A IGREJA REUNIDA - SÍNTESE

INTRODUÇÃO

Uma igreja se torna uma igreja na reunião. Ela exemplifica a igreja universal na reunião. É onde nós, como crentes, mostramos o que somos, aprendemos o que somos, nos tornamos o que somos, nos regozijamos e louvamos a Deus pelo que somos. Somos o povo de Deus, o corpo de Cristo, o templo do Espírito, o rebanho do Pastor, o ramo da videira, os cidadãos do reino, a demonstração da sabedoria e graça de Deus. E a assembleia - ekklesia representa e ilustra tudo isso.

Vamos considerar neste estudo, o que é uma reunião da igreja e a que propósito ela serve:

I. REUNIÕES REPRESENTAM AS REGRAS E JULGAMENTOS DO CÉU:

A reunião semanal de uma igreja local é uma expressão da maior reunião celestial de Jesus ou a igreja universal (Hb. 12.22-23; Ef. 2.6)

A igreja reunida é uma embaixada do reino de Cristo aqui na terra.

Quando Jesus entregou as chaves do reino, primeiro a Pedro e os apóstolos e depois às igrejas reunidas, Jesus deu às igrejas uma autoridade semelhante à da embaixada: a autoridade de fazer julgamentos provisórios sobre o que é uma confissão correta do evangelho (Mt 16: 13–19) e que é um cidadão do reino dos céus (18: 15–20).

É isso que Jesus quis dizer quando disse que as igrejas possuem autoridade para ligar e desligar na terra o que está ligado e desligado no céu (16:18; 18: 17-18).

A igreja reunida é a embaixada do reino de Deus aqui na terra: a reunião representa a autoridade celestial de Jesus, onde quer que a igreja se reúna (Ilustração do time de futebol).

De modo semelhante ao time de futebol, uma igreja se torna uma igreja reunindo-se em um lugar, e só podemos nos tornar membros quando nos reunimos com ela.

Você não pode ser um membro da igreja sem se reunir. Porque é na reunião da igreja que ela representa o governo e os julgamentos do céu, de Deus.

II. REUNIÕES ESTABELECEM UM ÁREA GEOGRÁFICA E VISÍVEL DO REINO DE CRISTO:

Essa ideia de que as reuniões da igreja representam a geografia do reino do céu, está intimamente relacionada ao ponto anterior: é na reunião da igreja que ela representa o governo e os julgamentos do céu, de Deus.

Essa ideia de geografia pode parecer uma coisa estranha de se dizer, mas está em toda a Bíblia: No Éden, Deus habitou com Adão e Eva - um terreno geográfico; quando eles pecaram, Deus os expulsou daquele espaço. Então Deus chamou Abraão para formar um povo e estabeleceu esse povo na terra de Canaã – ali de tempos em tempos, Deus convocava esse povo para se reunir - e, realmente esse povo se reunia fisicamente.

A palavra usada pelo Antigo Testamento grego para descrever essas assembléias físicas é ekklesia.

Quando Deus exilou Israel e Judá da terra, Deus efetivamente dissolveu a assembleia. Porém, Deus promete através de Joel que congregaria o seu povo novamente (Jo 2:16, 28-32; At 2: 17-21).

É nesse cenário do Antigo Testamento que precisamos entender o que Jesus disse:

“Edificarei a minha ekklesia” (Mt 16:18).

Por que Jesus escolheu a palavra ekklēsia em vez de “sinagoga” ou “comunhão” ou outra coisa?

Jesus tinha em mente a coligação de um novo Israel. Aqui estava o verdadeiro fim do exílio.

As igrejas se reúnem porque, como postos avançados ou embaixadas do céu, devem se tornar visíveis, audíveis e tocáveis.

O espaço é importante. A união física é importante. E as igrejas precisam de um pedaço de geografia para se reunir para que possam se tornar o que são - uma assembleia (no grego original) ou uma igreja (na tradução para o português).

Quando associada à pregação do evangelho e às ordenanças, essa reunião se torna uma igreja. Jesus reivindica temporária e simbolicamente a presença do seu reino no mundo físico.

O reino de Jesus se torna visível e geográfico na reunião da igreja. Quando a igreja se espalha, eles permanecem membros, mas a geografia desaparece. O espaço não é mais sagrado.

III. REUNIÕES TESTIFICAM AO REI - DÃO TESTEMUNHO DO REI JESUS

Por meio da pregação, a igreja local declara que Jesus é o Messias, a esperança das nações, Aquele que possui toda autoridade no céu e na terra (Mt 28:18).

A igreja se reúne para apontar para o Rei Jesus

Nesse sentido, as reuniões da igreja possuem uma função evangelística. As reuniões, em parte, por causa do estranho ou do incrédulo (1Co.14.24).

