O DEUS IMUTÁVEL REQUER QUE POVO OEBEDEÇA.

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Malaquias: A Igreja no Tribunal de Deus (A Restauração está Fundamentada no Caráter Imutável de Deus (3.6))
Malaquias destaca três verdades importantes aqui, na consideração deste assunto.Em primeiro lugar, Deus é imutável em Seu ser. Deus é o mesmo sempre. Ele não tem começo nem fim. É o mesmo ontem, hoje e o será para sempre. Nele não há variação nem sombra de mudança. Deus não tem picos de crise. Seu amor por nós não passa por baixas. Não podemos fazer nada para Deus nos amar mais nem deixar de fazer coisa alguma para Deus nos amar menos. Seu amor por nós é eterno, contínuo e incondicional. A causa do amor de Deus por nós está Nele mesmo.Em segundo lugar, Deus é imutável em relação à Sua aliança conosco. Deus é leal ao compromisso que assume. Como filhos de Jacó, trazemos suas marcas, somos inconstantes. Contudo, ainda que sejamos infiéis, Deus não nega a si mesmo. Mesmo quando somos infiéis, Deus permanece fiel (2Tm 2.13). Ele prometeu ser o nosso Deus para sempre. Ele prometeu nunca nos abandonar. Ele nos disciplina e nos corrige, mas jamais nos destrói.Em terceiro lugar, a imutabilidade de Deus é a nossa segurança. A imutabilidade divina é a causa de não sermos destruídos. Se Deus nos tratasse segundo os nossos pecados, estaríamos arruinados. A nossa inconstância não abala a imutabilidade de Deus enquanto que Seu amor perseverante é que nos dá garantia da salvação. A segurança da salvação não está estribada em nós, mas em Deus; não se apóia no frágil bordão da nossa instabilidade, mas no rochedo firme da imutabilidade divina.
1. A nação é mais uma vez acusada de frouxidão religiosa (3.7–12).1. A geração de Malaquias incorre nos mesmos fracassos espirituais de seus antepassados (3.7).
Malaquias: A Igreja no Tribunal de Deus A Restauração está Disponível Mediante um Convite Gracioso de Deus (3.7)

O profeta Malaquias destaca quatro verdades fundamentais nesse convite gracioso de Deus:

Em primeiro lugar, a paciência perseverante do restaurador. “Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes” (3.7). A geração de Malaquias estava no mesmo curso de desvio e desobediência dos seus pais. Apesar desse doloroso fato, Deus não desiste do Seu povo nem desiste do direito que tem de atraí-lo para Si, de chamá-lo ao arrependimento e de atraí-lo com cordas de amor. Deus o chama à restauração apesar de tantos anos de apostasia e rebeldia.

Em segundo lugar, o profundo anseio do restaurador. “Tornai-vos para mim…” (3.7). Deus não quer apenas uma volta a determinados ritos sagrados, a uma religiosidade formal. Ele quer comunhão, relacionamento, por isso, diz: “tornai-vos para mim”. O cristianismo é mais do que um credo. É comunhão com uma pessoa, a pessoa bendita do Deus eterno. É um relacionamento vivo com o Deus vivo. A palavra “tornar” significa arrepender-se, mudar de rumo e seguir na direção oposta.

Em terceiro lugar, a dinâmica relacional do restaurador. “E eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos” (3.7). Se nós quisermos que Deus se volte para nós, devemos nos voltar para Ele, porque fomos nós que mudamos e não Deus; Ele é imutavelmente o mesmo (3.7). Quando nos voltamos para Deus, o Deus da aliança, encontramos sempre os Seus braços abertos, o beijo do perdão e a festa da reconciliação. Quando o povo de Deus se volta para Ele em penitência, Deus se torna para ele em bênçãos e prosperidade.93

