Ester 9; 10
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Ester 9.1-32; 10.1-3
Um mundo de cabeça para baixo[1]
1. Os israelitas subjugam seus inimigos por todo o império, especialmente em Susã (9.1–16).
2. A Festa de Purim(Sorte) é instituída como memorial do livramento divino e instruções minuciosas são dadas para sua celebração (9.17–32).
3. A descrição das realizações de Xerxes(nvi) e Mardoqueu retrata os dois agentes humanos da intervenção divina para a preservação de Seu povo (10.1–3).[2]
A literatura de qualidade é cheia de grandes reviravoltas. Considere as peças de Shakespeare, por exemplo: seja uma tragédia como Romeu e Julieta, na qual as perspectivas florescentes de amor e felicidade dos personagens são subitamente interrompidas e transformadas em tristeza; ou uma comédia como Noite de reis, em que o desastre iminente é evitado e tudo acaba bem no final, quase sempre há uma mudança dramática no curso dos acontecimentos.
Do mesmo modo, o livro de Ester é, como temos visto, construído ao redor de uma grande reviravolta de destinos.
Se Ester é uma tragédia ou uma comédia depende da perspectiva de cada um. Para Hamã e seus aliados é uma grande tragédia, já que todos os seus esquemas para triunfar sobre os odiados judeus dão em nada.
Para Ester, Mordecai e a comunidade do povo de Deus, contudo, é uma comédia em todos os aspectos, com a transformação do desastre iminente numa situação na qual cada pessoa pode viver feliz para sempre e rir dos antigos temores.[3]
A vitória de Israel foi abrangente, como revelam os abundantes detalhes. Todos os oficiais persas e a burocracia real apoiaram os judeus por temor a Mordecai. A posição dele assegurou o sucesso do seu edito, e não o do deposto e desfavorecido Hamã.
Como resultado, os judeus estavam livres para matar e destruir seus inimigos, assim como os inimigos dos judeus haviam planejado fazer a eles. Na acrópole de Susã, o centro de poder do império, eles mataram quinhentos homens num dia.
O grande número de mortos dentro da própria acrópole ressalta a extensão da oposição aos judeus em posições de influência e poder. Incluídos entre os mortos estavam os dez filhos de Hamã, cuja importância é destacada ao se listar um por um pelo nome.
A guerra santa contra esse agagita fora realizada efetivamente, diferente do desanimado ataque de Saul contra o ancestral do agagita (1Sm 15).
Hamã não tinha mais descendente para realizar sua guerra não santa contra a descendência dos judeus. Com a morte dos seus filhos, a perda de posição e o confisco da sua propriedade no capítulo anterior, todas as coisas das quais Hamã se vangloriou em Ester 5 se foram, juntamente com sua própria vida.
Um único dia não foi suficiente para uma vitória dessa magnitude. Quando a informação da extensão da matança na capital chegou a Assuero, ele pareceu mais impressionado do que perturbado pelas notícias:[4]
De fato, o rei estava tão impressionado que repetiu, sem que lhe fosse pedido, sua oferta de dar a Ester o que ela pedisse.
O que quer que ela solicitasse seria dado a ela – e o que ela queria não era um casaco de peles ou um diamante, mas sim mais tempo para forçar a destruição daqueles que haviam se organizado contra o povo de Deus.
Ester pediu mais um dia para os judeus prosseguirem com o edito, e para que se acrescentasse a desonra aos filhos mortos de Hamã:[5]
Isso também estava incluído na prática da guerra santa, tanto é que já havia sido realizado por Josué: os líderes dos inimigos derrotados não eram apenas mortos, mas seus corpos também eram pendurados em madeiro como um sinal de que estavam sob a maldição de Deus (veja Js 8.29; 10.26).[6]
9:16 Os demais judeus que se achavam nas províncias do rei […] mataram setenta e cinco mil inimigos, porém não tomaram nenhum despojo. Por meio dessa atitude, ficou claro que estavam interessados apenas em proteger a vida, e não buscando um meio de enriquecer.[7]
A exaltação de Mordecai (10)
10:1–2O livro de Ester se encerra exaltando Mordecaie informando que seus atos foram registrados junto com as realizações do rei Assuero […] no Livro da História dos Reis da Média e da Pérsia. Carl Armerding encerra seu comentário sobre o livro com as seguintes palavras:
Muito interessante o fato de o livro não registrar sua morte, pois a história da maioria dos homens conclui com algum tipo de obituário. Não foi o caso de Mordecai. Nesse sentido, a impressão que fica é a de um homem que continuou vivendo indefinidamente; “aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1Jo 2:17).
10:3 O objetivo de Mordecai era o bem-estar do seu povo. Spurgeon, propondo um paralelo entre o ministério de Mordecai e o dos cristãos, escreve:
Mordecai era um verdadeiro patriota. Elevado à máxima posição por Assuero, usou seu poder para promover a prosperidade de Israel.
Nesse sentido, foi um tipo de Jesus que, elevado ao trono de glória, não procurou os próprios interesses, mas empregou sua influência em prol de seu povo. Seria muito bom se todo cristão segue o exemplo de Mordecai e dedicasse suas habilidades a serviço da prosperidade da igreja.
Alguns cristãos receberam riquezas e foram colocados em posições de influência; portanto, que honrem o Senhor perante os círculos de poder ao redor do mundo e testifiquem de Cristo diante dos poderosos.
Outros cristãos receberam coisa muito melhor, a saber, comunhão íntima com o Rei dos reis; portanto, que orem diariamente pelos mais fracos do reino, por aqueles que têm dúvida, pelos que sofrem com a tentação e pelos desconsolados.[8]