A Oração de Renúncia

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Jesus era Mestre, inclusive ensinando seus discípulos a orar. Porém, o que mais se destaca em seu ensino é a sua prática - ele orava.

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Lucas 22.39-46

Jesus não apenas ensinou seus discípulos a orar, como também era o maior exemplo na sua prática.
Na escola do Getsêmani aprendemos com o Mestre dos mestres, a oração de renúncia. Enquanto estava em agonia: "minha alma está profundamente angustiada" (Mt 26.38). O momento era desafiador, tanto que o Mestre suava gotas de sangue, Lc 22.44, fato que é registrado apenas por Lucas, que era médico, isso é raro de acontecer, mas acontece e segundo a medicina trata-se de hematidrose (https://veja.abril.com.br/ciencia/conheca-a-condicao-rara-que-faz-esta-mulher-suar-sangue/). Então sua alma implora: "Pai, sê possível, passa de mim este cálice" (Mt 26.39). Em outras palavras, "livra-me desse sofrimento, dessa humilhação, desta crucificação e desta morte!"
Jesus estava no mais profundo de um poço emocional, sentindo-se totalmente abandonado, o drama da sua alma era desesperador. Isso durou até a sua morte, Mt 27.46.
Reclamou diretamente a seus discípulos, porque não puderam velar com ele nem uma hora! Parece que estavam tratando todo o fato envolvendo seu mestre, com indiferença, uma vez que dormiam, enquanto ele orava, Lc 22.45, Mt 26.40, 43, 44, 45.
O grito estridente da alma do Mestre ecoa naquele jardim: "Pai, livra-me desta hora!" Era esse o desejo e anseio da sua alma. Apesar da dor, da angústia, do cenário cruel que se instalaria para ele nas próximas horas, ele entra com a oração de renúncia: "Pai… não se faça a minha vontade, mas a tua".
Em meio às lágrimas, numa oração intensa, Jesus não conseguiu o que queria, mas submeteu-se à vontade maior - a vontade do Pai.
300 citações dos Puritanos para pregadores As Orações Frias Congelam Antes de Chegar ao Céu (Salmo 17:1; 119:145; Jeremias 42:19–22)

As orações frias são como flechas sem cabeça, como espadas sem gume, como pássaros sem asas. Elas não perfuram, elas não cortam, elas não voam para o céu. As orações frias sempre congelam antes de chegarem ao céu.

—Thomas Brooks

Andrew Murray, ao se referir a esse episódio, declarou:
"Por nossos pecados, Ele sofreu sob o fardo pesado daquela oração não respondida".
Temos aqui a completa renúncia da vontade humana, da vontade própria, que se submete ao propósito maior - aquele que foi decretado no céu e efetivado na terra.
Alguém disse que “para chegar ao prazer que não se tem é preciso passar por um caminho que não se aprecia”.
Jesus mesmo tinha ensinado seus discípulos a orarem: "Pai nosso que estás no céu… faça a tua vontade aqui na terra, como é feita no céu", Mt 6.9-10
Mateus 6.9–10 NVI
Vocês, orem assim: “Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
Na escola do Getsêmani aprendemos a desconfiar da nossa própria mente, pensamento ou vontade, mesmo que não seja algo imoral e pecaminoso. Paulo disse: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém", 1Co 6.12. Nem tudo que é bom é, necessariamente, a vontade de Deus. O escritor aos hebreus fala que devemos abrir mão do pecado e também dos embaraços, Hb 12.1.
Na escola do Getsêmani, Jesus nos mostra um caminho excelente - renunciar a própria vontade para se sujeitar a vontade maior e melhor, a vontade de Deus.
Os planos de Deus são maiores do que os nossos - entendendo ou não, é melhor nos submeter.
Provérbios 19.21 NVI
Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor.
Os pensamentos divinos são muito elevados em comparação com os pensamentos humanos.
Isaías 55.9 NVI
“Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos.
Desejar saber a vontade de Deus, aplaudir a vontade de Deus, fazer a vontade de Deus enquanto se alinha com a nossa, não é difícil. Mas quando estamos numa encruzilhada e temos que escolher entre a nossa própria vontade e a vontade de Deus, aí é que tudo se complica. Enquanto não temos que abrir mão de alguma coisa ou alguém, enquanto não temos que decidir, enquanto não precisamos renunciar, tudo vai a mil maravilhas. Só que Jesus nos ensina na escola do Getsêmani que a minha vontade, o meu desejo, o meu sonho, o meu bem, deve render a uma vontade mais elevada - a vontade de Deus.
Jesus teve durante sua vida uma pré-disposição de fazer a vontade do Pai, Jo 6.38
João 6.38 NVI
Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.
Em outra oportunidade, vemos Jesus expressar essa pré-disposição acima da alimentação, Jo 4.34
João 4.34 NVI
Disse Jesus: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra.
O apóstolo Paulo disse que precisamos apresentar-nos integralmente a Deus, a fim de experimentar a sua vontade, que é perfeita, santa e agradável, Rm 12.1-2
Romanos 12.1–2 NVI
Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
O apóstolo Tiago, ensinando seus leitores sobre como se comportar e se manterem fiéis a Deus tendo uma vida de fé que vai além da teoria, advertiu que sujeição a Deus é o primeiro passo para a vitória, Tg 4.7
Tiago 4.7 NVI
Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.
Não podemos achar que o sofrimento que temos a enfrentar é falta de fé ou da presença de Deus, trata-se de desafios que servem para desenvolver a nossa postura de cristão, testemunhando nossa fidelidade a Deus. Pedro, apóstolo do Senhor, orienta a igreja a ter firmeza contra o mal, que procede de Satanás, 1Pe 5.8-9
1Pedro 5.8–9 NVI
Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos.
A oração nada mais é do que um relacionamento contínuo e crescente de comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo - mesmo que ao redor as circunstâncias sejam adversas e desagradáveis. Assim descreveu o Rei Davi, quando chegou a descrever Deus como “O Senhor é o meu Pastor”, Sl 23.4
Salmo 23.4 NVI
Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.
Concluindo, digo que a oração de renúncia mostra que somos dependentes de um propósito maior que nossos sentimentos ou objetivos pessoais, Jr 10.23
Jeremias 10.23 NVI
Eu sei, Senhor, que não está nas mãos do homem o seu futuro; não compete ao homem dirigir os seus passos.
Provérbios 3.5 NVI
Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento;
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