IGREJA ESSENCIAL: POR QUE A PREGAÇÃO E O ENSINO SÃO CENTRAIS? (Parte 2, pp. 76-83)

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Sua pregação não é a obra de Deus. Você é a obra de Deus. Como a transformação interior molda a proclamação exterior.
TODD HUNTER
6/NOVEMBRO/2020
Proclamar é apregoar algo em público. Nós, pregadores, amamos a proclamação — ela é ativa e enérgica. Também tendemos a ficar entusiasmados com a ideia do que Deus está fazendo através de nós. Há uma sensação inebriante que vem do fato de ser usado por Deus. É emocionante! Isso não é em si um problema, contanto que reconheçamos que a proclamação requer “pré-clamação” — um clamor silencioso e oculto de nosso coração por Deus, de modo que nossa principal motivação, não importa o tamanho da multidão, seja pregar para uma audiência de um.
Essa pregação é a expressão exterior de uma jornada interior. A pregação está inevitavelmente ligada à vida interior do pregador. A realidade interior de uma pessoa é a nascente da qual flui a pregação. O que Deus está fazendo em mim transborda por meio da minha pregação.
Quem prega sem contentamento em Jesus corre o risco de transformar uma congregação do corpo de Cristo em uma audiência, da qual extrairá energia carnal e pseudossatisfação de curta duração. A tentação acontece assim: Não estou sentindo particular contentamento em Cristo, então, quando meu sermão é nota 6,5, em vez de 10, sinto-me inseguro e preciso de algo da multidão, para me assegurar de que sou uma pessoa valiosa. Mas os pregadores que estão profundamente satisfeitos em Jesus não são tipicamente tentados a usar as multidões para se sentirem seguros.
Desenvolver essa forma de contentamento é algo mais fácil de falar do que de fazer. Podemos nos sair bem em certas épocas da vida e mal em outras. Mas atitudes consistentes e um estado emocional estável virão, à medida que cultivarmos o coração descrito acima por Jesus. Minha paráfrase de Provérbios 4.23 me ajuda a estar alinhado com o que Jesus pretendia: “Ponha tudo o que você tem aos cuidados do seu coração — seu eu oculto, causador e motivador — pois dele procede tudo o que você faz. Ele é a verdadeira fonte de sua vida exterior. Ele determina o que significa a sua vida”.
Quando era um jovem pregador, eu costumava orar por vários tipos de sucesso: para pregar bem, para receber outros convites para pregar ou para que muitas pessoas quisessem uma gravação de minha mensagem. Mas as orações dos meus últimos anos se alinham muito mais com as ideias que estamos discutindo.
Agora, pouco antes de me levantar para pregar, coloco minha mão sobre o lugar de onde Jesus disse que procedem as palavras: meu coração. Eu oro: "Deus, ajuda-me a estar verdadeiramente presente neste momento e para este grupo de pessoas. Irradia em mim e através de mim uma presença graciosa, generosa e generativa. O Salmo 23 também é útil nesses momentos. Em minha mente, vejo os elementos corporais implícitos nas palavras do salmo: “Unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda”(v. 5).
Sabendo que sou uma obra de Deus e que Ele está trabalhando em minha vida, peço que aquilo que Deus tornou real em mim seja para o bem dos outros. Lembrando-me do ensinamento do Mestre, “A boca fala do que está cheio o coração”, subo ao púlpito, e procuro pregar de dentro para fora.
4.2. ENSINE A PALAVRA PARA SI MESMO.
4.2.1. Ao redescobrir a igreja, você deve procurar pregadores que não apenas o farão depender deles para percepções bíblicas ocultas, mas também mostrarão como ENSINAR A PALAVRA A SI MESMO.
4.2.2. Os melhores pregadores não fazem você se maravilhar com as habilidades deles. Eles lhe mostram a GLÓRIA DE DEUS como está na em sua Palavra. E, quando vê Deus desta maneira, você deseja tanto quanto PUDER RECEBER.
4.2.3. Você cresce no anseio de LER E DE APLICAR a Palavra por si mesmo. Então você entra em um CICLO VIRTUOSO. Quanto mais os pregadores o ajudam a conhecer e a amar a Palavra, mais você desenvolve esse gosto por si mesmo, e uma melhor preferência pela PREGAÇÃO SUBSTANCIAL.
4.2.4. Esse relacionamento entre pregadores e membros da igreja é a chave para qualquer igreja saudável porque nunca há apenas um mestre na igreja. Todos nós fomos chamados para ENSINAR A PALAVRA de alguma forma. I Timóteo 3:2, Deuteronômio 6:7 e Tito 2:3-5
4.2.5. Pense sobre a obra da Palavra em uma igreja por meio de pelo menos quatro movimentos:
· O pregador traz a Palavra para toda a igreja.
· Os membros da igreja respondem portando a Palavra de Deus em suas bocas e seus corações por meio de cânticos e orações comunitárias.
· Todos os membros da igreja ensinam a Palavra para si mesmos.
· E vários membros da igreja ensinam a Palavra uns aos outros e à próxima geração.
4.2.6. Com essa visão da Palavra, as igrejas se protegem de um dos problemas mais comuns hoje, que os próprios escritores bíblicos PREVIRAM E ENFRENTARAM. I Timóteo 1:4 e II Timóteo 4:3,4
4.2.7. Pense no desafio único do pregador durante o isolamento em alguns lugares do mundo. Ele pode requerer cerca de quarenta a sessenta minutos de sua atenção esta semana. E isso se sua atenção não for distraída por crianças, sonolência e mensagens de texto aparecendo enquanto você tenta assistir ao sermão em casa.
