A MULHER VESTIDA DO SOL
Domingos de Esperança 2022 • Sermon • Submitted
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A MULHER VESTIDA DO SOL
INTRODUÇÃO
O Pr. Alejandro Bullón, autor desta série, relata que centenas de pessoas assistiam a uma série evangelística quando, subitamente, uma mulher foi possuída pelo demônio. A multidão aterrorizada olhava para ele como se perguntasse: “O que faremos?” Algumas pessoas tentavam segurar a mulher, mas sem sucesso. Sua força era descomunal. Jogou todos que a seguravam para os lados e, levantando um enorme banco, o atirou na sua direção.
Ele teve que se esquivar para não ser atingido. Depois, ela começou a se aproximar dele, gritando: “Vou matá-lo! Eu não faço nada contra você, mas você vive me perseguindo.” Diz o pastor Bullón, “ao longo da vida, tenho visto muitas vezes pessoas serem possuídas pelo demônio [...]. Mas, como sabemos, estamos em uma guerra que começou no Céu e se transferiu para a Terra.” E, ao longo da história humana, as tentativas e os métodos que o inimigo tem usado para arruinar o ser humano e desvirtuar a adoração e a obediência a Deus foram os mais variados.
I – A VISÃO DA MULHER E DO DRAGÃO
Dois Símbolos Antagônicos
VAMOS LER Apocalipse 12:1-3.
Quem é essa mulher? O que ela simboliza? E o dragão? A palavra grega para sinal, tanto no verso 1 quanto no verso 3, é semion, uma indicação de algo sobrenatural ou miraculoso, ou ainda, imagens de natureza simbólica. Tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, a mulher é uma imagem pictórica (pintura) da Igreja (Isaías 54:5-6; 2Coríntios 11:2). Nestes dois exemplos, trata-se da igreja pura, a Igreja de Deus.
A lua é uma adequada representação do Antigo Testamento, tendo em vista que não tem luz própria, mas refletida. Os ritos do Velho Testamento eram tipos ou sombras da realidade que se revelaria no Novo Testamento: “porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Colossenses 2:17). “Ora, se ele estivesse na terra, nem mesmo sacerdote seria visto existirem aqueles que oferecem os dons segundo a lei, os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes [...]” (Hebreus 8:4,5). “Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas [...]” (Hebreus 10:1).
Foi durante o período do Antigo Testamento que Deus promulgou a Sua lei moral e a estabeleceu como um elo de ligação entre Ele o Seu povo: “Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos meus discípulos [...] À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:16, 20). Portanto, a lua representa a base sobre a qual a Igreja de Deus está firmada.
O sol é um astro de quinta grandeza e tem luz própria. Por isso, uma representação apropriada do Novo Testamento: “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas [...]” (Malaquias 4:2). Uma figura notável para representar a salvação em Cristo, expressa, inclusive, no Seu próprio nome: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21).
Dessa forma, a Igreja de Deus tem como base o Antigo Testamento, mas está revestida pela ação salvífica de Cristo no Novo Testamento, onde a sombra encontrou o seu corpo, o tipo encontrou o antítipo e as prefigurações, à sua realidade. Porém, a prostituta exibida em Apocalipse 17, simboliza uma Igreja corrompida e manchada com o sangue do povo de Deus.
Sobre a identidade do dragão, há uma interpretação imediata no próprio livro, VAMOS LER Apocalipse 12:7-9.
Portanto, a mulher do capítulo 12 representa a Igreja de Deus, e o dragão é um símbolo do Diabo. Para entender essa profecia, precisamos retornar ao Jardim do Éden. Deus disse à serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3:15).
Essa é a primeira profecia bíblica. Ao mencionar a mulher nesse verso, Deus não estava se referindo unicamente à mulher como ser humano, mas também à Sua igreja neste planeta. Além disso, a profecia também antecipa o desfecho da luta entre o descendente da mulher (Cristo) e a serpente (Satanás). Jesus Cristo teria o seu calcanhar perfurado na cruz do Calvário (Salmo 22:16-18; Mateus 27:35), mas exterminará o Diabo no final do conflito (Apocalipse 20:10, 14-15).
II – O DRAGÃO ATACA AO FILHO
A Identidade do Filho
VAMOS LER Apocalipse 12:4-5.