A lição aqui para nós, como igreja: esta igreja deve cultivar a pregação que, entre outras coisas, visa convencer os corações dos descrentes e levá-los à adoração. Todos nós crentes, devemos evangelizar durante a semana, sim, mas a própria assembleia possui poder evangelístico.

A igreja precisa ser sensível às pessoas perdidas, sem Jesus no mundo - ela precisa buscar ou atrair o pecador perdido. Então, traga seus amigos não cristãos à igreja.

​Por que nós nos reunimos como igreja? Para testemunhar ao Rei Jesus

IV. REUNIÕES FORMAM UM POVO (COMO AULAS DE CIDADANIA - OSPB)

A igreja também se reúne para ensinar tudo o que Jesus ordenou - ver Mt 28:20

​Ou seja, as reuniões da igreja servem para formar um povo, à semelhança daquela disciplina antiga chamada OSPB, que nos ensinavam aulas de cidadania, como e o que significa ser cidadão.

Em última análise, o Espírito Santo cria e dá forma às pessoas. No entanto, o Espírito ordenou que as igrejas locais usem os chamados meios comuns de graça para este propósito: pregar a Bíblia, cantar a Bíblia, ler a Bíblia, orar a Bíblia e ver a Bíblia (nas ordenanças).

Os próprios pastores existem para “equipar os santos para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo” - ver Efésios 4:11-12

​Não surpreendentemente, os primeiros discípulos “se dedicaram ao ensino dos apóstolos e à comunhão” e passaram muito tempo “frequentando o templo juntos” (Atos 2: 42,46). Mas então eles se espalharam para cuidar e sustentar uns aos outros em suas casas (2: 44–46). O autor de Hebreus também nos exorta a “considerar como estimular-nos ao amor e às boas obras, não deixando de nos reunir, como é o hábito de alguns, mas encorajando-nos uns aos outros” (Hb 10: 24-25 )

Por que nós nos reunimos como igreja? Para formar um povo.

V. REUNIÕES IDENTIFICAM OS CIDADÃOS DO REINO - COMO PASSAPORTES

À medida que as igrejas se reúnem para testemunhar ao rei, elas também testificam quem pertence ao reino, ou seja, para afirmar seus cidadãos. Mantendo a metáfora da embaixada, podemos dizer que a reunião é onde as igrejas normalmente distribuem passaportes.

Como a igreja faz isso? Por meio das ordenanças: batismo e ceia do Senhor

Batismo

Assim como os membros da aliança abraâmica foram marcados pela circuncisão, e os membros da aliança mosaica pela guarda do sábado, os membros da nova aliança são marcados pelo sinal de juramento inicial do batismo:

e É por isso que Jesus diz aos seus discípulos para batizarem as pessoas “em nome” do Pai, Filho e Espírito. Ele quer que seu povo use o crachá de Jesus: “Olá, estou com Jesus”.

Quem possui autoridade para batizar pessoas em nome de Jesus (Mt 28:19)?

Presumivelmente, são aqueles que se reúnem em Nome de Jesus (Mt 18:20):

​A esses que “estiverem” reunidos no Nome de Jesus, o Senhor promete conceder sua presença autorizada, e, ao batizarem, ele promete estar com eles para sempre (28:20).

Os batismos nem sempre ocorrem no contexto de uma igreja. Exceções existem. Por exemplo, em Atos 8, Filipe batizou o eunuco etíope no meio de um deserto sem nenhuma reunião da igreja presente. No caso, de uma obra missionária avançando para novas terras deve às vezes separar o batismo da coligação. No entanto, as exceções são exceções.

Normalmente, o batismo pertence à assembléia. Atos 2 é normativo, não Atos 8. Em Atos 2, os judeus perguntam a Pedro o que devem fazer para serem salvos. Pedro diz que eles devem se arrepender e ser batizados, logo em seguida, Lucas nos diz que 3.000 homens foram “acrescentados ao seu número”, ou seja, a igreja em Jerusalém (Atos 2:41). O batismo é uma ordenança da igreja.

E a ceia? Também!

Ceia

NO AT Deus havia prometido fazer uma NOVA ALIANÇA com o seu povo (Jr. 31.31-34). Essa promessa teve o seu cumprimento por meio da morte de Jesus. De sorte, que essa promessa foi selada com o sangue de Jesus. Assim sendo, podemos entender que a ceia é o sinal de juramento contínuo do Senhor para o seu povo.

A Ceia do Senhor também pertence à igreja reunida

Paulo explica:

​1Coríntios 10.17

Participar do mesmo pão revela, ilumina, demonstra, mostra que somos um só corpo.

