Mandato cultural - Família

Tudo em Todos  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 44 views
Notes
Transcript

Introdução

Estamos chegando ao fim desta série em mais uma ou duas semanas encerraremos a carta aos Colossenses. Ao longo desses últimos meses nos aprofundamos nesse texto que fala dos desafios daquela igreja diante das ameaças de falsos mestres que rondavam aquela igreja com seus falsos ensinos. Paulo, mesmo da prisão escreve aqueles irmãos enorajando-os a permanecerem firmes.
Na semana passada vimos as evidências da verdadeira santificação na vida do indivíduo, mas esse desdobramento prático da vida cristã não tem implicações somente individuais, mas coletivas também. A fé cristã, não muda só indivíduos , mas famílias inteiras. Não teremos igrejas santas nem uma sociedade justa sem famílias estruturadas.
Mas a grande questão é: Como você está estruturando a sua família?
As estruturas familiares só podem ser verdadeiramente edificadas com a presença real de Cristo.
Colossenses 3.18–21 NAA
18 Esposas, que cada uma de vocês se sujeite a seu próprio marido, como convém no Senhor. 19 Maridos, que cada um de vocês ame a sua esposa e não a trate com amargura. 20 Filhos, em tudo obedeçam a seus pais, pois fazer isso é agradável diante do Senhor. 21 Pais, não irritem os seus filhos, para que eles não fiquem desanimados.
Ao nascermos denovo Cristo nos concede algumas ferramentas para a vida em família, que nenhum código moral ou ideologia pode suprir em sua totalidade:
Poder - "E recebereis poder ao descer sobre vós o Espirito, e sereis minha testemunha… " Como está escrito no livro de Atos, é a promessa que foi feita a nós. Esse poder só está disponível para quem nasceu denovo. Qualquer filosofia moral, por mais compatível com o evangelho que ela possa parecer, sem a pessoa de Jesus se assemelha a um trem sem locomotiva. Mas evangelho é o motor que nos impulsiona e nos capacita a viver de acordo com os princípios estabelecidos por Deus. Esposas e maridos, filhos e pais, podem ter novos relacionamentos fundamentados no poder de Cristo.
Propósito - Viver para a glória de Deus. O grande propósito da família é viver todos os relacionamentos para a glória de Deus.
Modelo - Deus se fez carne, Jesus o ser-humano perfeito. Ele é o nosso modelo. Não fique procurando esse modelo em outro lugar. (digital influencer)
Ética - A ética cristã é teórica e prática. Jesus é a encarnação da lei moral de Deus. Seguimos uma doutrina, não somos pragmáticos nem movidos pela nossa experiência pessoal. A ética cristã não tem dois pesos e duas medidas. Não faz acepção de pessoas. Não é a ética de que todos os deveres estão de um lado só. Não há desequilíbrio nem injustiça. Há privilégios e responsabilidades para todos.
Fora da Palavra de Deus não havia esse equilíbrio. Esse conceito de Paulo foi revolucionário, visto que no primeiro século as esposas, e os filhos não tinham direitos.
Motivação - A principal motivação da esposa, do filho e do servo é agradar ao Senhor Jesus. As três figuras que indicam submissão apontam para a dependência do Senhor: esposas, filhos e servos. Se somos servos de Cristo, por causa do Senhor devemos obedecer. Obviamente, essa obediência não é absoluta . O cristianismo ensina que todas as relações são no Senhor. Toda a vida cristã se vive em Cristo. Em toda relação pai-filho domina o pensamento da paternidade divina; devemos tratar nossos filhos como Deus trata Seus filhos e filhas.

Casal

Deus tem princípios que devem reger a postura da esposa e princípios que devem nortear a postura do marido. Não existe sobrecarga para um e alívio para outro. Não existe apenas ônus para um e bônus para o outro. Ambos, marido e mulher, têm privilégios e responsabilidades. Acompanhemos o ensino de Paulo.
Esposa - Submetam-se cada uma ao seu marido. O que isso significa? Se submeter. A submissão não é uma questão de inferioridade, visto que todos os cristãos precisam submeter-se uns aos outros (Ef 5.21). Tanto o homem como a mulher são um em Cristo (Gl 3.28). A submissão não é uma questão de valor pessoal, mas de função na estrutura familiar. Um corpo sem cabeça ou com duas cabeças é anômalo.
Tem gente que fica inventando, como submeter é estar na mesma missão, etc… Mas a bíblia não está falando disso. Você acha ruim? Mas qual é a sua referência de submissão? É uma submissão inspirada no evangelho, onde a igreja se submete a Cristo. Se você entende que a igreja é submissa a Cristo e o que isso significa, você não pode ter dificuldades em se submeter ao seu marido.
Não se pode confundir submissão com “escravidão” ou “subjugação”. A autoridade do marido não é um governo ditatorial ou tirano, mas sim uma liderança amorosa. A posição de liderança do homem é apenas funcional. O homem não é melhor do que a mulher, nem a mulher é inferior ao homem. A mulher veio do homem, e o homem vem da mulher. Eles são interdependentes. Assim como Deus Pai é o cabeça de Cristo e Deus Pai não é maior do que Cristo, o homem não é maior do que a mulher.

