LETRAS NA AREIA

Semana Santa 2022, o amor vive  •  Sermon  •  Submitted
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LETRAS NA AREIA
TEXTO – João 8.1-11
INTRODUÇÃO
O Brasil está entre os países onde mais acontecem linchamentos no mundo. Segundo o livro Linchamentos: A justiça popular no Brasil, do sociólogo José de Souza Martins, ocorre quatro linchamentos e tentativas de linchamento por dia no país e cerca de um milhão de brasileiros participaram de linchamentos nos últimos 60 anos.
Fabiane Maria de Jesus foi uma mulher vítima e que entrou nestes números. Ela foi linchada por moradores do bairro de Morrinhos IV, na periferia do município de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 3 de maio de 2014. Ela tinha 33 anos, era uma dona de casa casada, mãe de duas crianças e morava no bairro em que foi espancada e assassinada. O linchamento ocorreu porque a vítima foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças, cujo retrato falado que havia sido feito dois anos antes passou a circular nas mídias sociais. O fato causou forte comoção nacional, principalmente por ter sido motivado por notícias falsas, disseminadas pelas redes sociais.
Muitos participaram deste crime, mas apenas 5 foram condenados, Abel Pereira Batalha Jr de 21 anos, Carlos Alex Oliveira de Jesus de 27 anos e Jair Batista dos Santos de 38 anos, os três pegaram 40 anos de prisão por homicídio qualificado. Valmir Dias Barbosa de 51 anos pegou 26 anos de prisão e Lucas Rogério Fabricio Lopes de 21 anos pegou 30 anos de prisão.
A Bíblia relata momentos de linchamento e um deles está em JOÃO 8.1-11 VAMOS LER.
EVITANDO A ARMADILHA
Uma mulher apanhada em adultério é levada a Jesus. A mulher é apenas um instrumento para que os fariseus tivessem um motivo concreto para O condenar. Jesus havia se tornado popular e isso incomodava os líderes religiosos. A maneira como Ele tratava as pessoas os desconcertava, e eles eram acusados pela maneira justa dEle ensinar.
Jesus se encontrava em uma “sinuca de bico”. Se Ele a inocentasse, se colocaria contra a lei de Moisés. Facilmente a opinião popular se voltaria contra Ele. Diriam que não poderia ser um profeta nem o Cristo, e assim Ele seria linchado pela própria multidão recebendo o tratamento que estavam para dar a mulher.
Se Ele a condenasse, estaria em contradição com a própria doutrina, baseada na compaixão. Também poderiam acusá-Lo de usurpar a autoridade romana, a quem era reservada a determinação dos casos de pena capital. O dilema parecia insolúvel. Mas Deus/Jesus é Mestre em sair destas cituações.
Jesus poderia ter confundido os acusadores, entrando num debate legal com os opositores, demonstrando a incompetência deles. Por que ainda que o julgamento fosse legal na lei civil do país, ele tinha regras, e elas não estavam sendo cumpridas, quais eram essas regras: 1° - O apedrejamento em casos de adultério era aplicado aos dois envolvidos (Dt 22:22-24; Lv 20:10), ninguém adultera sozinho, alguém teria participado deste ato, e onde está o amante, cadê o homem que ficou com esta mulher já que ela foi pega em flagrante? Onde estava o parceiro dela? 2° - Era ela casada? Isso deveria ser elucidado, pois a acusação deveria ser feita pelo marido não por terceiros, ele era a maior vítima do adultério, porém ele não é nem citado.
LETRAS NA AREIA
Em lugar de discutir, contudo, Ele começa a escrever. O que ele escreveu? Antigos eruditos criam que Jesus traçou na poeira sobre o mármore do templo um catálogo dos pecados humanos, em particular os pecados dos acusadores da mulher.
“Jesus contemplou um momento a cena – a trêmula vítima em sua vergonha, os mal-encarados dignitários, destituídos da própria simpatia humana. Seu espírito de imaculada pureza recuou do espetáculo. Bem sabia para que propósito fora levado esse caso. Lia o coração, e conhecia o caráter e a história da vida de cada um dos que se achavam em Sua presença. Esses pretensos guardas da justiça haviam, eles próprios, induzido a vítima ao pecado, a fim de prepararem uma armadilha para Jesus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 461).
Somente alguém que é líder de si mesmo teria a coordenação e calma para escrever numa circunstância dessas. Como insistem na pergunta sobre Sua opinião, Jesus responde com as conhecidas palavras: “Quem não tem pecado, atire a primeira pedra.”
Esse é Seu imperturbável julgamento. Seu golpe é inesperado e de uma lucidez demolidora. O Mestre tira sua pessoa e da mulher do foco e coloca os homens de faces severas, os acusadores estão no foco agora. Eles se aproximam e veem as letras que dançam na areia. Alguns temem o que Ele escreveu. Por enquanto são apenas pecados escrito sem relação com nem um nome ali presente, mas outros temem o que Ele poderia escrever. Ninguém os condenara a não ser a consciência deles. No que pensaram? Em seus pecados? No registro dos anjos? No julgamento final? Essa é, talvez, a única ocasião na história em que linchadores fazem uma ponte entre o ódio e a razão.
