Princípios gerais sobre Rede Ministerial

Vim para servir  •  Sermon  •  Submitted
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A pessoa certa, no lugar certo, pelas razões certas

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Palavras iniciais

Durante vários domingos examinamos a Palavra de Deus em busca de esclarecimento sobre a perspectiva de Cristo sobre o serviço e quanto sua condição de servo, e como isso marcou a igreja em seus primeiros dias, moldando a maneira como as pessoas experimentavam a vida da igreja.
Hoje começamos o terceiro e último bloco de mensagens sobre o tema com um convite para você experimentar sua condição de servo de uma maneira que Deus seja glorificado, a igreja seja edificada e nossos corações se encham de alegria. Uma forma de isso acontecer é nos tornarmos a pessoa certa, no lugar certo, pelas razões certas.
Durante a pandemia eu e Marina nos dedicamos, entre outras coisas, a cuidar de nosso “meio metro de quintal”. Cuidamos de uma amoreira, um pé de acerola e outro de pitanga, um goiabeira, o limoeiro, pés de tomate, hortelã, manjericão, malva, beldroega, pimenta, além de muitas flores.
Uma coisa que descobrimos é que cada uma delas era única. Umas suportavam melhor o calor, já outras precisavam ser protegidas do sol. Cada uma florescia com mais brilho e vida quando as condições em que nós a colocávamos era mais próxima daquelas para as quais ela foram criadas para viver. Descobrir isso fez toda diferença na maneira como nós cuidamos delas.
Deus nos fez únicos. Embora todos tenhamos sido feito à sua imagem e semelhança, somos indivíduos bem diferentes uns dos outros. Temos histórias diferentes e fomos tocados de diferentes formas pelo Espírito de Deus. Por isso, nós também precisamos descobrir que tipo de planta somos, quais são nossas limitações e melhores características e em que ambiente podemos nos tornar tudo o que o Senhor preparou para sermos.

Um propósito

Não é difícil que as pessoas vivam vidas inteiras frequentando as programações da igreja sem se darem conta de que Deus as fez parte de um organismo vivo, o corpo de Cristo, e que isso significa ter um função, um papel a ser exercido nesse corpo que é apenas delas. Não somos mais um. Somos únicos. E nossa participação na edificação da igreja também é única.
A maioria de nós sabe que deve servir e deseja servir, mas muitos de nós não sabe como servir. Como deve ser nosso envolvimento com a igreja, isto é, com as pessoas, para que sejamos capazes de dar nossa contribuição singular, para a qual fomos criados por Deus?
Esse propósito particular, que Deus tinha em mente quando criou você, pode não estar muito claro agora, mas ele será mais facilmente percebido à medida que você compreende que algumas coisas chamam mais sua atenção do que outras. Também vai ajudar perceber quais dons espirituais ele deu pra você, assim como qual o seu jeito de se relacionar com a as pessoas. Deus o fez assim.
Essas são as três chaves que abrem seu perfil de servo: PAIXÃO, DONS ESPIRITUAIS e ESTILO PESSOAL.
Começar a compreender esse perfil e servir orientado por ele pode ser uma grande ajuda para você experimentar a vida de Cristo fluindo através da sua vida em direção à edificação da igreja. E quando isso acontece a gente se sente mais frutífero e realizado, porque está contribuindo com a vida de outras pessoas.