Deus procura adoradores e não adoração. Deus quer a nós, mais do que o nosso culto, o nosso serviço. Antes de Deus requerer o dízimo, Ele requer o coração. Antes de Deus ordenar trazer os dízimos, Deus ordena trazer a vida. Os fariseus do tempo de Jesus eram extremamente zelosos na devolução dos dízimos. Eles davam até mesmo o dízimo das hortaliças. Todavia, Jesus os denunciou como hipócritas, porque davam o dízimo do endro, da hortelã e do cominho, mas negligenciavam os preceitos principais da lei: a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Os fariseus transformaram a religião num conjunto interminável de rituais e deixaram de ter um relacionamento vivo e íntimo com Deus. Os fariseus superestimaram o dízimo, pensando que ao devolverem-no com fidelidade podiam negligenciar o aspecto relacional da fé. Contudo, o princípio bíblico é que o coração precisa vir primeiro para Deus, depois o bolso virá naturalmente. Jesus expressou isso claramente ao dizer que onde está o nosso tesouro, aí também estará o nosso coração (Mt 6.21). Se você ama a Deus, você não terá nenhuma dificuldade de ser um dizimista fiel.

Em quarto lugar, a insensibilidade espiritual dos que são chamados à restauração. “Mas vós dizeis: em que havemos de tornar?” (3.7). Pior do que o pecado é a insensibilidade a ele. Pior do que a transgressão é a falta de consciência dela. A cauterização e o anestesiamento da consciência são estágios mais avançados da decadência espiritual.

2. A evidência do fracasso de Israel é a falta de provisão para o ministério do templo (3.8,9).3.
Malaquias: A Igreja no Tribunal de Deus A Restauração Passa pela Fidelidade na Devolução dos Dízimos (3.8–10)

Precisamos entender alguns aspectos importantes sobre a questão do dízimo. Esse é um tema claro nas Escrituras. Muitas pessoas, por desconhecimento, têm medo de ensinar sobre esse importante tema. Outras, por ganância, fazem dele um instrumento para extorquir os incautos. Ainda outras, por desculpas infundadas, sonegam-no, retêm-no e apropriam-se indevidamente do que é santo ao Senhor. O povo de Deus, que fora restaurado por Deus, agora estava roubando a Deus nos dízimos e nas ofertas.

Thomas V. Moore interpretando a lei de Moisés, diz que os dízimos requeridos pela lei mosaica eram 10% de tudo o que o povo recebia, valores esses destinados à manutenção dos levitas (Lv 27.30–32). Desses dízimos os levitas pagavam 10% aos sacerdotes (Nm 18.26–28). Ainda, outro dízimo era pago pelo povo a cada três anos, destinado aos pobres, viúvas e órfãos (Dt 14.28,29).

Vejamos alguns pontos importantes sobre o dízimo.

Em primeiro lugar, o dízimo é um princípio estabelecido pelo próprio Deus. A palavra dízimo maaser (hebraico) e dexatem (grego) significa 10% de alguma coisa ou de algum valor. O dízimo não é uma cota de 1% nem de 9%; o dízimo é a décima parte de tudo o que o homem recebe (Gn 14.20; Ml 3.10). O dízimo não é invenção da Igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo não é dar dinheiro à igreja, é ato de adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é mandamento; não é oferta, é dívida; não é sobra, é primícia; não é um peso, é uma bênção.

O dízimo é ensinado em toda a Bíblia: antes da lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos (Pv 3.9,10), proféticos (Ml 3.8–12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb 7.8). O dízimo não é uma questão meramente financeira, mas, sobretudo, espiritual. O bolso revela o coração. Durante o reinado de Ezequias, houve um grande despertamento espiritual e o resultado foi a dedicação de dízimos e ofertas ao Senhor (2Cr 31.5,12,19). Sempre que o povo de Deus se volta para o Senhor com o coração quebrantado, os dízimos são devolvidos.

Em segundo lugar, o dízimo é santo ao Senhor (Lv 27.32). Quando o rei Belsazar usou as coisas santas e sagradas do templo de Deus para o seu próprio deleite, o juízo divino caiu sobre ele (Dn 5.22–31). Quando Acã apanhou o que eram as primícias para Deus (Js 6.18,19) e as escondeu debaixo da sua tenda, o castigo de Deus veio sobre ele (Js 7.1).

Em terceiro lugar, o dízimo faz parte do culto. A devolução dos dízimos fazia parte da liturgia do culto. “A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos…” (Dt 12.6). A devolucão dos dízimos é um ato litúrgico, um ato de adoração que deve fazer parte do culto do povo de Deus.

