Mateus 13.44-46

Série expositiva no Evangelho de Mateus  •  Sermon  •  Submitted
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Autor expõe as parábolas propostas por Cristo a fim de fazer seu público observar a excelência e valiosidade do Reino ao qual pertencem.

Notes
Transcript
“[...] Porque é chegado o Reino dos céus” (Mateus 3.2).
Pr. Paulo Ulisses
Introdução
Seguindo a próxima seção e grupo duplo de parábolas, Cristo, tendo exposto a natureza expansiva do Reino (cf. vs 31-33), agora demonstra sua enorme excelência, por meio das parábolas do tesouro escondido (v.44) e da pérola encontrada (vs. 45-46).
Sua intenção, após já ter começado a moldar a ótica dos discípulos quanto a como deveriam ver o reino dos céus, objetiva também suscitar em seus corações a noção de quão grandiosa dádiva receberam: ao terem sido chamados ao Reino, os discípulos receberam o maior e mais valioso bem que lhes poderia ter sido acrescido: a salvação, e com ela a honra de serem chamados filhos de Deus.
Mesmos que a sombra das lutas e adversidades lhe sobrevenham, a luz do Evangelho lhes deve fazer enxergar o quão maravilhoso é poder ser tirado do estado natural de ignorância em relação a Deus e a sua obra salvadora, executada em seu Filho bendito: Cristo Jesus.
Assim, a presente seção destina-se a observar a preciosidade do Reino dos céus.
Elucidação
Como dito, novamente o Senhor Jesus propõe um novo conjunto duplo de parábolas, possuindo o mesmo sentido, o que sugere uma intenção de reforço ou intensificação na proposição de seu argumento. A cláusula introdutória permanece: "o Reino dos céus é semelhante a...", expondo que novamente o foco de sua comparação será algo relacionado ao Reino de Deus em si. Outras parábolas ao longo do Evangelho serão expostas, porém, como esta cláusula não está presente, elas servirão ao mesmo propósito, (i.e esconder a realidade espiritual de sua pregação aos não-eleitos, concedendo-a aos discípulos), observando, contudo, não o Reino em si, mas outros aspectos da obra salvadora.
Em face disso, a aproximação semântica das duas parábolas está em conotar a excelência ou valiosidade do algo encontrado: no primeiro caso, um homem achou um tesouro oculto num campo, e ao perceber sua valia, torna a escondê-lo, "vende tudo o que tem e compra aquele campo" (v.44); no segundo, outro homem, negociante de pérolas, encontra uma de grande valor, e para obtê-la, vai, "vende tudo o que possui e a compra" (v.46). Além da cláusula introdutória que assemelha ambas as parábolas, esta última expressão é repetida, e concentra em si a exortação a ser transmitida aos discípulos.
O Reino dos céus é exposto como algo não somente valioso ao extremo, mas também algo ao qual os agentes do Reino deveriam devotar a máxima consideração, não vendendo bens para possuí-lo, pois o não obtiveram o chamado ao Reino mediante a negociação de valores, mas, entendendo quão sério era seu estado de perdição, agora em Cristo, deveriam entregar tudo em suas vidas, para corresponder ao valor do que encontraram.
Essa perspectiva é ampliada pelo contexto em que se encontravam os ouvintes/leitores do evangelho que Mateus redigiu: já fora exposto o quanto os discípulos de Cristo poderiam sofrer por pregarem a palavra de salvação (cf. Mt 10), e mais imediatamente, como a dinâmica do Reino realça o contraste entre eleitos e não-eleitos e sua convivência no mundo (cf. Mt 13.24-30; 36-43). Agora porém, a igreja é convidada a perceber que todos esses aspectos “dificultosos”, na verdade concorrem a favor dela, e que a preciosidade do Evangelho, não podendo ser percebida por todos, deve ser valorizada intensamente por aqueles a quem foi concedida a graça de serem recebidos no Reino de Deus.
Transição
Tamanho é esse privilégio, que agora, a atitude correspondente e esperada de cada crente, é que entregue a Deus toda sua vida, reconhecendo a grandeza de sua salvação e ingresso no império de Cristo Jesus, como afirma J. C. Ryle:
Meditações no Evangelho de Mateus As Parábolas do Tesouro, da Pérola e da Rede (Leia Mateus 13.44–50)

se um homem está realmente convencido da importância da salvação, haverá de desistir de tudo o mais, para ganhar Cristo e a vida eterna

Mateus exorta a igreja de Cristo sobre a grandeza do Reino, e sobre qual deve ser nossa compreensão e postura diante de seu imenso valor. Frente a isso, o princípio a ser aplicado a nossa vida consiste na observação da seguinte verdade:
Aplicação
Devemos estar conscientes da grandeza e valiosidade da obra que foi executada em nossas vidas, e corresponder com dedicação e devoção.
A imensa grandeza e valor do Evangelho deve ser de tal forma percebido por nós, ao ponto de gerar em nossas vidas a convicção e certeza de que absolutamente nada mais nesse mundo importa ou tem um valor sequer aproximado à graça de pertencermos ao Reino dos céus.
William Hendriksen, afirma que:
Mateus, Volumes 1 e 2 A Parábola do Tesouro Oculto

A essência da parábola consiste em que o reino do céu, o alegre reconhecimento do governo de Deus no coração e na vida, inclusive a salvação para o presente e para o futuro, para a alma e finalmente também para o corpo, o grande privilégio de assim ser transformado em uma bênção para outros para a glória de Deus, tudo isso é um tesouro tão inestimavelmente precioso que aquele que o obtém se predispõe a entregar por ele tudo quanto possa interferir em sua obtenção.

Os homens na parábola demonstram imediata e inabalável certeza de que estavam diante de coisas de valor elevadíssimo. Porém, eles acharam um tesouro feito de ouro e pérola, e apesar de isso ter grande valor no mundo dos homens, pode ser minado e roubado e com o tempo, nem mesmo o ouro em todo o seu brilho escapa de se deteriorar. Mesmo assim, eles venderam tudo quanto tinham, para adquirir o bem que julgavam precioso.
Muitas vezes, tratamos o Reino de Deus como fosse algo de somenos importância, pois ao invés de vivermos para a glória de Deus e anúncio de seu Reino com toda nossa força e dedicação, legamos a Cristo uma atenção secundária, colocando nossos próprios objetivos e o que nós consideramos valiosos acima do Reino.
Devemos tratar a salvação, o Reino e Cristo os bens mais preciosos que temos, empenhando nossa vida em cumprir o chamado do Pai, que enaltecermos o seu nome. Participamos do processo em que o SENHOR está expandindo sua glória sobre toda a criação, publicando seu Reino e resgatando seus eleitos, e tivemos a honra de termos sido convocados para sermos seus instrumento nesse objetivo, e o texto de Mateus 13.44-46 nos mostra que não há graça maior ou mais valiosa do que esta.
Conclusão
Assim, que possamos viver à luz daquilo que nos orienta a Palavra de Deus, e que possamos enxergar em nossa salvação a grandeza do Rei dos reis e Senhor dos senhores, que chamou para seu Reino, aqueles que antes eram seus inimigos, agora porém, são seus agentes, seus filhos, os portadores de sua glória e alvos de seu infinito e profundo amor.
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