Na parábola, havia um homem, que foi retirado da festa, por não estar devidamente trajado para aquela ocasião. A questão da roupa, ou de como estar vestido, é algo peculiar na Bíblia. Mais do que uma cobertura para o corpo, muitas vezes a referência às vestes pode estar se referindo a questões espirituais ou morais.
CONCLUSÃO
O convite de Deus foi e é para todas as pessoas, “boas e más”, sem distinção.
A ideia de ir por toda parte, convidar a todos que encontrarem e ir em busca das pessoas, aponta para a missão de todo crente, os servos do Rei. Os discípulos de Jesus devem anunciar as “boas-novas” a todas as pessoas sem distinção (Mateus 22:9).
Recusar o convite feito por Deus não deve ser uma atitude nossa. Mas devemos aceitá-lo como um grande privilégio e honra, reconhecendo que precisamos agradar a Deus e ao Seu Filho, para estarmos com ele no Seu Reino eterno.
O homem com vestes inadequadas deve nos fazer entender que precisamos receber a provisão do Rei para estar em Sua presença. Precisamos receber novas vestes, ter a nossa vida em conformidade com a do Filho de Deus, para assim sermos aceites na Sua presença. Podemos até receber, aceitar o convite, podemos até ir a festa, porém não significa que esteja já incluído no Reino de Deus, pois está usando roupas impróprias para a ocasião.
APELO
Precisamos nos despir dos nossos preconceitos, da nossa arrogância, ego e deixar o Senhor nos vestir conforme a Sua vontade. Muita gente pode falar em nome do Senhor, mas isso não quer dizer que as suas “vestes” estejam apropriadas (Mateus 7:22-23; Apocalipse 19:8).
Entrar e fazer parte do Reino de Deus não depende de algo que tenhamos que fazer. “Bons e maus” são iguais perante o Senhor e ao convite do Evangelho. Portanto, não há nada que possamos fazer que permitirá o acesso ao Reino de Deus. As vestes adequadas são dadas pelo Senhor, pois nós nunca poderíamos tê-las por nossa própria força ou mérito.
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