Em quarto lugar, o dízimo é para o sustento da Casa de Deus. “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação” (Nm 18.21). O dízimo é o recurso que Deus estabeleceu para o sustento de pastores, missionários, obreiros, aquisição de terrenos, construção de templos, compra de literatura, assistência social, bem como toda a manutenção e extensão da obra de Deus sobre a terra. Se no judaísmo os adoradores traziam mais de 10% de tudo que recebiam para a manutenção da Casa de Deus e dos obreiros de Deus, bem como para atender às necessidades dos pobres, muito mais agora, que a Igreja tem o compromisso de fazer discípulos de todas as nações.

Em quinto lugar, vejamos algumas desculpas descabidas quanto ao dízimo

A primeira desculpa é a justificativa teológica: O dízimo é da lei. Sim, o dízimo é da lei, é antes da lei e também depois da lei. Ele existiu no sacerdócio de Melquisedeque, no sacerdócio levítico e no sacerdócio de Cristo. A graça vai sempre além da lei (Mt 23.23). Se a lei nos isenta do dízimo, então também nos isentará da justiça, da misericórdia e da fé, pois também são da lei. Ainda que o dízimo fosse uma prática exclusiva da lei, mesmo assim, deveríamos observá-lo, pois também o decálogo é da lei e nem por isso sentimo-nos desobrigados de obedecê-lo. Ivonildo Teixeira corretamente exorta àqueles que tentam escapar da responsabilidade do dízimo dizendo que só vêem sua prática no Antigo Testamento:

Que bom você enxergar o dízimo no Testamento que fala do povo de Deus, dos grandes milagres, dos homens ungidos, dos reis e rainhas, dos profetas e sacerdotes que foram tremendamente usados por Deus. É no Antigo Testamento que encontramos os Dez Mandamentos que nos ensinam a: “Não adorar a outro Deus”, “Não fazer imagens de escultura”, “Não matar”, “Não adulterar”, “Não roubar”, “Não cobiçar”. Como estas leis estão inseridas no Antigo Testamento, sendo assim, você vai fazer tudo ao contrário? Creio que não! Se você crê na inspiração do Antigo Testamento, o dízimo está incluso, ordenado por Deus, e isto basta!

A segunda desculpa é a justificativa financeira: “O que eu ganho não sobra”. Dízimo não é sobra, é primícia. Deus não é Deus de sobra, de resto. A sobra nós damos para os animais domésticos. A ordem de Deus é: “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda…” (Pv 3.9). Os homens fiéis sempre separaram o melhor para Deus, ou seja as primícias (Êx 23.19; 1Cr 29.16; Ne 10.37). Se não formos fiéis, Deus não deixa sobrar. O profeta Ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca num saco furado, vaza tudo. O que ele rouba de Deus foge entre os dedos (Ag 1.6). Hoje os cristãos gastam mais com cosmético do que com o Reino de Deus. Investem mais em coisas supérfluas do que com a salvação dos perdidos. Gastamos mais com aquilo que perece do que com a evangelização do mundo. Quando acumulamos justificativas e desculpas para sonegarmos o dízimo, estamos revelando apenas que o Reino de Deus não é nossa prioridade e que o nosso amor por Deus é menor do que o apego ao dinheiro. Quando dizemos que a razão de retermos o dízimo é que se o pagarmos vai nos faltar o básico, estamos permitindo que Satanás encha o nosso coração de incredulidade. É Deus quem cuida do Seu povo. Dele vem a nossa provisão. Cabe-nos obedecer a Deus e deixar as conseqüências em Suas mãos. Ele é fiel!

A terceira desculpa é a justificativa matemática: “Eu não entrego o dízimo, porque tem crente que não é dizimista e prospera ao passo que tem crente dizimista pobre”. Não basta apenas ser dizimista, é preciso ter a motivação correta. É um ledo engano pensar que as bênçãos de Deus limitam-se apenas às coisas materiais. As pessoas mais ricas e mais felizes do mundo foram aquelas que abriram mão do que não podiam reter, para ganhar o que não podiam perder. Dízimo não é barganha nem negócio com Deus. Precisamos servir a Deus por quem Ele é e não pelo que vamos receber em troca. Se o seu coração está no dinheiro, você ainda precisa ser convertido. A prosperidade financeira sem Deus pode ser um laço. Um homem nunca é tão pobre como quando ele só possui dinheiro. Jesus disse que a vida de um homem não consiste nas riquezas que ele possui. Nada trouxemos para este mundo, nada levaremos dele. O máximo que o dinheiro pode oferecer ao homem é um rico enterro. Riqueza sem salvação é a mais consumada miséria.

