O Chamado de Cristo

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Jesus chama Levi e participa de um banquete em sua casa, onde confronta os fariseus dizendo que ele veio para salvar os pecadores.

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Introdução

Páscoa é a celebração da vida. O feriado que hoje foi esvasiado de seu significado pela nossa sociedade moderna e consumista, foi iniciado há muitos anos pelos judeus que foram libertos do Egito por Deus.
Deus livra os primogênitos da morte, ao ordenar que cada família imolasse um cordeiro e passasse o seu sangue nos umbrais da porta. Assim, o anjo que visitaria os egípcios livraria os primogênitos judeus da morte.
Muitos anos depois, na mesma ocasião, o Cordeiro de Deus foi imolado, crucificado, para que, definitivamente, cumprisse o pacto da redenção feito pela Trindade Santíssima na eternidade, de salvar o mundo do seus pecados.
A ressurreição de Jesus, no terceiro dia é o selo do cumprimento desse pacto, é a certeza de que Jesus consumou toda a sua missão e pode salvar todos os seus eleitos, ou seja, de todos aqueles que foram chamados por ele.
Quem são aqueles que foram chamados por Cristo? O que esse chamado demanda daqueles que o recebem?

I. O chamado de Jesus demanda uma atitude radical (vs. 13-14)

Marcos relata de forma precisa o ministério itinerante de Cristo, ou seja, seus milagres, seus atos, em todo o território da Galileia;
Jesus sai da casa onde curou um paralítico, demonstrando sua autoridade não apenas sobre as doenças, mas também para curar os pecados.
Seu sinal deixa o povo maravilhado, e faz com que sua fama cresça ainda mais...
Jesus vai até a praia, onde é encontrado pela multidão e, então, passa a ensiná-las;
Jesus demonstra compaixão mais uma vez pela multidão ao ensiná-la;
Mesmo depois de ter estado com uma multidão em casa, ainda sim Jesus se põe a ensiná-la;
Depois de ensinar as multidões, Jesus encontra Levi na coletoria de impostos e o chama;
Os coletores de impostos eram pessoas não muito bem quistas pelos judeus, por se associarem ao império Romano para cobrar impostos dos seus compatriotas;
Certamente, a coletoria era um posto de grande rendimento, pois muitos deles, a semelhança de Zaqueu, cobravam além do que o império pedia para ganharem mais;
Marcos 2.13–17 O Chamado de Levi (Cf. Mt 9.9–13; Lc 5.27–32)

Os publicanos geralmente cobravam grandes somas. Eles adquiriram a reputação de serem extorsionários. Além disso, os judeus publicanos eram considerados traidores, infiéis ao seu próprio povo e à sua própria religião. Afinal, não estavam eles a serviço do opressor estrangeiro, a serviço do imperador romano pagão? Não estavam enchendo seus cofres? A baixa estima em que os publicanos eram tidos pela população aparece em passagens como: Marcos 2.15–16; cf. Mateus 9.10–11; 11.19; 21.31–32; Lucas 5.30, 7.34; 15.1; 19.7. “Publicanos” e “pecadores” são, às vezes, mencionados em um só fôlego. Mesmo assim, foi a um indivíduo odiado, um publicano, que Jesus voltou sua atenção, para fazê-lo um de seus discípulos.

Jesus vê Levi, ou Mateus, sentado ali, e o chama para segui-lo.
A ordem de Cristo, “segue-me”, demanda uma atitude radical daquele que recebe o chamado, pois exige obediência imediata.
Essa palavra foi usada apenas para aqueles a quem Jesus chamou para ser seu discípulo. Segundo James Edwards, seguir é um ato que envolve risco e custo, algo que alguém faz, não apenas que crê ou pensa;
Ouvindo o chamado de Jesus, Levi logo se levanta, deixa tudo e o segue;
A resposta de Levi é consoante ao chamado que recebeu: ele se levanta, e segundo ele mesmo registra em seu evangelho, deixa tudo e vai atrás de Cristo;
A atitude radical de Levi foi a mesma vista no chamado de Pedro, Tiago, João, André e Natanael (Marcos 1.16-20)
Aplicação 1: Jesus age com intencionalidade em suas obras. Da mesma forma, todas as coisas cooperam para que a vontade de Deus se cumpra em nós.
Aplicação 2: Seguir Jesus é uma atitude radical, pois envolve uma atitude de obediência radical.
Os leitores do primeiro século, a quem Marcos escreveu, certamente precisavam ser lembrados da importância desse princípio, uma vez que estavam sobre intensa perseguição promivida por Nero. Uma atitude de obediência radical era a resposta que precisavam dar em resposta ao martírio, opressão e perseguição.

