DÍVIDA IMPAGÁVEL

Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 20 views
Notes
Transcript
DÍVIDA IMPAGÁVEL
Texto – Mt 18:21-35
INTRODUÇÃO
O que você faria se devesse a monstruosa quantia de 13,7 bilhões de dólares?
Uma das parábolas mais intrigantes contadas por Jesus é a história do servo implacável (Mt 18:21-35).
Aparentemente essa é uma parábola sobre um patrão generoso que, de repente, revoga seu perdão. No entanto, ao examinar mais de perto, sua atitude ficamos ainda mais chocante.
Em seu livro Cristianismo Puro e Simples, C. S. Lewis observa que, dos ensinos de Cristo, o amor ao próximo é a virtude cristã mais impopular. Ele esclarece: “O próximo inclui o inimigo.” E assim “nos confrontamos com o terrível dever de perdoar nossos inimigos”, de estender o perdão aquele que nos fez mal.
PERGUNTA CURIOSA
Tudo começou com uma pergunta de Pedro vamos Ler (Mt 21 e 22) “Quantas vezes deverei perdoar meu irmão quando ele pecar contra mim?”, perguntou Pedro a Jesus certo dia. Cristo olhou para ele. “Sete vezes?”, disse Pedro impacientemente, impressionado com a generosidade do seu palpite. Porque Pedro achou que o palpite dele era generoso? Por uma razão, os fariseus mesquinhos tinham estipulado o número de três vezes para perdoar, tudo baseado numa má interpretação de Amós 1:3 (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 243). Pedro, conhecendo algo a respeito de Cristo, dobra o número, acrescenta mais um e pergunta: “Até sete?”
A resposta de Jesus foi impressionante: “Não, muito mais do que isso. Setenta vezes sete”, respondeu Jesus. A resposta foi chocante. Pedro foi além, e Jesus excedeu completamente o número sugerido por Pedro. Se Pedro dissesse 100 vezes, provavelmente Jesus teria dito 100 milhões de vezes porque, a julgar pela história que Jesus contou a seguir, o Céu está preparado para perdoar infinitamente.
Podemos notar com isso que Jesus retira o perdão dos limites da matemática. Isso é possível apenas quando realmente tomamos consciência do quanto fomos perdoados por Deus. É nesse contexto que Ele conta a parábola do credor incompassível Vamos Ler (Mt 18:21-25).
DÍVIDA SURPREENDENTE
O patrão estava analisando as contas dos seus empregados. Ele parou na conta de alguém que lhe devia uma quantia enorme. Chamou o empregado para saber o que estava acontecendo com sua conta. Em outra parábola (Mt 25:14-28), Jesus nos apresenta um pouco mais do contexto sobre os empréstimos que os patrões concediam a seus empregados. Ele escolhia a dedo os empregados e confiava-lhes talentos de ouro ou de prata de acordo com suas habilidades. Algumas fontes estimam que tipicamente cada talento pesava 34 quilos, valendo o equivalente a 1,37 milhões de dólares (ou aproximadamente R$ XXX milhões, fazer a cotação atual do dólar) no valor atual. Esperava-se que os empregados investissem os bens com sabedoria e devolvessem ao patrão o capital com juros. Os empregados que não conseguiam ou não queriam administrar sabiamente o dinheiro do patrão eram despedidos. O servo de nossa história devia ao patrão 10 mil talentos – 340 mil quilos de ouro ou prata. No mercado de hoje, o valor atingiria cerca de 13,7 bilhões de dólares. A confiança do patrão deve ter sido infinita. No entanto, mais impressionante ainda é o fato de que o servo conseguiu deixar que todo esse valor lhe escapasse pelos dedos. Como alguém consegue desperdiçar uma soma tão exorbitante? O patrão olhou para a situação e decidiu que a opção mais viável seria vender o servo, sua família e todos seus bens para pagar a dívida. Para que essa decisão tivesse sentido, o empregado devia ter um bom número de filhos e bens. O patrão deve ter suspeitado que o empregado havia usado o dinheiro em benefício próprio. Imediatamente, o empregado implorou por misericórdia. Era a única coisa sensata a fazer. Ele, então, fez a declaração mais absurda Vamos Ler (Mt 18:26) “Vou pagar toda a dívida!” Como isso seria possível? De onde esse homem tiraria esse valor? Mesmo que ele trabalhasse todos os dias, levaria cerca de 200 mil anos até que sua dívida fosse paga – mais de 3 mil vezes o período de uma vida!
