As Bem Aventuranças - Parte 1

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As Bem Aventuranças - Parte 1

Mateus 5.1-3 “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.”

I. Introdução

Começaremos agora um estudo sobre o sermão do monte, e há muitas dimensões nele repletas de controvérsia - O sermão do monte é uma série de discursos que Jesus fez para os seus discípulos e que existem algumas controvérsias entre o local e como se deu o discurso.
A primeira delas diz respeito ao local em que o sermão foi proferido. O monte não é identificado - Uma das divergências que existem é em relação ao local em que esse discurso foi feito, a bíblia não relata em qual monte foram proferidas essas palavras.
A versão de Lucas retrata Jesus ensinando seus discípulos em uma planície e alguns utilizam essa diferença para afirmar que a bíblia é contraditória - Lucas relata a localização desse discurso como sendo em uma planície, ou “planura” e esse fato é usado por alguns críticos para afirmar que a bíblia é contraditória.
É importante saber que os mestres ensinavam em mais de uma ocasião e em mais de um lugar - no entanto, os mestres ensinam questões importantes em mais de uma ocasião e em mais de um lugar, de modo que não devemos ficar preocupados com o fato de que o registro bíblico mostre Jesus pregando sobre uma montanha em um evangelho e sobre uma planície em outro.

II. Três erros

Existem alguns erros graves que são cometidos por muitos na processo de interpretação do sermão do monte - O mais importante é a interpretação do sermão do monte. Há três erros graves amplamente cometidos pela igreja no processo de compreensão do sermão.
O primeiro erro ensina que o ensinamento aplicado por Jesus neste sermão não se aplica a nós hoje - O primeiro erro ensina que nenhum mandamento ético nele aplica-se a nós hoje. Assim, o sermão é visto como uma referência à ética do reino de Deus, e, uma vez que o reino de Deus ainda não veio, o sermão é irrelevante para nós agora.
Essa interpretação se baseia no fato do reino de Deus ter a sua consumação apenas no futuro, ignorando que o reino também já é chegado - Jesus subiu ao céu para assumir a função de Rei dos reis; portanto, embora a consumação do seu reino esteja no futuro, pensar que ele está completamente no porvir é uma atitude que negligencia um dos principais pontos do Novo Testamento.
O segundo erro é considerar o sermão do monte como uma nova versão da lei - O segundo erro é considerar o sermão do monte apenas como uma nova declaração de lei na qual uma ética impossível é apresentada diante de nós a fim de revelar a necessidade do evangelho.
Nessa interpretação a ideia é descrever um comportamento impossível de ser alcançado a fim de revelar a necessidade do evangelho - O segundo erro é considerar o sermão do monte apenas como uma nova declaração de lei na qual uma ética impossível é apresentada diante de nós a fim de revelar a necessidade do evangelho.
A terceira e pior interpretação deste sermão surgiu em meio ao liberalismo do século 19 e diz que o sermão trata do evangelho social - A pior distorção possivelmente surgiu em meio ao liberalismo do século 19. De acordo com ela, o sermão do monte trata do evangelho social. Logo, a ética de Jesus não diz respeito à redenção pessoal, mas tem apenas o objetivo de ensinar comportamento ético à igreja para que a missão dela seja servir como agente de um mero humanitarismo.
Dizer que o sermão do monte trata-se de instruções para a igreja ser mais ética diante dos homens é ignorar a redenção pessoal que ele sugere e suprimir todo o Novo Testamento!
O sermão do monte nos ensina sobre o caráter que devemos aprendemos de Cristo e devemos mostrar a Deus - Se atentarmos para o conteúdo do sermão do monte, veremos que, nele, Jesus designa nossa resposta a ele como o teste derradeiro pelo qual todos nós seremos julgados eternamente.
Portanto, cuidemos para não sermos pegos na armadilha de tais concepções falsas. O sermão é a Palavra de Deus para nós hoje e para os cristãos de todos os tempos.

