GLoriar-se em Cristo - Romanos 15.17-19

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Romanos 15.17–19 NAA
17 Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus. 18 Porque não ousarei falar sobre coisa alguma, a não ser sobre aquelas que Cristo fez por meio de mim, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras, 19 por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito de Deus. Assim, desde Jerusalém e arredores até o Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo,
Introdução
É comum encontrar nas igrejas e nos trabalhos relacionando ao reino de Deus, alguns seres adoradores, mudar a glória de Cristo, para a gloriar-se. Alguns mostram mais seus feitos, dando maior importância para seus desejos de auto conhecimento, para aparecer mais, ao fazer com que Deus, Jesus Cristo, seja glorificado.
Em alguns trabalhos encontramos o homem sendo o centro da adoração, em quando Cristo deveria ser glorificado. Quando a glória está apontada para o homem, não introduz o arrependimento, a vergonha de não agradar ao Pai, o desejo de não glorificar ao Pai, mas se usa de subterfúgios para mudar o foco de Cristo para sua glória, em forma de obrar, das quais não tem poder nenhum.
1. Leva a diminuir-nos
O apóstolo Paulo teve grandes momentos em sua vida, da qual ele poderia gloriar-se, feito que aconteceram em sua vida, como instrumento de Jesus Cristo. o que encontramos neste texto é Paulo se gloria em Cristo, e não em si mesmo. “Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus” vs. 17. Paulo não saia inflando seu ego, por ter experiencia, tempo de ministério ou por ter vivido, mas apontava para Cristo, no que Cristo havia feito, nas ações de Cristo. Não se sentia orgulhoso ou envaidecido de seu abrangente e extraordinário ministério.
A exultação de Paulo está correta, uma vez que é exultação em Cristo, e não auto-glorificação (1Co 1.29–31; 2Co 10.17). Paulo se gloriava em Cristo, e não em si mesmo, nas coisas concernentes a Deus, e não em suas próprias coisas. Paulo não trabalhou para engrandecer seu próprio nome, sua mente sabia que é necessário que ele diminuísse para que Cristo crescesse, o mais importante é Cristo, todos os holofotes devem estar em Cristo. O apóstolo Paulo tinha em mente propósitos mais elevados, seu desejo estava em glorificar a Cristo. Neste sentido todo aquele que exalta a si, está em total desacordo com o ensino bíblico, aqueles que exaltam e constroem monumentos à sua própria glória, estão andando na contramão da Escritura Sagrada, que ensina que todo o louvor, glória é dada somente ao Senhor. Toda glória dada ao homem é vazia, é vanglória, é idolatria. Deus não reparte a sua glória com ninguém.
2. Leva-nos a falar de Jesus Cristo
Em segundo lugar, Paulo prega aos ouvidos e aos olhos. “Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras” v. 18. A ênfase de Paulo não estava nas coisas que ele fazia para Cristo, mas nas coisas que Cristo fazia por intermédio dele. A obra é de Cristo, o poder vem de Cristo. Paulo é apenas o instrumento, e não o agente. Destaca-se aqui que Jesus Cristo age, não com ele, mas por intermédio dele.
O ministério de Paulo de conduzir os gentios à obediência realizou-se por palavras e obras. Ele pregava e fazia. Ele pregava aos ouvidos e também aos olhos. As palavras explicam os gestos, mas os gestos representam as palavras. Não há valor nas palavras sem as ações iguais ao que se fala, a eficiência da pregação está no agir, isso mostra que está muito acima do falar. Não adiante ensinar sem praticar o que está ensinando. Deve existir profunda conexão entre o verbal e o visual, entre a palavra e a ação. Foi assim o próprio ministério de Cristo: ele fazia e ensinava (At 1.1).
Ressaltamos também que os gentios eram conduzidos à obediência. A salvação implica transformação. É impossível receber a Cristo como Salvador sem se submeter a ele como Senhor. Geoffrey Wilson diz corretamente: “Ao se opor ao legalismo, o apóstolo não fazia qualquer concessão à libertinagem. Ele não pregava um evangelho barato e fácil em que bastava ‘crer’, porque Cristo não aceitará ser Salvador daqueles que se recusam a segui-lo como Senhor”.
3. Leva-nos a apontar os sinais e poder
Em terceiro lugar, Paulo realiza sinais e prodígios pelo poder do Espírito Santo. “Por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo…” (15.19a). Paulo é um pregador poderoso. Seu poder não emana de si mesmo, vem de Deus. Sua força não vem de dentro, mas do alto. Seu apostolado é confirmado com sinais e prodígios (2Co 12.12; At 13.6–12; 14.8–10; 16.16–18; 16.25,26; 19.11–16), os quais são operados mediante o poder do Espírito Santo.
William Hendriksen afirma que ambos, “sinais” e “prodígios”, são milagres,realizados sobrenaturalmente. Um milagre é chamado “prodígio” quando se dá ênfase no efeito exercido sobre o observador. Em contrapartida, quando o milagre aponta para fora de si mesmo e representa os atributos (poder, sabedoria, graça etc.) daquele que o realiza, é chamado “sinal”. John Murray diz que sinais e prodígios não significam dois tipos diferentes de eventos. Referem-se aos mesmos acontecimentos, considerados por ângulos diferentes. Um milagre é tanto um sinal quanto um prodígio. Na qualidade de sinal, aponta para o instrumento mediante o qual ele ocorre e, deste modo, possui caráter de confirmação; na qualidade de prodígio, enfatiza o aspecto admirável do evento.1168
Concordo com John Stott quando ele diz que o propósito principal dessas manifestações era autenticar o ministério todo especial dos apóstolos (Hb 2.4). Segundo Calvino, os milagres têm como propósito conduzir os homens ao temor e à obediência a Deus. No evangelho de Marcos, lemos que o Senhor confirmava a Palavra com os sinais que se seguiam (Mc 16.20). Lucas diz que o Senhor dava testemunho à Palavra de sua graça por sinais e milagres (At 14.3). Assim, pois, os milagres que buscam glorificar as criaturas, e não a Deus, e tratam de dar autoridade às mentiras, e não à Palavra de Deus, são do diabo.
É de bom alvitre enfatizar que o ofício apostólico cessou na igreja. Não temos mais apóstolos hoje como aqueles do Novo Testamento. O cânon das Escrituras está fechado. Não há mais novas revelações. O fundamento já foi lançado pelos apóstolos e profetas e agora precisamos edificar sobre o fundamento que é Cristo. A igreja é apostólica hoje na medida em que segue a doutrina dos apóstolos. É de bom-tom igualmente enfatizar que milagres físicos não são a única maneira pela qual o poder do Espírito Santo se manifesta. Cada conversão é uma manifestação de poder na qual o Espírito, por intermédio do evangelho, resgata e regenera pecadores.
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