SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS. CONFIRME A SUA VOCAÇÃO

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SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS - CONFIRME A SUA VOCAÇÃO 2 PE 1:1-4

INTRODUÇÃO
A doutrina da suficiência das Escrituras é um princípio fundamental da fé cristã. Dizer que as Escrituras são suficientes significa que a Bíblia é tudo de que precisamos para nos equipar para uma vida de fé e serviço. Ela fornece uma apresentação clara da intenção de Deus em restaurar o relacionamento quebrado entre Ele e a humanidade através do Seu Filho Jesus Cristo.
AUTOR: PEDRO
Hoje as pessoas não querem levar a doutrina a sério. Dizem que a doutrina gera divisão, de modo que, em vez disso, devemos nos concentrar em relacionamentos; mas ironicamente, ao afirmarem isso, elas imitam justamente as pessoas às quais Pedro se dirige nessa segunda epístola.
V1 A - Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo.
Do mesmo modo que Paulo costumava identificar-se nas suas cartas, Pedro também se identifica com um título duplo, ou seja, como servo e apóstolo de Jesus Cristo (v. 1).
Na comunidade cristã, a camada mais baixa da sociedade era formada pelos escravos, e o ofício mais alto, com a exceção do ofício do próprio Jesus, era o de apóstolo.
Aos apóstolos, a autoridade de Jesus havia sido dada em tal medida que ele anunciou:
“Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe recebe aquele que me enviou” (Mt 10.40).
Hoje há muitos que dizem: “Eu acredito em Jesus e sigo seus ensinos, mas não consigo seguir os apóstolos.
Na igreja primitiva, Irineu teve de lidar com cínicos que diziam que respeitavam Jesus, mas não se submeteriam à autoridade dos apóstolos.
Irineu disse que não se pode ter Jesus e rejeitar aqueles que Jesus nomeou para que falassem em seu nome, assim como também não é possível ter Deus e rejeitar seu Apóstolo supremo, o próprio Jesus.
Durante o ministério de Jesus na terra, os fariseus fizeram um tipo de distinção semelhante. Eles alegavam crer em Deus, mas rejeitavam Jesus. Jesus disse: “Quem me rejeitar rejeita aquele que me enviou” (Lc 10.16).
Isso é simplesmente lógico. Assim, a autoridade máxima que operava na igreja primitiva era, à parte da autoridade de Jesus, a autoridade dos apóstolos.
Aqui, Pedro reivindica a autoridade mais alta que uma pessoa podia reivindicar na igreja primitiva – a de ser um apóstolo. Ao mesmo tempo, como faz também o apóstolo Paulo, ele se identifica como escravo. Ele é simultaneamente o mais alto e o mais baixo da sociedade cristã.
A palavra que Pedro usa aqui, doulos, é a mesma que Paulo usa em Romanos; refere-se a um escravo comprado.
Nas Escrituras, há uma estreita ligação entre as palavras doulos e kyrios.
Kyrios era o senhor ou mestre; era impossível ser kyrios sem possuir escravos. Levando a metáfora ainda mais adiante, o apóstolo Paulo escreveu:
Fostes comprados por preço” (1Co 6.20);
“Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens”. 1 Coríntios 7:23
Comprado - agorazō: obter pela compra; adquirir por meio de uma operação financeira.
Servos - doulos: Escravo uma pessoa que legalmente pertence a outra pessoa e cuja subsistência inteira e finalidade foi determinada por seu mestre.
Pedro e Paulo viam-se como escravos de Cristo, e essa noção se estende a todos que foram comprados por Jesus. Somos todos escravos de Cristo.
MEUS IRMÃOS VOCÊS SABEM QUAL É A IRONIA DE TUDO ISSO?
A ironia suprema é que Jesus vem para nos libertar da escravidão, e ele nos diz: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
Aqueles que foram libertados da escravidão do pecado assumem um novo tipo de escravidão; eles se tornam escravos de Cristo.
Se você acha que está livre à parte da escravidão a Cristo, sua liberdade é pura escravidão. (contar a história do pastor que está evangelizando e os jovens pedem que ele fume também)
Temos de perder nossa vida para encontrá-la; precisamos dá-la para recebê-la de volta. Tudo isso e mais ainda está contido na simples autodescrição de Pedro.
“Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mateus 16:25
IGREJA AMADA DO SENHOR, NÃO PODEMOS VIVER NOSSAS VIDAS LONGE DE CRISTO, NÃO PODEMOS DEFINIR A VIDA CRISTÃ AO NOSSO BEL PRAZER.
V1 B - Aos que conosco obtiveramigualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo (v. 1).
