LIÇÃO 1 - A Imagem de Deus
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Aprendendo com a Bíblia LIÇÃO 1 - A Imagem de Deus
LIÇÃO 1 - A Imagem de Deus
Teologia Sistemática Segunda Parte: A Doutrina do Homem com Relação a Deus
A DOUTRINA DO HOMEM COM RELAÇÃO A DEUS
LIÇÃO 1 - A Imagem de Deus
O HOMEM E SEU ESTADO ORIGINAL
A Origem do Homem
A Doutrina do Homem na Dogmática
Quando nos referimos à dogmática, estamos falando de pressupostos que são dados como verdades incontestáveis e neste nosso assunto inicial, apesar de já começarmos com uma reflexão teológica a respeito do ser humano, antes disso, vamos considerar que todos já tenham entendimento da verdade a respeito de Deus e seus atributos e que deste conhecimento do criador, só o temos porque ele mesmo nos revelou, sendo esta revelação, não a totalidade de seu ser, mas daquilo que necessitamos para compreender seus propósitos a nosso respeito e sua vontade.
Esta revelação teve como propósito, ou alvo, a nós mesmos, seres humanos. A revelação divina não foi designada para anjos, ou para os animais e muito menos para seres inanimados. A revelação de Deus, basicamente pode ser dividida em dois segmentos: geral e especial. A geral é justamente as obras criadoras de Deus, ou seja, podemos conhecer um pouco de nosso criador observando a sua criação e então deduzir alguns aspectos de seu caráter, como a criatividade, a diversidade, a perfeição, etc. Já a revelação especial é aquela que aponta para Jesus, mais especificamente dizemos que é a Bíblia. Nas escrituras também podemos conhecer mais de nosso Deus.
Destaco outra vez que a revelação teve como alvo a nós. E nesse sentido é que adentramos na doutrina do homem na dogmática, ou seja a doutrina do homem em relação a Deus. O estudo aqui não pode ser confundido com a antropologia geral que trata de todas as ciências que se ocupam em estudar o ser humano, tanto no aspecto social, emocional, biológico, cultural e etc. Mas a antropologia tratada aqui será com base bíblica, ou seja, a antropologia teológica se ocupa unicamente do que a Bíblia diz a respeito do homem e da relação em que ele está e deve estar com Deus.
Relato Bíblico da Origem do Homem
Temos dois relatos em Gênesis que tratam da origem do homem. Um está em Gn 1.26-27 e outro em Gn 2.7, 21-23. Há aqueles que querem desacreditar na verdade bíblica e afirma que o autor de Gênesis tomou o relato da criação humana de duas fontes distintas. De fato são duas fontes, mas que ambas revelam a mesma verdade, pois não encontramos contradições e devemos ter em mente que o livro de Gênesis não possui rigor cronológico.
Ambos relatos revelam o ser humano criado num contexto em que fora estabelecido num local já arquitetado e executado, ou seja, pronto e na sua particularidade em distinção das todas as demais coisas criadas, ele também é posto numa posição de destaque, a saber:
A CRIAÇÃO DO HOMEM FOI PRECEDIDO POR UM SOLENE CONSELHO DIVINO
Em Gn 1.26 está expresso o verbo fazer no plural, indicando mais de uma pessoa neste ato e que atribuímos à Santa Trindade, ou seja, Pai, Filho e Espírito Santo. O tom é de a trindade reunida, decido ou deliberado e isto dá um destaque à nossa criação.
A CRIAÇÃO DO HOMEM FOI, NO SENTIDO MAIS ESTRITO DA PALAVRA, UM ATO IMEDIATO DE DEUS
Perceba que na criação de todas as coisas, há uma expressam verbal que indica mediação nesse criação, por exemplo, “produza a terra relva”, “ajuntem-se as águas”. É como se Deus estivesse ordenando que alguém fizesse isso e aquilo, mas, na vez do homem, a expressão muda e traz para si o imediatismo do ato, ou seja, não há mediação. Isto nos revela que somos especiais para Deus em relação às demais coisas criadas.
EM DISTINÇÃO DAS CRIATURAS INFERIORES, O HOMEM FOI CRIADO CONFORME UM TIPO DIVINO
Em relação aos animais, a escritura diz que Deus criou segundo as suas espécies, mas em relação ao ser humano, aí é relatado que foi criado conforme à sua ima e semelhança.
DISTINGUEM-SE CLARAMENTE OS DOIS DIFERENTES ELEMENTOS DA NATUREZA HUMANA
Em Gn 2.7 notamos dois componentes que fazem parte do ser vivente humano: o corpo e o fôlego de vida. A junção desses dois elementos trouxeram a existência humana. Essa dicotomia pode ser defendida com base em outras passagens: Ec 12.7, Mt 10.28, Lc 8.55, 2Co 5.1-8, Fp 1.22-24, Hb 12.9 .
A palavra “fôlego” no original hebraico é נשמה n ̂eshamah que tem dentre suas aplicações, além do próprio fôlego que faz parte de nossa respiração, também o termo “espírito (do homem)”. Apesar de uma parte de nossa composição ter sido tomada de elementos preexistentes, me refiro ao pó da terra, no quesito fôlego de vida já temos uma substância nova e exclusiva nossa. E isto faz total diferença entre nós e as demais coisas criadas.
O HOMEM É IMEDIATAMENTE COLOCADO NUMA POSIÇÃO EXALTADA
Gn 1.28 é claro em revelar a intenção de Deus em pôr o homem numa posição elevada e de honra em relação às demais criaturas que ficaram subjugadas à humanidade.