No capítulo 12 de Apocalipse, vemos outro aspecto da luta entre o Diabo e a igreja de Deus. A mulher está grávida, a ponto de dar à luz um “filho homem, que há de governar todas as nações” (v. 5 NAA). Esse é um símbolo de Cristo indicado em vários textos do Antigo Testamento: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
No texto de juízo em Daniel 7:13, o Cristo é denominado, Filho do Homem, “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele”. Esse é um aspecto messiânico indicativo de sua natureza divina humana. E o seu modo de governo, como esboçado em Apocalipse 12:5, “com cetro de ferro”, foi previsto por Davi no Salmo 2:7-9, “pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro”.
Apocalipse 12:4 indica a tentativa do Diabo em destruir o Filho logo que ele nascesse. E foi exatamente o que fez, usando Herodes como marionete. Hoje também, ele se esforça para destruir os nossos filhos. Por acaso você, como pai, está sofrendo por causa de um filho que se encaminha rumo à destruição? Quem você acha que está por trás das sensações alucinantes das drogas, dos lares divididos, de filhos desobedientes? Existe uma força oculta por trás de tudo isso, o dragão que tentou devorar o “Filho da mulher”, tentará devorar os nossos filhos!
III – A MULHER FUGIU PARA O DESERTO
As Perseguições Medievais
Apocalipse 12 continua apresentando a luta entre a igreja de Deus e o dragão: VAMOS LER Apocalipse 12:6. O capítulo faz clara referência à perseguição: “[O dragão] perseguiu a mulher que tinha dado à luz o Filho homem” (Apocalipse 12:13 NAA).
A união entre Igreja e Estado, durante a Idade Média, abriu as portas para a entrada de costumes pagãos na Igreja, práticas condenadas pela Sagrada Escritura. O fiel povo de Deus sofreu perseguição por não se alinhar com essas práticas, por isso fugiu para os lugares ermos da terra.
Esse período de 1260 dias proféticos simboliza 1260 anos literais, segundo o princípio dia ano, já estudado nessa série. A obediência prestada pelo povo de Deus aos Seus mandamentos, conforme as Sagradas Escrituras, provocou furiosa perseguição à verdadeira igreja de Deus.
A conclusão é clara: a igreja de Deus fundamenta seus ensinos, não em tradições humanas, mas na Bíblia, que é a Palavra de Deus. Esse foi o motivo da grande perseguição religiosa. O poder perseguidor não podia aceitar que seus ensinamentos fossem confrontados com a Sagrada Escritura.
Esse período de perseguição à igreja de Deus é mencionado pela primeira vez em Daniel 7:25, onde são enumeradas as suas atividades: “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo”. O mesmo livro de Daniel revela que tempos é igual a anos (Daniel 11:13).
Tendo em vista que o ano profético é composto de 360 dias, um tempo, dois tempos e metade de um tempo, representam 1260 dias proféticos, ou seja, 1260 anos literais. Esse período é referido no Apocalipse como 42 meses, o que indica o mês de 30 dias e o ano de 360 dias (Apocalipse 11:2; 13:5). E a mesma nomenclatura usada por Daniel é repetida em Apocalipse 12:14 para representar o período de perseguição, mas também da proteção de Deus: “e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (Apocalipse 12:14).
A história registra o período de 1260 anos de perseguição, como tendo início em 538 a.D., com a derrota dos ostrogodos, quando pode ser efetivado o decreto promulgado em 533 a.D. pelo imperador Justiniano. Ele decretou que o bispo de Roma teria a preeminência sobre os bispos das outras cidades, pelo fato de Roma ser, então, a capital do império e dominar o mundo político daqueles dias. O patriarcado de Roma passaria a ser superior ao de Cartago, Éfeso, Alexandria e, até mesmo, o de Jerusalém. Em 538 a.D., o bispo de Roma recebeu poder temporal, isto é, a sua autoridade, não apenas em questões religiosas, mas também, políticas.
As pessoas que discordavam do cristianismo estatal eram brutalmente perseguidas. Finalmente, a igreja estatal estabeleceu a Santa Inquisição para reprimir os “crimes” dos hereges, cujos “delitos” consistiam em amar e obedecer às Sagradas Escrituras. A Inquisição previa a confissão de “delitos” sob suplícios terríveis. Instrumentos de tortura usados pela igreja medieval podem ser vistos em vários museus, como o Museu da Inquisição, que fica no bairro Ouro Preto em BH.