FÉ - pistis: forte confiança em alguém ou algo; frequentemente com o objeto de confiança pretendido.
Pedro dirige sua epístola aos seus irmãos cristãos que receberam fé. Assim como o apóstolo Paulo, o apóstolo Pedro também define a não como algo que se origina de um coração humano não regenerado e é exercida por ele, mas como algo que o cristão recebe de maneira passiva.
Se você tem fé em Jesus Cristo, não a criou por si mesmo. Quando você ouviu o evangelho e respondeu de maneira favorável a ele, talvez tenha pensado que decidiu crer em Jesus, mas a fé salvífica não resulta de uma decisão humana. É um dom divino.
Igreja vamos abrir nossas Bíblias em Efésios 2:1-5. (falar com a igreja do nosso estado antes de recebermos a fé salvífica)
Preciosa - isotimos (de igual mérito): tendo o mesmo valor ou mérito
No nosso vocabulário, algo que chamamos de “precioso” tem um valor extraordinário.
E é nesse sentido que Pedro descreve a fé pela qual somos salvos como fé preciosa. Existe alguma coisa que você possui que seja mais preciosa do que a que o liga a Cristo e lhe entrega toda a sua herança? As pessoas mais sábias se separam de tudo o que possuem a fim de possuir essa realidade preciosa, essa pérola de alto preço.
JUSTIÇA DE DEUS
Os conceitos de justiça e estão intimamente ligados nas Escrituras, especialmente nas epístolas de Paulo, “visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé” (Rm 1.17).
Eis duas observações: com relação à e justiça, aé a confiança pessoal em Deus; a justiça tem origem em Deus e “flui até nós através de Cristo”
Obtivemos a fé preciosa “na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”.
Aqui, a estrutura é absolutamente clara. Pedro está falando do dom que vem até nós por meio da justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.
Os conceitos de justiça e estão intimamente ligados nas Escrituras, especialmente nas epístolas de Paulo, “visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé” (Rm 1.17).
Eis duas observações: com relação à fé e justiça, a fé é a confiança pessoal em Deus; a justiça tem origem em Deus e “flui até nós através de Cristo”.
V1 C - Deus e Salvador Jesus Cristo.
Pedro está se referindo a Jesus não só como Messias, nosso Salvador, mas também como Deus.
No Evangelho de João, Jesus apareceu a Tomé, que decidira não crer com base no testemunho dos seus colegas discípulos. Ele disse: “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20.25).
CRER (Acreditarei) - pisteuō (pistevon): aceitar como verdadeiro; tomar como sendo verdade
Quando apareceu a ele, Jesus estendeu sua mão e disse: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente” (v. 27).
Incrédulo - apistos (caracterizado por uma falta de crença e confiança em alguém ou algo; especialmente daqueles que negam ou rejeitam as verdades do Evangelho).
Crente - pistos: caracterizado por inabalável afeição ou lealdade (a alguém ou algo).
Então Tomé caiu de joelhos e fez uma grande confissão: “Senhor meu e Deus meu!” (v. 28).
Essa confissão da deidade plena de Jesus é feita já no prólogo do Evangelho de João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1).
V2 - Graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.
Graça e Paz
As palavras graça e paz são parte de uma estrutura fixa que ocorre em várias epístolas. Nas duas cartas de Pedro, ela aparece acompanhada de sejam com vocês em abundância (vamos olhar Jd 2).
Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados. Judas 1:2
A GRANDE PERGUNTA AGORA, É: COMO PODEMOS MULTIPLICAR GRAÇA E PAZ?
A fonte da graça é Deus, que também concede a paz. Além disso, o verbo grego está na voz passiva, que aparece na forma de desejo.
A oração de Pedro é que Deus nos envie uma quantidade cada vez maior tanto de graça quanto de paz. A paz flui da graça, e é a felicidade interior do ser humano que ele deseja compartilhar com seu próximo. Os conceitos de graça e paz são como dois lados da mesma moeda.
Pedro acrescenta a frasePelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor”. Num certo sentido, esse é o tema da carta de Pedro, pois o conceito de conhecimento aparece repetidamente.
CONHECIMENTO - epignōsis: Conhecimento Pessoal: vindo a entender algo claramente e distintamente ou como verdadeiro e válido; frequentemente com um conhecimento pessoal que exige uma reação positiva ou negativa.
“Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual”; Colossenses 1:9
O APOSTOLO PEDRO transmite a ideia de que o conhecimento não é simplesmente uma habilidade de recitar fatos, mas uma experiência que promove comunhão. O crente que recebe a graça e a paz de Deus experimenta esses dons através de uma íntima comunhão com Deus (ver vs. 3,8; 2.20,21). Aumentando o seu conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, ele reconhece que a graça e a paz são multiplicadas para ele.
