A Oração de Renúncia
oração • Sermon • Submitted
0 ratings
· 31 viewsJesus era Mestre, inclusive ensinando seus discípulos a orar. Porém, o que mais se destaca em seu ensino é a sua prática - ele orava.
Notes
Transcript
Lucas 22.39-46
Lucas 22.39-46
Jesus não apenas ensinou seus discípulos a orar, como também era o maior exemplo na sua prática.
Na escola do Getsêmani aprendemos com o Mestre dos mestres, a oração de renúncia. Enquanto estava em agonia: "minha alma está profundamente angustiada" (Mt 26.38). O momento era desafiador, tanto que o Mestre suava gotas de sangue, Lc 22.44, fato que é registrado apenas por Lucas, que era médico, isso é raro de acontecer, mas acontece e segundo a medicina trata-se de hematidrose (https://veja.abril.com.br/ciencia/conheca-a-condicao-rara-que-faz-esta-mulher-suar-sangue/). Então sua alma implora: "Pai, sê possível, passa de mim este cálice" (Mt 26.39). Em outras palavras, "livra-me desse sofrimento, dessa humilhação, desta crucificação e desta morte!"
Jesus estava no mais profundo de um poço emocional, sentindo-se totalmente abandonado, o drama da sua alma era desesperador. Isso durou até a sua morte, Mt 27.46.
Reclamou diretamente a seus discípulos, porque não puderam velar com ele nem uma hora! Parece que estavam tratando todo o fato envolvendo seu mestre, com indiferença, uma vez que dormiam, enquanto ele orava, Lc 22.45, Mt 26.40, 43, 44, 45.
O grito estridente da alma do Mestre ecoa naquele jardim: "Pai, livra-me desta hora!" Era esse o desejo e anseio da sua alma. Apesar da dor, da angústia, do cenário cruel que se instalaria para ele nas próximas horas, ele entra com a oração de renúncia: "Pai… não se faça a minha vontade, mas a tua".
Em meio às lágrimas, numa oração intensa, Jesus não conseguiu o que queria, mas submeteu-se à vontade maior - a vontade do Pai.
300 citações dos Puritanos para pregadores As Orações Frias Congelam Antes de Chegar ao Céu (Salmo 17:1; 119:145; Jeremias 42:19–22)
As orações frias são como flechas sem cabeça, como espadas sem gume, como pássaros sem asas. Elas não perfuram, elas não cortam, elas não voam para o céu. As orações frias sempre congelam antes de chegarem ao céu.
—Thomas Brooks
Andrew Murray, ao se referir a esse episódio, declarou:
"Por nossos pecados, Ele sofreu sob o fardo pesado daquela oração não respondida".
Temos aqui a completa renúncia da vontade humana, da vontade própria, que se submete ao propósito maior - aquele que foi decretado no céu e efetivado na terra.
Alguém disse que “para chegar ao prazer que não se tem é preciso passar por um caminho que não se aprecia”.
Jesus mesmo tinha ensinado seus discípulos a orarem: "Pai nosso que estás no céu… faça a tua vontade aqui na terra, como é feita no céu", Mt 6.9-10
Vocês, orem assim:
“Pai nosso, que estás nos céus!
Santificado seja o teu nome.
Venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu.
Na escola do Getsêmani aprendemos a desconfiar da nossa própria mente, pensamento ou vontade, mesmo que não seja algo imoral e pecaminoso. Paulo disse: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém", 1Co 6.12. Nem tudo que é bom é, necessariamente, a vontade de Deus. O escritor aos hebreus fala que devemos abrir mão do pecado e também dos embaraços, Hb 12.1.
Na escola do Getsêmani, Jesus nos mostra um caminho excelente - renunciar a própria vontade para se sujeitar a vontade maior e melhor, a vontade de Deus.
Os planos de Deus são maiores do que os nossos - entendendo ou não, é melhor nos submeter.
Muitos são os planos
no coração do homem,
mas o que prevalece
é o propósito do Senhor.
Os pensamentos divinos são muito elevados em comparação com os pensamentos humanos.
“Assim como os céus são mais altos
do que a terra,
também os meus caminhos
são mais altos do que os seus caminhos,
e os meus pensamentos,
mais altos do que os seus pensamentos.
Desejar saber a vontade de Deus, aplaudir a vontade de Deus, fazer a vontade de Deus enquanto se alinha com a nossa, não é difícil. Mas quando estamos numa encruzilhada e temos que escolher entre a nossa própria vontade e a vontade de Deus, aí é que tudo se complica. Enquanto não temos que abrir mão de alguma coisa ou alguém, enquanto não temos que decidir, enquanto não precisamos renunciar, tudo vai a mil maravilhas. Só que Jesus nos ensina na escola do Getsêmani que a minha vontade, o meu desejo, o meu sonho, o meu bem, deve render a uma vontade mais elevada - a vontade de Deus.
Jesus teve durante sua vida uma pré-disposição de fazer a vontade do Pai, Jo 6.38
Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.
Em outra oportunidade, vemos Jesus expressar essa pré-disposição acima da alimentação, Jo 4.34
Disse Jesus: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra.
O apóstolo Paulo disse que precisamos apresentar-nos integralmente a Deus, a fim de experimentar a sua vontade, que é perfeita, santa e agradável, Rm 12.1-2
Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
O apóstolo Tiago, ensinando seus leitores sobre como se comportar e se manterem fiéis a Deus tendo uma vida de fé que vai além da teoria, advertiu que sujeição a Deus é o primeiro passo para a vitória, Tg 4.7
Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.
Não podemos achar que o sofrimento que temos a enfrentar é falta de fé ou da presença de Deus, trata-se de desafios que servem para desenvolver a nossa postura de cristão, testemunhando nossa fidelidade a Deus. Pedro, apóstolo do Senhor, orienta a igreja a ter firmeza contra o mal, que procede de Satanás, 1Pe 5.8-9
Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos.
A oração nada mais é do que um relacionamento contínuo e crescente de comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo - mesmo que ao redor as circunstâncias sejam adversas e desagradáveis. Assim descreveu o Rei Davi, quando chegou a descrever Deus como “O Senhor é o meu Pastor”, Sl 23.4
Mesmo quando eu andar
por um vale de trevas e morte,
não temerei perigo algum, pois tu estás comigo;
a tua vara e o teu cajado me protegem.
Concluindo, digo que a oração de renúncia mostra que somos dependentes de um propósito maior que nossos sentimentos ou objetivos pessoais, Jr 10.23
Eu sei, Senhor,
que não está nas mãos do homem
o seu futuro;
não compete ao homem
dirigir os seus passos.
Confie no Senhor de todo o seu coração
e não se apóie
em seu próprio entendimento;