Jesus: fonte que produz vida, comunhão com Deus e com os homens e completa alegria.

Leitura texto base: Primeira Epístola do apóstolo João, versículos 1-4.

Oração: Deus, nós oramos a Ti, para Te agradecer pela Palavra revelada a nós, pela oportunidade de estarmos reunidos em Teu Nome. Cremos no teu poder, no poder do Espírito Santo que habitou em João e o inspirou a nos escrever esse texto, revela-nos nessa noite os mistérios e as riquezas escondidas na Tua Palavra, fala conosco, que o Teu Espírito nos faça compreender a Tua Vontade para nossas vidas. Te pedimos tudo isso e pela fé te agradecemos em nome do Teu Filho amado Jesus.

Introdução:

Há muita dificuldade para muitos em conciliar o Jesus histórico, homem de dores, sujeito as leis humanas, que nasceu, cresceu e morreu na Palestina há cerca de 2 mil anos atrás, cuja a tradição e a história dão testemunho com o Cristo divino, Filho do Deus, um com o Pai, criador de todas as coisas, o que(ho) era/estava(en) desde(ap) o princípio(arches). João mesmo diz em seu evangelho Jo 1:1 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”, fazendo referência ao início de tudo em Gn 1:1 “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”

Ainda que no contexto aqui não seja a idéia mas “arche” fala de líder, Aquele que lidera, fala do governo de Cristo que derrotará o mal e será implantado na terra, líder é aquele que vai a frente, Ele é o primogênito dentre os mortos. Ele disse em Mt 16:24 “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”

Para alguns Jesus pode ser um médium, um mestre iluminado, professor de alta moral, um simples profeta(alguém que falava em nome de Deus), um anjo, um “deus” de segunda categoria, um líder, um revolucionário, um espírito puro evoluído, um veículo que recebeu o “cristo cósmico”, ou ainda um fantasma.

O conhecimento e visão que temos de Jesus implica diretamente na maneira como sua obra redentora significa e atua em nossas vidas, e reflete em toda nossa maneira de viver e encarar a realidade.

Essas falsas doutrinas e heresias surgiram desde aquela época e atravessaram os séculos, mudando apenas a roupagem, culminará e terão o seu ápice no no advento e governo do Anticristo.

O Gnosticismo implantou isso na mente de alguns cristãos daquela era, hoje o Espiritismo, as Testemunhas de Jeová, os Mórmons, Ordem Rosa Cruz! Aliás, em 1Jo 2:22-23 “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai.”

Estudo Exegético

Exegese: Interpretação

Precisamos fazer algumas perguntas iniciais:

-A qual gênero literário pertence? 1ª João é uma carta universal(católica), uma epístola geral endereçada não a uma pessoa ou igreja específica mas para todos os cristãos em todos os tempos. Apesar de não apresentar todas as características comuns as demais cartas do NT, como acontece semelhantemente em Hebreus(Ex.: Identificação do autor, saudação, etc); ainda assim é possível considerar o estilo literário epistolar ou de carta.

-Quem escreveu? Quem foi o autor? A tradição e documentos históricos apontam para João, filho de Zebedeu, apóstolo de Jesus. Evidências internas como o estilo simples de escrita, uso de certas palavras e figuras de linguagem, assim como sua discrição como acontece no Evangelho que leva seu nome, tudo isso somado dão a João a autoria desta carta, não só esta mas o Evangelho de João, a 2ª e 3ª Carta de João e Apocalipse.

João, também irmão de Tiago, filhos de Zebedeu. Eram pescadores, conhecidos por Boanerges(filhos do Trovão). Jesus os encontrou e os chamou à beira do mar da Galileia quando estavam consertando e preparando as redes para pescar, eles de imediato deixaram as redes e o seguiram. João não contentou em seguir a Jesus de longe mas procurou cada vez mais intimidade, foi o único que seguiu Jesus até o Calvário. Ele e seu irmão Tiago tinham um temperamento forte, ao ponto de desejarem a morte de uma aldeia inteira em Samaria porque recusaram hospedar Jesus. Porém depois do processo João é conhecido como o apóstolo do amor, muito afetuoso, foi pastor em Éfeso, foi também exilado para a Ilha de Patmos, foi jogado vivo em um caldeirão de olho fervendo, morreu farto de dias e de morte natural.

