O SORRISO ESCONDIDO DE DEUS! Rute 3
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· 35 viewsDeus tem as rédeas da nossa história em suas mãos, e não negocia o nosso futuro em hipótese alguma.
Notes
Transcript
Grande ideia: Deus tem as rédeas da nossa história em suas mãos, e não negocia o nosso futuro em hipótese alguma.
Estrutura: Um casamento para Rute, agora é possível (vv. 1-7) e um compromisso de Boaz com Rute (vv. 8-18).
1. Descortina-se um novo cenário: o casamento para Rute é possível. (vv. 1-7)
(a) O texto repete a expressão de 1.9:
Rute 1:9
9 - O SENHOR vos dê que acheis descanso cada uma em casa de seu marido. E, beijando-as ela, levantaram a sua voz e choraram.
Moffaz traduziu assim: “Eu tenho de estabelecer tua vida”.
מנוח manowach
procedente de H5117; DITAT - 1323e; n m
1) lugar de descanso, estado ou condição de descanso, lugar
1a) lugar de descanso
1b) descanso, repouso, condição de descanso
1c) vinda para descanso
(b) Encontramos neste texto os deveres do “levir” (uma palavra latina que traduz o hebraico “cunhado”):
Rute 3:13
13 - Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã, se ele te redimir, bem está, que te redima; porém, se não quiser te redimir, vive o SENHOR, que eu te redimirei. Deita-te aqui até amanhã.
(c) A tradição do levirato está contemplada em outros textos: Gênesis 38 e Deuteronômio 25.5-10:
Deuteronômio 25:5-6
5 - Quando irmãos morarem juntos, e um deles morrer, e não tiver filho, então a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu cunhado estará com ela, e a receberá por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela.
6 - E o primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o seu nome não se apague em Israel.
(d) Em resumo:
David Atkinson:
O que parece proeminente no Antigo Testamento é a importância do nome da família: que o falecido sem filhos tivesse um filho e que sua viúva tivesse, portanto, o direito à maternidade como expressão de sua lealdade para com o marido falecido e de seu interesse de dar continuidade à herança dele.
(e) Também vemos neste texto a tradição do “goel”, um parente achegado que agia como remidor de pessoas ou propriedades. (Levítico 25.25-28; 25.47-49; Números 35.16ss)
David Atkinson:
A instituição do “goel” ilustra, assim, a ênfase que o Antigo Testamento dá ao povo de Deus como comunidade e à solidariedade do grupo familiar. As responsabilidades do “goel”, de agir como redentor, são responsabilidades familiares. Mas também um reflexo de um laço mais forte do que o relacionamento físico: o da lealdade da aliança.
2. Desenvolve-se um clima: Boaz se compromete com Rute. (vv.8-18)
(a) Todo o enredo aqui é um respeito santo, e não pode jamais ser interpretado como uma tramoia irreverente.
(b) “Estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és o meu goel”. Era um delicado pedido de casamento.
A frase “estende a tua capa”, que Kail e Delitizsch traduzem como “o canto da coberta”, lembra-nos (embora não seja uma expressão idêntica) as “asas” de Javé sob as quais Rute veio buscar refúgio. Pertencendo agora ao povo da aliança de Javé, ela busca a proteção das “asas” de Boaz através do casamento.
Rute 2:12
12 - O SENHOR retribua o teu feito; e te seja concedido pleno galardão da parte do SENHOR Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.
(c) Perfis de Boaz e Rute:
Rute 2:1
1 - E TINHA Noemi um parente de seu marido, homem valente e poderoso, da família de Elimeleque; e era o seu nome Boaz.
Rute 3:11
11 - Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.
A palavra “virtude” também se usa para com riqueza e opulência, força e valor, virtude e caráter.
Provérbios 31:10
10 - Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.
(d) Há aqui um contexto sensual, mas marcado pela integridade:
André Gava:
A deterioração moral de época “em que julgavam os juízes” acobertaria a imoralidade de ambos ou seria cúmplice de um contra o outro caso resolvessem abrir mão da sua integridade, sem sombra de dúvida. Mas, aí está o ponto: apesar das circunstâncias altamente favoráveis à prática do pecado, ambos não negociam sua integridade. Não se deixam dominar por qualquer apetite emocional ou carnal que eventualmente pudesse permear suas mentes e corações naquela noite.
(e) Boaz está propondo fazer algo “além de sua obrigação”.
(f) Não podemos nos esquecer de que “goel” vem da raiz que significa “comprar de volta” ou “remir”, mas fundamentalmente tem o sentido de “proteger”.
