DOIS ANIMAIS ESTRANHOS E O NÚMERO 666
Domingos de Esperança - 2022 - A Última Chamada • Sermon • Submitted
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DOIS ANIMAIS ESTRANHOS E O NÚMERO 666
INTRODUÇÃO
Ilustração
O pastor Alejandro Bullón, autor desta série comenta que recebeu certa vez a carta dramática de uma garota que durante anos desperdiçou a vida afundada no mundo das drogas e da promiscuidade. Os pais dela sofriam muito. Choravam e suplicavam a Deus que realizasse um milagre na vida da filha. Com apenas 16 anos, ela havia fugido de casa à procura de novos horizontes. Cinco anos mais tarde estava completamente prisioneira de uma série de circunstâncias irreversíveis, do ponto de vista humano.
Era uma noite fria do mês de junho, em São Paulo. As luzes de neon piscavam, iluminando os nomes das boates e dos clubes noturnos de uma parte da cidade denominada “boca do lixo”. Lá estava ela, parada em uma esquina, tentando vender o corpo para comprar um pouco de droga. O inferno de sentimentos, lembranças e revoltas lhe queimava o peito. Sentia-se injustiçada pela vida, sozinha e esquecida por todo mundo.
Às vezes, Deus nos permite correr e correr, até cairmos exaustos em alguma esquina da vida. Às vezes, essa é a única maneira de lembrar que Ele existe; quando tudo falha, depois de ter destruído a família, os sonhos e os ideais, quando nos restam apenas os cacos e os farrapos de um presente sem perspectivas. No lixo da vida, a quem clamar, senão a Deus?
Foi isso o que a garota de nossa história fez. Do fundo de um coração cheio de rancor e angústia, clamou e foi ouvida. A história de sua conversão poderia ser relatada como mais um milagre de Jesus no fim do século 20. Mas a carta relatava outro incidente capaz de chocar qualquer pessoa. Depois de meses estudando as Escrituras, aquela jovem descobriu o plano de Deus para a sua vida. Aceitou Jesus como Salvador e foi batizada, conforme a Bíblia orienta.
Era véspera de Natal, quando decidiu retornar para casa e oferecer à mãe o maior presente que qualquer filha poderia oferecer, abraçá-la e dizer: “mãe, Deus realizou um milagre na minha vida. Você não terá que passar mais noites de lágrimas e sofrimento pela filha extraviada. Jesus mudou minha vida, e hoje estou aqui de volta ao lar.” Viajou 1.500 quilômetros até chegar à pequena cidade onde nasceu. Mas, quando a mãe soube que ela havia sido batizada em uma igreja diferente da sua, quase gritou:
– Você desonrou a nossa família vivendo uma vida perdida. Trouxe vergonha e, agora, como se tudo isso fosse pouco, você ainda me diz que traiu a religião dos seus pais? Você renegou a tradição de sua família? Preferiria antes ver você drogada e prostituída do que “crente”!
– Mãe. – Disse a garota. – Você não compreende? Eu não estou falando apenas de religião. Estou falando de vida. Eu era uma pobre drogada, e Jesus mudou a minha vida! Você compreende? Porém a mãe não compreendeu, e esse foi o motivo da carta. A garota se sentia incompreendida, e, dessa vez, não foi ela quem fugiu de casa. Foram os pais que a expulsaram.
O que tudo isso tem a ver com o Apocalipse? Tem muito a ver, porque no capítulo 13 encontramos uma profecia que diz respeito à intolerância religiosa. Essa profecia faz referência à perseguição que os filhos de Deus sofrerão nos dias antecedentes à volta de Cristo.
I – AS DUAS GRANDES BESTAS
Inimigos de Deus Disfarçados
No capítulo 13 são descritas duas grandes bestas. A primeira emerge do mar (Apo 13:1); a segunda, da terra (Apo 13:11). À primeira foi dado poder para lutar “contra os santos e os [vencer]” (Ap 13:7). E a segunda proíbe que alguém possa comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da besta ou o número do seu nome (Ap 13:17).
O termo “besta” pode ser uma palavra pejorativa ou insultante para ofender e agredir. Mas não é nesse sentido que a profecia a utiliza. Profeticamente, “besta” é símbolo de poder. E aqui estamos tentando identificar dois tipos de poder que agirão juntos no fim dos tempos para perseguir e obrigar a humanidade a desobedecer a Deus.