A quarta desculpa é a justificativa sentimental: “Eu não sinto que devo entregar o dízimo”. Pagar o dízimo não é questão de sentimento, mas de obediência. O crente vive pela fé e fé na Palavra. Não posso chegar diante do gerente e dizer que não sinto vontade de pagar a dívida no banco. Não posso encher o meu carrinho de compras no supermercado e depois dizer para o caixa: “eu não sinto vontade de pagar essa dívida”. Apropriar-se do dízimo é desonestidade, é roubo, é subtrair o que não nos pertence. Enganam-se aqueles que sonegam o dízimo porque julgam que Deus não bate à sua porta para cobrar nem manda seu nome para o SPC do céu. A Bíblia diz que de Deus não se zomba, aquilo que o homem semear, isso ceifará. A retenção do dízimo provoca a maldição divina e a ação devastadora do devorador.

A quinta desculpa é a justificativa da consciência: “Eu não sou dizimista, mas dou oferta”. Dízimo é dívida, oferta é presente. Primeiro, você paga a dívida, depois dá o presente. Não posso ser honesto com uma pessoa, se devo a ela dez mil reais, e chego com um presente de quinhentos reais, visando, com isso, liquidar a dívida. Não podemos subornar a Deus. Ele não pode ser comprado nem enganado. Deus requer fidelidade!

A sexta desculpa é a justificativa política: “A igreja não administra bem o dízimo”. Deus mandou que eu trouxesse todos os dízimos à casa do Tesouro, mas não me nomeou fiscal do dízimo. Eu não sou juiz do dízimo de Deus. Minha obediência não deve ser condicional. Quem administra o dízimo vai prestar contas a Deus.

A sétima desculpa é a desculpa da visão mesquinha: “A igreja é rica, ela não precisa do meu dízimo”. Em primeiro lugar, o dízimo não é meu, mas de Deus. Em segundo lugar, meu dever é entregá-lo com fidelidade como Deus me ordenou e onde Deus me ordenou. Ainda perguntamos: será que temos tomado conhecimento das necessidades da igreja? Vislumbramos as possibilidades de investimento em prol do avanço da obra? Além do mais, o dízimo não é da igreja, é do Senhor. É Ele quem o recebe (Hb 7.8).

A oitava desculpa é a desculpa da discordância pessoal: “Eu não concordo com o dízimo”. Temos o direito de discordar, só não temos o direito de escolher as conseqüências das nossas decisões. Quando discordamos do dízimo, estamos discordando da Palavra de Deus que não pode falhar. Quando discordamos do dízimo, estamos indo contra a palavra dos patriarcas, dos profetas, e acima de tudo, do Senhor Jesus, que disse: “Dai a César (os impostos, os tributos e as taxas) o que é de César e a Deus o que é Deus (os dízimos e as ofertas)” (Mt 22.21).

Em sexto lugar, pecados graves quanto ao dízimo. Malaquias denuncia alguns pecados graves quanto ao dízimo que estavam sendo cometidos pelo povo

O primeiro pecado é reter o dízimo. “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas” (3.8). Joyce Baldwin diz que o verbo “roubar”, qaba, é raro no Antigo Testamento, mas bem conhecido na literatura talmúdica como “tomar à força”. O povo estava roubando a Deus: 1) trazendo ofertas indignas (1.13); 2) oprimindo os pobres (3.5); 3) retendo os dízimos (3.8). A palavra roubar, portanto, significa tomar à força, ou seja, é uma espécie de assalto intencional, planejado e ostensivo. A única vez que esse verbo aparece novamente é em Provérbios 22.23 para descrever o despojamento do pobre. Reter o dízimo santo ao Senhor é uma insensatez, pois ninguém pode roubar a Deus impunemente.

