Homo Deus - Sua Obra (João 3:16-21)
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Homo Deus - Sua Obra (João 3:16-21)
Homo Deus - Sua Obra (João 3:16-21)
Introdução:
Introdução:
Irmãos, ontem falamos da primeira parte desse sermão: Homo Deus. Que é o latim de Homem-Deus. A um tempo atrás encontrei um livro com esse título e aquilo me chamou muito a atenção. O autor se referia a nós no futuro por conta dos avanços tecnológicos, assegurando que nosso poder sobre a realidade se tornaria quase ilimitado. A ciência se refere a nós como Homo Sapiens: Homem que pensa, mas a proposta dele é que num futuro próximo nós mudaremos a realidade de quem somos.
Esse nome para nós me deixa um tanto desconfortável. Por maiores que os avanços tecnológicos sejam, nos comparar a Deus é algo muito complicado. Mas esse nome se aplica a um homem que viveu entre nós a mais de 2000 anos atrás: Jesus Cristo. O verdadeiro Homo Deus. O único Homem-Deus. Aquele que é Deus desde a eternidade, mas se fez homem e habitou entre nós. Completamente homem, e completamente Deus.
E nos versículos de 1-15 desse mesmo capítulo, João relata a conversa de Jesus e Nicodemos. Nicodemos vem falar com Jesus a noite, porque reconhecia que Jesus era um grande mestre e que ensinava da parte de Deus, por causa dos seus muitos sinais que evidenciavam o poder de Deus.
Mas Cristo não encara aquilo como um elogio. Na verdade, diz para Nicodemos que era necessário que ele nascesse de novo, para que a partir daí pudesse ver quem Cristo realmente era: o Messias, o próprio Deus, não apenas um mestre.
Ele era, é e sempre será Senhor sobre todas as coisas. E precisamos o reconhecer dessa forma. Não vendo simplesmente como alguém que pode me curar, ou que pode melhor minha condição financeira, nem alguém que pode simplesmente realizar nossos desejos, mas vendo ele como aquele que pode nos dar vida, e vida em abundância. Que nos faz nascer do alto através do Espírito, e assim nos dá o direito de entrarmos no Reino de Deus.
É necessário que o Filho do Homem seja levantado. V. 14.
Ontem falamos sobre quem é esse homem-Deus. Hoje, daremos continuidade, a partir do versículo 16. Falaremos sobre a sua obra. Sobre a missão do Filho do Homem, aquele que deve ser levantado. Ainda dentro da conversa de Jesus com Nicodemus.
É isso que veremos nessa noite, com a Graça de Jesus.
Sua obra: Pautada em quê? (v. 16):
Sua obra: Pautada em quê? (v. 16):
V. 16: Porque Deus tanto amou o mundo que deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Tá aí. Talvez esse seja o versículo mais conhecido da bíblia. Com certeza é um dos mais decorados, um dos mais preferidos, um dos mais pregados.
E não é por acaso. Talvez seja o versículo que melhor resuma o Evangelho de Jesus. Ele fala do amor de Deus, do sacrifício de Jesus, da salvação em Cristo e da importância da fé.
Esse texto é uma explicação de Jesus com o versículo 14 e 15 que lemos ontem, que diz:
14 Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, 15 para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. 16 “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
É necessário que o Filho do Homem, aquele Jesus que é o próprio Deus seja levantado. Sabemos que essa fala de Jesus se refere à cruz. É necessário que o Filho do Homem seja erguido, pendurado na cruz.
Mas isso é muito estranho. Como pode uma coisa dessas? Como pode esse homem que é a encarnação de Deus, a imagem do Deus invisível, como ele pode dizer que precisa ser pendurado na cruz? Algo que era próprio aos piores criminosos.
Por que Deus quando envia seu único Filho ao mundo ele tem essa missão de ser pendurado na cruz?
Jesus responde pra nós e para Nicodemus: Por causa do amor de Deus.
Porque Deus tanto amou o mundo que Deu seu Filho Unigênito.
O amor de Deus é imenso. O amor de Deus é sem fim. Não dá pra calcular o amor de Deus. Não dá pra descrever o amor de Deus por cada um de nós. Faltam palavras.
Tanto é que quando Jesus fala desse amor ele precisa dizer o que Deus fez por amor pra gente conseguir entender.
Deus amou tanto o mundo, mas tanto, a ponto de entregar seu único Filho à morte.
Todos nós nascemos sabendo que um dia morreremos. A morte é uma certeza a todos nós, a não ser que Cristo volte antes. Mas, hoje, nós nascemos sabendo que vamos morrer.
Cristo não nasceu simplesmente sabendo que iria morrer. Ele nasceu para morrer!
Deus o enviou seu filho para morrer por cada um de nós.
Isso é espantoso demais!
É espantoso porque é um amor que nós não conhecemos, humanamente falando.