A Teoria Evolucionista da Origem do Homem
Há muitas teorias a respeito da origem do ser humano, mas dentre tantas, a mais conhecida é certamente a Teoria Evolucionista que foi bastante popularizada e disseminada no meio acadêmico e escolar. Apesar dessa popularidade ter ocorrida a partir do cientista Darwin, já há milênios atrás se documentava essa teoria lá entre os filósofos gregos, tendo como um dos primeiros o filósofo Tales de Mileto (621-543 a.C.) na Grécia Antiga.
EXPOSIÇÃO DA TEORIA
Basicamente, esta teoria trata de que o ser humano, assim como tantas outras espécies, se originaram de um ser em comum e que através do tempo fora sofrendo mutações de adaptabilidade, e aí vem o termo da seleção natural, ou seja, só os mais fortes, ou melhor, os mais adaptáveis a seu contexto externo sobreviveram através de adaptações numa constante evolução.
OBJEÇÕES À TEORIA
A principal objeção é teológica, pois a teria da evolução vai de encontro com a verdade bíblica, porque as escrituras nos ensinam que somos resultado da ação imediata de Deus, como vimos anteriormente, e não de um processo evolutivo.
Ainda que alguns teólogos tentem harmonizar o relato bíblico com a teoria da evolução (evolucionistas teístas), afirmando que Deus é quem arquitetou essa evolução, encontra dificuldade com a própria escritura quando, por exemplo, diz em Gn 3.19, ou seja, que retornaremos ao pó de onde viemos, isto quer dizer que não voltaremos para um tal animal do qual evoluímos.
Ec 3.19-20 diz que tal qual os animais foram criados do pó e ao pó retornarão, nós também. E para que ninguém duvide da clareza da Palavra de Deus quanto ao elemento pó em ser comum tanto para o ser humano quanto para os animais, ainda assim há uma distinção do corpo humano e de cada animal criado como encontramos em 1Co 15.39.
Além disso, há a questão da alma humana. Como explicar o processo evolutivo da alma apenas nos humanos, sendo que, por essa teoria, todos os seres por terem vindo de um comum ancestral, não ter desenvolvido a mesma capacidade cognitiva e emocional que temos? Há um abismo enorme que separa a humanidade dos demais seres vivos que a teoria da evolução não consegue explicar, mas que já foi revelada em Gn 1.28, ou seja, foi Deus quem criou todas as coisas já prontas e assim determinou que os humanos subjugassem e governassem toda a criação.
Mas não só a teologia se posiciona como objeção à teria da evolução. Também no próprio meio científico, muitos cientista hoje reconhecem que é necessária muita fé para se crer que esta teoria estaria mais próxima à verdade, pois hoje, por exemplo, por meio da genética, sabe-se que a hereditariedade pode ser verificada no DNA e que nos estudos mais recentes das células e seus cromossomos como veículos dos caracteres herdados, no máximo que se observa é uma variação genética, porém pertencente a uma mesma espécie, ou seja, uma planta será sempre planta e um rato possuindo caracteres de rato, apesar de suas variações.
Como somos leigos, podemos confiar em fontes acadêmicas pesquisando em estudos de Weissmann, De Vries, o famoso Mendel, Nordenskioeld, Wood, Fleming, D. H. Scott, Fleischmann, B. Kidd, Sir Wlliam Dawson, entre outros.
A Origem do Homem e a Unidade da Raça
O TESTEMUNHO ESCRITURÍSTICO DA UNIDADE DA RAÇA
Claramente o relato bíblico em Gênesis nos revela que a partir de um casal é veio toda a humanidade. É da unidade deste casal que descente toda humanidade. Essa unidade é tanto revelada no caráter da natureza humana, mas também na questão genética ou genealógica em que notamos a sucessão genealógica a partir de Adão e Eva (At 17.26).
Portanto há uma unidade entre nós e nossos primeiros pais (Adão e Eva). Assim como no primeiro casal estamos unidos por ocasião do pecado (queda), do mesmo jeito como eles foram socorrido providencialmente por Deus, assim também somos na salvação em Cristo Jesus (Rm 5.12,19; 1Co 15.21-22).
O TESTEMUNHO DA CIÊNCIA EM FAVOR DA UNIDADE DA RAÇA
Apesar de haver muitas tentativas da ciência em desacreditar da unidade da raça humana, este mesmo segmento apresenta diversos argumentos em favor desta unidade:
O ARGUMENTO DA HISTÓRIA
As tradições da raça humana apontam decisivamente para uma origem e uma linhagem comuns na Ásia Central. A história das migrações do homem tende a mostrar que houve uma distribuição partindo de um único centro.
O ARGUMENTO DA FILOLOGIA
O estudo das origens e formações das línguas, apontam que há uma centralidade na origem de todas elas. Por exemplo, a antiga língua egípcia foi o elo entre o idioma indo-europeu e a língua semítica.
O ARGUMENTO DA PSICOLOGIA
A alma é a parte mais importante da composição humana, e a psicologia já afirma que não há distinções quanto à natureza da alma entre os indivíduos, independentemente de suas origens mais recentes, o que aponta também para uma centralidade na sua origem mais remota.
O ARGUMENTO DAS CIÊNCIAS NATURAIS OU DA FISIOLOGIA
Já é opinião comum dos especialista em fisiologia quando comparam as funções e o funcionamento normal dos seres vivos, os processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios que constituem tão somente uma única espécie, ainda que haja uma variedade, como já mencionamos antes. Ainda que, em relação à unidade da raça, não haja uma declaração convicta desta ciência, a mesma demonstra que pode muito bem ter sido esse o caso, e que provavelmente é.