Tentar defraudar a Deus é defraudar a si mesmo, pois tudo que temos pertence a Deus: nossa vida, família e bens. Uma águia, buscando alimento para os filhos, arrancou com suas fortes garras a carne do altar do sacrifício. Voou para o ninho dos seus filhotes com o cardápio do dia, mas havia ainda na carne uma brasa acesa e esta incendiou o ninho dos seus filhotes, provocando um desastrado acidente. Não é seguro retermos o que é de Deus para o nosso sustento. Deus é o criador, provedor e protetor, por isso devemos depender Dele mais do que dos nossos próprios recursos. Nossa confiança precisa estar no provedor, mais do que na provisão. Nenhum homem jamais perdeu alguma coisa por servir a Deus de todo o coração, ou ganhou qualquer coisa, servindo a Ele com o coração dividido, diz Thomas V. Moore. Diante da sonegação dos dízimos, o Senhor lembra aos judeus que estavam, na realidade, roubando a si próprios, pois o resultado de tal atitude era o fracasso das colheitas.102

Dionísio Pape afirma que quem rouba a Deus não é capaz de amá-Lo. Na verdade, sonegar o dízimo é atuar com dolo e esta é uma maneira estranha de exprimir gratidão a Deus, diz Herbert Wolf.104 Reter o dízimo é colocar o salário num saco furado, diz o profeta Ageu (Ag 1.6). Jamais uma pessoa prosperará retendo o dízimo de Deus, pois a Bíblia diz que reter mais do que é justo é pura perda (Pv 11.24). Reter o dízimo é uma clara demonstração de amor ao dinheiro, e a Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6.10). Reter o dízimo é desconfiar da providência divina, é um ato de incredulidade e infidelidade Àquele que nos dá a vida, a saúde, o sustento e a própria vida eterna. Reter o dízimo é roubar a Deus de forma ostensiva e abusiva. Reter o dízimo é desamparar a casa de Deus (Dt 26.14). Thomas V. Moore diz que se nós quisermos ter os tesouros de Deus abertos, devemos abrir os nossos próprios tesouros (3.10,11). Corações inteiros e mãos abertas abrem sobre nós as janelas dos céus e disponibilizam para nós os inesgotáveis recursos de Deus.

Malaquias fala não apenas do dízimo, mas também das ofertas. Eram as partes dos sacrifícios separados para os sacerdotes (Êx 29.27,28; Lv 7.32; Nm 5.9). Elas tinham também uma finalidade especial (Êx 25.2–7). Quando ninguém trazia ofertas, os levitas não tinham outra opção senão desistir do seu ministério e ganhar o seu sustento na agricultura, diz Baldwin.

O segundo pecado é subtrair o dízimo. A Bíblia ordena: “Trazei TODOS os dízimos” (3.10). O dízimo é integral. Muitas pessoas pensam que podem enganar a Deus quando estão preenchendo o cheque do dízimo. Elas colocam um valor muito inferior ao que representa os 10% estabelecidos pelo Senhor. Pelo fato de enganarem a igreja, pensam que também enganam o Senhor da Igreja. Isso é um terrível engano. Deus não precisa de dinheiro, pois Dele é o ouro e a prata (Ag 2.8). Deus não precisava da árvore da ciência do bem e do mal no Jardim do Éden. Deus queria a fidelidade de Adão. Deus não precisava do sacrifício de Isaque, Ele queria a obediência de Abraão. Assim, também, Deus não precisa de dinheiro. Ele requer a fidelidade do Seu povo. Deus viu Ananias e Safira escondendo parte da oferta e os puniu por isso. Podemos nós enganar Àquele que tudo vê? O dízimo é sustento da Casa de Deus. Os levitas e os sacerdotes viviam dos dízimos. Os pobres eram amparados com os dízimos (Dt 14.28). Devemos trazer todos os dízimos à casa do Tesouro.