Paixão

Nos últimos 10 anos João Pessoa passou por muitas mudanças. Algo comum em Fortaleza e que não víamos logo que chegamos aqui eram os pedintes nos sinais de trânsito. Agora, em muitas áreas a cidade eles estão lá.
Às vezes é um homem de meia idade, às vezes um jovem, às vezes uma mulher e seus filhos. E me abala a alma vê-los em situação de fragilidade, dependendo da boa vontade de outros para fazer uma refeição no dia. O coração se despedaça pensando no futuro daquelas crianças, no sofrimento do homem de meia idade. Tudo acontece em 45 segundos. Então o sinal abre eu sigo a minha vida. Não tenho feito nada de concreto pelos pedintes do sinal. Isso faz de mim uma pessoa má?
Na verdade, não tenho como dar minha atenção a todas as coisas de igual modo. E embora haja em cada uma importância e urgências, sou atraído por algumas de maneira a investir meu tempo e meus recursos nelas.
Algumas pessoas importam-se com o jovens e acreditam não haver nada mais importante do que agir para que eles alcancem todo potencial de Deus para eles. Outros acham que a questão do direito e da proteção à vida deveria estar no centro das atenções do mundo. Há o que choram e clamam a Deus para que movam os corações das pessoas em direção aos países onde o evangelho é pouco conhecido e entregam sua vidas para que isso aconteça.
Alguém pode envolver-se de corpo e alma em todas elas? Claro que não. Todas são importantes, mas para cada uma de nós há aquelas que são mais importantes, que nos arrastam em direção a elas. Essa é a nossa paixão. Ela é o desejo inspirado por Deus em nosso coração, de fazer diferença nas vidas das pessoas em algum lugar e de alguma forma.
Parece haver hoje um clamor para que se dê atenção igual a todas as demandas e necessidades da sociedade, mas isso é um grande engano. Esse equilíbrio, além de enganoso, é desnecessário e paralisante: desnecessário porque não é preciso que todos se importem igualmente com tudo, já que Deus move as pessoas de formas diferentes para diferentes direções; paralisante porque na tentativa de equilibrar nossas atenções acabamos não mergulhando de cabeça em nada que fazemos, sufocando a paixão que deveria nos arrastar em alguma direção.
A paixão, de certa forma, deixa a vida a gente menos assimétrica, porque é algo que, para nós, brilha mais que as outras coisas.

Categorias de Paixão

Correndo os riscos de todas as categorizações, Bruce Bugbee, sugeriu que somos movidos por Deus a nos importar com grupos de pessoas (paixão por pessoas), com papeis ou funções (paixão funcional) e com causas específicas ( paixão por uma causa).
Paixão por pessoas
Assim algumas pessoas se sentem irresistivelmente atraídas para gastar suas vidas com crianças, jovens ou idosos. Outros se dedicam a casais recém-casados, pessoas cegas, pessoas aflitas e profundamente tristes. Há quem tem tenha um olhar especial e se dedique a mães com filhos pequenos, imigrantes ou pessoas desempregadas.
Paixão funcional
Da mesma forma há quem se sente gratificado em exercer determinada função, prestando um tipo de serviço. Elas se sentem movidas a posições de administração, secretariados, consultoria, instrutoria, pesquisa, etc. Querem servir em papeis específicos, não sendo tão importante a atividade em si nem as pessoas envolvidas.
Paixão por uma causa
Por fim há aqueles que abraçam uma causa como sendo a questão fundamental do agir de Deus neste mundo. Eles dedicam-se a erradicação da fome, à luta pelos direitos humanos, à proteção da natureza, a prover estrutra financeira a pessoas falidas ou ao fortalecimento da família como questões que irão glorificar a Deus e promover o avanço da causa de Cristo.
Se é Deus quem o está movendo, não há paixão errada ou certa. Também não uma mais importante que a outra, porque todas são parte do agir de Deus neste mundo.

Indicadores de Paixão

Descobrir a paixão não é algo que se faz imediatamente, mas um processo gradual em que a direção para onde Deus está nos movendo vai ficando mais clara.
Bill Hybels faz a seguinte sugestão: mergulhe de cabeça. Ele explica que, depois das noções iniciais sobre sobre dons espirituais e estilo pessoal, devemos abraçar um serviço de forma experimental, mas com intensidade suficiente para percebermos se ali está nossa paixão.
Já Bruce Bugbee sugere alguns indicadores que podem ser verificados enquanto servimos, uma espécie de paixonômetro:
Qual é o tipo de coisa que o empolga e o faria pular da cama de manhã bem cedo?
Qual é o tipo de coisa que você se pergunta, com brilho nos olhos, e se…?
Qual é o tipo de coisa em que você coleciona bons resultados?
Qual é o tipo de coisa que você, vez por outra, se vê novamente envolvido?
Qual é o tipo de coisa que seu envolvimento resulta numa contribuição importante?
Qual é o tipo de coisa que você se sente motivado a fazer?

