Alteridade e empatia cristã

Exposição de Romanos  •  Sermon  •  Submitted
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A prática da empatia e alteridade entre os cristãos

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Introdução

Nos capítulos 14 e 15.1-3 de Romanos o apóstolo Paulo tem em mente encorajar os cristãos a viverem e paz e harmonia considerando o nível de maturidade espiritual de cada um. Ele sintetiza os crentes em dois grupos: os frágeis e os fortes. No capítulo 14 os argumentos para a boa convivência entre os irmãos estão sob o ponto de vista dos fracos na fé. No capítulo 15 veremos sob a perspectiva dos fortes.[1]

O contexto dos cristãos em Roma

A Igreja romana era constituída de crentes judeus e crentes gentios. Os crentes judeus vinham de um contexto de vida em que para ser considerado aceitável a Deus tinha de guardar as leis: Moral, cerimonial e civil.
· Lei Moral - são os 10 mandamentos, em resumo.
· Lei Cerimonial - o conjunto de rituais que os judeus tinham que praticar.
· Lei civil - conjunto de leis que regulava o dia a dia do povo.
Para os crentes gentios nada disto era necessário. Contudo, agora estavam ambos debaixo do mesmo teto. Como poderão conviver em paz e harmonia?
Tanto a lei civil quanto a cerimonial perdeu seus efeitos em Cristo. Assim, os judeus se viram libertos delas. Todavia, Cristo morreu para que os gentios pudessem guardar a lei moral, o que aos judeus continuou como mandamento. Podemos assim dizer que, no que diz respeito ao decálogo, os judeus já eram maduros.
Desta forma, no capítulo 14, Paulo exorta os crentes gentios, que nunca tiveram o “peso” da lei cerimonial a não ofenderem os judeus que ainda tinham alguns destes hábitos.
No capítulo 15, o apóstolo se volta aos judeus, os “fortes”, para serem tolerantes com os gentios e não colocarem estas cargas sobre eles. Estes crentes judeus deveriam observar o exemplo de Cristo, que se humilhou assumindo a forma humana para salvar a ambos.

Lições práticas

1- Compreensão da “idade” espiritual.

Assim como na vida natural percebemos o amadurecimento da criança se tornando adolescente, adulto e idoso, a vida espiritual também. João, em sua primeira carta, cita filhinhos, jovens e pais (1Jo 2.14).
É preciso crescer e não estagnar na vida espiritual.
· Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor - Oséias 6.3.
· Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus – Colossenses 1.9,10.

2- Como agir quando a Bíblia silencia em questões secundárias

É pecado ouvir música do mundo? É pecado ver filmes violentos? É pecado fumar maconha? É pecado fazer tatuagem?
A bíblia não é um livro exaustivo de prática cristã. À medida que o crente vai amadurecendo, vai conhecendo os princípios para uma vida santa. Neste crescimento, vai perdendo o prazer nas coisas que não agradam a Deus.

3- Alteridade e empatia

Basicamente, alteridade é se colocar no lugar do outro, de forma prática; empatia é tomar os sentimentos do outro ou olhar ao redor pela perspectiva do outro. É isto que vemos Paulo ensinar em Romanos 14 e 15.

Um alerta

Não devemos confundir a alteridade e empatia em relação ao pecado. Não somos chamados a tolerar o pecador impenitente, aquele que não reconhece o pecado ou que recusa a abandonar o pecado.
No que diz respeito a pecados explícitos nas escrituras, o decálogo, a orientação é a disciplina. Para isto, podermos ver Mt 18.15-20; 1Co 5.1-5.

Conclusão

Nos capítulos 14 e 15 de Romanos somos ensinados a exercer a alteridade e empatia.
Jesus é o senhor de judeus e gentio. Jesus une pessoas e povos que têm divergências extremas.
Em Cristo somos capazes viver em paz e harmonia. A lição é simples: os fortes não devem forçar os fracos a serem como eles: paciência e discipulado com amor é o que torna o fraco, forte.
Os fracos não devem desrespeitar os fortes, sendo insensíveis, desrespeitosos e arrogantes. Os “jovens” não devem ofender a “caretice” dos “velhos”, apesar da liberdade que têm em Cristo.
Que o amor de Cristo seja o árbitro em nossos corações[2].
[1] A respeito da perspectiva dos fracos na fé, veja o esboço anterior clicando aqui [2]Paráfrase de Colossenses 3.15
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