O terceiro pecado é administrar o dízimo. A Bíblia ensina: “Trazei todos os dízimos à CASA DO TESOURO” (3.10). Não temos o direito de mudar uma ordem do Senhor (Dt 12.11). Não podemos fazer o que bem entendemos com o que é de Deus. Não somos chamados a administrar o dízimo nem sermos juízes dele, mas a devolvê-lo ao seu legítimo dono. Deus mesmo já estabeleceu em Sua Palavra que o dízimo deve ser entregue em Sua Casa. Há pessoas que repartem o dízimo para várias causas: enviam 2% à uma igreja necessitada; remetem 3% para uma obra social; ajudam um missionário com mais 2% e depois, entregam 3% à igreja, onde freqüentam. Essa prática está errada. Não temos o direito de administrar o dízimo. Há pessoas, ainda, que freqüentam uma igreja e entregam todo o dízimo em outra. Isso é o mesmo que jantar num restaurante e pagar a conta em outro. Se quisermos ajudar uma causa, devemos fazê-lo com o que nos pertence e não com o dízimo do Senhor. Este deve ser trazido integralmente à casa do Tesouro. A casa do Tesouro era uma expressão que designava os celeiros ou armazéns, a tesouraria do templo, amplos salões em que se colocavam os dízimos (1Rs 7.51).

O quarto pecado é subestimar o dízimo. Eles perguntavam: “Em que te roubamos?” (3.8). Eles pensavam que o dízimo era um assunto sem importância. Eles sonegavam o dízimo e julgavam que essa prática não os afetava espiritualmente. A nossa negligência e a dureza do nosso coração em reconhecermos o nosso pecado não atenuam a nossa situação. O que pensamos sobre uma situação não a altera aos olhos de Deus. A verdade de Deus é imutável, e isso não depende do que venhamos a pensar sobre ela. A geração de Malaquias não apenas sonegava o dízimo, mas não sentia por isso nenhuma culpa. Eles pecaram e ainda justificaram o seu pecado.

Em sétimo lugar, vejamos dois perigos sérios quanto à negligência do dízimo. O profeta Malaquias avisa solenemente acerca de dois graves perigos para aqueles que sonegam o dízimo e retêm em suas mãos o que é santo ao Senhor.

O primeiro perigo é a maldição divina. “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós a nação toda” (Ml 3.9). A maldição chega a um terceiro nível no livro de Malaquias. A primeira maldição foi imposta ao enganador que, tendo o melhor, dá o pior para Deus (1.14). A segunda maldição é endereçada aos sacerdotes que desonram a Deus (2.2), mas, agora, a terceira maldição é derramada sobre toda a nação que está roubando a Deus nos dízimos e ofertas (3.8,9). A desobediência sempre desemboca em maldição. Insurgir-se contra Deus e violar as Suas leis trazem maldição inevitável. Deus é santo e não premia a infidelidade. Ele vela pela Sua Palavra para a cumprir. Deus é fogo consumidor e terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo. É tempo de a Igreja arrepender-se do seu pecado de infidelidade quanto ao dízimo. Sonegar o dízimo é desamparar a casa de Deus. Sonegar o dízimo é deixar de ser cooperador com Deus na implantação do Seu Reino. Precisamos nos voltar para Deus de todo o nosso coração, pois só assim traremos integralmente o que somos e temos para o altar.

O segundo perigo é a devastação do devorador. “Por vossa causa repreenderei o devorador” (3.11). O devorador pode ser tudo aquilo que subtrai nossos bens, que conspira contra o nosso orçamento e que mina as nossas finanças. Thomas V. Moore diz que “o devorador” aqui não deve ser entendido como qualquer tipo específico de destruidor, mas qualquer e todo tipo, racional ou irracional. O profeta Ageu alertou sobre as conseqüências da infidelidade, dizendo que é o mesmo que receber salário e colocá-lo num saco furado (Ag 1.6). Quando retemos fraudulentamente o que é de Deus, o devorador come o que deveríamos entregar no altar do Senhor.