VAMOS LER como João descreve a primeira besta: APOCALIPSE 13:1-8.
Pelo que acabamos de ler, essa besta tem as seguintes características:
É um poder religioso e recebe adoração das pessoas: “E ela será adorada por todos os que habitam sobre a Terra” (verso 8).
Também é um poder político de alcance mundial: “Foi-lhe dada, ainda, autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação” (verso 7].
Em um dado momento da história, perde seu poder, mas após algum tempo restaura sua condição proeminente: “Uma das cabeças da besta parecia ter sido golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada” (verso 3). Quando o general Berthier aprisionou em 1798 a Pio VI, o líder religioso da igreja, esse poder foi mortalmente ferido, mas se recuperou com o tempo.
Blasfema contra Deus: “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias” (verso 5).
Persegue o povo de Deus: “Foi-lhe permitido, também, que lutasse contra os santos e os vencesse” (verso 7).
Seu poder dura 42 meses que, em linguagem profética, equivale a 1.260 anos [42 x 30 = 1.260): “Foi-lhe dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses” [verso 5). Esse período de perseguição de 1260 anos, foi de 538 a.D. a 1798 a.D., correspondente à aquisição e perda do poder temporal da liderança religiosa hostil ao povo de Deus.
Os textos acima se referem a um poder que forçará a consciência das pessoas para que adorem conforme os seus dogmas. Para identificarmos essa instituição hoje, precisamos responder ao seguinte:
Conhecemos algum poder que, além de religioso, tem uma influência política poderosa, e cuja autoridade se faz sentir em cada tribo, povo, língua e nação?
Há algum poder religioso que, além de ter essa primeira característica, perdeu, em algum momento da história, a força política e tem recuperado gradativamente sua proeminência mundial? O texto bíblico diz que “uma das cabeças da besta parecia ter sido golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada. E toda a terra se maravilhou, seguindo a besta” (verso 3).
Onde é possível ver um poder religioso respeitado e admirado por reis, príncipes, presidentes da República e ministros de Estado?
Porventura tem esse poder blasfemado contra Deus ou, nas palavras de Daniel, “[tentado] mudar os tempos e a lei”? (Daniel 7:25). Procure na Bíblia a lei de Deus, tal como Ele a entregou em Êxodo 20.1-17, e comparemos com a lei que os seres humanos hoje conhecem. Depois respondamos: Quem mudou essa lei?
Esse poder religioso perseguiu pessoas, em algum momento da história, porque elas preferiram obedecer à Bíblia, e não à igreja dominante?
Não é fácil fazer essa abordagem, porque a fé e a consciência das pessoas são patrimônios sagrados. Você, que agora nos assiste, é a coisa mais linda que Deus criou. Ele sabe que você é sincero naquilo em que acredita. E eu não tenho o direito de lhe causar sofrimento; mas, por outro lado, não devemos permitir que as verdades divinas para o tempo do fim permaneçam ocultas! Pois, o que está em jogo é a soberania do Criador.
Desejo que você leia o que diz o registro sagrado. Olhe ao seu redor. Veja os acontecimentos religiosos e políticos e tome uma decisão. Mas, por favor, deixe de lado o preconceito. Tente analisar as Escrituras Sagradas não apenas com o coração, mas também com o raciocínio e com a mente analítica que procura, sinceramente, conhecer a Verdade.
II – A SEGUNDA BESTA
Parece Cordeiro, mas fala como Dragão
VAMOS LER como João descreve a segunda besta: APOCALIPSE 13:11-18.
Com esses versos em mente, analisemos as características da segunda besta:
É um poder que, no início, fala como cordeiro, mas, depois, como dragão. O cordeiro é símbolo de Jesus no seu aspecto sacrifical, o que corresponde ao centro do evangelho por Ele ensinado. Isso significa que esse poder foi cristão no início de sua existência, mas mudou seu tom de voz, passando a falar como dragão.
Esse poder empenha toda sua força a serviço da primeira besta e não exige adoração para si, mas para a primeira besta, fazendo com que a Terra e os seus habitantes a adorem.