NEM EU TE CONDENO (Jo 8.10 e 11)
Um a um, os acusadores da mulher abandonaram a cena. Ela é deixada sozinha com Cristo. O diálogo final é fantástico. “Ninguém te condenou?”, Ele pergunta. “Ninguém Senhor!”, exclama a mulher. “Nem Eu te condeno; vai e não peques mais”, afirma Jesus. O único que poderia tê-la condenado não o fez. Isso não é extraordinário?
Alguns gostam de focalizar a parte inicial da frase “nem Eu tampouco te condeno” como uma justificativa ao pecado. Assim muitos acham que Jesus veio ao mundo para salva-los “no” pecado, percebeu a ênfase? Destra maneira acredita que não precisam abandonar nada, que podem curtir a vida e os prazeres da carne, que podem continuar no erro e assim ainda irão morar com Jesus nos céus. Não se engane, o mesmo apóstolo Paulo que tanto defendeu a salvação pela graça, é o que mais falou sobre a importância de todos se esforçarem para abandonar o mundo e o pecado, o apóstolo João diz: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente. 1 João 2:15-17
Outros preferem a parte final, “vai e não peques mais”, como exigência de justiça própria. E assim não estendem a graça a ninguém, aliás, acreditam que em certos casos a graça não alcança algumas pessoas. Acham que alguns pecados que foram cometidos são abomináveis demais para serem perdoados. As duas partes da afirmação devem permanecer juntas, com a lembrança de que esse é o julgamento de Cristo, não nosso.
Não havia nenhuma dúvida quanto à culpa da mulher. Ela estava no erro, e Jesus não passou a mão na cabeça dela dizendo que ali estava uma vítima da sociedade. Jesus não a condena, Ele a aceita. Ele não absolve sua conduta, absolve sua culpa. Ele não inocenta o ato, mas perdoa a pessoa. Jesus é mestre em encontrar ouro na lama. De um otimismo incrível em receber e transformar os culpados.
Nós temos uma enorme dificuldade em aceitar as pessoas, temendo que com isso estejamos aprovando seus pecados. Somos tão duros que não conseguimos ver a dor no rosto de nossos filhos quando eles erram. Temos pouca confiança. Amamos pouco. Mesmo as pessoas que mais amamos, nós as definimos para sempre em termos de suas carências, por seu passado e pelos seus desvios.
CONCLUSÃO
Jesus fizera com que aqueles linchadores pensassem: “Quem não tem pecado?” Quem pode resistir ou enfrentar um desafio dessa natureza? O apostolo João nos diz: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.” 1 João 1:8.
Jesus os autorizou a atirar as pedras na mulher, mas mudou a base do julgamento. Teriam que pensar antes de agir. Se pensássemos em Seu veredicto, veríamos uma transformação na igreja, nas famílias e nas pessoas. Quanta intransigência seria desfeita! A consciência de nossas falhas e culpa infalivelmente nos torna pacientes, tolerantes e compassivos com os outros.
Como você acha que se sentiu essa mulher? Ellen White declara: “Isso foi para ela o início de uma nova vida, vida de pureza e paz, devotada ao serviço de Deus. No reerguimento dessa alma caída, Jesus realizou um milagre maior do que na cura da mais grave enfermidade física; curou a moléstia espiritual que traz a morte eterna. Essa mulher arrependida se tornou um de Seus mais firmes seguidores. Com abnegado amor e devoção, retribuiu-Lhe a perdoadora misericórdia. Em Seu ato de perdoar essa mulher e animá-la a viver vida melhor, resplandece na beleza da perfeita justiça o caráter de Jesus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 462).
Ela talvez tenha suspirado uma prece de gratidão. Prece que só o Espírito pode interpretar. Não sabemos o nome dessa mulher anônima, onde morava ou quem era. Mas podemos estar certos de que, depois do encontro com Cristo, ela nunca mais foi a mesma pessoa. Esse encontro havia marcado sua vida para sempre. Os olhos brilhavam porque ela havia visto e sentido o maior dos milagres. Um milagre mais belo do que todos os milagres da criação. Mais belo que o cântico de um pássaro na tempestade, mais suave que o perfume de flores no quarto de um enfermo. Mais misterioso que o brilho das estrelas. Mais maravilhoso do que a própria vida. O milagre do perdão!
APELO
Quem é você hoje? Está você do lado do dedo que acusa ou do que é acusado? (DAR UMA PAUSA) Em ambos os casos existe a culpa, mas para todos tem um Jesus que é “Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado.” Êxodo 34:6,7, Lembre-se: apenas a graça e o perdão podem fazer aquilo que nenhum outro instrumento é capaz de fazer. A graça pode transformar mesmo os que julgamos não ter qualquer esperança.
Jesus nos aceita como somos e estamos. O amor de Jesus é incomparável. “Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). Assim é o amor de Jesus. Ele nos ama não porque sejamos merecedores, mas por Sua graça e misericórdia.
O perdão está sendo oferecido a você neste momento, então por que voltar para casa com essa culpa sobre seus ombros? Por que não se lançar aos pés de Jesus e lhe suplicar ajuda, por que voltar para o erro? Por que voltar para o pecado. Você neste momento irá retornar para sua casa, mas, escute Jesus lhe falando, não peques mais. Não continue com a vida de adultério, não continue no vício, não continue quebrando os mandamentos, a guarda do sábado. Não continue acessando sites impróprios, não continue roubando, Jesus te salva do pecado. Decida viver uma nova vida nEle.
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