II. Os pecadores são o alvo desse chamado (vs. 15-17)

Levi leva Cristo e seus discípulos para se hospedarem em sua casa e lhes oferece um jantar;
Inclinar-se à mesa para comer com alguém denotava um sinal de amizade sincera;
Tratava-se de uma mesa baixa, em que as pessoas se reclinavam para comerem;
Os fariseus questionam os discípulos de Cristo sobre o por que ele come com os pecadores:
Coletores de impostos e pescadores não eram pessoas bem-vistas pelos judeus, especialmente por descumprirem a lei mosaica e as tradições dos anciãos;
Pecador, conforme assevera James Edwards, não são pessoas que ocasionalmente agem contra a lei, mas estão fundamentalmente fora dela.
Marcos 2.13–17 O Chamado de Levi (Cf. Mt 9.9–13; Lc 5.27–32)

Na interpretação dos fariseus, um “pecador” era quem se recusava a se submeter à interpretação farisaica da santa lei de Deus, a Torá. Nesse sentido, até mesmo Jesus e seus discípulos eram pecadores, isto é, pecadores como os fariseus entendiam o termo; pois, em vários aspectos – não lavar as mãos antes de qualquer refeição, não observar os regulamentos humanos sobre o sábado, fundamentados em raciocínios sofisticados – nem o Mestre nem seus discípulos se conduziam de acordo com a interpretação rabínica da lei

Cristo diz que uma pessoa sadia não precisava de médico, mas um doente;
Jesus ouve o que os fariseus disseram e responde utilizando um provérbio comum da época: os sãos não precisam de médico, mas os doentes;
Era comum os mestres da lei serem comparados aos médicos, pois assim como os médicos traziam curas para os doentes, assim o ensino dos mestres clareavam a mente dos ignorantes acerca da lei;
Jesus concorda com o fato dos seus discípulos serem pecadores. O fato de comer com eles não significa que Jesus estava endossando o pecado deles, mas para transformá-los;
Justo x pecadores
Marcos 2.13–17 O Chamado de Levi (Cf. Mt 9.9–13; Lc 5.27–32)

Quando se associa a pessoas de má reputação, ele não o faz como um “amigo de copo”, um companheiro para o mal, “cada qual com seu igual”, mas como médico, aquele que, sem se contaminar de maneira nenhuma com a doença de seus pacientes, tem de chegar muito perto deles para curá-los. Além do mais, os fariseus eram as pessoas mais apropriadas para entender isto. Não eram eles as pessoas que se julgavam sadias, enquanto todas as outras eram doentes? Se, porém, aos olhos dos fariseus, publicanos e pecadores são tão doentes, não devem ser eles curados? É o trabalho do médico curar o doente ou o são? O doente, claro.

A missão de Jesus é redimir pecadores, assim como a de um médico é curar os doentes.
Aplicação 3: Jesus chama pecadores, pois somente ele pode curá-los da sua pior doença, o pecado.
O sangue de Jesus derramado na cruz é o bálsamo para o coração morto; capaz de fazê-lo pulsar novamente;
Aplicação 4: Jesus nos chamou não porque fomos bons ou justos em relação a lei, mas porque estávamos doentes, em pecado.
Aplicação 5: O chamado de Cristo para segui-lo envolve arrependimento verdadeiro.

Conclusão

O feriado da páscoa nos lembra do remédio que o Médico dos médicos nos proveu para nos curar de toda doença do pecado. Hoje celebramos a ressurreição de Jesus, a vitória sobre o pecado e a esperança de que a morte será destruída para sempre.
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