UNIDADE DA FÉ: O ALVO DO DISCIPULADO. EFÉSIOS 4
Sermon • Submitted
0 ratings
· 17 viewsNotes
Transcript
A GRANDE VISÃO DE DEUS PARA A SUA IGREJA EFÉSIOS 4:11-16.
A GRANDE VISÃO DE DEUS PARA A SUA IGREJA EFÉSIOS 4:11-16.
INTRODUÇÃO
V 11. E foi ele quem deu alguns (para serem) apóstolos; e alguns, profetas; e alguns, evangelistas; e alguns, pastores e mestres. O Salvador, ao subir, deu o que recebera: homens que haveriam de prestar serviço à igreja de modo especial. Antes de descrever cada um dos grupos mencionados nesta passagem, alinhamos as seguintes observações gerais:
1. A intenção de Paulo não é nos fornecer uma lista completa de oficiais, como se pode ver fazendo um confronto com 1Coríntios 12.28. Na última passagem há uma enumeração levemente semelhante, porém, não há menção específica de evangelistas. Omite-se igualmente a combinação “pastores e mestres”, porém, acrescenta-se outros não incluídos em Efésios 4.11. Embora não exista qualquer justificativa bíblica para a tendência de eliminar a ideia de “ofício” e “autoridade”. Não obstante “a ênfase nesta passagem (Ef 4.11) não é posta nos apóstolos, profetas, etc. como oficiais, mas como dons de Cristo para sua igreja”
2. A razão por que em 4.11ss., o apóstolo, cujo coração se enternece pelos perdidos (1Co 9.22), não enfatiza aqui o crescimento numérico da igreja, mas antes seu crescimento em amor e em outras qualidades espirituais, e pode muito bem ser que o último seja requisito indispensável do primeiro.
3. Para que a igreja possa ser forte, ela deve não só ter bons líderes (v. 11), mas também seguidores bons e ativos (v. 12). A salvação plenária não pode ser obtida até que todos os filhos de Deus a obtenham juntos, fato que Paulo expressa de maneira extremamente bela em 2Timóteo 4.8, e que aqui em Efésios ele põe em realce por meio do uso constante da palavra todos (1.15; 3.18–19; 6.18).
4. Posto que aqui em 4.11 todos os que servem à igreja de um modo especial – não só “os apóstolos, profetas e evangelistas”, mas também “pastores e mestres” – são designados como dons de Cristo para a igreja, eles devem ser objetos do amor de toda a igreja.
Se, ao serem verdadeiramente representantes de Cristo, são rejeitados, é Cristo que é rejeitado.
5. E, por outro lado, há aqui também implícita uma admoestação aos próprios líderes, ou seja, que os dons não lhes foram dados para seu próprio bem pessoal, e sim no interesse do corpo de Cristo – a igreja.
V 12. Neste ponto declara-se o propósito dos dons de Cristo, outorgados à igreja: a fim de equipar plenamente os santos para a obra do ministério, com vistas à edificação do corpo de Cristo.
A ideia resultante é que Cristo deu alguns homens na qualidade de apóstolos, outros na qualidade de profetas, etc. com propósito de “aperfeiçoar” ou prover o equipamento necessário para todos os santos com vistas à obra de ministrar uns aos outros bem como edificar o corpo de Cristo.
Isto traz a lume com maior clareza que o propósito imediato dos dons de Cristo é o ministério realizado por todo o rebanho; seu propósito último é a edificação do corpo de Cristo, ou seja, a igreja
A lição importante aqui ensinada é que não só apóstolos, profetas, evangelistas e aqueles que são qualificados de “pastores e mestres”, senão que a igreja inteira deve estar engajada no labor espiritual. Aqui, a ênfase está posta no “sacerdócio universal dos crentes”.
Os fiéis que frequentam a igreja deveriam fazer muito mais do que “ir ouvir o PASTOR X”. A menos que, em relação ao culto, haja uma preparação adequada, um desejo de CONGREGAR cristão, uma participação de todo o coração e um espírito de adoração, corre-se o risco de transformar-se num sacrifício dominical.
E, ao longo da semana, igualmente, cada membro deve equipar-se para a realização de um “ministério” definido, seja ministrando conforto aos enfermos, ou ensinando, ou evangelizando a vizinhança, ou distribuindo literatura, ou qualquer outra tarefa para a qual se acha especialmente equipado
V 13 O ideal que se tem em vista com referência à construção do corpo de Cristo está declarado no versículo 13. até que todos cheguemos à unidade da fé e ao claro conhecimento do Filho de Deus.