Sobre submissão:

1- É uma ordem divina.
As ordenanças divinas não são para nos escravizar, mas para nos libertar. A submissão é a liberdade e a glória da esposa, assim como a submissão da Igreja a Cristo é Sua glória e liberdade. Os preceitos de Deus não nos escravizam, mas nos libertam. Um trem só é livre para correr quando desliza sobre os trilhos. Você só é livre para dirigir o seu carro quando o conduz segundo as leis do trânsito. A mulher só é verdadeiramente livre quando obedece ao princípio estabelecido por Deus da submissão ao marido. Essa submissão como já vimos não é escravidão. Ela não se submete a um tirano, mas a quem a ama como Cristo ama a Igreja. Nenhuma esposa tem dificuldade de ser submissa a um marido que a ama como Cristo amou a Igreja.
2- É uma atitude espiritual.
“Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor”. A mulher deve submeter-se ao marido exatamente porque ela está debaixo do senhorio de Cristo. É impossível uma mulher ter uma relação de submissão a Cristo e de insubmissão ao marido. A submissão da esposa ao marido é um desdobramento da sua obediência a Cristo. Porque a mulher é submissa a Cristo, ela se submete ao marido. A versão King James ainda lança mais luz: “Mulheres, cada uma de vós seja submissa ao próprio marido, pois assim deveis proceder por causa da vossa fé no Senhor”.
3- Ela não é absoluta, está condicionada a submissão a Cristo.
A mulher deve ser submissa ao marido até o ponto em que não seja forçada ou constrangida a transgredir a Palavra de Deus. Sua obediência a Cristo está acima de sua submissão ao marido. Acima da autoridade do marido está a soberania do Senhor. Por isso submissão e vontade de Deus caminham juntas.

Sobre o amor:

Não sendo absoluta, e inspirada pelo evangelho, a submissão da mulher é uma reação ao mandato de Deus para o marido,o amor. Se a mulher deve submeter-se ao marido como a Igreja é submissa a Cristo, o marido deve amar a esposa como Cristo ama a Igreja.
Maridos - amar a sua esposa é um imperativo, uma ordem, um mandamento bíblico. Logo, amar a sua esposa, antes de ser um ato de amor a ela é um ato de amor a Deus, de obediência ao Senhor. Quando você não ama a sua esposa, desobedece a Deus. “Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”. O amor do marido à esposa deve observar alguns princípios.
a. O amor do marido à esposa é um claro mandamento de Deus. “Maridos, amai vossa esposa”. O amor do marido à sua mulher é uma ordem divina. É algo imperativo. O marido deve amar a esposa como Cristo ama a Igreja, ou seja, com um amor perseverante, santificador, cuidadoso e sacrificial. O marido deve amar a esposa com um amor paciente, benigno e livre de ciúme. Esse amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta e jamais acaba (1Co 13.4–8).
b. O amor do marido à esposa o impede de agredi-la com palavras e atitudes (3.19). “Não as trateis com amargura” refere-se à impaciência e as tensões no relacionamento, que geram o desânimo. Em vez de tratar a esposa com amargura, o marido precisa ser um bálsamo na vida dela, um aliviador de tensões, um amigo presente, um companheiro sensível que vive a vida comum do lar servindo-a e protegendo-a.
c. Não há espaço para a omissão em suas responsabilidades como aquele que cuida, guarda, zela e provê afetivamente, espiritualmente e materialmente para a sua esposa e filhos (não há nada errado na mulher trabalhar, mas é preciso ficar clara as responsabilidades). Homens, não sacrifiquem suas esposas porque Jesus não sacrificou a sua igreja para ser beneficiado, pelo contrário, ele foi para o sacrifício.
d. Não há espaço para traição, visto que Cristo foi o exemplo máximo de fidelidade
Qual é o modelo deste amor? O amor de Cristo pela igreja. Como Cristo amou a sua igreja? Morrendo, assumindo o ônus pela sua noiva. Maridos, vocês morreriam por sua esposa? Jesus tomou a iniciativa por nós, logo cabe o marido assumir a inciativa e sofrer o ônus por sua esposa sempre que necessário.
Está vendo como a responsabilidade do homem não diminui em nada o papel e o valor da mulher? O mandato cultural de Deus para as famílias não é uma sugestão, mas o padrão de Deus para que tudo vá bem e que o nome Dele seja glorificado na complementariedade do dois gêneros que Ele criou.