Esse período de perseguição terminou em 1798, quando o general Berthier aprisionou Pio VI, o líder religioso da igreja. O papa foi deposto do poder temporal e teve as suas terras confiscadas. Esses acontecimentos marcaram o fim do período persecutório de 1260 anos, de 538 a.D. a 1798 a.D.
IV – O REMANESCENTE FIEL
O Povo de Deus Sobrevive à Perseguição
A profecia de Apocalipse 12 afirma que a verdadeira igreja de Deus, embora perseguida, sobreviveria e teria um remanescente em nossos dias, o qual o demônio odeia e continua perseguindo. É um remanescente que se caracteriza por duas particularidades expressas no Apocalipse: VAMOS LER Apocalipse 12:17. Essas características se repetem em Apocalipse 14:12, ao citar a perseverança dos santos. VAMOS LER.
Portanto, as duas características que distinguem o povo de Deus no fim da história são, guardam os mandamentos de Deus e, ao mesmo tempo, tem fé em Jesus. Esses foram os atributos da igreja de Deus desde o Éden. Mas o inimigo estava ali para destruir o povo de Deus e se apresentou disfarçado de serpente, tentando desvirtuar os dois pontos básicos do relacionamento com o Criador: a adoração e a obediência. “Se comerem da árvore, serão como Deus. Você não precisa de Deus, pode ser seu próprio deus. Não tem por que obedecer”, disse a serpente.
Adão e Eva se arrependeram, mas a humanidade, a partir de então, ficou dividida em duas linhagens, os leais e obedientes, e os rebeldes, semelhantes a Satanás. A história sagrada revela a luta entre essas duas linhagens, a começar pelo crime de Caim contra Abel. O relato bíblico destaca os leais adoradores do Senhor como obedientes aos seus mandamentos. Dentre esses, Noé e Abraão.
Quando Jesus veio, muitos de Israel, que era Seu povo, O rejeitaram. Entretanto, alguns judeus O aceitaram; e Jesus escolheu doze deles para estabelecer a Igreja Cristã. Por isso, podemos dizer que o povo de Deus sempre existiu ao longo da história. E sempre teve as duas características.
A Igreja Cristã contemporânea corre o mesmo perigo. Ela não será a igreja de Deus só porque Jesus a estabeleceu no início de sua história. Mas continuará sendo na medida em que adore unicamente ao Deus verdadeiro, na pessoa de Jesus Cristo, e obedeça à Sua Palavra, que inclui os mandamentos. Afinal, essas sempre foram as características do povo de Deus ao longo do tempo.
CONCLUSÃO
Com a exposição de hoje descobrimos que:
1. A ação do demônio na vida das pessoas é real.
2. No Apocalipse, a luta entre o bem e o mal é simbolizada pela perseguição do dragão (o Diabo) contra a mulher (a igreja de Deus).
3. Satanás tentou destruir a Jesus por ocasião de seu nascimento, usando ao rei Herodes e depois perseguiu à Igreja.
4. A ira do Diabo se volta contra os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé em Jesus.
5. O período de perseguição de 1260 anos foi previsto na profecia, começando em 538 a.D. com a derrota dos ostrogodos, quando foi efetivado o decreto promulgado em 533 a.D. pelo imperador Justiniano, e terminando em 1798 a.D. com a prisão e a cassação do poder temporal de Pio VI.
6. Deus tem uma igreja remanescente hoje com as mesmas características da incipiente (iniciante, primitiva) Igreja Cristã, guarda aos mandamentos de Deus e tem a fé em Jesus. Além disso conclama às pessoas para que adorem ao verdadeiro Deus e obedeçam à Sua Palavra.
APELO
Tendo em vista que Deus possui uma igreja que representa os Seus interesses na Terra, conclamando todas as pessoas para adorá-Lo, e que essa igreja está assinalada com duas características distintivas, guarda os mandamentos de Deus e tem a fé em Jesus, você não gostaria de juntar-se a ela, a fim de adorar unicamente ao Deus verdadeiro e desfrutar com Ele a vida eterna?