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Teologia Prática: Um Estudo sobre João Calvino e Seu Legado Capítulo 14: Calvinismo e Avivamento (Michael A. G. Haykin)

Por muitos anos, Lloyd-Jones teve o costume de conduzir a palavra final da conferência. A primeira delas foi uma palestra em 1959, intitulada “Reavivamento: Um Levantamento Histórico e Teológico”. Lloyd-Jones começou a falar definindo reavivamento como “a experiência na vida da igreja quando o Espírito Santo opera uma obra incomum”.

Jonathan Edwards foi seu conceito do papel do Espírito Santo no avivamento como fenômeno de iluminação interior no qual as verdades da nova aliança (e.g., o Deus triuno, a centralidade de Cristo, a cruz, a Bíblia, céu, inferno, salvação, missões e a volta triunfal de Cristo no fim da história) se tornam elementos vivos na cosmovisão do indivíduo e da comunidade avivados, o que explica o poder por trás do avivamento e o aspecto essencial do conceito evangélico de religião normativa.

A teologia do avivamento, levada a todo o mundo por várias gerações de missionários norte-americanos e britânicos, teve uma importante função ao elevar expectativas e normatizar o avivamento como parte necessária da experiência cristã coletiva.

Embora os avivamentos mundiais abranjam o espectro teológico, a maior parte é caracterizada por um uso criativo de diversos elementos do cristianismo primitivo, principalmente do livro de Atos. No avivamentismo mundial, há quatro temas recorrentes: libertação existencial pela qual uma nova experiência de nascimento une os crentes com Deus de novos modos e os liberta de culpa e ansiedade; visão escatológica, segundo a qual o tempo e a história são reinterpretados sob a luz da identidade messiânica de Jesus Cristo; comunidade radical, pela qual os membros recém-avivados desfrutam de dons e poderes carismáticos que eles usam para capacitação mútua; e ativismo evangélico, pelo qual a nova comunidade procura curar o que está rompido no mundo em que ela vive por meio de combinações variadas de evangelização e ação social.

Habacuque: Como Transformar o Desespero em Cântico de Vitória Habacuque 3.1–2

O clamor pelo avivamento nos leva de volta ao favor do Senhor (3.1,2)

Avivamento é um dos temas mais falados e mais distorcidos na igreja evangélica da atualidade. Muitos confundem avivamento com dons espirituais, com estilo litúrgico ou com a presença de sinais e milagres. Outros pensam que o avivamento pode ser administrado pela igreja e que ela pode determinar o tempo da sua chegada. Há aqueles que confundem entusiasmo humano com o mover do Espírito e grandes multidões com abundantes conversões.

O avivamento verdadeiro vem do céu. É de Deus. É obra soberana do Espírito Santo. O avivamento sempre está centrado na Palavra de Deus. Onde prospera a heresia, não existe avivamento, pois o Espírito não honra aqueles que desonram a verdade. O avivamento sempre leva a igreja à oração, à santidade e ao trabalho. Vamos destacar alguns pontos desse clamor de Habacuque:

a) O tempo em que a igreja deve buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede que Deus avive sua obra no decorrer dos anos. Ele não pensa apenas nele e na sua geração. Sua preocupação é com a manifestação da glória de Deus ao longo da História. O avivamento está focado em Deus, e não no homem; na glória de Deus, e não nos direitos do homem; na salvação dos povos, e não na prosperidade deles.

O avivamento deve ser o anseio da igreja em todos os tempos, em todos os lugares. As vitórias do passado não são suficientes para a igreja avançar hoje. Os derramamentos do Espírito no passado não são suficientes para encher a igreja do Espírito Santo hoje. Devemos orar pelo avivamento sempre. Devemos nos preparar para o avivamento sempre. Devemos desejar ansiosamente por ele sempre. Nossa oração deve ser a mesma de Habacuque: “Aviva a tua obra no decorrer dos anos”.

b) A base em que a igreja deve buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede o avivamento a Deus não confiante na justiça própria ou confiado nos merecimentos do povo de Judá. Ao contrário, ele diz: “[…] na tua ira, lembra-te da misericórdia” (3.2). Habacuque sabe que Deus é santo e justo.

a) O tempo em que a igreja deve buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede que Deus avive sua obra no decorrer dos anos. Ele não pensa apenas nele e na sua geração. Sua preocupação é com a manifestação da glória de Deus ao longo da História. O avivamento está focado em Deus, e não no homem; na glória de Deus, e não nos direitos do homem; na salvação dos povos, e não na prosperidade deles.

O avivamento deve ser o anseio da igreja em todos os tempos, em todos os lugares. As vitórias do passado não são suficientes para a igreja avançar hoje. Os derramamentos do Espírito no passado não são suficientes para encher a igreja do Espírito Santo hoje. Devemos orar pelo avivamento sempre. Devemos nos preparar para o avivamento sempre. Devemos desejar ansiosamente por ele sempre. Nossa oração deve ser a mesma de Habacuque: “Aviva a tua obra no decorrer dos anos”.

b) A base em que a igreja deve buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede o avivamento a Deus não confiante na justiça própria ou confiado nos merecimentos do povo de Judá. Ao contrário, ele diz: “[…] na tua ira, lembra-te da misericórdia” (3.2). Habacuque sabe que Deus é santo e justo. Ele sabe que o pecado provoca a ira de Deus. Sabe que o pecado merece o juízo divino. Contudo, ao mesmo tempo, ele reconhece que Deus é misericordioso e capaz de amar infinitamente os objetos da sua ira. Por isso, pede clemência, e não justiça. Ele sabe que é das entranhas da misericórdia divina que fluem os rios caudalosos do avivamento.