É um poder que pretende imitar os sinais e as maravilhas operadas pelo Espírito Santo, ao fazer “descer fogo do céu”.
É um poder que, além de dar força à primeira besta, exige obediência à sua imagem, ou seja, algo que se parece com o original, mas não é.
É um poder que dá força à imagem e até decreta a morte aos que não a adorarem.
Ordena colocar a marca da besta em todas as pessoas, para impedir de comprar ou vender aos que não possuem a marca.
Para identificar a instituição simbolizada pela segunda besta, novamente é preciso indagar o seguinte:
Há algum país poderoso que, no início de sua história, foi cristão, estudioso da Bíblia, e que defendia o direito individual de adorar a Deus segundo os ditames da consciência, ou seja, falava como cordeiro?
Há algum país reconhecido como berço do espiritualismo e das experiências extáticas dentro do contexto cristão?
Existe algum país poderoso e de origem cristã, que no decorrer do tempo foi se tornando secularizado e berçário de todo tipo de ideologias e filosofias que não passam da “voz disfarçada do dragão”?
Com a Bíblia aberta e o conhecimento histórico, não é difícil identificar esse país e perceber como todas as características, de alguma forma, estão sendo cumpridas. Mas a Bíblia ainda menciona outras características que se cumprirão em um futuro próximo:
Esse país escolherá um dia da semana como símbolo do primeiro poder mencionado neste capítulo.
Esse país exigirá que toda pessoa adore a Deus nesse dia, sob a pena de não poder comprar nem vender, caso não obedeça.
III – O NÚMERO 666
A Identificação do Anticristo
O último verso de Apocalipse 13 diz literalmente: “Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de ser humano. E esse número é seiscentos e sessenta e seis.” Esse misterioso número tem criado todo tipo de especulação entre os estudiosos da Bíblia. Para saber o seu significado, é preciso conhecer algo de numerologia bíblica. Diferentemente da numerologia ocultista, que concede aos números poder para determinar o rumo e o destino das pessoas e das coisas, a numerologia bíblica é apenas simbólica, conforme veremos a seguir.
No livro de Daniel, a imagem erigida pelo rei da antiga Babilônia, media 60 cúbitos (Côvados) de comprimento e 6 cúbitos (Côvados) de largura (Dan. 3:1). Na dedicação da imagem, eram 6 os principais instrumentos da orquestra de Nabucodonosor (Dan. 3:5, 10, 15). Belsazar, em sua festividade profana, louvou a 6 deuses (Dan. 5:5, 23). A árvore que representava o rei Nabucodonosor no capítulo 4, é mencionada 6 vezes (versos 10, 11, 14, 20, 23, 26). No Apocalipse a palavra “Babilônia” é mencionada 6 vezes (14:8; 16:19; 17:5; 18:2, 10, 21). A mulher que representa a igreja de Babilônia, também é mencionada 6 vezes (17:3, 4, 6, 7, 9, 18). Relacionados às vestes dessa mulher estão catalogados 6 objetos (17:4 e 18:16). A prostituição ou fornicação dessa mulher é mencionada 6 vezes (2:21; 14:8; 17:2, 4; 18;3; 19:2). As vozes de 6 pessoas não serão mais ouvidas em Babilônia (18:22-23). As coisas que não mais serão achadas em Babilônia, também são 6 (18:14, 21-23). Os mil anos de desolação da Terra são mencionados 6 vezes (20:2-7). Todos esses elementos devem ser lembrados ao estudarmos o número 666 de Apocalipse 13:18.
O número seis é mencionado 92 vezes na Bíblia. Em todas elas se refere ao ser humano, sua natureza, suas obras, sua herança e seu destino. Por exemplo: Desde a criação, o ser humano deveria trabalhar seis dias. O sétimo era de Deus. A Bíblia diz que a raça humana foi criada no sexto dia e, a partir dali, o número seis sempre foi símbolo da humanidade, e se relaciona com sua imperfeição. O ser humano seria perfeito somente relacionando-se com o seu Criador, simbolizado pelo número sete.
O número sete, por exemplo, é símbolo de perfeição. É impressionante o fato de que Deus abençoou o sétimo dia da semana e o reservou como sagrado, inteiramente pertencente a Ele. O número sete é mencionado 323 vezes na Bíblia e, em todas elas, refere-se a Deus e a Suas obras de misericórdia e de juízo. É o símbolo de Deus, de Seu poder e de Seu governo.