COMPAIXÃO CHOCANTE
O patrão faz algo chocante. Ao concluir que o empregado nunca iria conseguir pagar-lhe, ele teve pena do homem e perdoou sua dívida Vamos ler (Mt 18:27). Ele cancelou toda a dívida. O saldo devedor passou a ser R$ 0,00. O patrão tinha acabado de perder dez mil barras de ouro ou prata.... Não há nada indicando que o empregado perdeu seu emprego. De fato, aparentemente ele ainda fazia parte do quadro de funcionários. Outras pessoas foram demitidas por má administração de dinheiro muito menos grave. Ele ainda tinha sua família. O patrão nem vendeu suas propriedades. Ele simplesmente declarou o empregado um homem livre.
CONTRADIÇÃO RÁPIDA
Vamos ler (Mt 18:28-30) O servo saiu para comemorar a clemência do patrão. Ele fez isso estrangulando um colega de trabalho e exigindo que ele lhe pagasse sua dívida. O colega devia a ele meros cem denários, o que equivale aproximadamente ao salário de cem dias de trabalho – nada comparado ao valor da sua dívida anterior. O colega de trabalho implorou por misericórdia. Ele prometeu pagar toda a dívida. Mas não houve perdão. Ele foi lançado na prisão até saldar seu débito. Podemos destacar algo aqui, a prisão tornava quase impossível ganhar o dinheiro necessário para pagar uma dívida. Que resposta implacável, insensível! A insistência do servo em punir tão severamente seu colega sugere o que ele realmente pensava a respeito de como deveria ter sido punido. Vamos ler (Mt 18:31). Os outros servos ficaram tão horrorizados e tristes com a brutalidade que testemunharam que foram direto falar com o patrão. Eles relataram detalhadamente o que aconteceu. Então, o patrão também ficou indignado, ofendido. O servo demonstrou claramente o que achava da sua generosidade. O fato de outros servos acharem que o comportamento do empregado fosse algo que irritaria o patrão é um indicativo do seu caráter. Ele devia ser um homem que se importava com o bem-estar dos seus subordinados.
CONCESSÃO GENEROSA
Por esse tipo de comportamento outros empregados haviam sido cortados em pedaços sem aviso prévio (cf. Lc 12:46). Mas, ao contrário, o patrão o chamou para conversar. Vamos ler (Mt 18:32-33). “Você implorou meu perdão e eu o perdoei”, gritou o patrão. “Você não deveria também perdoar seu colega de trabalho?” Ele estava fazendo uma pergunta. Essa é uma conversa. Ele estava oferecendo uma oportunidade para que o empregado desse uma explicação. O empregado não respondeu. Mas será que existe uma boa desculpa para exigir um grão de sal quando você recebeu o universo? Meus amados o empregado nem pediu perdão. Nem houve um diálogo relevante. Vamos ler (Mt 18:34 e 35). “Muito bem”, admitiu o patrão. “Mande-o para a cadeia para que seja torturado até pagar sua dívida.” Se o servo queria ficar trancado em uma prisão pelo resto da vida, assim seria. Observe que somente o empregado é mandado para a cadeia. Não sua esposa, nem seus filhos. Suas propriedades não são vendidas. O patrão nem estava exigindo a punição em toda a extensão da lei.
CONCLUSÃO
Meus queridos o empregado escreveu sua própria sentença. Sim, ele pediu isso. Ele rejeitou o perdão. E todos os que não estiverem no céu, não é porque são pecadores, mas sim porque mesmo tendo consciência dos seus erros não o abandonaram nem buscaram o perdão que está totalmente disponível.
Ellen White escreveu: “O motivo de todo perdão acha se no imerecido amor de Deus, mas pela nossa atitude para com os outros denotamos se estamos possuídos desse amor. Por isso Cristo disse: ‘Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também’ (Mt 7:2)” (Parábolas de Jesus, p. 251). Deus escreveu nossa sentença e ela vem com um perdão ao final, vamos aceitá-la ou reescrevê-la?
Está você disposto a perdoar a pessoa que te ofendeu? Entenda que a dívida maior é a sua dívida com Deus. A menor, a dívida de outros com você, em comparação, ela é insignificante. Se você é incapaz de perdoar, pergunte-se: “Entendi claramente aquilo pelo que fui perdoado?”
Related Media
See more
Related Sermons
See more