OS FILHOS PERDIDOS

Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 19 views

A história de dois filhos perdidos

Notes
Transcript
Lucas 15.11–31 (NVI)
11 Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. 12 O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles. 13 “Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente. 14 Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. 15 Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. 16 Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. 17 “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! 18 Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. 19 Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. 20 A seguir, levantou-se e foi para seu pai. “Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. 21 “O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’. 22 “Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. 23 Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. 24 Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar o seu regresso. 25 “Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. 26 Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. 27 Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. 28 “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. 29 Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. 30 Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!’ 31 “Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu.
Int.: Hoje Desejo tratar de um assunto muito importante para espiritualidade cristã; A Graça.
Não as graças nem a graça DE Cristo, pois entendo que A graça como favor imerecido, como agir divino que conhecemos, e verdadeira graça somente a DE Cristo. Algumas aplicações dessa mensagem devo ao Pr. Ed René Kivitz, esclarecendo o ponto de vista da graça ao lermos a história do filho pródigo, que lemos e relemos por várias vezes.
Nós vivemos envoltos em uma sociedade caçadora de si mesma, procurando o que pode ganhar e tentando se esquivar do que pode perder. Nós corremos atrás de créditos todos os dias, somos pegos de surpresa pelos débitos da vida também. Seja no trabalho, no banco, nas compras ou até em casa, lidamos com créditos e débitos. Quando chegamos até a espiritualidade cristã vamos encontrar lá as influências dessa lida diária que me refiro.
Vamos ao texto para entendermos a visão humana proposta para o relacionamento com Deus, e a visão Divina para tal relacionamento com o homem, sua base; com ajuda da história do filho pródigo
(Mensagem em insights)
Uma vida do meu Jeito
Na Interpretação de Ruben Alves, o filho mais novo da história de Jesus atenta para com o pai uma ofensa muito grave. “Adianta-me a minha herança” foi o que disse o filho. Se estou certo uma herança só pode ser dada a alguém se o testador estiver morto. Ou seja, O filho está dizendo: “Eu quero viver do meu jeito, e o Senhor está me atrapalhando. Já que você não morre, eu queria saber se não pode ser adiantada a minha parte.” Uma grande ofensa. O Jovem filho vai viver a vida do jeito dele, longe do Pai como sabemos, e depois esvazia os seus bolsos, seus valores, sua vida. Distante na mesa dos porcos jogou tudo que tinha do pai fora; Identidade, amor e liberdade. Logo então, depois de refletir sua situação ele decide voltar para o Pai. Com um discurso ensaiado ele se amedronta a voltar, imaginando como o Pai lhe receberia com castigos e açoites.
Uma ressalva, aquele moço não conhecia seu Pai. Quando Ele chega com suas frases de culpa e medo na cabeça e na alma o Pai lhe interrompe dizendo (em outras palavras): “meu filho eu não somo débitos”
Esse texto tão célebre e exaltado pelo cristianismo nos ensina que Deus nos trata baseado em seu amor, exclusivamente.
Da mesma forma o filho mais velho se sentia orgulhoso de ter vivido tanto tempo ocupado com as coisas do pai, e no acontecimento que deveria ter alegrado seu coração (a volta do irmão mais novo), ele mostra o que pensava de si e de seu pai. Se imaginava um escravo; não desfrutava da mesa de seu pai; (não fazia nenhum churrasco?) trabalhando nas coisas do pai, sem conhecer o próprio pai, somando seus créditos, escravo de suas obras tentando chamar a atenção do Pai para que ele viabilizasse o modo de vida que ele queria. O filho mais velho desejava cobrar, no tempo oportuno, o dono da fazenda. Em outras palavras a reposta do pai foi: “Meu filho eu não somo créditos, eu não somo débitos”.
Mais uma vez: Deus não nos trata baseados no que somos, mas em seu amor; Isso é Graça. Há uma predisposição favorável em Deus de nos amar.
Os dois irmãos eram iguais em vontade. Queriam que sua vontade fosse absoluta. O mais novo queria uma vida do seu jeito, no descompromisso, na vastidão de seus próprios desejos. O mais velho também queria viver do seu jeito, trabalhando e fazendo tudo certinho para que a mão de seu pai se movesse conforme a sua vontade, na barganha. “Mas como eu faço tudo certinho, e o namorado perfeito ainda não apareceu, o emprego não deu certo?” fantasma do Irmão mais velho.
Dois perdidos dentro da casa do pai, mas fora de sua presença, de sua vontade. Somando créditos e débitos.
O trabalho da culpa é somar débitos; “Deus está com raiva de você, Toma cuidado Ele vai te pegar se você não vir no culto, não participar da ceia; Ele vai pesar a mão!”
O trabalho das obras é somar créditos;Deus vai ser fiel com você e prosperar na sua vida porque você é fiel com Ele”
Esse é o discurso religioso de quem acha que Deus se baseia no que somos. Ele nos ama e ponto final. Agora tem uma questão importante a tratar;