3. O remédio para tal doença espiritual é o arrependimento evidenciado em contribuição regular, o qual trará as bênçãos pactuais prometidas (3.10–12)
Malaquias: A Igreja no Tribunal de Deus A Restauração Traz Bênçãos Singulares de Deus (3.10–12)

O profeta Malaquias aponta quatro bênçãos que acompanham a restauração divina sobre aqueles que são fiéis nos dízimos e nas ofertas

Em primeiro lugar, as janelas abertas do céu (3.10). É lá do alto que procede toda boa dádiva. Deus promete derramar sobre os fiéis torrentes caudalosas das Suas bênçãos. Baldwin diz que as janelas do céu, que se abriram para a chuva durante o dilúvio (Gn 7.11), “choverão” uma seqüência superabundante de presentes, quando Deus mandar. É bênção sobre bênção, é bênção sem medida. É abundância. É fartura. Mais vale 90% com a bênção do Senhor do que 100% sob a Sua maldição. Janelas abertas falam não apenas de bênçãos materiais, mas de toda sorte de bênção espiritual. Nós precisamos evitar dois extremos: a teologia da prosperidade e a teologia da miséria. A teologia da prosperidade limita as bênçãos de Deus ao terreno material; a teologia da miséria não enxerga a bênção de Deus nas suas dávidas materiais.

Em segundo lugar, as bênçãos sem medida de Deus (3.10). A bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto. A Bíblia diz que o que plantamos, isso também colhemos. Mas colhemos sempre mais do que plantamos. “Quem semeia com fartura, com abundância ceifará” (2Co 9.6). A promessa de Deus é: “Dai e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lc 6.38). Deus promete literalmente fazer prosperar a quem dá com liberalidade (2Co 9.6–11): “A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescentam mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado” (Pv 11.24,25).

Em terceiro lugar, o devorador repreendido (3.12). Deus não age apenas ativamente derramando bênçãos extraordinárias, mas também inibe, proíbe e impede a ação do devorador na vida daqueles que lhe são fiéis. Alguém, talvez, possa objetar dizendo que há muitos crentes não dizimistas que são prósperos financeiramente, enquanto há dizimistas que enfrentam dificuldades econômicas. Contudo, a riqueza sem fidelidade pode ser maldição e não bênção. Também, as bênçãos decorrentes da obediência não são apenas materiais, mas toda sorte de bênção espiritual em Cristo Jesus. O apóstolo Paulo diz que grande fonte de lucro é a piedade com contentamento, enquanto afirma que os que querem ficar ricos caem em tentação, cilada e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição (1Tm 6.6,9). A maldição do devorador não se quebra com ritos místicos nem com oração e jejum, mas enfiando a mão no bolso e devolvendo a Deus o que a Ele pertence: os dízimos e as ofertas.

Em quarto lugar, uma vida feliz (3.12): “Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos”. Há grande alegria na obediência a Deus. Quando a igreja é fiel, a casa de Deus é suprida, a obra de Deus cresce, o testemunho da igreja resplandece, os povos conhecem ao Senhor e a glória de Deus resplandece entre as nações. Ser cooperador com Deus é fazer um investimento para a eternidade (1Co 3.9). Muitos estão investindo em projetos que não terão nenhuma conseqüência eterna. Onde você está ajuntando tesouros? Onde está colocando suas riquezas? Onde você tem o seu coração? O dinheiro do Senhor que está em suas mãos tem sido devolvido para o sustento da obra de Deus?

Concluímos dizendo que Deus chama o Seu povo a fazer prova Dele. O Senhor nos exorta a fazer prova Dele quanto a essa matéria (Ml 3.10). Deus não quer obediência cega, mas fidelidade com entendimento. O dinheiro é uma semente. Quando você semeia com fartura, você colhe com abundância. Na verdade você tem o que dá, e perde o que retém. A semente que se multiplica não é a que você come, mas a que você semeia. Jesus disse que mais bem-aventurado é dar que receber (At 20.35). Quando você oferta, Deus multiplica a sua sementeira.

Quando estava escrevendo este texto, decidi fazer uma oferta a uma pessoa. Fiz isso com alegria. No dia seguinte, recebi uma oferta dez vezes maior. Deus nunca fica em dívida com ninguém. Ele nos desafia e nos exorta a fazer prova Dele. Precisamos aprender a ofertar. Precisamos ter experiências da generosidade de Deus.

Deus propõe-nos duas alternativas: O que você vai escolher: bênção ou maldição? Se o povo de Deus trouxer os dízimos à casa do Tesouro na terra, Deus abrirá os Seus tesouros no céu.

Deus propõe ao Seu povo dois caminhos: a bênção ou a maldição. Que caminho vamos escolher? Que decisão tomar? Ele nos exorta a escolher o caminho da bênção, o caminho da vida!

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