O historiador Flavio Josefo, Herodes Agripa II, Marcião, Inácio de Antioquia, Policarpo, Clemente de Roma, Suetônio, Papias de Hierápolis, todos foram contemporâneos de João.

-Onde e Quando escreveu?Acredita-se que João escreveu de Éfeso, entre 80-95d.C, Éfeso foi fundada originalmente por volta de 1000 a.C. pelos gregos, ficando sob o controle romano em 133a.C, tornou-se a capital da província romana da Ásia Menor, 2ª maior cidade do império romano, atrás apenas de Roma, população em torno de 250 mil habitantes, grande centro comercial, cultural e entroncamento de estradas, cidade portuária lá foi construído o maior templo do mundo antigo, da deusa Diana ou Ártemis, uma cidade totalmente idólatra e escravizada. Éfeso recebeu o evangelho através das viagens missionárias de Paulo, o qual ensinou diariamente lá por 2 anos. Hoje localiza-se no sudoeste da atual Turquia.

-Qual contexto histórico e cultural da época? O império romano dominava ainda a Palestina, havia já grande perseguição aos judeus e cristãos, o imperador Domiciano reinava(81-96 d.C), nessa época a profissão de fé cristã era punível com morte(68-96 d.C). Jerusalém e o Templo já haviam sido destruídos no ano 70d.C pelo general Tito. Os cristãos já não podiam entrar nas sinagogas. Boa parte dos evangelhos já estavam circulando.

-Para quem escreveu? Cristãos das Igrejas da região da província da Asa Menor, crentes já convertidos que estavam sendo atacados por falsas doutrinas e heresias a respeito de Cristo e do Evangelho.

-Do que/sobre quem o texto trata? O texto reafirma de maneira simples e profunda quem é Jesus segundo o testemunho não só de João mas também dos demais apóstolos e de todo aquele que creu no Seu Nome e viveu um encontro real e pessoal com Cristo. Ele é fonte de vida, de comunhão e da completa alegria.

-Qual ou quais os propósitos da mensagem para o(s) destinatário(s) da época?

Reafirmar toda a verdade a cerca de Cristo, combatendo as falsas doutrinas(gnosticismo, negava a divindade de Jesus, gerou ascetismo e libertinagem) e outras heresias que surgiram entre os cristãos, com o propósito de para trazer de volta aqueles que se afastaram da comunhão e também para a alegria de todos, de quem está escrevendo e de quem está recebendo, a alegria no Espírito proveniente da certeza da salvação. 1Jo 5:13 “Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.”

-Contexto Histórico e Cultural

-Como aplicamos para nossos dias, para nossa vida?

A medida da comunhão de um indivíduo com Deus é sua experiência crescente do caráter divino em sua vida.

O testemunho do autor quanto à Palavra da vida era pessoal e de primeira mão, não só dele mas dos outros apóstolos(o testemunho de uma só pessoa não era válido naquela cultura).

A proclamação da vida eterna e das bênçãos de comunhão com Deus e plena alegria dela decorrentes é baseada no testemunho pessoal da encarnação de Jesus Cristo.

A presente proclamação visa o pleno desfrute da comunhão com o Pai e o Filho e a completa alegria do povo de Deus.

Passagens Cruzadas

Lc 24:39 Jo 5:24,26 Jo 17:3 Jo 20:20,27 Jo 15:11 At 4:20 1Jo 2:7,21,25 1Jo 4:9,14 1Jo 5:11,13

O que era desde o princípio

Criador de tudo, Presente na História, Soberano.

Deus sabe de tudo, sempre existiu, nos conhece desde a eternidade. Nos escolheu, manisfetou vida em nós, podemos hoje ouvi-lo, vê-lo(não fisicamente) mas de outras formas contemplamos o seu poder, seu agir, a exemplo da própria Palavra que temos acesso e a partir dela conhecemos mais Dele.

A resposta deles deve ser o fortalecimento da fé, deve produzir concerto e mais convicção ainda da salvação individual assim como incentiva-los a anunciar mais e mais este evangelho.

