O serviço na perspectiva de Paulo – Filipenses

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Aprendendo a viver uma vida de serviço pelo exemplo de Cristo

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Palavras iniciais

Chegamos hoje em um ponto importante dessa série de mensagens. Vamos concluir nossa investigação sobre a compreensão que Jesus tinha sobre sua condição de servo e impacto que isso causou na vida dos primeiros discípulos e na caminhada da igreja.
Nós começamos esta série examinando nos evangelhos as afirmações que o próprio Jesus fez sobre o assunto, quando, por exemplo ele disse “eu vim para servir”. Vimos que Jesus em nenhum momento se deixou afastar dessa direção, e que ele constantemente corrigia seus discípulos e os ensinava sobre o serviço como algo inseparável de sua missão.
Em Jesus o serviço ultrapassou as fronteiras do desamor, da falta de compaixão e do desprezo. Nele o serviço foi além da religião, do nacionalismo e dos preconceitos de sexo, raça e condição social.
Depois vimos que os discípulos de Jesus foram profundamente influenciados pela compreensão que Jesus tinha de que o serviço era parte natural e indispensável da vida.
João, Pedro, Tiago, Paulo e os demais autores no Novo Testamento deixaram registrado em seus livros a impossibilidade de sermos discípulos de Jesus sem que o serviço seja parte de nossa maneira de viver.
Hoje, nossa conclusão dessa parte será na carta que Paulo Escreveu aos Filipenses, por isso eu o convido a abrir sua bíblia no texto que em que iremos refletir:
Philippians 2:1–11 NVI
1 Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, 2 completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. 3 Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. 4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. 5 Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6 que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. 8 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! 9 Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.

A alegria da unidade

Falando aos seus discípulos, certa vez Jesus disse que a unidade entre nós é um sinal para o mundo. Eles disse que o mundo se inclina em direção a crer que Jesus é o filho de Deus quando nós vivemos em unidade. Por isso ele orou ao Pai sobre isso pedindo que haja entre nós a mesma unidade que há entre ele e pai (Jo 17.20,21).
O apóstolo Paulo aprendeu com Jesus sobre a importância da unidade. Escrevendo aos irmãos de Filipos ele falou de várias coisas boas que estão presentes na vida daqueles que estão em Cristo (2.1), isto é, daqueles que foram salvos de si mesmos pela fé em Cristo e agora vivem com propósito de se tornarem parecidos comJesus.
Paula explica que aqueles que estão em Cristo, por causa do compromisso de se tornarem parecidos com Cristo, se motivam, encorajam-se em amor, vivem em comunhão, têm afeição e compaixão uns pelos outros. Sem dúvida, uma igreja que experimenta relacionamentos assim de fato está avançando em direção a ser parecido com Jesus.
Você poderia pensar que uma igreja assim já estava ótimo, mas Paulo impulsiona os irmãos a irem além. Ele diz que ficaria ainda mais alegre se eles aceitassem o desafio de experimentar a profundidade da unidade em Cristo cultivando o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.
Não é segredo que a unidade é uma fonte de alegria, mesmo quando ela não é em Cristo. Um estádio de futebol torcendo junto pelo seu time, numa final de campeonato, deixa todos ali muito alegres.
Mas quando a unidade que experimentamos é aquela que vem por estarmos todos em Cristo, aí a alegria é além de tudo que se pode imaginar. Ela nasce da certeza que temos de que seremos tudo o que Deus planejou para nós, mas é o tipo de alegria que não tem fim; porque se prolonga pela eternidade.
Por isso, Paulo pede que os irmãos conectados nesses quatro pontos modo de pensar, o amor, o espírito, e a atitude. Desses quatro pontos, capazes de manter a liga entre nós, ele decide falar da atitude.

Uma só atitude

Nos versos 3 e 4 temos três ensinos que confrontam nosso modo de vida e norteiam a atitude daqueles que estão em Cristo. Quando seguimos esses ensinos estamos preservando a unidade entre nós e produzindo alegria na igreja. Os primeiros são é “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade” e o terceiro é "Não cuidem somente dos seus interesses”.

