Aproveitando o tempo a dois

Nosso casamento

Somos um casal do Reino de Deus. Eu sou doutor em teologia, professor universitário, especialista em neurociência e comportamento pela Escola Superior de Medicina da PUC. Minha esposa é psicóloga, educadora cristã e intérprete de LIBRAS (ainda bem, porque ela está bem rouca hoje).

Nos conhecemos na igreja, em um dia de festa! Morávamos em Cascavel/PR e ambos congregávamos na Igreja Evangélica Livre, porém Fran em um bairro e eu em outro. A festa era na igreja dela e fui com alguns amigos.

<< história de como nos conhecemos >>

Após aquele dia não nos desgrudamos mais. Nos tornamos melhores amigos, depois oramos e começamos a namorar. Durou dois anos até o nosso casamento, que já perdura 21 anos.

Casamos no sábado e na segunda-feira já estávamos no campo missionário, na Argentina, onde vivemos 15 anos.

Nosso filho nasceu três anos após nos casarmos. Foram anos de muito trabalho, com viagens intermináveis, estudos, lançamentos de livros e pastoreio de igreja.

Com esse ritmo frenético começamos a entrar no modo automático de vida, colocando tudo a frente do plano inicial.

Onde a gente se perde

Com o passar do tempo de casados começamos a deixar muitas atividades se tornarem prioridades entre nós. A igreja, o trabalho, os estudos, o campo missionário… absolutamente tudo se tornou prioridade, nos deixando em segundo plano. Nos esforçamos muito para sermos bons alunos, depois bons professores. Bons missionários e então bons pastores. Quando o Matheus veio e nossa família agora estava completa, nos esforçamos muito em sermos bons pais.

O esforço em ser bom em tudo é louvável, porém ele pode se tornar um fator de afastamento do casal. Muitos casamentos findam por não terem mais pontos em comum e admiração mútua.

Quanto mais nos esforçavamos para gerir todos os projetos que tínhamos nas mãos, mais nos distanciávamos um do outro.

Aqui está o erro. É aqui onde a gente se perde: DISTANCIAMENTO mesmo estando perto.

Passamos achar que era ERRADO estarmos a sós, jantarmos juntos, viajar sozinhos. Começamos a pensar o que a igreja iria pensar, o que os irmãos pensariam em deixarmos o Matheus na casa de algum deles, para sairmos em um jantar romântico. O que a família vai pensar? Meus pais nunca tiveram esse hábito!

Certa vez fomos jantar pela primeira vez sozinhos em um aniversário de casamento. Escolhi o melhor restaurante da cidade, com um cheff que estudou na França, para preparar um menu super especial para nós. Porém ao chegar lá, ficamos terrivelmente incomodados com o pensamento de nosso filho não estar ali conosco.

Essa crença limitante de que nós não podíamos abandonar nosso filho nos fez ter um jantar frustrante, recheado de sentimentos de culpa. Quem aqui está sentindo isso agora?

Na primeira vez que o Matheus viajou sozinho para BH, pro Acampamento de Verão da MPC (Mocidade para Cristo) Francine não descansou um minuto. Não conseguimos aproveitar aquela semana toda sozinhos, porque ela ficava conversando com quem estava lá para saber sobre o Matheus.

O SENTIMENTO DE CULPA indevido é causado pelo pensamento “como vamos nos divertir se nossos filhos não estão aqui?”. Não se permitir a fazer algo a dois só por que os filhos existem ou a igreja acha que não deve é um equívoco que pode se tornar um complicador no relacionamento a longo prazo.

PENSE: Qual era mesmo o plano inicial? Conhecer esta garota incrível em uma festa da igreja. Se apaixonar perdidamente por ela. Lutar contra tudo e todos pelo amor dela. Decidir viver para sempre ao seu lado. É isso que o amor faz!

NÃO FUJA DO PLANO INICIAL! Você lutou por quem você ama! Siga o plano, lutando por ele todos os dias.

Crie novos hábitos!

Mesmo que seus pais não tinham o costume de sair sozinhos, não copie essa prática! Fortaleça o vínculo do casal.

Casal é diferente de família. Os filhos são a resultante do amor de um casal. Deus ordenou que o HOMEM e a MULHER se tornassem uma só carne e não OS PAIS com os FILHOS se tornarem uma só carne.

Portanto, replanejem a rota e reconquistem o amor um do outro.

Façam coisas juntos, criem novos hábitos, partilhem de momentos a dois. Faça valer a pena essa conquista.

Novos acordos

Ao longo da primeira década nossa vida mudou muito. Foi o tempo da estruturação. O Carlo de 25 anos e a Francine de 18 estavam mais velhos. Agora eram o Carlo de 35 e a Francine de 28. Obviamente novos gostos, ideias, planos e visão de mundo dferentes.

É aqui que as coisas complicam, porque muitos acham que o amor acabou ou, ainda, que não tem mais afinidades.

Sentamos e reprogramamos a rota. Queremos continuar juntos até o final, então precisamos de novos acordos, caminhar na mesma direção. Algumas coisas novas aconteceram e precisamos nos ajustar a elas.

Faça coisas juntos

Pedalem juntos. Façam pilates. Cozinhem juntos. Viagem. Façam um curso juntos. Aprendam coisas novas. Evitem a emancipação e individualidade conjugal.

Precisamos entender que o casamento é viver bem! Sermos felizes e curtirmos a vida juntos. VIVER é diferente de SOBREVIVER.

Viagem para o Mato Grosso do Sul

Sempre fizemos tudo juntos, e com isso renderam boas histórias. Quero contar essa, que é uma pérola das nossas viagens.

Objetivo de hoje

Abrir seus olhos para o seu casamento. Fazê-lo ver que a família é importante, porém se seu casamento acabar, a família se desfaz. O relacionamento do casal é o pilar de tudo dentro de uma família. É o exemplo para os filhos e a estrutura para as futuras gerações.

Invista no seu casamento. Coma algo gostoso, de presentes. Faça pequenas surpresas um para o outro.