A Mesa do Pai
Jesus está dizendo que não importa a situação que estejamos; muito traumatizados, deprimidos, afastados, desanimados; sempre que nós nos colocarmos a caminho de sua mesa Ele nos recebe com um abraço e com um beijo.
Jesus me ama igual ama o drogado, a prostituta. Jesus não te ama mais porque você faz tudo certinho ou devolve os dízimos e ofertas e guarda seus mandamentos. O amor de Deus é igualável. Ama a todos de igual forma.
Então qual a diferença de viver em Cristo ou não, de estar na comunidade cristã; na Igreja ou não? Viver uma vida de santidade e viver uma vida na promiscuidade ou corrupção da carne?
A questão é: A maneira como vivemos não causa uma mudança em Deus em relação a você. Mas a maneira que você vive causa uma mudança no modo como você trata Deus. Deus não muda, nós mudamos.
A mesa está lá no lugar de sempre; ou estamos participando da mesa do Pai ou não. Esta é a grande diferença. Se alguém está na mesa pode desfrutar dela, saciar sua fome e sentir-se satisfeito. Mas se alguém não está nesta mesa não pode participar dela, pela distância, o desprezo em relação às coisas que são servidas na mesa; viverá todas as consequências de estar na mesa dos porcos (o oposto da mesa do Pai).
A mesa está aqui hoje. Você deseja comer dessa mesa; participar dos frutos que Deus tem pra você? O Pai não quer que você seja menos que filho! Não escravo das obras, não escravo da culpa e do medo, mas filho de Deus! Jo. 1.12, ou será que a culpa ainda nos arrasta para longe dessa graça? Ainda as obras, o Eu, a sensação de méritos?
Talvez seja por isso que às vezes pensamos que alguns são dignos de participar da mesa do Senhor e outros não. Somamos créditos e débitos! Ninguém é digno de participar da mesa do Senhor Jesus, de sua Ceia. Mas nós o fazemos por causa de sua Graça e infinita misericórdia.
O Exame
Quando o Apóstolo Paulo diz em 1Co. 11.28, para que examinemo-nos a nós mesmos, não está dizendo para olharmos para nós e observarmos se estamos merecendo a Ceia do Senhor, Jamais. O contexto deste texto é de comunhão. As pessoas estavam ali comendo umas na frente das outras, sem saber o que estavam fazendo, sem discernir a importância daquele momento.
Em um contexto de relacionamentos Paulo diz: “Examine-se cada um a si mesmo”. É preciso discernir que o que vai acontecer daqui a pouco, não é só um momento de pãozinho e suco de Uva, mas o momento de comunhão, de relacionamentos, o cristianismo é em essência relacionamentos.
Examinar é Rever os meus relacionamentos, não ver se eu mereço ou não. O pecado é exatamente a quebra de relacionamentos; Com o Pai e com meu irmão. Deus não deixa de amar você, nem está pronto a te apunhalar pelos seus erros, a prova disso é que ele (o pai da história de Jesus – analogia Deus) está na varanda, à beira da estrada esperando o filho chegar para degustar de sua mesa. A consequência do pecado, porém, é não participar da mesa. E não participar da mesa do Senhor Jesus é participar da mesa dos porcos.
O Sono
Paulo também vai citar nesse texto de 1Co.11.30, fracos, doentes e outros que já dormiram. Duas interpretações de Paulo são dadas a esse termo dormiram; A primeira encontramos em 1Ts. 4, quando ele diz sobre os que dormiram como eufemismo para morte[2], Como se Deus estivesse insistido tanto nele que o tirou de cena; morrendo fisicamente. Também temos a interpretação de Ef.5.14, que nos traz uma melhor ideia, de meios vivos, ou seja, uma alienação da vida, de Deus, dos relacionamentos. Os que dormem poderiam ser os irmãos da história que estavam tateando em busca do pai, mas não sabiam que ele era. Esses podem ser aqueles que estão vivendo caçando a si próprios. Deus está lá, a mesa será posta, o seu amor é o mesmo, sempre te amará, independente de como você esteja. A questão é será que nós vamos estar lá na mesa do Pai? Ou estaremos alienados, desligados do Pai, dormindo em nós mesmos, somando os créditos e os débitos no qual convivemos na sociedade lá fora o tempo todo?
A Ceia do Senhor que nós se reuniremos daqui a pouco é uma grande oportunidade para discernirmos um pouco desse amor de Deus, e os relacionamentos que temos a nossa volta. Também é uma chance de nos colocarmos diante de si próprios e nesse sentido nos examinarmos; se estamos vivendo como o mais novo da história de Jesus, alienado, escravo dos débitos e das culpas, como o mais velho; ansioso pelos créditos que na sua mente poderiam fazer o pai (no nosso caso, Deus) se movimentar de acordo com sua vontade, ou como filhos que aceitam pela fé unicamente, a identidade de Jo. 1.12: “Todos quantos creram deu-lhes o direito de serem feitos FILHOS de Deus”, aceitaram serem filhos por fé, não por méritos e hoje como se vê nesse dia vivem os resultados dessa graça de Cristo; A obediência, santidade e a comunhão com a comunidade, participando da Mesa de Cristo.
Ultimas considerações;
Em muitas situações a base para nossos relacionamentos humanos são ligados a interesses particulares, isso acontece todo tempo em nossos círculos sociais, profissionais e até espirituais. Mas com Deus é diferente. Ele nos trata baseado em si mesmo e no seu Infinito amor e graça. Te convido hoje a com ousadia, pela graça de Cristo, se aproximar dessa mesa e desfrutar de todas as suas delícias; a comunhão a liberdade, a adoração, a presença do Espírito Santo.
[1]Por Ed René Kivitz [2] KIVITZ, Junho/2013; www.ibab.com.br
Related Media
See more
Related Sermons
See more