4.2.8. Mas as redes sociais, os vídeos e os podcasts demandam aparentemente cada momento livre entre trabalhar, dirigir e dormir. Não surpreende que se tenha a sensação de que nossas igrejas não conseguem PENSAR DA MESMA MANEIRA! Não estamos PRIORIZANDO as mesmas páginas das Escrituras.
4.2.9. As igrejas que sairão mais fortes após as consequências da COVID-19 serão aquelas que fizeram DIFERENCIAÇÃO entre a Palavra de Deus pregada com poder e as incontáveis outras palavras que competiam por nossa atenção.
4.3. O QUE É UM BOM SERMÃO?
4.3.1. Toda a Bíblia é inspirada por Deus, mas você ainda consegue perceber as personalidades dos diferentes autores. Paulo não soa como Pedro, que não soa como João. Você pode preferir seus sermões com FERVOR EMOCIONAL. Pode preferi-los com referências abundantes ao HEBRAICO E AO GREGO.
4.3.2. Também pode ouvir pregadores debatendo se os sermões devem ser TÓPICOS OU EXPOSITIVOS. Muitas mensagens em tópicos correm o risco de corroer a autoridade dos pregadores ao tentá-los a contorcer o significado da Bíblia para afirmar seus pontos de vista. É melhor, fazer dos sermões expositivos a DIETA CONSTANTE da igreja, a qual expõem o texto ao tornar o ponto da passagem bíblica o ponto da mensagem.
4.3.3. A pregação que se move SEQUENCIALMENTE semana após semana ao longo de versículos e capítulos da Bíblia também permite que Deus, e não o pregador, defina a agenda. Lembre-se de que o pregador é um carteiro que entrega a correspondência.
4.3.4. Afinal, qual agenda realmente queremos? A nossa ou a de Deus? Devemos receber nossos direcionamentos dele, e não do mundo. Algo especial acontece quando você ouve o Espírito falar POR MEIO DA PALAVRA DE DEUS nas ocasiões em que, aparentemente, o pregador está retomando de onde parou na semana anterior.
4.3.5. O melhor pregador para você é aquele que é fiel à Palavra de Deus. A pregação exerce A AUTORIDADE da Palavra de Deus, por meio da PERSONALIDADE MEDIADORA e da EXPERIÊNCIA de quem ensina, em um contexto contemporâneo com demandas locais e pessoais particulares.
4.3.6. Certamente, os pastores não podem saber todos os detalhes íntimos de cada pessoa em sua audiência. Mas há um motivo por que tiveram dificuldades para pregar para uma câmera durante os isolamentos da COVID-19.
4.3.7. Eles oram para sentir o MOVIMENTO DO ESPÍRITO em nossas reações à sua pregação em tempo real. Quando eles nos veem face a face, o Espírito traz às suas mentes CONSOLO PARA NOSSOS INFORTÚNIOS.
4.3.8. Há muitas razões para uma igreja NÃO diminuir as luzes sobre a congregação durante os cultos de adoração, como se fosse um concerto ou cinema. E esta é uma delas: para que os pastores possam responder com SENSIBILIDADE AO IMPULSO DO ESPÍRITO NO ATO DA PREGAÇÃO.
4.4. TEMPO E ESPAÇO.
4.4.1. Ouvir o sermão não tem que ver apenas com você e sua caminhada pessoal com Jesus. Também tem que ver com moldar uma CULTURA CELESTIAL e construir uma CIDADE CELESTIAL em sua própria igreja. Tem que ver com construir uma VIDA JUNTOS.
4.4.2. Duas coisas acontecem com o ensino ao vivo e presencial que não podem ser reproduzidas em um podcast com um pastor que nunca conhecerá pessoalmente:
Em primeiro lugar:
A congregação e o pregador, juntos, experimentam a pregação como um EVENTO COMUNITÁRIO no tempo e no espaço. Sim, há um valor em APLICAR um sermão sozinho em nossas reflexões devocionais. Mas há ainda mais valor em aplicá-lo a todos nós como um povo.
Além disso, o pregador não está acima de nós. Ele é um de nós e participa conosco em ser MOLDADO, conjuntamente, pela Palavra de Deus como uma NOVA CIDADE. O sermão oferece uma visão da Palavra de Deus para um povo em particular em lugar particular, segundo a aliança que fizeram para OBEDECER A DEUS E AMAR UNS AOS OUTROS.
Em segundo lugar:
O exemplo e a personalidade do pregador dão O TOM para toda a congregação. Os pregadores, COMPREENSIVELMENTE, ficam assustados quando percebem de que modo suas igrejas assimilarão as próprias fraquezas e os pontos fortes deles.
O caráter e a mensagem do pregador se FUNDEM, e, pelo poder do Espírito, os ouvintes são transformados por essas palavras, mesmo que nem se lembrem delas. E, isso é comum no ensino, não apenas na pregação.
4.4.3. Portanto, à medida que redescobre a igreja, procure pregadores que o amem o suficiente para saberem tanto CORTÁ-LO quanto COSTURÁ-LO conforme necessário, como um bom cirurgião. Procure aqueles que sabem que sua autoridade DERIVA do Rei dos reis, cuja boas-novas e conselhos eles proclamam. Eles não querem apenas uma parte de seu salário. Eles pretendem servir de exemplo para você e não apenas impressioná-lo com seu aprendizado.
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