O avivamento vem quando Deus se volta da Sua ira para a misericórdia. O avivamento acontece quando Deus volta Sua face para o Seu povo em favor misericordioso. O avivamento não é merecimento da igreja; é favor de Deus.

c) O autor do avivamento que a igreja deve buscar (3.2). O avivamento é obra de Deus, e não do homem. Ele não é promovido pela igreja; é concedido pelo Espírito Santo. A igreja não agenda avivamento; ela pode apenas buscá-lo. A igreja não produz o vento do Espírito; ela pode apenas içar suas velas na sua direção. A igreja não é dona da agenda do Espírito Santo. Este sopra onde quer, como quer, e ninguém pode detê-lo ou administrá-lo. O avivamento é obra soberana de Deus. Só o Senhor pode fender os céus e derramar o Seu Espírito. Habacuque não marca a data do avivamento; ele, humilde, o pede a Deus.

d) A urgente necessidade que a igreja tem do avivamento (3.2). O profeta Habacuque pede avivamento, e não ausência de sofrimento. Pede a manifestação poderosa de Deus no meio do seu povo, e não prosperidade econômica e política para o seu povo. Ele quer Deus, mais do que as bênçãos de Deus. O avivamento é a expressa vontade de Deus e a vital necessidade da igreja. Destacamos quatro pontos importantes sobre o avivamento:

– a necessidade imperativa do avivamento. Vivemos hoje a crise das polarizações. Há igrejas que têm doutrina, mas não crescem; há igrejas que crescem, mas não têm doutrina nem ética. Há aqueles que são ortodoxos na doutrina, mas são liberais na ética. São ortodoxos de cabeça e hereges de conduta. Uns têm caráter, mas não têm carisma; outros têm carisma, mas não têm caráter. Os que sabem não fazem; os que fazem não sabem. Vivemos hoje a polarização entre a aridez espiritual e o emocionalismo. Há aqueles que pensam que, se uma pessoa não chora no culto, ela é seca; outros pensam que os que choram são vazios. Estou certo de que uma mente invadida pela verdade produz um coração quebrantado e olhos molhados. A vinha de Deus está murcha, e a figueira está sem frutos. Por isso, precisamos clamar por um avivamento espiritual.

– a confusão sobre o avivamento. Muitos confundem avivamento com cacoetes pentecostais, com modismos heterodoxos, com danças litúrgicas, com coreografias pirotécnicas, com cultos encharcados de emocionalismo e propagandas de milagres. Outros confundem avivamento com ajuntamento. Nem sempre uma multidão reunida é sinal de avivamento. O avivamento não é fabricado na terra, mas agendado no céu. A igreja não produz as chuvas do Espírito; ela pode apenas dobrar os joelhos e clamar para que elas venham regar a terra. O avivamento é obra do Espírito Santo, que traz restauração para a igreja, salvação para o mundo e glória para Deus.

– o conteúdo do avivamento. O avivamento é concebido no útero do quebrantamento e nasce com o choro do arrependimento. O avivamento é marcado por oração abundante. Assim como a chuva cai sobre a terra seca, as torrentes do Espírito vêm apenas sobre os sedentos (Is 44.3). Não há derramamento do Espírito sem que a igreja tenha sede de Deus. Hoje, a igreja está substituindo o Deus das bênçãos pelas bênçãos de Deus. A igreja quer a dádiva, mais do que o Doador; quer a bênção, mais do que o Abençoador; quer as riquezas do mundo, mais do que as riquezas do céu. Essa atitude está na contramão do verdadeiro avivamento. O verdadeiro avivamento também traz revestimento de poder para uma igreja que está impotente. Hoje, a igreja tem ricos templos, mas não a glória de Deus em seus santuários. Tem crentes influentes na sociedade, mas não pessoas influentes no céu. Tem influência política, mas não poder espiritual. Tem poder econômico, mas não autoridade espiritual.

– o resultado do avivamento. Quando o avivamento chega, a igreja se torna ousada para pregar a Palavra. Cada crente se torna um embaixador, um ministro da reconciliação. Quando o avivamento vem, a igreja cresce em graça, em conhecimento e em número. Nunca a igreja avançou com tanta pujança como quando Deus visitou o Seu povo com generosos derramamentos do Seu Espírito! No século 18, o avivamento na Inglaterra tirou a igreja das cinzas do desânimo para um estupendo crescimento numérico. Multidões se acotovelavam nas praças para ouvir os servos de Deus. Nos Estados Unidos, cerca de dois milhões de pessoas converteram-se a Cristo no avivamento que varreu esse país nos idos de 1857 a 1859. No avivamento do País de Gales, em 1904, em apenas seis meses, cerca de cem mil pessoas converteram-se ao evangelho e foram agregadas às igrejas. Na Coréia do Sul, ainda hoje os ventos do avivamento enchem igrejas com dezenas de milhares de membros comprometidos com a santidade e com o trabalho. Sempre que o avivamento vem, a igreja se fortalece, e multidões são atraídas e transformadas pelo evangelho.

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