Um amor que me faz entregar um filho a morte para que outros pudessem viver. Isso não é razoável.
E muito me admira que nós estamos a tal ponto “acostumados” com essa mensagem que isso nem mexe mais com a gente.
Irmãos, perecebam a intensidade desse amor, o tamanho desse amor, o compromisso desse amor. O Filho de Deus foi morto por nossa causa!
Ele amou a ponto de dar seu Filho. Mas o texto diz que ele amou o que? O Mundo!
Irmãos, que mundo é esse?
Deus ama o mundo. É muita gente. E no meio dessa gente tem todo tipo de pessoas. E isso demonstra o amor de Deus mais ainda.
Ele é capaz de entregar seu próprio filho por amor à humanidade, mas uma humanidade caída. Isso é o que mais deve nos causar espanto. Deus não entregou seu filho por aqueles que já honravam o nome de Deus. Não. Jesus foi entregue para salvar pecadores, eu, e você. Jesus foi entregue para salvar aqueles que pecaram contra Ele desde o Éden.
Esse amor precisa nos espantar, porque ele é tão grande, mas tão profundo que é capaz de entregar seu próprio Filho por amor a uma humanidade que o rejeitou. Isso é evidenciado na vida de Jesus. Aqueles para quem Jesus veio foram os mesmos que o pendurou naquela cruz. Jesus, o Deus encarnado, o Todo Poderoso, quando vem à Terra, ao invés de ser adorado por todos, o Criador ao invés de ser reverenciado por sua criação, é morto por ela. É por esse mundo que ele morre. Esse amor não é qualquer amor. Não é da boca pra fora. Isso é o verdadeiro amor.
E qual o propósito de tudo isso? Para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Ele morre para que outros possam viver. Ele se entrega para que nós possamos ter vida plena, vida em abundância. Jesus nos chama à vida eterna em seu sacrifício na cruz.
Mas ele coloca uma condição: "todo aquele que nele crer". No começo da conversa Cristo diz que é necessário nascer de novo para ver o Reino de Deus. Me parece que ele liga uma coisa a outra: o nascer de novo do início da conversa agora é chamado de crer em Jesus.
Deus amou o mundo tanto
E aqui está a importância de ler João 3:16 aos olhos de João 3:1-15. Em que Jesus devemos crer para ter a vida eterna? Aquele que nos serve? Aquele que satisfaz nossos desejos? Aquele que nos promete bênçãos? Não apenas. Mas aquele que tem palavras de vida eterna, como disse Pedro. Aquele que tem poder para nos fazer nascer de novo. Aquele que nos promete a salvação. Aquele Jesus que se entregou por você, sendo você o mais miserável de todos os homens. Aquele que morreu numa cruz para que hoje nós pudéssemos viver. Esse é o Jesus em quem devemos crer.
Sua obra: O que não é? (v. 17):
Sua obra: O que não é? (v. 17):
V. 17: Pois Deus enviou seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.
Por mais que essa palavra não seja tão amigável como nós esperamos, a obra que Jesus vem realizar não é condenatória, mas graciosa. Ele vem salvar, não condenar. O que ele exige para a salvação é somente crer nele. Não é exigido obras; não é exigido bons costumes; não é exigido faculdade de teologia; não é exigido dinheiro; é tão somente a fé. Todas essas coisas devem ser vistas em consequência da fé, e não como condição para a salvação. A salvação é para aquele que crê.
Foi para que isso que Jesus veio: Redenção. Redenção para um povo que estava perdido. E ele explica isso melhor no versículo 18, onde nós entramos no último ponto: Consequências de sua obra:
Sua obra: Consequências? (v. 18-21):
Sua obra: Consequências? (v. 18-21):
V. 18: Quem crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.
A condição é a fé. Não que quem crê a partir de agora vai para o céu e aquele que não crê a partir de agora vai para a condenação. Não. O ensinamento é que estão todos condenados. Todos estão destinados à ira de Deus. Quando cremos, nosso caminho é mudado e agora caminhamos em direção ao céu.
Augustus Nicodemus diz que se alguém perguntasse pra ele o que é preciso fazer para ir para o céu ele responderia "nada". Porque nós nascemos caminhando para lá. Até que a graça nos alcança e Cristo acontece em nós, e nascemos de novo, cremos nele e na sua obra, e a partir daí somos direcionados ao céu, à vida eterna, ao Reino de Deus.
É necessário crer no nome do Filho Unigênito de Deus.
Mas o que acontece?
V. 19: Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque suas obras eram más.
Jesus veio, mas os homens amaram as trevas. A luz apareceu, mas os homens preferiram a escuridão. A saída que a humanidade precisava veio, quando Cristo veio, mas a humanidade ignorou. Por amor às trevas.