Dons Espirituais

A segunda chave do seu perfil de servo são os Dons Espirituais que você recebeu do Senhor. Esse é um assunto que produz muita discussão e é capaz de destruir a comunhão, se não for tratado com sabedoria e apego às escrituras.
Durante esta série já vimos o quanto é imperativo conhecermos os dons espirituais. Segundo o apóstolo Paulo, não é uma questão de interessar-se ou não pelo assunto. Escrevendo aos coríntios ele afirma o seguinte:
1 Corinthians 12:1 NVI
1 Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês sejam ignorantes.
Para Timóteo, um jovem pastor, ele foi contundente sobre o assunto:
1 Timothy 4:14 NVI
14 Não negligencie o dom que lhe foi dado por mensagem profética com imposição de mãos dos presbíteros.
Em forma de definição...
Dons Espirituais são capacitações divinas distribuídas pelo Espírito Santo a todo crente, segundo os desígnios e graça de Deus pra o bem comum do corpo de Cristo.
Há várias passagens que mencionam alguns dons espirituais como 1Co 12; Rm 12; Ef 4; 1Pe 4. Vejamos a seguir uma lista, compilada dessas e de outra passagens, com uma breve descrição de cada dom.
ADMINISTRAÇÃO: concessão divina para compreender o que faz funcionar uma organização, e capacidade especial de planejar e executar procedimentos que conduzam aos objetivos do ministério.
APOSTOLADO: capacidade divina de iniciar e supervisionar o desenvolvimento de novas igreja ou estruturas ministeriais.
ARTESANATO: habilidade divina de projetar e/ou construir criativamente artigos que possam ser usados no ministério.
AUXÍLIO: habilidade divina para agregar valor espiritual à realização de tarefas práticas e necessárias que libertem apóiem e satisfaçam as necessidades dos outros.
COMUNICAÇÃO CRIATIVA: dádiva divina de comunicar as verdade de Deus por meio de uma diversidade de formas artísticas.
CURA: permissão divina para ser o instrumento de Deus na restituição da saúde às pessoas.
CONTRIBUIÇÃO: capacidade divina de doar dinheiro e recursos à obra do Senhor, com alegria e liberalidade.
DISCERNIMENTO: capacidade divina de distinguir entre a verdade e o erro, discernir os espíritos, diferenciar o bom do mau, o certo do errado.
ENCORAJAMENTO: concessão divina para apresentar a verdade de forma que fortaleça, conforte ou incentive à ação os que estão desencorajados ou vacilantes na fé.
ENSINO: capacidade divina para entender, explicar claramente e aplicar a Palavra de Deus, fazendo com que a vida dos ouvintes se torne mais semelhante à de Cristo.
EVANGELIZAÇÃO: habilidade divina de comunicar com eficácia o evangelho aos céticos, de forma que eles respondam na fé e caminhem rumo ao discipulado.
: Dádiva divina de agir segundo as promessas de deus, com confiança e crença resoluta na capacidade dele de cumprir seus desígnios.
HOSPITALIDADE: capacidade divina de cuidar das pessoas proporcionando amizade, alimento e abrigo.
INTERCESSÃO: concessão divina para orar eficientemente em nome e em favor de outros, alcançando assim resultados frequentes e específicos.
INTERPRETAÇÃO: capacidade divina de dar a conhecer ao corpo de Cristo a mensagem de algum que fale em línguas.
LIDERANÇA: capacidade divina de convencer, motivar e orientar pessoas a cumprir harmoniosamente os propósitos de Deus.
LÍNGUAS: habilidade divina de falar, adorar ou orar numa língua desconhecida do interlocutor.
MILAGRES: capacidade divina de autenticar o ministério e a mensagem de Deus por meio de intervenções sobrenaturais que o glorifiquem.
MISERICÓRDIA: capacidade divina de ajudar com alegria e praticidade os que estão sofrendo ou passando necessidades.
PASTORADO: capacidade divina de nutrir, zelar e guiar pessoas rumo à maturidade espiritual contínua e à imitação do exemplo de Cristo.
PROFECIA: habilidade divina de revelar a verdade e proclamá-la de forma oportuna e relevante para compreensão, correção, arrependimento e edificação.
SABEDORIA: capacidade divina de aplicar a verdade espiritual com eficiência, satisfazendo uma necessidade dentro de uma situação específica.