Ao longo de sua epístola, Pedro urge os leitores a aumentarem seu conhecimento do Senhor Jesus Cristo (usar como referência v. 8; 2.20; 3.18).
Essa é a principal preocupação de Pedro ao escrever sua epístola. Ele pede aos cristãos que aumentem seu conhecimento pessoal de Jesus Cristo, seu Senhor e Salvador.
Começa sua epístola com um desejo em forma de oração por graça e paz através do conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, e a conclui com uma exortação: “cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (3.18).
V3 - Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude,
Pedro inicia o escrito com exortações graves e abrangentes. Nossa vida cristã e eclesial não se processa simplesmente de forma automática, pelo contrário, requer-se para ela nosso engajamento decisivo (v. 10).
Mas mesmo ao exortar Pedro é “evangélico” e não “legalista”, partindo das dádivas espontâneas e generosas de Deus.
Visto que seu poder divino nos presenteou com tudo o que serve à vida e à devoção.
Para “presentear” consta no grego uma palavra que designa a plena liberdade da doação divina. Ninguém fez por merecer de Deus, de forma livre e gratuita nos advém tudo do poder divino.
Quando, porém, o poder de Deus nos presenteia, somos rico e eficazmente agraciados. Nesse processo a intenção de Deus é muito maior do que conceder uma série de bens terrenos. Sem dúvida o presentear de Deus serve à nossa “vida”. Mas é vida divina que se revela como devoção.
Devoção não tem nada a ver com “beataria”. Conhecer realmente a Deus – Pedro falará disso em seguida – honrar e amar a Deus, estar disponível para Deus, isso também constitui a verdadeira “vida” que já nos foi preparada na criação (Gn 1:27).
Para isso Deus nos presenteia ricamente com tudo o que contribui para ela. Não nos falta nada do que necessitamos. Uma vida assim não se resume a um ideal distante, mas temos o privilégio de realmente possuí-la. Isso é “evangelho”.
Cada um de nós precisa abraçá-la de maneira muito pessoal através do conhecimento daquele que nos chamou através de sua própria glória e eficiência.
Novamente Pedro emprega a palavra conhecimento. Certamente porque toda a nossa propriedade interior chega ao nosso coração somente pela via do “conhecer”.
O conhecimento genuíno de Deus não está fundamentado sobre o esforço do ser humano, mas sobre o chamado de Deus, que da eternidade penetra em nossa vida, procurando, acertando e atraindo-nos para si.
Então se revela ao ser humano a própria glória e eficiência de Deus. Ou seja, não se trata da “eficiência” do ser humano em qualquer “disposição religiosa”, mas exclusivamente da eficiência de Deus.
V4 - pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo
Já consideramos a palavra “precioso”. O que torna algo precioso? No âmbito comum da vida, fazemos uma distinção entre rochas e pedras e entre pedras e pedras preciosas.
E essa distinção tem a ver com os graus de valor e beleza encontrados nas diversas substâncias naturais.
FALAR DE UM JOALHEIRO QUE VISITOU UM HOMEM PARA AVALIAR UM DIAMANTE.
Não há defeitos na justiça de Jesus. Não há máculas no Cordeiro que foi morto.
Jesus disse ao tentador: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4; Lc 4.4).
Há momentos na rotina do dia a dia em que não pensamos nas promessas de Deus, mas, quando nossa vida está em jogo e não conseguimos encontrar uma saída, tudo que nos resta são as promessas de Deus.
No entanto, que posse maior poderíamos ter nesses momentos do que as promessas das quais Pedro fala e que são grandes e preciosas?
No final de 2Timóteo, Paulo diz ao seu discípulo amado que ele está pronto para ser derramado, e ele sabe que sua vida em breve lhe será tomada. Do mesmo modo, Pedro anuncia sua partida iminente deste mundo.
Em momentos como esse, as pessoas começam a se lembrar das promessas de Deus. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Sl 23.4). Como podemos temer qualquer coisa se Deus está conosco? Essa é uma promessa preciosa, digna de guardar no peito e de morrer por ela.
Quando Pedro diz que somos participantes da natureza divina, ele está dizendo que, se estamos em Cristo, então Deus, o Espírito Santo, passou a residir em nós. Na medida em que somos habitados pelo Espírito Santo, participamos ou compartilhamos. Não nos tornamos divinos, mas participamos da presença de Deus na nossa própria alma.
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