“O que era desde o princípio” eu posso citar Salmos 90:2

Deus, que criou todas as coisas, se fez humano, manifestando e comunicando aos homens vida eterna(plena) Nele e no Pai, e possibilitando a restauração da comunhão entre os homens e alegria completa entre eles.

A incredulidade natural do homem pós queda, sua tendência em crer apenas naquilo que consegue ver e sua inclinação para aceitar heresias e distorções da verdade divina.

“nossas mãos apalparam”, falar da passagem que Tomé faltou o culto e duvidou a ponto de desejar tocar nas feridas de Jesus(o texto não diz que Tomé tocou nas feridas, ver foi suficiente e Jesus disse:porque você me viu você creu, bem-aventurados os que não viram e creram)

O atributo Eterno de Deus comunicado a Seu Filho Jesus, o qual sempre existiu, e do qual sempre foi dado testemunho, no princípio através dos profetas, depois pelo próprio Cristo e agora por seus discípulos, os quais não só viram como são provas vivas da Verdade. O cristão não só vê Jesus no sentido de conhecer, mas o conhece na intimidade, contempland-o em suas próprias experiências. O conhecimento que temos de Jesus é uma das coisas que nos une, que mantém a nossa comunhão uns com os outros mas também com o Pai e com o próprio Filho Jesus, e este conhecimento deve ser compartilhado uns com os outros. A alegria do crente só é completa quando este anuncia Jesus, comunica esta boa mensagem, pois assim poderemos gozar da verdadeira comunhão.

A revelação progressiva de Deus ao longo da história(O que era, de quem foi falado, o que se revelou em carne, o que entrou em contato com o pecador e produz vida).

Jesus, o criador de tudo, o autor da vida, aquele que sempre existiu, que veio do Pai para revelar-se à humanidade, o que converge para si tudo e todos.

Logos: "A sabedoria pessoal e poder em união com Deus, de quem é o ministro na criação e no governo do universo, a causa da vida física e ética do mundo, a qual se revestiu da natureza humana, em Jesus o Messias, e se revelou abundantemente em suas palavras e ações”

A comunicação final de Deus da verdade sobre si mesmo.

Testemunho cristão

João faz questão de endossar seu testemunho, usa por 3 vezes os verbos ouvir e ver, e também usa o verbo apalpar.

Na versão ARA os verbos “temos ouvido” e “temos visto” do versículo 1 estão conjugados assim, enquanto nas demais versões está traduzido “ouvimos” e “vimos”.

João não coloca seu testemunho como algo isolado, pois o testemunho de uma única pessoa não era válido, mas se une ao testemunho dos outros apóstolos quando fala sempre na 1ª pessoa do plural.

No seu prólogo João faz referência aquilo que escreveu no evangelho.

Desejo de Deus para a igreja

Dar bom testemunho

O amor e a comunhão dos cristãos primitivos eram a sua marca registrada.

Crescer na graça e no conhecimento

Desenvolver comunhão

Koinonia: O ato de compartilhar atividades ou privilégios de uma íntima associação ou grupo. Ato de ter, dar ou receber uma parte de algo.

A proclamação do evangelho produz vida e comunhão.

A comunhão da Igreja com o Filho e consequentemente com o Pai, os dois são Um, e nós somos Um Nele.

Precisamos continuamente proclamar essas verdades assim como nossa própria experiência para todas as pessoas, incluse para aqueles que já são nossos irmãos e são atacados por doutrinas heréticas e vivem fora dos padrões que Deus estabeçeceu e que não condiz com a fé cristã, para que vivamos em comunhão e a alegria do Espírito possa transbordar em nosso ser.

Alegrar-se anunciando Cristo e Sua volta

Na maioria das versões no versículo 4 está escrito “nossa alegria seja completa”, mas na versão RC1914 está escrito “vosso gozo se cumpra”.

Compartilhar o Evangelho completa a alegria do cristão.

A nossa alegria só será completa se diante do conhecimento que obtemos de Cristo e nossa própia experiência com Ele pudermos anunciar e proporcionar comunhão e vida aos que estão de fora.

Os discípulos em Atos, não podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos.

A Palavra ardia no coração de Jeremias.

Ardia no coração dos discípulos a caminho de Emaús.