Isso nos conduz novamente de volta à unidade espiritual referida no versículo 3, e a “uma só fé”, à qual se fez referência no versículo 5. Também evoca 3.19: “a fim de que se encham de toda a plenitude de Deus”. Quando o versículo 13 é considerado à luz dos versículos precedentes, faz-se evidente que o que o apóstolo tem em mente é que a igreja inteira – consistindo não só de apóstolos, profetas, evangelistas, “pastores e mestres”, mas de todos os demais – sejam fiel à vocação para servir dedicadamente, com vistas à edificação do corpo de Cristo, de modo que a verdadeira unidade e crescimento espirituais sejam promovidos.
Observem bem a expressão “todos nós”. Não há na igreja de Cristo lugar para zangões, senão para abelhas diligentes. O apóstolo disse aos tessalonicenses: “Porque ouvimos que alguns dentre vocês estão se conduzindo de maneira desordenada, não como obreiros diligentes, mas como intrometidos negligentes” (2Ts 3.11).
Paulo censura severamente tal atitude. É precisamente a unidade que se promove quando todos se tornam diligentemente envolvidos nos afazeres da igreja, e quando cada membro ardorosamente se dedica ao serviço para o qual o Senhor o equipou
Assim, todos os crentes caminham em direção a um homem plenamente desenvolvido. A figura fundamental é a de uma pessoa forte, madura, bem formada (não apenas um “ser humano”). Em Colossenses 4.12 essa maturidade é assim descrita: “plenamente convictos de toda a vontade de Deus”.
À medida da estatura da plenitude de Cristo. Poder-se-ia também traduzir: “a uma medida de vida caracterizada pela plenitude de Cristo”
Não obstante, a maturidade espiritual em toda sua plenitude que, em seu maior grau, atinge “a medida da estatura da plenitude de Cristo” não pode ser atingida desse lado da vida. Paulo mesmo seria um dos primeiros a admitir isso. Ver o que ele disse a seu próprio respeito em Romanos 7.14: “Eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado”; o que ele iria dizer menos ainda depois de Efésios ser entregue a seu destino: “Irmãos, não me considero havê-lo alcançado. Mas uma coisa (eu faço), esquecendo as coisas que ficam atrás (de mim), e avançando com firmeza para as que estão adiante, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13–14).
V 14–15. … para que não mais sejamos crianças, levados de um lado para outro, pelas ondas, num giro vertiginoso por toda espécie de vento de doutrina, pelos artifícios humanos, pela (sua) capacidade de tramar o engodo; porém, aderindo à verdade em amor, cresçamos em todas as coisas naquele que é a cabeça, o próprio Cristo.
ESSES DOIS VERSÍCULOS NOS ENSINAM CHEGAR A PLENITUDE DE CRISTO
O ideal da plena maturidade cristã está caracterizada, no versículo 14, pelo prisma negativo; enquanto que, no versículo 15, pelo prisma positivo. Em seu esforço por alcançar o alvo e prosseguir naquela direção, os crentes são estimulados pelo desejo de não mais ser como crianças desamparadas num barco em meio à tempestade e a qual não podem controlar.
V 16. Paulo conclui esta seção, dizendo: de quem o corpo inteiro, harmoniosamente ajustado e unido por cada junta, conforme a energia que corresponde à capacidade de cada parte individualmente, leva ao pleno crescimento do corpo com vistas à sua própria edificação em amor
Como cabeça, Cristo faz que seu corpo, a igreja, viva e cresça (cf. Cl 2.19). Ele é sua Cabeça orgânica. Como cabeça ele também exerce autoridade sobre a igreja; de fato, ele o faz sobre todas as coisas no interesse da igreja (Ef 1.20–23). Ele é sua Cabeça governante.
OLHEMOS COLOSSENSES 2.19.
Tanto aqui em Efésios como no paralelo de Colossenses, é portanto esta: que é a Cristo que a igreja deve seu crescimento. Tal como o corpo humano, quando devidamente sustentado e vinculado pelas juntas, experimenta um crescimento normal, assim também a igreja, quando cada um de seus membros sustenta e mantém contato amoroso com os demais e, sobretudo, com Cristo, poderá, sob o providente cuidado de Deus (ou de Cristo, como aqui em Efésios: “Cristo, de quem”), prossegue de graça em graça e de glória em glória