Pais e filhos

Deus tem princípios importantíssimos para construir uma relação de harmonia e paz entre pais e filhos. Vamos examinar esses princípios.
Filhos - Obediência é um imperativo. A obediência é total e não pode ser seletiva. A sua obediência agrada ao Senhor.
A obediência dos filhos aos pais é agradável a Deus. A obediência é agradável diante de Deus, visto que Ele mesmo já estabeleceu uma recompensa para essa obediência: vida bem-sucedida e longa sobre a terra. O filho não deve obedecer apenas quando tem vontade ou quando concorda com a decisão dos pais. Ele deve obedecer por princípio, sabendo que Deus honrará sua decisão de obedecer.
Pais - "não irrite os seus filhos". Tem gente que compreendeu errado e acha que o filho não pode ser contrariado. Não é nada disso, sob a pespectiva bíblica as formas de irritar um filho são:
Falta de coerência dos pais entre o discurso e a prática.
Falta de disciplina e coerência nessa disciplina. Ter regras claras sobre o que é certo e o que é errado, não dizer que pode uma coisa e depois punir por esse mesmo motivo. Seu filho é pecador, assim como você, a submissão dele a você vai influenciar diretamente no adulto que ele vai se tornar e também aponta para a submissão que ele deve a Deus, tem um aspecto didático e espiritual. Crianças sem disciplina se tornam em adultos inconsequentes. Aprendendo a obedecer a você que seu filho vai aprender a obedecer a Deus.
Falta de diálogo. Absalão chegou preferir a morte do que o silêncio do seu pai Davi. Você precisa conversar com seu filho, falar e tambem ouvi-lo, gaste tempo com isso.
Extremos. Severidade excessiva e permissividade são irmãs. Ao mesmo tempo que o lar precisa ter um ambiente acolhedor, ele precisa ter regras, princípios...
Falta de tempo - Filhos que são criados mais pela babá do que pelos pais.
Comparação com os irmãos ou outras crianças.
Brigas conjugais - A primeira referência sobre amor para qualquer criança está dentro de casa. Seu casamento não é primeiramente sobre você, mas sobre Deus e isso tem implicações na vida de todos da família.
Quando os pais irritam os filhos, eles pecam e levam seus filhos a pecar. Há pais que, por serem liberais, empurram os filhos para o abismo da permissividade e da licenciosidade. Por outro lado, há pais que são tão rígido e severos na disciplina que os filhos estão condenados a conviver com um espírito cheio de apatia e de revolta. Russell Shedd diz que o caminho cristão é disciplinar com amor e perdão, seguindo o modelo de Deus.
Filhos irritados são filhos desanimados, e filhos desanimados ficam expostos aos ataques de Satanás e do mundo. Quando uma criança não é devidamente encorajada em casa, procura auto-afirmação em outros lugares. A palavra usada para “desanimar, perder a coragem, o ânimo”, traz a idéia de desempenhar suas tarefas de modo mecânico, frio, sem atenção, de perda de propósito.
Os pais precisam dosar disciplina e encorajamento. Há filhos que pensam: “Não importa o que eu faça, jamais conseguirei agradar aos meus pais”. Então, eles ficam desanimados. Um exemplo disso é o filho que chega em casa eufórico e diz para o pai: “Consegui tirar 90 na prova de Matemática”. E o pai, sem vibrar com sua conquista, diz: “E quando é que você vai tirar 100?” Creio que atitude melhor seria aquela do pai que na mesma circunstância diz ao filho: “Meu filho, estou feliz com sua grande nota, mas quero lhe dizer que, se você tivesse tomado bomba na prova, eu ficaria triste, mas o meu amor por você seria o mesmo. Eu amo você não apenas por aquilo que você alcança, mas por quem você é”.
Filhos desanimados são presas fáceis na rede Satanás.

Conclusão

Somente o evangelho é capaz de trazer as verdadeiras transformações que as familias precisam. O evangelho não é um bom conselho, mas uma boa notícia, se não for o evangelho produzindo novo nascimento, mudando mentes e corações, toda dica para um casamento bem sucedido ou criação de filhos não vai passar de um trem sem uma locomotiva, uma estrutura perfeita para o seu propósito, mas sem o elemento fundamental para andar. Quer ver um modelo de casamento perfeito? Olhe para a relação de Cristo e a igreja que é a sua noiva. Quer um modelo perfeito de Pai, olhe para Deus que nos adotou como filhos.
Related Media
See more
Related Sermons
See more