Ambição Egoísta

Pra vencer a ambição egoísta, essa insegurança que faz a gente querer ser melhor do que os outros, mais importante do que o vizinho, mais especial do que os colegas de trabalho, há um um santo remédio: optar pela humildade. Porque essa é um decisão nossa.
Paulo explica que o melhor antídoto contra esse impulso que leva a gente a querer ser melhor que os outros é não nos apegarmos àquilo fazemos bem e reconhecermos que os outros, em muitas coisas, são superiores a nós.
Pode ser difícil, mas faz muito sentido, principalmente pra quem deixou de contar seus próprios sucessos para ficar bem na fita diante de Deus e aprendeu a confiar nos méritos de Cristo. Esses já não têm necessidade de se colocar em evidência pra demonstrar que são importantes, porque sabem que são amados por Deus mesmo ainda não sendo tudo que podem ser.

Prestígio Pessoal

Ainda no primeiro ensino, Paulo fala sobre a busca por prestígio pessoal. É a famosa vaidade, que muitas vezes torna a razão de viver de algumas pessoas. A busca por prestígio e reconhecimento é muito comum naqueles que tem um pouco mais do que os outros.
O empresário que ganhou um pouco mais de dinheiro, o professor que aprendeu um pouco mais que os outros, o pastor que tem uma igreja um pouco maior que as outras, aquele que tem uma família mais estruturada um pouco, a pessoa que mora numa casa um pouco melhor que a dos vizinhos, a pessoa que tem um relógio, um tênis, um camisa, um celular… um pouco melhor do que os outros. Em tudo isso a vaidade encontra motivos para sermos considerados, admirados, aplaudidos e respeitados.
O antídoto contra esse veneno é o mesmo: optar pela humildade e deixarmos de considerar que aquilo que temos ou fazemos é capaz de nos tornar mais importantes que os outros. A importância de uma pessoa vêm do fato de ela ter sido criada à imagem e semelhança de Deus. Se conseguimos algumas vitórias nesta vida podemos até usufruir delas, mas elas não nos fazem pessoas que mereçam ser mais respeitadas que as outras.

Egocentrismo

Talvez, dos três ensinos, esse que nos orienta e cuidar não apenas dos nossos interesses, mas também dos interesses dos outros, seja o que mais fere os nossos ouvidos. Isso não parece sensato nem responsável, porque vivemos num mundo em que é cada um por si, e não temos certeza se Deus é mesmo por todos.
Desde pequenos somos ensinados a pensar primeiro, e quase exclusivamente em nós mesmos. Somos doutrinados a colocar nossos interesses em primeiro lugar. Afinal, se nós não formos por nós mesmos quem será? Estamos mergulhados num mar de descrença. Não acreditamos que alguém seja capaz de pensar na gente e agir em nosso favor sem que tenha segundas e terceiras intenções.
O ensino das escrituras é radical: seja você aquele que vai quebrar esse corrente de egocentrismo. Tome a decisão de se importar com o interesse dos outros tanto quanto você se importa com os seus. Alguém precisa quebrar romper esse modo de vida em que as pessoas só pensam em si mesmo, e cabe àquele que estão em Cristo serem os primeiro a se arriscar.

A mesma atitude de Cristo

Porque alguém tentaria viver com humildade, considerando os outros superiores a si mesmo e cuidando dos interesses dos outros tanto quanto ele cuida dos dele? Se alguém tentar viver assim, será que não vai levar a pior? Será que não sair perdendo? Não é mais seguro deixar tudo como está?
De fato, para alguém que não esteja em Cristo, isto é, que não tenha colocado suas esperanças, para este mundo e para o vindouro, no amor de Deus demonstrado com a morte de Cristo em nosso lugar, esse ensino das Escrituras parecem ingênuos e incapazes de nos proteger nesse mundo doido.
Mas, aqueles que foram salvos de si mesmos colocando sua confiança em Jesus, sabem que ele é a versão perfeita do ser humano. Jesus é tudo aquilo que Deus deseja para mim e pra você. Por isso, podemos confiar que o modo como Jesus viveu sua vida é um modelo para nós começarmos agora a viver a vida plena que ele nos prometeu.