Estilo Pessoal

A terceira chave do seu perfil de servo tem a ver com a forma com você prefere se relacionar com o mundo que o cerca. Não é um questão de certo ou errado, mas apenas do seu jeito de lidar com a coisas.
É simples de entender. Eu vou lhe pedir que faça algo e quando eu pedir simplesmente faça sem pensar, ok? Cruze os braços. Tudo certo? Agora descruze e inverta a posição dos braços que estão por cima e por baixo.
Em complemento à Paixão e aos Dons Espirituais, o Estilo Pessoal responde à questão de como você pode servir melhor. Ele está relacionado ao temperamento e a personalidade de cada um.

Como você se motiva

Existem alguns tipos de atividade que nos enchem de motivação e outras que parecem nos drenar. Você acha que as interações com as pessoas deixam você motivado ou obtém motivação a partir da realização de uma tarefa?
José chega cedo sempre que precisa participar de um reunião. Ele gosta de conversar com os amigos antes que a reunião realmente comece. Os detalhes da pauta não predem sua atenção nem de dão entusiasmo como pode trocar ideias com as pessoas.
Ana entra na igreja toda segunda-feira para organizar os cartões resposta dos visitante e os pedidos de oração. Ela sabe onde os encontrar e leva-os para digitar no APP da igreja. Ela tem a oportunidade de conversar com outros voluntário no caminho, mas raramente o faz.
Pedir a José para fazer uma tarefa semanal numa sala, mesmo que ele tenha um computador e uma cadeira, possivelmente vai drenar as energias dele.
Por outro lado, Ana não se sentaria para conversar sobre o domingo antes de concluir a tarefa de digitar os cartões dos visitantes de oração.
Claro que Ana pode conversar com as pessoas e José pode realizar uma tarefa, mas quando eles atual de acordo com os seus estilos pessoais, ficam mais à vontade e cheios de motivação

Como você se organiza?

De que forma você prefere organizar-se? Fica mais à vontade quando pode improvisar ou prefere a questão fechada?
A maior parte de nós pode agir de ambas as formas, isto é, podemos nos comportar de um modo estruturado com planos mais rígidos e sem improvisação, ou podemos optar por um jeito não-estruturado, mais flexível, com espaço para improvisações.
Novamente não é um questão de certo/errado ou melhor/pior, mas em qual modelo você funciona de maneira mais natural. É como a forma de cruzar os braços.
Essa terceira chave, seu estilo pessoal, é uma tentativa combinar nossas preferências de maneira ajudar-nos a encontrar os tipos de atividades em que encontramos mais motivação e funcionamos melhor.

Palavras finais

Esse não é um assunto que possa ser esgotado numa pregação de domingo à noite, meus irmãos. Por isso, ele não termina aqui. Duas novas ações vão ser realizadas durante o mês de maio para complementar o que começamos.
No sábado 21/05 vamos realizar em mini-curso como tema “Como descobrir seu ministério no corpo de Cristo”. Aplicação de testes e orientação quanto à identificação do perfil de servo. O curso vai começar às 16h30 e terá dois blocos de 1h30 com intervalo de 30 minutos, terminando às 20h.
Durante o mês de maio também serão abertas inscrições para um um curso online com o tema “Desenvolvendo dons espirituais”. Esse curso será ministrado inteiramente online, às terças-feiras, e ficará disponível exclusivamente em nosso APP.
Se queremos que o Senhor nos use, devemos nos preparar de todas as maneiras que estiverem ao nosso alcance. Já ouvimos muitas coisas sobre a importância do serviço, agora precisamos aprender, na prática, como colocar nossas vidas à disposição do Senhor para os grande desafios que virão.
Que ele nos abençoe e guarde.
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