III. Abençoados

O início do sermão é repleto de Bem aventuranças que são pronunciamentos para as pessoas que possuem as características descritas - O início do sermão do monte é repleto de bem-aventuranças. significa simplesmente um pronunciamento de bem-aventurança àqueles que estão inclusos nas categorias citadas.
Algumas traduções trazem a palavra “Felizes”, porém não é uma palavra que represente a profundidade espiritual - Algumas traduções modernas usam a expressão “Felizes […]”, a qual é uma escolha insatisfatória, porque não abrange a intensa profundidade espiritual – ou seja, este é um aspecto ausente na palavra feliz. A felicidade certamente é um elemento da bem-aventurança, mas não um elemento exaustivo.
Dizer que alguém era Bem aventurado é dizer que ele alcançou o favor de Deus de modo que ele experimenta a vida no reino de Deus - As bem-aventuranças são a empregada pelos profetas para descrever este favorecimento divino e que a pessoa faz parte e vive as bênçãos do reino de Deus.
A consequência da bem-aventurança não é algo que se ganhe ou conquiste; ela flui da devoção à Palavra de Deus.
Mateus 5.1-2 “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo:”
Os Mestres e Rabinos daquela época não ficavam de pé para pregar ou ensinar, eles permaneciam sentados juntamente com seus discípulos - Conforme observamos anteriormente, os rabinos daquela época não ficavam em pé para pregar ou ensinar. Eles permaneciam assentados, e os discípulos se sentavam no chão, literalmente aos pés do mestre.

IV. Os humildes

Mateus 5.3 “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.”
Mateus dá uma descrição maior a essa Bem aventurança citando a promessa envolvida, já Lucas não o faz - Mateus qualifica esta primeira bem-aventurança, mas Lucas não o faz. Ele simplesmente diz: “Bem-aventurados vós, os pobres” (Lc 6.20).
Lucas 6.20 “Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.”
Com base nessa ideia, alguns afirmam que o reino de Deus pertence aos pobres materialmente - Com base nessa ideia, algumas pessoas concluem que o reino de Deus pertence essencialmente aos pobres; logo, tudo o que se tem de fazer para entrar no reino de Deus é ser pobre no sentido material.
Na Idade Média, surgiu um pensamento chamado “misticismo da pobreza”, no qual o estado de pobreza era elevado a um nível de virtude, conferindo dignidade a quem se encontrasse nele.
O Antigo Testamento faz distinção entre quatro tipos diferentes de pobres
Os pobres que se encontram nesse estado como resultado da indolência (preguiça de trabalhar)
O segundo grupo inclui aqueles que são pobres como resultado de uma catástrofe da qual não tiveram culpa. Eles não são pobres por preguiça.
O terceiro grupo é formado por aqueles que são pobres como resultado da exploração dos ricos e poderosos.
A quarta categoria é composta por aqueles que são pobres por causa da justiça, isto é, aqueles que voluntariamente escolhem uma vocação que os empobrece.
As pessoas desta categoria estão preocupadas com coisas diferentes das que o mercado produz. A elas, é prometida a bondade de Deus, o qual observa esse sacrifício pessoal.
Jesus aqui não se dirige a pessoas pobres materialmente, embora pudessem existir - Portanto, aqueles a quem Jesus se dirige aqui não são necessariamente pobres, embora pudesse haver alguns nesse estado.
O que está em vista é a pobreza de espírito, mas não no sentido de falta de coragem ou diligência.
Ser humilde de espírito, nos termos bíblicos, significa ser pobre de arrogância - Ser humilde de espírito, nos termos bíblicos, significa ser pobre de arrogância. Tais pessoas são o oposto dos escribas e fariseus, que se gloriavam de suas riquezas em virtude, de sua justiça pessoal. Eles não entram no reino de Deus.
Jesus esclarece aqui uma condição necessária para entrar em seu reino: devemos ter o orgulho quebrantado.
Salmo 51.17 “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”

V. Conclusão

Que possamos buscar ser pobres de espírito, ser pobre de arrogância, o oposto de pessoas religiosas
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