A Ceia é uma ordenança reveladora da igreja. Diz: “Aqui está a igreja”. Não pertence a estudantes universitários cristãos no acampamento ou ao casal em um casamento ou a um pai com seus filhos ou ao pequeno grupo de uma igreja. Pertence à igreja reunida e portadora de chaves.

A lição prática é bastante concreta

Paulo exorta as igrejas a “esperar umas pelas outras” antes de tomar a Ceia - veja 1Co. 11.33 (1 Co 11:33).

​Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunispara comer, esperai uns pelos outros.

Esta ordenança pertence à igreja reunida.

O outro lado da moeda é que Paulo também coloca o passo final da disciplina da igreja na reunião da igreja - veja 1Co. 5.4

​Se nos afirmamos como membros do corpo na reunião por meio da Ceia, então faz sentido que prática de remover alguém da Ceia e a prática receber alguém como membro, são atos da igreja reunida.

Por isso, o apóstolo Paulo não diz aos presbíteros da igreja de Corinto para remover o homem impenitente da membresia em sua reunião de presbíteros na quinta à noite. Ele diz a toda a igreja para removê-lo quando eles estiverem “reunidos em nome do Senhor Jesus” (1 Co 5: 4).

Então, para que servem as reuniões da igreja, especialmente quando cumprem as ordenanças? Para identificar os cidadãos do reino (e excluir desertores).

VI. AS REUNIÕES MOBILIZAM UM POVO - COMO EMBAIXADORES EM TREINAMENTO

Somos embaixadores de Cristo - 2 Co 5: 18-20

Um aspecto da formação cristã que vale a pena destacar em particular é o fato de que Cristo fez de seu povo embaixadores e deu a ele um ministério de reconciliação.

​2Coríntios 5.18

E a reunião é onde Cristo, por meio de seus pregadores, ordinariamente comissiona seu povo a “ir a todas as nações para fazer discípulos” (Mt 28:18).

A palavra nos exorta a sermos um povo missionário

Por exemplo, o apóstolo João elogia uma igreja por receber e amar um grupo de missionários que “saíram por causa do nome” - ver 3Jo 5–6

​3João 5–6

Em seguida, João os exorta - ver 3Jo.8

​3João 8

Devemos apoiar pessoas como essas, para que sejamos cooperadores da verdade” (v. 8).

Nem todo cristão é um missionário que cruza a fronteira nacional, mas todo cristão é um colaborador da verdade.

Paulo também elogia os tessalonicenses por imitarem seu exemplo em garantir que o evangelho soasse em sua própria cidade e através das fronteiras internacionais, mesmo em meio à oposição - ver 1Ts.1. 8 e 1Ts. 2.14-16

​Onde somos equipados para declarar a palavra do evangelho? Na reunião.

Por que as igrejas se reúnem? Para equipar e mobilizar um povo para fazer discípulos.

VIII. REUNIÕES EXALTAM O REI

Finalmente, as igrejas se reúnem não apenas para apontar para o Rei, mas para exaltar o Rei dos reis - Adorar o Rei Jesus.

Todos os objetivos mencionados anteriormente, culminam neste aqui.

E não há analogia com a embaixada aqui, porque as embaixadas não servem ao propósito de adoração. A igreja local, sim.

Deus nos ordena que cantemos “uns aos outros”, sim, mas ainda mais devemos entoar melodias “ao Senhor”

​Efésios 5.19

Ensinamos e admoestamos “uns aos outros com toda a sabedoria”, mas o fazemos “com gratidão em [nossos] corações a Deus”. Paulo continua: “Tudo o que você fizer, por palavra ou por ação, faça tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por ele”

​Colossenses 3.16-17

CONCLUSÃO

As igrejas se reúnem porque é essencial para uma igreja ser uma igreja.

É na reunião que a igreja representa as regras e julgamentos do céu;

É na reunião que a igreja estabelece um área geográfica e visível do reino de Cristo;

É na reunião que a igreja testifica ao Rei - dá testemunho do Rei Jesus;

É na reunião que a igreja forma cidadão do reino - um povo;

É na reunião que a igreja identifica os cidadãos do reino - como passaportes (Batismo e ceia do Senhor);

É na reunião que a igreja mobiliza um povo - como embaixadores em treinamento;

É na reunião que a igreja exalta o Rei.

É a igreja reunida que exerce a autoridade das “chaves do reino”, representando o governo e os julgamentos do céu, estabelecendo um posto avançado visível do reino de Cristo, testemunhando o Rei, identificando cidadãos do reino, formando um povo, mobilizando um povo e exaltar o Rei.