(g) A doutrina da providência divina está em voga aqui também (bem como em todo o livro de Rute):
David Atkinson:
Percebemos como geralmente há uma graça especial através das circunstâncias do sofrimento, a qual nos apresenta, de maneira não acessível em outras circunstâncias aos recursos do conforto todo-poderoso de Deus. Depois vimos como a graça esteve ligado à provisão, de maneira muito material, na oportunidade que Rute teve de rebuscar nos campos de Boaz e através da generosidade do próprio Boaz. E agora somos apresentados ao resgatador. Os benefícios da bondosa providência de Deus no pensamento do autor de Rute estão ligados à pessoa de Boaz, o parente remidor, através de quem veio grande parte desses benefícios.
Ricardo Gondim:
O verdadeiro amor se concretiza com gestos com a mesma profundidade que é proclamado pelos lábios. O verdadeiro amor procura legitimar-se sem relutância. Ele descarta os riscos e paga qualquer preço. O verdadeiro amor não teme assumir compromissos.
(h) Ainda:
O compromisso entre Rute e Boaz era baseado no caráter comum deles, que sempre é um fundamento melhor para um relacionamento duradouro do que a mera atração física. A união deles era de caráter e não amorosa: ambos eram pessoas de conteúdo.
Duguid, Iain M.. Estudos bíblicos expositivos em Ester e Rute (p. 244). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
Provérbios 31.1 (NAA)
1 Palavras do rei Lemuel, de Massá, que a mãe dele lhe ensinou.
Provérbios 31.30 (NAA)
30 Enganosa é a graça, e vã é a formosura, mas a mulher que teme o Senhor, essa será louvada.
Quando os jovens cristãos (e os não tão jovens) falam sobre o que estão procurando num cônjuge, a lista deles nem sempre é repleta de características espirituais. Na verdade, o que se pode observar é que, na prática, uma lista diferente tem prioridade, uma lista em que a beleza e o charme exterior acabam sendo valores inegociáveis. Boaz e Rute parecem ter tido critérios bem mais bíblicos nessa área do que a maioria das pessoas.
Duguid, Iain M.. Estudos bíblicos expositivos em Ester e Rute (p. 244). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
3. Outras aplicações:
(a) Casamento é para ser um “lugar seguro” para trazer felicidade ao homem e a mulher.
Gênesis 2:18-20
18 - E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.
19 - Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
Provérbios 19:14
14 - A casa e os bens são herança dos pais; porém do SENHOR vem a esposa prudente.
Mateus 19:6
6 - Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
(b) Em nossos namoros e noivados, nos preparativos para o casamento perderam-se a ênfase nos rituais. Tudo é muito instantâneo e irreverente.
http://www.universal.org/noticia/2012/05/06/ritos-do-casamento-23170.html
Aliança
Os antigos egípcios começaram a utilizar anéis como símbolo do casamento. Os gregos e romanos adaptaram o costume e o passaram para o dedo anular da mão esquerda, pois acreditavam que ele possuía uma veia que ia dar direto no coração, órgão que representa o amor, costume também presente na Índia antiga (a propósito, a popular “veia do amor” que vai até o coração não existe).
No início, também era usada para marcar a noiva como propriedade do noivo, mostrando que ela não estava mais disponível a novos pedidos. Com o tempo, os cristãos tiraram do costume o caráter de propriedade, fazendo do anel um símbolo de união e aceitação mútua do casal (e o homem também passou a usá-lo), além de continuar a mostrar que aquelas duas pessoas não estavam mais disponíveis. O ouro é o metal mais usado, por sua durabilidade, dando a ideia de uma união também durável.
(c) Perde-se o encanto do amor, quando não há respeito pelo que o outro representa e não apenas pelo que ele ou ela pode proporcionar em termos de sexo.
C. S. Lewis:
Eros, por sua vez, faz com que o homem não deseje uma simples mulher, mas uma mulher especial. De algum modo misterioso mais indiscutível, o amante deseja a amada, ela mesma, e não o prazer que lhe pode proporcionar. Amante nenhum no mundo jamais procurou os abraços da mulher amada como resultado de um cálculo, embora inconsciente, de que seriam mais agradáveis do que os de qualquer outra.
(d) Descontadas as questões culturais, no pensamento bíblico cabe ao homem toda preparação para o casamento. A mulher precisa ser cortejada e o homem o cortejador. Sempre.
NVT:
24 Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.
(e) O homem certo para a mulher certa, e a mulher certa para o homem certo é obra da providente “mão invisível” do Senhor. Pare de procurar por você mesmo!
Salmos 16:11
11 - Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.
Isaías 64.4 (NAA)
4 Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.
Não julgue o Senhor com débil entendimento,
Mas confie nele para sua graça.
Por trás de uma providência carrancuda,
Ele oculta uma face sorridente.
(William Cowper)
Ilustr.:
Conta-se uma velha história de que no momento em que José começou a falar com Deus sobre a tentação e sua tentadora, esta tirou a roupa e jogou sobre a estátua de uma das divindades egípcias que estava no quarto e disse:” Pronto! Agora deus não verá!”. Mas José respondeu: “O meu Deus vê!”.