Interessante João falar de amor mais uma vez. Deus demonstra seu amor por nós dando seu próprio filho para morrer em nosso lugar. A resposta disso só pode ser igualmente amor. Cremos em Cristo e amamos a Deus em resposta ao seu amor; ou, rejeitamos a luz, e isso evidencia nosso amor pelas trevas.
As pessoas aparentemente são boas, mesmo sem crer em Jesus. Mas a rejeição de reconhecer quem Cristo é e o que ele fez por nós evidencia nosso amor pelo pecado. Todos estávamos nas trevas, mas uns amaram a luz, outros preferiram ficar onde estavam.
Por quê? Pois suas obras eram más. O problema é nossa moralidade. Rejeitamos a Jesus porque nossas obras são más, e nós gostamos de viver assim. Rejeitamos a luz porque é mais conveniente continuar fazendo o que fazemos nas trevas, o que fazemos escondido.
E o versículo 20 explica um pouco melhor sobre isso:
V. 20: Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas.
A luz manifesta o que há de mal em nós. Sabe aquele papo de "não vou para a igreja porque se eu for vou ter que parar de fazer isso, de fazer aquilo?" É sobre isso que João tá falando. Sabemos que diante da luz nossos pecados não são mais aceitáveis. Sabemos que a luz nos manifesta nossa maldade, e nós tememos a vergonha do que fazemos.
Essa palavra "sejam manifestas" não diz respeito somente às nossas obras se tornarem públicas, mas é uma vergonha diante de uma condenação fatal. Se você conversar com um convertido que antes era ateu ou agnóstico ele vai te dizer que por mais cético que fosse, sempre soube que suas ações estavam erradas e temia que a luz evidenciasse sua condenação.
A humanidade foge de Cristo porque sabe que suas obras são más e essa conduta tem nos levado à condenação.
V. 21: Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus.
Aqueles outros, nascidos de novo, crentes em Jesus, correm para a luz, para evidenciar suas obras de salvação. Não para sua própria glória, mas para que se veja claramente que essas obras são por intermédio de Deus. Não somos bons por nós mesmos, irmãos. Nossa bondade vem de Deus. Nossa natureza ainda é condenada, mas Cristo nos salva. Isso quer dizer que não é necessário viver conforme à verdade de Deus? De maneira nenhuma. O texto diz que "quem pratica a verdade vem para a luz". Uma referência clara àqueles que foram salvos, que receberam o Reino de Deus, que creram em Jesus. O salvo pratica a verdade. Precisamos praticar a verdade de Deus, sabendo que essas obras boas são por intermédio dele.
Conclusão:
Conclusão:
O que essa passagem nos diz, afinal?
É necessário que creiamos em Jesus. Que confiemos na sua infinita graça, numa obra pautada no amor incondicional do nosso Deus, que entrega seu filho para resgatar eu e você. Somos chamados a reconhecer Cristo como quem ele realmente é: O Salvador. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Aquele que nos tira do império das trevas. Aquele que nos chama para a Vida! Creiamos nesse Jesus. Jesus não é o só aquele que pode nos dar uma vida mais confortável, mas aquele que pode nos dar a própria vida.
Muitos não crerão nesse Jesus, e por isso continuarão sua caminhada para a condenação. O chamado de Deus para nós hoje é: Não seja um desses! Creia no Senhor Jesus como seu salvador e receba a salvação que ele já nos deu com sua morte e ressurreição.
Se relacione com Jesus dessa maneira. Ecoando o que foi falado ontem, devemos buscar o Deus que nos salvou. Quando nós entendermos isso, tudo vai mudar.
Nosso culto vai mudar: Porque a partir daí adoraremos o Deus que já nos deu tudo o que nós precisamos. Infinitamente mais do que nós merecemos. Só nos resta o adorar em gratidão. Nosso louvor não vai ser mais a um Jesus qualquer, a um Jesus que não me deu o que eu queria, mas a um Jesus que é dono de toda a criação. Que é digno de todo louvor e toda glória. Que deve ser levantado em exaltação.
Nossa vida em casa vai mudar: Porque vamos entender que nós não merecíamos nada, mas ele nos deu o que tinha de mais precioso. Será que não posso dar para ele alguns minutos por dia de leitura e oração?
Nossas ofertas vão mudar: Porque ele não nos deu algo bom que ele tinha. Ele se entregou a si mesmo, deu o que tinha maior valor. Nossa adoração deve ser em resposta a isso
Nossa conduta vai mudar: Cristo te salvou das trevas para a luz. Continuar andando nas trevas, por mais atrativo que pareça ser, é besteira. É diminuir o sacrifício de Jesus.
Por tanto, viva em verdade; adore em verdade; porque Cristo morreu por você de verdade. Ele te amou com um amor tão profundo... o ame de volta.
Adore esse homem que morreu naquela cruz por você. Exalte esse Deus que é digno de todo louvor. O único e verdadeiro Homo Deus.