Amor que insiste e não desiste

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Transcript

Quebra-gelo

Qual sua operadora telefônica? Tim, Claro, Oi, Vivo, Correios? Quantos de vocês gostam de ligações da operadora? Há pouco tempo me mudei para Blumenau. Nessa mudança, buscava contratar um plano de celular e internet para casa. Entrei em contato com uma atendente da Vivo. Por três ou quatro vezes, ela voltou a me ligar. A insistência tinha um motivo: o lucro da venda.

Introdução

Quando se trata de insistir em pessoas, várias são as motivações. Há, porém, uma que dou ênfase: o amor. Qual é o limite do amor humano? Quando existe tempo compartilhado e interação, passamos a construir uma relação. Ao envolvermos boa disposição e atitudes, essa relação pode ser positiva. Com o passar do tempo e amadurecimento, pode-se escolher amar a outra pessoa. Isso implicará em abnegação conciente.
Minha mãe sempre insistiu para que eu estudasse. Me matriculou num curso de inglês e brigava para que eu estivesse lá. Por outro lado, sempre que me surgiu a oportunidade, pedia para que me deixassem faltar ou me escondia. Com o passar do tempo, algumas pessoas começaram a desencentivar minha mãe. Diziam-lhe que de nada estava adiantando as aulas. Até mesmo meu pai passou a cogitar que eu deixasse as aulas. Minha mãe, ainda assim, batia o pé de que eu continuaria. Pergunto-me por quê? Ela nãe estava aprendendo inglês, nem sequer ganhando dinheiro com isso. Não tinha motivos aparentes para isso. Porém, esquecendo dela mesma e movida por amor, insistia que eu estudasse.
Que dizer de um louco que sequestra sua ex diante de um término? É isso amor? Não, sua motivação se encontra enraizada no egoísmo e raiva. Arrisco-me a dizer que nunca verdadeiramente a amou, mas sempre fora movido pela paixão.
Perceba, então, a dimensão da pergunta: qual é o limite do amor humano? É-nos possível suportar humilhação e mentiras? Ainda o desprezo e a frieza? Tentivas de manipulação? Inveja e grosseria? É possível amar alguém depois de tudo isso?
Note que são essas mesmas as atitudes direcionadas a Deus por muitos que nos cercam. Seus sentimentos, por vezes tão fortes, afetam aqueles que os cercam. Não gostam daqueles que se identificam como cristãos ou igrejas. Alguns desses foram em algum momento cristãos. Porém, desceram tão baixo que já não enxergam qualquer caminho diferente.

Texto

Lucas 15.11-12 “Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.”
Qualquer um que tenha um filho espera ser resguardado em sua velhice. Isso porque se abre mão de muitas coisas em prol daquele. Apesar dessa ser uma atitude desinteressada, é natural que o filho queira devolvê-la. Portanto, um filho que pede por sua herança enquanto o pai vive faz mais do que desejar sua morte. Trata-se de uma expressão de apatia. Em sua mente, o pai já morreu.
Lucas 15.17-19 “Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.”
O filho, ao se dar conta de seus erros passados por conta das consequências, decide voltar ao pai para trabalhar como empregado. Perceba que até então o pensamento do filho era o mesmo. Foi preciso que sofresse para que entendesse.
Lucas 15.22-24 “O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.”
Teria o pai o direito de tratá-lo como um empregado, isso é, como desejava e merecia? Certamente. Não esperava diferente o filho quando se dirigiu ao pai. Porém, recebido com carinhosamente enquanto ainda distante, é-lhe restituído não somente sua antiga posição, mas o sentimento predominante é o amor.
Lembro-me de que, quando ainda namorava, decidi visitar minha amada em Florianópolis num verão. Na volta de ônibus, vinha conversando com meu pai para que tivesse uma carona quando chegasse na rodoviária. Infelizmente, quando o celular descarregou, perdi completamente a comunicação com ele. Portanto, querendo evitar uma caminhada mais longa, pedi ao motorista para que me deixasse num ponto prévio ao destino final. Assim, voltei para casa caminhando, crendo de que havia feito um bom negócio. Quão grande não foi minha surpresa ao encontrar meu pai desesperado em casa, pensando de que algo mal me ocorrera. Sua recepção foi calorosa.

Aplicação

Deus insiste por amor.
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