Desapegado de si

A primeira coisa que lemos sobre a atitude de Cristo é que ele não viveu apegado a quem ele era. Mesmo sendo realmente Deus, ele não se apegou a isso.
Tem muita gente que sofre e faz os outros sofrerem porque está apega a si mesma. As vezes a imagem que tem si mesma nem tão verdadeira, mas não cede, não abre mão, se aferra àquilo ao pensa sobre si usando tudo pra seu próprio benefício. Acha-se tão importante e se leva tão a sério que não consegue abrir mão de si mesmo.
Philippians 2:6 VFL
6 Embora Ele fosse Deus na sua natureza real, Ele não pensou que ser igual a Deus era algo para utilizar para seu próprio beneficio.
Somos chamados para termos a mesma atitude de Cristo e desapegarmos de nós mesmos, para benefício dos outros ao nosso redor.

Esvaziado de si

A segunda coisa que lemos sobre a atitude de Jesus é que ele se lançou para uma vida mais simples e limitada do que sua real condição. Esse é o passo seguinte do desapego de quem somos: deixar de contar com a gente.
Tem gente que confia tanto nas habilidades e nos recursos de que dispõe que sua melhor solução, sua melhor saída é sempre ele mesmo. Olha pra os lados e vê apenas a si mesmo. Olha para cima, mas não está disposto a seguir a orientação de Deus.
Philippians 2:7 NVI
7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.
Jesus veio a este mundo sem contar com sua condição divina para fazer nada. Ele que é o Senhor sobre todo universo, veio com servo. Ele que é o Criador dos céus e da terra, veio na forma de criatura. Da mesma forma nós somos chamados a deixar de lado nossos melhores recursos, nossas maiores capacidades e aprendermos a confiar em Deus.

Humilhado a si

A terceira atitude que vemos em Jesus é que depois de deixar de lado sua condição divina ele decidiu obedecer. Na obediência de Cristo vemos a extensão do seu serviço para nós. Embora tentado a fazer as coisas pela lógica da desconfiança e partir para um plano próprio, como aconteceu no deserto, Jesus optou por seguir os planos do Pai.
Philippians 2:8 NVI
8 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!
Assim o apóstolo Paulo completa o tipo de atitude que Cristo Jesus demonstrou e que devemos cultivar em nossas vidas.
Elas são a solução de Deus. Conta a ambição egoísta, Jesus viveu o desapego de si; contra a ambição, Jesus viveu o esvaziamento de si; contra egocentrismo, Jesus viveu a obediência humilde.

Tornando-se servo

Quando Jesus afirmava sua condição de servo, conversando com seus discípulos, e quando ele encorajava seus discípulos a também serem servos, ele não estava só falando palavras ao vento.
Quando Jesus fala do serviço como parte inseparável de sua missão nesse mundo é porque tornar-se servo foi algo que teve um alto preço. Jesus limitou-se em sua divindade e isso é um mistério incompreensível: como o Deus eterno assumiu a forma limitada de sua criação.
Mas, ainda que seja misterioso, for exatamente isso que aconteceu. O Deus trino, numa explosão de amor, decidiu que o filho se esvaziaria de sua glória e se tornaria gente como a gente para nos servir com seu amor, abrindo um caminho de volta para Deus a todos que queiram se arrepender de sua desconfiança nele e passar a confiar no seu amor demonstrado na cruz.
Jesus, o servo sofredor, como sua atitude, nos apontou o caminho. Quem está em Cristo tem disponível o poder do Espírito Santo, o mesmo que ressuscitou Jesus dos mortos, para também viver como um servo: resistir à ambição egoísta desapegando-se de si mesmo, colocar de lado a vaidade encontra valor nas outras pessoas e deixar lado e egocentrismo aprendendo a confiar no cuidado de Deus e a obedecê-lo.
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