“Sete” é o número perfeito. Pertence a Deus e, portanto, simboliza o ideal divino. “Seis” é o símbolo daquilo que não alcança a divindade; é o símbolo do humano. Aproxima-se do número sete, mas nunca poderá alcançá-lo. Existe um abismo enorme entre a humanidade, identificada com o número seis da imperfeição, e o seu Criador, identificado com o número sete, completo e perfeito.
Como vimos, o poder político/religioso é identificado, além de outras características, pelo número 666. É o número seis repetido três vezes. Se seis é o símbolo da humanidade, existe nesse poder um esforço humano desesperado e intensificado para alcançar a perfeição divina. Pretende ser Deus, mas não é. Atribui a si mesmo prerrogativas divinas, mas não as têm. Pode fazer o que quiser, exigir o que desejar, mas não passa de um poder humano.
É um engano que leva a humanidade a aceitar o humano em vez do divino, que tranquiliza as pessoas, fazendo-as crer que servem a Deus, quando, na realidade, são súditas do inimigo, que vem disfarçado de religioso.
IV – CRESCIMENTO ESPIRITUAL: UMA DECISÃO IMPORTANTE
Mudança de Rumo
Neste milênio, a humanidade vive seu grande momento de decisão sem perceber. Decidir algo importante, com frequência exige mudança de rumo. Decidir envolve, geralmente, a aceitação de novas verdades. Isso é crescer. E, como dissemos, não há crescimento sem dor. Talvez por isso os seres humanos resistem ao crescimento. Crescer não é negar o passado, é tomar o passado como base para construir o futuro.
Imagine-se no ensino fundamental. Lá, aprendeu a somar, subtrair, multiplicar e dividir. Mas a vida não parou por ali. Depois você chegou ao ensino médio e aprendeu álgebra, física, química e trigonometria. E a vida seguiu seu curso normal. Você foi à universidade e estudou física nuclear, trigonometria espacial e física quântica. Seria justo, estando na universidade, voltar os olhos anos atrás e dizer: “Quando estava no ensino fundamental, estava errado.” Você estava errado? Não. Estava apenas crescendo. Errado estaria se chegasse ao ensino médio, o professor lhe tentasse ensinar álgebra e você dissesse: “Não quero aprender, porque para mim basta somar, subtrair, multiplicar e dividir.” Errado é não querer crescer. Errado é pensar que o que conhecemos em qualquer área da vida é o suficiente. Porque a verdade não tem limite, a cada dia se aprende. E aprender significa crescer; e não existe crescimento sem dor. Talvez seja essa a razão por que as pessoas resistem ao crescimento.
CONCLUSÃO
Com a exposição de hoje descobrimos que:
Deus tem dois grandes inimigos: a primeira e a segunda bestas do Apocalipse.
Elas pretendem ser amigas das pessoas, mas na verdade, trabalham para o inimigo de Deus e planejam neutralizar a obra de salvação em Cristo.
Enquanto Deus recomenda que sigamos as diretrizes da Sua Palavra, a primeira besta se apoia em tradições humanas e usou o expediente da força bruta para perseguir o povo eleito durante 1260 anos.
A segunda besta é uma poderosa nação que se levantará para dar apoio à primeira e obrigar à população da Terra obedecer aos dogmas da primeira besta.
Deus está conclamando aos Seus filhos sinceros que saiam de Babilônia e se juntem ao Seu povo eleito.
APELO
Temos consciência de que a cabeça compreende, mas o coração não aceita. Dói aqui dentro, mesmo sabendo que é hora de partir em direção a um novo horizonte. Neste momento, você pode confiar em seu Pai amado, porque Ele está sofrendo com você, pois conhece a dor de seu coração. Ele sabe da luta que você experimenta quando seus olhos se abrem, de repente, a verdades que você não conhecia, mas que estão ali, nas Sagradas Escrituras, diante de você. Aceite o Seu chamado para a nova vida que Ele lhe oferece. Confie em seu Pai Celestial, pois Ele não falhará.
PRÓXIMO TEMA:
O SELO DE DEUS E A MARCA DA APOSTASIA